New World escrita por Dawn_Love, Stefany01


Capítulo 7
Eclipse Lunar


Notas iniciais do capítulo

Chaos! ^^
Sinto muito pelo atraso. Acabei de descobrir (quase meia-noite!) que eu deveria postar o capítulo. E isso após ficar longe do computador o dia inteiro.
Bem, após todo o sofrimento do capítulo anterior, esse possui um foco um pouco diferente.
Nosso primeiro capítulo pelo POV do Tê. Espero que gostem~



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Que massacre é esse em minha cidade?! Eu só estava brincando um pouco. E agora, plim. Um DRAGÃO esta atacando tanto minha noiva quanto… um carinha aí.

Luna estava de joelhos, chorando sobre o carinha. Dimitri, na verdade. Coloquei a mão sobre seu combro, tentando consolá-la, ou sei lá, até mesmo desviar sua atenção.

Bem, ignorado.

— Luna, vamos. Temos que fugir! — eu insistia, mas nada.

— Dimitri seu idiota! Não morra! — soluçava. — Se você morrer, eu juro que te mato!

— Luna, vamos! — puxei. Se lamentar não adianta em nada. Ele queria nos dar tempo, droga!

Ela finalmente olhou pra mim. Seus olhos claros já não eram mais os mesmos. Observei ela se levantar, olhando o inimigo. A espada que Dimitri havia invocado ainda não desapareceu. Creio que ele ainda não deu sua respirada final…

Luna a pegou, correndo em direção ao dragão. Tentei segurá-la, mas parece que a teimosia mora dentro dessa menina!

Somente pude observar Luna correr em direção a fera, sendo atacada por uma simples… patada. Ela foi lançada para longe. Tanto eu quanto os outros corremos para onde ela estava. Não adiantava atacar. Até mesmo o outro dragão — que antes era uma menina… homem… sei lá — estava em desvantagem.

Segurei Luna em meus braços. Estava desmaiada.

Corajosa, mas frágil. Tentei levá-la para longe, mas ela acordou.

— Me deixa descer! Eu quero vingar o Dimitri! — seu choro incessante partia meu coração, sendo ainda mais forte que meu ciúme.

Coloquei ela no chão. O dragão parecia se divertir chamando Luna, fazendo propostas para se corromper, etc.

— Eu vou ficar, bem. Eu prometo. — tentou me confortar.

— Ok… mas eu vou junto. — ela fez sim com a cabeça.

— Pai, — sussurrava — eu te peço, pai. Se tu ainda tens poderes, me ajude. Pai, venha… eu imploro.

Me pergunto quem é o pai de Luna. Sinto um forte arrepio. Pelos deuses. O que esta acontecendo? Me sinto paralisado. Pela primeira vez na vida, com medo.

O céu aos poucos se tornava negro. Não conseguia ver muito bem, mas a lua tampava o sol aos poucos. Por fim, somente um anel de luz nos iluminava. Apesar de estranho, era um fenômeno tão belo que não pude prestar atenção em mais nada. Até ouvir uma risada.

— Huh… — o vento rodeava Luna. Alguns objetos eram sugador por esse vendo, mas logo lançados contra o ser gigante, que também ria — HAHAHAHAHAHAHAHA! — seu rosto levantado, sua alta risada nada… gentil, sua feição cruel. Eu podia sentir a sede de sangue saindo de seu ser!

Estava começando a me assustar com tal coisa. Ainda paralisado, tentei chamar.

— Luna, querida…?

Ignorado.

Luna começava a flutuar. Seus cabelos cresceram, se tornando ondulados. Sua pele, antes branca como a luz do dia, agora se tornava bronzeada, levemente acizentada. Suas vestes sumiram, se tornando… ousadas. Não que eu não goste, mas… Ousado até demais para os outros verem;

Me sinto uma mulher reparando em tantas coisas, mas não conseguia controlar: ela realmente me conquistou.

Agora transformada, ela olha cada um, amigo ou inimigo. Miko e Riku estavam curvados em forma de reverencia. Ao olhar pra mim, me senti como se fosse uma vitima de uma succubus. Seus olhos estavam de um tom azul mais escuro, como se fosse uma chama, ou uma alma a me chamar. Seu corpo, agora mais definido ainda, era quase que perfeito. Algumas tatuagens surgiam em suas bochechas e próximas aos olhos. Lábios pequenos, de um tom avermelhado perfeito. Suas jóias lembravam seus olhos, com pedras que pareciam ter vida lá dentro.

Na parte de cima, só usava um sutiã preto com detalhes lunares dourados, enquanto em baixo era menos ousado.Uma longa saia abertas em ambas laterias, também preto, com detalhes combinando com o sutiã.

— Curve-se. — ordenou.

Obedeci. Não era mais Luna, isso eu tenho certeza.

Ela seguiu confiante, ficando cara a cara com o dragão. Rindo, a fera se trans forma em questão de minutos, se tornando um homem alto, de pele bronzeada e olhos cor de sol, combinando com o cabelo escuro bagunçado. Ele não se parecia muito com a fera, usando aquele terno caro que parecia ter sido feito para ele, e era um tanto… Elegante. Não que eu preste atenção nisso!

Mas “ela” não pareceu ter notado nada disso, mantendo a cabeça erguida, encarando-o diretamente nos olhos enquanto falava:

— Você ousou me desafiar, permanecendo aqui contra todas as ordens. — sua voz era fria e autoritária, e mandou um arrepio por meu corpo. — E ainda interfere com a ordem natural das coisas. Qual sua intenção? Planeja sair daqui pacificamente?

— O que planejo? Ora, belo… Lua. Quero sua filha E seus poderes. — dizia sorridente. Estávamos fugindo… disso?

— Seu insolente sem respeito. — “Luna” (ou eu deveria chamá-la Lua, como o Dragão?) sibilou em resposta. — Aprenda seus limites.

— Meus limites? — perguntava pensativo. — Será que matar eles está dentro dos meus limites?

— Apenas se você conseguir matá-los do Inferno. — é impressão minha ou isso é um sarcasmo que estou sentindo aí?

— Então… que aqui se torne o inferno.

A fera bateu o pé direito no chão, criando uma rachadura que seguia se abrindo mais e mais, chegando próximo aos amigos de Luna. Fogo saía dali, acertando algumas casas que ainda se mantinham de pé. Mas nada disso parecia ter atormentado Luna, que estendeu a mão e uma foice surgiu nela, bela e feroz como a dona. Ela se moveu com uma agilidade e flexibilidade estonteantes, girando ao redor do ser que era aquele dragão, e rodando a arma para atingir…

O ar. A fera pulara para frente na última hora. Mas, surpreendentemente, um facho de luz disparou em sua direção, e ele caiu no chão. Luna estava muito rápida, e só consegui ver quando ela parou sobre o corpo caído, gelo disparando de sua mão estendida e congelando o pescoço da fera.

— Que linda, mas não funciona comigo. — sorria debochado.

O Dragão em um movimento rápido, conseguiu derrubar a Luna (ou quase), usando o tempo que conseguiu para aquecer seu novo colar de gelo.

Minha Luna, que não era bem ela e eu ainda não entendi isso, sorriu ironicamente do chão, e a pouca iluminação provida do círculo de luz que um dia foi o sol desapareceu. Era tudo uma escuridão total, e eu simplesmente não conseguia ver a luta. Mas pude ouvir o grunhido da fera, e a risada cínica de Luna. Depois, outra explosão de luz prateada, e pude ver vagamente ambos. O Dragão parecia preso em algo azulado, e Luna erguia a foice alto…

E tudo voltou a ficar escuro. Pude ouvir o barulho de gelo trincando, e um rugido, mas especialmente bestial. Não sei o que me fez me abaixar, mas foi em boa hora. Um disparo de fogo passou por cima de minha cabeça, e engoli em seco ao ver que ele estava de volta em sua forma draconiana, soltando disparos de chamas para baixo, onde gelo lhe prendia ao chão.

Com uma nova forma de iluminação, observei Luna mexer as mãos, a foice parecendo ter desaparecido, e a escuridão se mexeu! Ela simplesmente se aproximou e se enrolou no pescoço do dragão, apertando-o, mas não funcionou muito bem, pois a fera se sacudiu, e com uma batida poderosa de asas, o filete lhe soltou. Seu rabo passou por onde Luna estava, mas essa já subia em suas costas, rápida e ágil como… Um macaco. A foice havia ressurgido em suas mãos, e, com um salto gracioso para o chão, ela afundava a lâmina na ferida que Dimitri havia feito anteriormente.

Luna puxou o cabo da foice, e arrastou a lâmina pela pele escamosa do dragão, aumentando a área desprotegida, saindo do calcanhar (se é que ele tem isso) até a dobra do braço. A pele abaixo das escamas era vermelha, mas fachos de luz dourada corriam por baixo dela, parecendo um enxame de vagalumes apressado.

Luna retirou a foice, que passou a brilhar negra e azulada, e a enfiou ainda mais fundo, dessa vez retirando um rugido de dor do Dragão.

Porém… Ela parou. Ela parecia tremer de leve, e não foi pelo fogo que passou colado ao seu corpo. Nem à patada que lhe arremessou um pouco longe. Na verdade, ela começou a tremer antes disso. E eu soube que, dessa vez, era a Luna. Não… Esse… Lua.

O riso dele era terrível. Horroroso. Grave, ecoou por meus ouvidos como uma música travada. Parecia metal se chocando com metal, garras em parede, garfo no prato. Era um barulho agudo, alto e minucioso. Ouvi o gemido dolorido de Luna, e junto com o dela, o de Miko. Só com esse barulho me lembrei que ainda tinha mais gente, e me virei para olhar se eles estavam bem. Miko pressionava com as mãos as orelhas, e Riku lhe envolvia com os braços, parecendo furioso.

Suspirei aliviado em saber que eles estavam bem — não que eu ligue especialmente para eles, mas a Luna sim, e eu quero vê-la feliz —, e voltei a olhar para a batalha.

Voltando à forma humana, segurava em mãos uma garotinha de olhos fechados. Ele sorria divertido, acho, e sua voz, quando falou, era debochada:

— Você a reconhece, Luna? — deslizou uma mão pelo rosto da garotinha, e pude ver Luna estremecer novamente. — Ouvi dizer que ela é preciosa para você. Será que você acha justo trocarmos nossas vidas… A minha pela dela? Se você deixar seu pai me matar… Ela pode… Acabar indo junto, sabe como é, por acidente. — apertou o pescoço dela com mais força do que o necessário, e passou a segurá-la no alto pelo mesmo. — Agora, se você me deixar ir embora sem nenhum problema… Posso assegurar sua sobrevivência. É só não ter nenhum… Movimento brusco.

Luna se ergueu de onde havia caído, e olhava para ele com um ódio irreconhecível em seus olhos. Pude ver seus punhos cerrados, e a foice desapareceu dos pés do dragão para reaparecerem em suas mãos.

Ela avançou os passos lentamente, a respiração pesada podendo ser ouvida daqui.

— Ah não. — riu Dragão, mas seus olhos eram cruéis, duros. — Se você der mais um passo… Bem, você sabe como essas criaturinhas são frágeis, não sabe? Um movimento sequer, e pode dar adeus à sua pequena… Como é seu nome?... Ah sim… Sapphire.

— Não ouse falar o nome dela! — gritou Luna furiosa, e a voz era dela. — Você é indigno dela! Não deveria ficar nem a 1km dela!

— Ah, mas eu me aproximei, não é? — parou de sorrir. — Eu estou com ela aqui. Em minhas mãos. E você não pode fazer nada para tê-la de volta… A não ser, claro, se corromper. Mas, caso não queira, sente e fique à vontade me vendo sair daqui. Ou se aproxime mais um passo e veja eu tirar outra vida que lhe é preciosa.

Luna ficou ainda mais paralisada do que já estava. Apertou os lábios e fez a foice desaparecer. Observei curioso enquanto ela erguia as mãos abertas acima da cabeça e murmurava alguma coisa que não parecia ser em nossa língua. Em poucos segundos, a luz fraca do início do eclipse voltou a nos atingir.

Ele sorriu satisfeito e aninhou a garota nos braços. Em menos de 1 minuto, ele já estava no limiar da cidade, e só podíamos vê-lo porque ele havia voltado à forma dragão. Rugindo, sua voz chegou até nós:

— Não se preocupem, crianças. Eu voltarei.

Luna deixou-se cair no chão quando ele finalmente desapareceu de nossas vistas, se enfiando entre as árvores que cercavam tudo por aqui.

Sua respiração estava apressada, ainda, e corri para seu lado. Miko chegou antes, mas se ajoelhou em sua frente sem tocá-la. Só quando também cheguei ao seu lado que descobri porque.

Luna não era mais Luna, era de novo Lua, e estava caída ao lado de Dimitri.

— Eu aceitarei mais um pedido seu. — murmurou gentilmente, encarando o corpo desfigurado de seu amigo. — Só que eu não irei lhe ajudar novamente. Tenha isso em mente, querida.

O vento, que parecia ter ficado em silêncio desde que vimos aquele monstro atacando a cidade, voltou a correr, sibilante, trazendo consigo o barulho de pássaros e insetos.

— Eu irei aceitá-lo conosco. Ele viverá bem… — continuou, tocando a testa de Dimitri, indiferente ao sangue e pele solta. — Mas é só isso que posso fazer por ele.

Lágrimas escorriam pelo rosto claro dela, e eu tinha certeza que eram de Luna.

— Tudo bem. — acenou, e voltou a nos encarar com olhos sérios. — Não se metam com ele. Drago é especialmente perigoso quando irritado, e agora ele está furioso. Da próxima vez, eu não estarei aqui para ajudá-los. Evite-o se possível, e fujam quando não. É o melhor conselho que posso lhes dar. — então, seus olhos se suavizaram, e ele sorriu docemente. — Cuidem de Luna. Ela precisará.

Uma luz clara envolveu Dimitri, e seu corpo foi parcialmente limpo — ficando arrumado o suficiente para conseguirmos carregá-lo, se necessário, sem ter pele grudada na gente, ou sangue nos banhando —, e parecia ter ficado mais… Sereno. Em seguida, Lua ergueu as mãos aos céus, e falou algo em uma língua que não se parecia com a nossa. Demorou menos de 1 minuto após isso para Luna voltar a ser minha Luna, com o cabelo curto e o vestido colorido, que chorava copiosamente, deitada sobre o corpo de Dimitri.

— Luna… — chamou suavemente Miko, tocando seus ombros. — Venha cá.

Ela teve um resultado muito melhor que o meu, e Luna, que sempre fora alta, se enrolou nos braços da amiga, parecendo especialmente pequena, chorando em seus ombros enquanto recebia afagos nas costas e cabelo, junto com baixos murmúrios de que estava tudo bem — que ela poderia chorar o quanto quisesse.

Do céu acima de nós, uma chuva leve começou a cair. Uma música triste ecoou, vinda de lugar nenhum, e Luna só fez chorar mais, soluçando que ia matar o Dimitri se ele não voltasse agora para ela.

Miko chorava com ela, e me surpreendi ao ver que não eram as únicas. Riku também.

— Ela não é a única. — murmurou ele se abaixando ao lado das duas. — Você também pode chorar, Miko… Ninguém vai lhe culpar.

Eu me senti deslocado entre eles: eles tinham um laço que eu não havia formado com ninguém além de meus irmãos. Eles pareciam certos ali. E eu…

Ergui as mãos ao rosto, surpreso. A umidade em meus olhos não vinha da chuva… Eu estava chorando por ele. Por alguém que nem cheguei a conhecer direito… Mas que havia conquistado meu respeito, brigando com tudo e todos para manter minha Luna viva.

Não se preocupe, mandei, esperando que chegasse a ele nos céus, eu irei mantê-la bem… Assim como você queria.


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Notas finais do capítulo

Caso encontrem algum erro, por favor, avisem.
Reviews, por favor?
Novamente, desculpa pela demora.
Ciao, ciao! o/
Bacio! ;*