Depois de terem limpado a cozinha logo após o jantar, Steve entrou de supetão ao abrir a porta.

– Vocês não imaginam... – Ele falava ofegante. – O frio que esta lá fora!

Charlie estava deitado no meio da sala– impossibilitando que Steve o visse ali por culpa do sofá– sobre um colchão que havia preparado para dormir. Segundo Steve, era mais confortável do que passar uma noite dolorida no sofá e ele estava certo. Sara estava sentada encolhida no sofá assistindo a televisão.

– Onde esta seu primo?

– Aqui... – Charlie resmungou fingindo estar sonolento.

– Pai, estava esperando você chegar e enquanto isso eu impedia Charlie de dormir em paz... Isso são horas?

– Claro que são horas! Vocês que acordaram cedo hoje. – Esteve fez uma careta e foi em direção à escada. – Eu não pretendo jantar hoje, estou muito cansado e só quero dormir, dormir como um urso. – Ele começou a subir quando parou e olhou pra trás. – Agora pode parar de perturbar Charlie, pode ir dormir tranquilamente.

Ele piscou e continuou a subir enquanto ela observava. Assim que ele sumiu de suas vistas, Sara olhou para Charlie que a puxou para baixo.

– Ei, Charlie! Ele acabou de subir, da um tempo.

– Eu sei que devemos esperar ele dormir!

Ela deitou ao lado dele e o mordeu na bochecha.

– E o que diabos continua fazendo aqui? – Ele olhou pra ela. – Você tem que pelo menos fingir que subiu.

– Xiiiu– Ela tapou a boca dele com a ponta do dedo indicador. – Você se preocupa a toa! – Ela pegou o controle que estava sobre o sofá ao seu lado e desligou a televisão.

Ela puxou parte do cobertor que o cobria para poder se cobrir também e ele a puxou pra perto pela cintura.

– Charlie... Você disse que seu lado Youkai se familiarizou comigo, mas... E com você?

Charlie olhou pra ela surpreso com a pergunta. Apesar da pouca luz que entrava pela janela da sala, eles podiam enxergar bem um ao outro.

– Bom... – Ele riu. – Sim ele se familiarizou comigo desde o inicio, mas é claro que no começo foi meio difícil de controlar, ambos teve que se acostumar um com o outro até reconhecer que nos tornamos um só, só que...

– Só que...?

– Eu não consigo controlar muito bem esse meu outro lado. Como Seth disse, a cada herdeiro o lobo tende a ser ainda mais forte do que o antecessor e o pai de Seth era dominante e forte demais... Sara, é como se eu lutasse o tempo inteiro comigo mesmo... Exceto quando estou com você. – Ele trocou a expressão séria por um sorriso gentil. – Eu posso ser eu mesmo, e meu lado youkai se sente... Feliz.

Sara o olhava com os olhos brilhando, sem dizer nada.

– A verdade Sara, é que eu aceitei vir morar aqui não só pra ver e poder ficar com você. Claro que esse é o motivo principal de eu ter aceitado tão rapidamente, mas o outro motivo é que... Eu imaginei que convivendo em um lugar como este, com mais pessoas, eu poderia aprender a me controlar mais rápido, me esforçar mais... Agora eu vejo que quem me dá forças é você... Essa vontade toda de querer estar com você, que me faz querer ser forte e continuar tentando.

Sara estampou seu rosto com um belo sorriso e foi por cima dele.

– Eu te amo muito Charlie Bartolli... E se você quer tanto ficar comigo... Não perca tempo.

Ele a olhava nos olhos e seu rosto estava tão próximo ao dela que seus lábios e narizes se encostavam. Sara mordeu o lábio dele e puxou com cuidado. Charlie fechou os olhos e a prendeu em um beijo. Sara podia sentir os lábios dele pegarem fogo, ela se arrepiou quando ele assumiu o comando subindo em cima dela e colocou a mão por dentro da sua blusa. Ela o ajudou a tirar a camiseta e depois cada uma das suas peças de roupa e ele fez o mesmo ajudando a tirar as dela.

As mãos e a língua dele deslizavam por ela explorando o seu corpo enquanto, algumas vezes, ele a mordia a fazendo gemer e se arrepiar.

– Tem certeza que devo continuar?

– Toda a certeza do mundo. – Ela respondeu baixinho.

Quando Charlie entrou, Sara arranhou seus braços, mas ele pareceu gostar da dor quando começou a ir com mais força. Sara gemia baixo para não acordar Steve. Ela segurava um dos braços dele com força.

– Charlie...

– Estou machucando você?

– Não... Continua...

Charlie colocou a mão sobre os seios dela e apertava enquanto se movia cada vez mais e isso fez com que ela gemesse mais alto, mas ele a impediu que continuasse ao beijá-la outra vez. Ele estava curvado e quando passou a língua devagar sobre os lábios dela, ela mordeu sua língua.

– Espera... Eu não posso continuar com isso. – Ele interrompeu tirando seu membro. Eles não estavam usando nenhum preservativo, ele não podia simplesmente se desfazer dentro dela.

– Você tem razão... Então eu cuido do resto.

Ela o empurrou para trás e segurou seu membro o colocando na boca. Ela fazia de um jeito que o fez pensar que ela já havia feito alguma vez antes. Mesmo quando ele se desfez na boca dela, ela continuou.

No fim, quando finalmente ficaram exaustos, os dois dividiam o cobertor, Charlie dormia com a cabeça apoiada em um dos seus braços e Sara dormia com a cabeça sobre seu peito nu. Estava ficando claro quando Charlie abriu os olhos e, ao passar alguns segundos olhando para o teto, percebeu que Sara continuava ali.

– Sara... Sara! – Ele falava baixo então a sacudiu para ela poder acordar.

– O que foi?... Charlie? – Ela se sentou olhando em volta. – Eu dormi aqui...

– Sim, dormiu e agora é melhor você se vestir e subir pro seu quarto.

– Mais ainda são cinco horas... Olha pro relógio! – Ela choramingou deitando a cabeça sobre o peito dele outra vez e apontando para o relógio sobre a estante onde jazia a televisão.

– Mais um motivo pra ruivinha subir.

– Ruivinha não! – Ela subiu em cima dele e curvou-se. – Não me provoca... Bartolli!

Ele deu uma breve risada que em seguida foi substituída por um sorriso malicioso.

– Não acredito no que aconteceu ontem à noite...

– Se não acredita... – Ela começou a se movimentar devagar. – Então para de olhar pros meus seios. – Ela cochichou no ouvido dele.

Ele sorriu malicioso mais uma vez.

– Para com isso, ou você vai se arrepender...

– Então me faz se arrepender! – Foi a vez dela dar um sorriso malicioso.

O rosto de Charlie estava iluminado, ele parecia feliz e mais relaxado, ela via isso nele, pois ela se sentia da mesma forma.

Ela tentou o beijar, mas ele não abriu a boca.

– O que foi Charlie? Me deixa beijar você seu egoísta!

– Só se você me prometer que assim que me beijar, vai subir imediatamente.

– Tudo bem, tudo bem! Você fica um chato quando se preocupa demais, parece o meu pai!

– Eu não sou tão chato a este ponto, não exagera. – Ele revirou os olhos mantendo um sorriso torto.

Assim que o beijou, Sara levantou-se juntando suas roupas e logo após isso começou a se vestir. Charlie fez o mesmo, levantou-se e vestiu suas roupas. Enquanto terminava de vestir sua camiseta, Sara o puxou pelo cinto da calça e colocou seus braços em volta do pescoço dele.

– Charlie... Obrigada pela noite de ontem...

– Não é você que precisa agradecer. – Ele a beijou na testa. – Agora sobe e não me obrigue a te carregar no colo.

Ela riu e foi em direção as escadas, mas antes de subir, virou-se e mostrou a língua para o irritar e só então começou a subir.

Charlie apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente antes de deitar-se novamente no colchão.