A Fórmula do Amor escrita por Gabriel Campos


Capítulo 20
Uma aliança do mal


Notas iniciais do capítulo

Oi! Acho que já respondi a todos os comentários. Se não, perdão. É que eu fico uma semana sem entrar e minhas atualizações ficam lotadas e, vez ou outra, eu me esqueço de responder algum review.
Enfim, espero que estejam gostando da história.
Capítulo meio curto, mas se vcs quiserem, posto outro \o



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Diário da Ludi

Após termos despistado o caminhoneiro, sempre correndo e seguindo em frente, descobrimos que estávamos mais perdidos do que nunca: não havia nada, nem placas, nem pessoas, nenhum sinal de vida humana naquela estrada deserta. Passei a me arrepender de ter continuado aquela loucura, mas Berg não merecia passar por tudo isso sozinho.

Estávamos rodeados por matagais, passamos por alguns açudes totalmente esgotados devido à seca e, ainda, várias pedras enormes e de formatos estranhos. Era incrível a formação rochosa daquela região do estado do Ceará.

— Bom, acho que a gente já está perto. — falei, tentando tranquilizar a mim mesma e aos meninos.

— Também acho. A cidade de Quixadá não deve ser tão longe. — disse Berg.

— Talvez se a gente for andando um pouco, a gente aviste alguma coisa.

— Tenho medo de anoitecer e a gente ainda ficar por aqui, rodeado de matos. Só tem matagal! — disse Rafa.

— Fé, muita fé. Creio que não demoraremos. — falei. — Com o dinheiro que eu peguei do caminhoneiro lenhador tarado, a gente pode até se hospedar num hotel de beira de estrada, quem sabe.

— Ludi, to começando a achar que essa estrada aqui pode ir pra dois lugares: pra lugar nenhum ou pra Terra do Nunca. — disse o Rafa.

— Cala a boca idiota. Anda mais e fala menos! — Berg provocou.

— Como é, Berg? Já basta, você já me bateu, me xingou, achei que havia esquecido.

— Como esqueço se você abusou da minha irmã, Rafa? Isso não tem perdão e antes disso tudo começar, antes mesmo de você ter encostado seus dedos podres nela, eu havia lhe avisado.

— Olha aqui...

— CALEM A BOCA OS DOIS! NÃO VOU ANDAR POR AÍ COM DUAS CRIANÇAS IDIOTAS. BERG, SUA IRMÃ NÃO FOI ABUSADA, ELA FEZ O QUE FEZ EM PLENA CONSCIÊNCIA, ISSO EU POSSO TE GARANTIR. AGORA EU QUERO QUE VOCÊS FAÇAM AS PAZES, OK? — os interrompi.

— Ninguém me entende. — Berg saiu disparado na frente.


💜
Diário da Andreza

Nossa, o Berg devia estar sofrendo, claro se o Rafa tivesse dito isso a ele. A grande notícia. Como papai e mamãe reagiriam diante dela?

Será que o Berg me apoiaria?

Bom, pelos meus cálculos, eu já tinha três meses. Oh, três meses já! Se eu tivesse que tomar uma atitude drástica, estava quase passando da hora.

Minha mãe nem notava algumas mudanças no meu corpo, nem mesmo meu pai, graças a Deus! Pois estavam desesperados com o sumiço do Berg. Eu fiquei quieta, pelo nosso bem.

Meus seios estavam doloridos e um pouco inchados, mas dava para esconder. Mas até quando?

Eu precisava de ajuda, falar com alguém, de confiança, mas com quem se o meu irmão e o meu namorado estavam longe de mim?

Diário da Madalena

Festa na boate Mofoville naquele dia! Claro que eu não iria perder, mesmo um pouco traumatizada com os acontecimentos da festa anterior.

O ar daquela boate me deixava muito feliz. Eu esquecia os meus problemas, dos remédios que meu pai e minha madrasta me empurravam... Eu não sou doida! Não era isso que eles e algumas pessoas achavam.

Dancei bastante, não me importando com quem estava ali. Sabe, eu nem estava sentindo falta do Berg, do Rafa e da sapatona da amiga deles... Queria que eles explodissem no inferno junto com a drogada da Valentina.

Sabe, nem tinha muita gente da escola lá naquele dia (ultimamente estava fugindo deles, estavam me zoando demais), só tinha aquela galera barra pesada do John lá.

Fiquei só olhando pra ele, fazia tempo que eu não o via, desde que abandonara os estudos. Peguei o copo de refrigerante e bebi, olhando para ele ainda. Acho que ele percebeu que eu estava afim, mas eu não estava!

— E aí. — a voz dele estava meio diferente, deveria estar bêbado ou chapado, mas continuei o papo.

— Oi, tudo bom? — perguntei.

— Você me conhece?

— Nós estudávamos na mesma sala.

— Ah, a nerdzinha esquisitona!

— É. — aquele idiota tava de sacanagem.

— Ih... Foi mal, gatinha. Não quis te deixar assim. — Gatinha? Ele me chamou de gatinha?

— Vamo dançar? — perguntei, encantada com o elogio.

— Na hora!

Fomos para a pista de dança. Tocava “Move”, da banda Cansei de ser Sexy. Ele me olhava nos olhos e eu ainda estava incrédula, talvez me deixando levar pelas emoções. E eu sabia que John Lennon e eu tínhamos algo em comum: odiávamos Berg, Valentina e sua corja.

— E aí, tá gostando da night? — John perguntou para mim, enquanto dançávamos.

— Bom, ela estava meio parada, mas foi só você aparecer que...

— Sabia que eu sempre te achei uma gatinha? — ele me interrompeu.

Já estava vermelha de tão encabulada. Sabia que John estava mentindo.

— Hum... Obrigada.

"Quando ele vai me beijar?", pensei.

E a música seguia... Dançamos mais um pouco até que deu uma Louca no John e ele saiu e me deixou lá plantada sozinha. Nem disse tchau.

Mas ele me encantou geral. Aquele cara sabia conquistar uma garota, mesmo feio e doidão.

💜

Diário do Berg

Até mesmo quem eu confiava não me entendia. O que eu podia fazer? Deixar tudo barato para o Rafa?

Fiquei sentado na beira da estrada, quando Rafa e Ludi apareceram. Rafa estava muito triste, via aquilo nos olhos dele.

— Berg, cara. Nós sempre fomos amigos, por favor, não fica magoado comigo, eu juro que...

— Vai dizer que não queria? — perguntei, cético, e fiz cara de idiota. Rafa franziu a sobrancelha e abaixou a cabeça, apoiando-a na palma das mãos.

— Cara, sua irmã e eu nos amamos! Berg, prometo que eu não vou deixar a Andreza na mão. — Rafa sentou-se ao meu lado. — Você me deixa casar com a Andreza? Tô pedindo a mão dela pra você.

— Hã? - Ludi se espantou.

Eu fiz igual. Cara, fiquei sem palavras naquele momento. Mas o Rafa era um cara sensato, nada como uma decisão sensata para corrigir um erro.

— Claro!

(abraço coletivo de felicidade)

Depois do abraço, Ludi olhou para frente e gritou:

— Gente!

— Que é isso Ludi? Tá sentindo alguma dor?

— Não! A cidade. Ela está bem ali! — e apontou para a linda Quixadá.

Chegamos, finalmente.

E eu, pela primeira vez desde então, senti-me mais próximo de Valentina.


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Notas finais do capítulo

Gente, Madalena e John! kkkkkkkk Ela é doida, eu sei.