A Fórmula do Amor escrita por Gabriel Campos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

"Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos, mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário

Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

[...]

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas ... "

— Dom Quixote, Engenheiros do Hawaii



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por Berg

Toda história normal começa com um simpático “Era uma vez”; entretanto, como eu sou incomum, não sei bem por onde começar. Vou me apresentar então. Meu nome é Lindemberg Honório Araújo, mas prefiro que me chamem de Berg, e moro em For­taleza, Ceará. Vou logo avisando que sou boca suja, apesar da minha aparência (e comportamento) nerd e faceta de bonzinho. Meu hobby é estudar; tenho uma coleção de camisas xadrez e uso óculos fundo de garrafa (sou maximamente míope); sou ex­pert em matemática, física e química; sei a tabela periódica de cor; curto animes, tipo Cavaleiros do Zodíaco, Pokémon e Naruto; não recuso uma partida no Zelda ou mesmo no Super Mario; sou antissocial. Enfim, sou nerd assumido.

Sempre estudei em escola particular; não por ser rico, eu nunca fui rico, mas sim porque meus pais sempre fizeram o melhor pelos meus quatro irmãos e por mim. É, tenho quatro irmãos e eu sou o filho do meio: as mais novas, as gêmeas, se cha­mam Lina e Lana; o mais velho se chama Wesley, mas não mora com a gente, e a que eu me identifico mais se chama Andreza que é uns dois anos mais velha do que eu.

Voltando à história da escola, quando passei pro 7º ano, em 2008, meus pais passaram por um aperto danado por causa de contas e tiveram de reduzir alguns gastos. Sobrou pra mim.

Fui parar na escola São Benedito, do governo. A escola tinha má fama, diziam coisas do tipo “ah, o pessoal de lá fuma maconha e pedra no banheiro”, outros diziam que a escola não tinha nem banheiro! Bom, como não dá pra confiar no que as más línguas dizem, resolvi não dar ouvidos.

Minha melhor amiga Ludi (Ludmila) já estudava lá. Ela dizia que alguns alunos curtiam zoar com a cara dos outros, mas era só não ligar. A Ludi também era motivo de chacota por ser lésbica. Todos sabiam que ela era, menos a mãe dela, que mal po­dia imaginar. Ninguém tinha coragem de dar uma de x-9 e dedurar tudo pra Dona Ma­ria, pois a Ludi adorava uma confusão na qual ela sempre saía ganhando. Pense numa menina boa de briga! Nós sempre fomos melhores amigos, desde a infância quando jogávamos bila e soltávamos raia no meio da rua (assim chamamos bola de gude e pipa aqui no Ceará). A mãe da Ludi, dona Maria, queria que ela se portasse como uma princesa da alta sociedade, porém esse estilo nunca combinou com ela.

Você deve estar pensando: “ah, um nerd, a história vai ser engraçada...” Mas não vai ser tão engraçada assim. Sofrimento também fez parte da minha vida. E muito!

Foi nessa época que eu comecei a sentir uma coisa que eu nunca senti antes: o amor. Não o mesmo amor que eu sinto pela minha mãe ou pelo meu pai, e sim um amor de querer sempre uma pessoa por perto, ter com quem conversar intimamente e simplesmente amar! Até então eu nunca tinha sentido nada igual. Pois chegou o dia em que eu conheci a Valentina. Alguns a chamavam de “perdição”, ou “pedaço de mau caminho”; eu a chamava em meus pensamentos por “Aeon Flux” (tirei esse nome de uma personagem de um filme que eu assisti por aqueles dias), pelo fato de que a se­melhança era tamanha, desde a cor da pele, branquinha feito neve, até a aparência dos cabelos, curtos, pretos como café e com uma franja que lhe caía na testa e cobria um de seus lindos olhos verdes. E eu, tímido, morria de vergonha ao menos de chegar perto dela.

Toda história tem seu vilão. Posso enumerar até aqui um deles, o John. John Lennon da Silva. Acho que a mãe dele era fã dos Beatles, diferente dele que curtia um pancadão e adorava um churrasquinho de gato na saída da escola. Repetente do 7º ano pela segunda vez, ele era um perfeito idiota; adorava colocar apelido em uns e apontar os defeitos aparentes em outros. Não importava se era menino ou menina, o que ele queria mesmo era zoar até você explodir. Eu fui um desses zoados pelo John, mas peço para que você acompanhe as próximas páginas, as quais tem muita história, narradas por mim e pelos meus amigos — esses, que eu fui conquistando ao longo do tempo.

Se você gosta de histórias de aventura, emoção, e com um pouco de humor, você está no lugar certo. E se você chegou até aqui, creio que vai passar a página e ler o primeiro capítulo, não é? Então, tá esperando o quê?


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