Crônicas Solares [hiatus] escrita por CJwriter


Capítulo 4
Capítulo 4 - Vômito e ataques de galinhas.


Notas iniciais do capítulo

Hoje foi bem produtivo! Espero que continue assim. Dois capítulos em um dia e a história está finalmente desenrolando. O próximo sairá ainda hoje!
Sayonara!



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— Aaaaaaaaaaaaaaaah! Mãe! — Me assustei quando minha mãe me acordou. — Não me assuste desse jeito mulher!

— Eu que me assustei. Porque gritou que nem um louco? Viu algum monstro?

— Digamos que sim. — Pelo cara de furiosa dela, acho que ela me entendeu mau.

Depois de esclarecermos o desentendimento ela desceu para a cozinha e eu fui tomar banho. Já notaram como o banheiro pode ser um ótimo lugar para reflexão? Fiquei pensando sobre os últimos sonhos que tive.

Primeiro foi aquela voz estranha e o acampamento. Seria ele o mesmo que Adamastor falou? Ai teve a “coisa” no pântano e, pra terminar, o ataque dos lobos. Ou tinha ficado com uma imaginação muito fértil ou estava enlouquecendo.

Enquanto descia as escadas ainda estava perdido em meus próprios pensamentos, tanto que quase tropecei drasticamente.

Tomei café rapidamente e corri para não me atrasar. Quando estava no meio do caminho olhei pro relógio e vi que ainda faltava quinze minutos para estar atrasado meia hora. Desisti de chegar na hora e peguei meus fones de ouvido. Ao coloca-los percebi que meus pensamentos de manhã tiraram toda a minha atenção.

— Como eu pude esquecê-lo? — Senti a falta do colar que minha mãe me deu.

Bem, na verdade ela disse que foi meu pai quem mandou me entregar. Sempre o usava, era a única ligação que tinha com meu pai. Era uma simples corrente de ouro (não sei se era ouro de verdade, acho que era só uma bijuteria mesmo) com um pingente em forma de sol. Atrás do pingente tinha escrito: “Que a luz o proteja”. As poucas pessoas que viram o colar não conseguiam ler as inscrições. Fora minha mãe, só mais uma pessoa conseguiu ler, Dany. Mesmo o colar sendo muito importante pra mim, decidi não voltar par busca-lo.

Tentei entrar o mais discretamente possível. Todos estavam concentrados na aula de Química, eu tinha uma chance de não ser percebido...

— Hélio? — Adamastor gritou virando-se pra mim.

Um pequeno fato sobre o laboratório de Química. A porta fica no fim da sala, assim todos ficam virados para o quadro. Adamastor era um daqueles alunos atenciosos, os que sentavam na frente e, consequentemente, mais longe da porta.

Todo mundo virou-se instantaneamente para mim. A professora deu uma bronca em mim e fiquei com cara de tonto enquanto a sala ria de mim.

— Obrigado mesmo, Adamastor. — O fuzilei com os olhos.

Talvez minha ameaça tenha sido mais efetiva do que pensei. Ele olhava de um lado para o outro com aquela mesma cara de nervosismo que ele fez no sonho. Ele se levantou e disse:

— Professora, acho que vou vomitar.

— Vá para o banheiro rápido! — A professora respondeu.

Quando ele estava perto de sair ele fez uma coisa que nem consigo descrever de tão nojenta.

— Qual o seu problema? Idiota! — Gritei com ele.

— Estou enjoado. Tem que limpar isso ai. — E saiu como se ele não tivesse acabado de vomitar em mim. Nem preciso mencionar que era mais um fato para a lista de razões para eu ser o palhaço da sala.

— Ai cara, eu não mereço isso. — Me levantei também para tentar me limpar antes de ir para casa. Não voltaria para aquela sala de novo por hoje, ou pelo resto da vida.

Adamastor bateu a porta do banheiro com força assim que eu entrei.

— Hélio, seu cheiro.

— Ah, obrigado por notar. Precisava vomitar em mim por causa de ontem? — Perguntei procurando as toalhas de papel.

— Cara isso é só névoa, não notou? Olhe direito.

— Isso tem outro nome por aqui... COMO ASSIM! — Quando olhei novamente para a minha roupa ela estava totalmente como de manhã cedo. Não sei se ficava surpreso ou aliviado.

— Tem coisas mais importantes agora. Seu cheiro aumentou. Ontem era quase imperceptível, mas hoje está como qualquer meio sangue.

— De novo essa coisa? Já chega me deixe sair.

Ele foi rapidamente à porta para tentar me impedir.

— Não posso deixa-lo ir. Eu tenho que lhe...

— Proteger? Me poupe de suas loucuras. — Afastei ele da porta e a abri.

— Olá Senhor Santos! — Parado diante da porta estava o Sr. Walter. Novamente com olhos vermelhos.

— Oi, tchau. — Fechei a porta rapidamente. E olhei para Adamastor assustado. — Ok, o Sr. “licantropo” está ai fora. Não que acredite que ele seja um monstro, mas boa coisa ele não parece ser. — Lembrei-me do meu sonho de ontem, ele virando um lobo.

— Queria dizer que temos que enfrentar somente ele. Os lobos de ontem ainda devem estar por perto. Sem contar as duas coisas que vi hoje sobrevoando a escola.

— Lobos de ontem? — Só então notei as marcas de ferida nos braços de Adamastor. — Meu sonho foi real?

— Que sonho? — A porta estremecia com fortes pancadas. — Deixa pra lá.

Ele tirou aquela estranha flauta de bambu e tocou uma nota muito aguda.

— Carlos estará nos esperando no parque. No já, você corre.

Adamastor se apoiou nas muletas e levantou as pernas, ficou parecendo um canguru, pronto para chutar a porta. E foi o que fez. O ‘coice’ derrubou a porta encima do Sr. Walter.

— Já! — Saí correndo do banheiro, passando por cima da porta.

Encontrei minha mãe na porta da escola.

— Mãe! Mãe? O que está fazendo aqui na escola?

— Você esqueceu isso. — Ela me entregou o colar do meu pai. — Não devia sair de casa sem ele.

— Senhora Santos! Tenho que levar o Hélio agora. Os monstros descobriram. Vamos partir assim que encontrarmos o Carlos. Fui mandado por Quírion. — Adamastor falou apressadamente.

— Você é um protetor? — Adamastor acenou com a cabeça. — Tudo bem, eu sabia que esse dia estava próximo. Cuide do meu filho.

— Mãe? O que está acontecendo?

— Não se preocupe querido. Vá com ele e vai ficar tudo bem.

— Mas...

— Vamos Hélio. Harpias.

— Quê? — Nem terminei de entender o que tinha acontecido, Adamastor começou a me empurrar.

Atravessamos metade da cidade correndo.

— Pra onde agora? — Perguntei.

— Para o parque. Carlos deve estar esperando com nossa carona. Se conseguirmos chegar até lá estaremos a salvo.

— Se? Porque esse ‘se’?

— Abaixe-se! — Adamastor me empurrou para o chão enquanto algo passava sobre as nossas cabeças, algo grande.

— O que foi aquilo?

— Amigas do Sr. Walter. Reforço aéreo.

Levantamos e recomeçamos a fuga. Quando olhei para trás não pude conter a surpresa.

— Estamos fugindo de galinhas?

— Podem até ser galinhas, mas se ficarmos aqui é a gente que vira canja.

— Ok, galinhas do mal? — perguntei.

— Galinhas do mal! — Respondeu Adamastor.


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Notas finais do capítulo

GALINHAS DO MAL!!! Trabalhando no reencontro com Dany.
Sayonara!



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