When the darkness comes escrita por Evelyn Soares


Capítulo 2
Capitulo 2




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Eu já não conseguia ignorar a dor que sentia em meu ombro e fui procurar Bea para tratar do ferimento, ela colocou uma espécie de erva que puxava o veneno pra fora da carne e da pele e fez um curativo, dali algumas horas eu deveria limpar o ferimento e fazer o mesmo processo até eu ficar completamente livre do veneno. Depois de passar na enfermaria eu estava tão cansada que a única coisa que eu conseguia pensar era dormir e quando acordei eu estava tonta e mal conseguia parar em pé, o curativo estava com algumas manchas pretas, o que por sinal era bom.
Quando terminei de fazer o que tinha de ser feito eu fui pra sala a onde Cecilia ficava a maior parte do tempo. Dei algumas batidas na porta e entrei.
– isso é muito importante! Não pode... - minha entrada repentina fez com que Cecilia parece de falar, ela olhou pra mim com cara de vou-te-esganar.
– Eu bati!-disse me defendo e dei de ombros.
– Eu estava em reunião Evelyn- a voz dela tinha um tom de irritação o que era normal pra alguém de trinta e poucos anos.
Eu dei alguns passos para ver se tinha alguém sentado na poltrona e um baixinho de cabelo curto se levantou.
– Oi meu nome é Mary- sua voz era calma e reconfortante.
– Mary? Então você é uma menina, certo?- comecei a rir pra disfarçar meu nervosismo, a presença dela tinha um efeito estranho sobre mim.
– Sim ela é uma menina! Agora, por favor, saia da minha sala antes que eu mesma tenha que fazer isso- Cecilia ficou acenando sem parar pra porta enquanto a Mary ficava rindo da situação, eu sai da sala, mas antes de fechar a porta eu consegui olhar mais uma vez pra ela.
Eu fiquei algum tempo sentada do lado da porta esperando a Mary sair, passou uma hora e meia e nada dela, então decidi ir procurar a Bea, procurei em todos os lugares possíveis e nada dela.
– Todo mundo ta fugindo de mim hoje, que merda- falei baixinho.
Chegando perto da sala de treinamento vi que a porta estava aberta, fiquei parada na porta olhando duas garotas com lâminas de Seraphim na mão, uma era a Thay baixinha e loira tentando a todo custo machucar a garota alta de cabelos negros, seus golpes eram mais delicados do que os da Thay, ela se esquivava e defendia enquanto a Thay atacava e deixava a guarda aberta. A garota desconhecida também percebeu a falha na guarda e a atacou, a Lâmina foi de encontro á perna direita da Thay, depois deu uma joelhada no estomago dela, mas Thay levantou sua guarda e deu um chute na mão da desconhecida o que fez com que sua lâmina caísse, a loira baixinha a empurrou e a outra garota que caiu de costas no tatame.
– Você é boa, mas não o suficiente- disse a Thay com um sorriso vitorioso no rosto- amanhã continuamos.
Quando a garota se levantou eu entrei na sala prendendo meu cabelo, peguei a lâmina que estava no chão.
– Sua falha sempre será a guarda baixa- girei a lâmina que estava na minha mão, ela se parecia com uma espada, mas era mais bonita e difícil de manejar, era preciso um treinamento para poder utilizar direito.
– E a sua sempre será a falta de confiança- ela se virou e me encarou.
– As vezes minha falta de confiança pode ser explicada, principalmente minha falta de confiança em você, mas isso não vem ao caso- coloquei a lâmina em cima de uma mesa de armas e peguei um arco e algumas flechas que estavam ali e olhei para a garota que parecia alta ao lado da Thay, mas perto de mim tinha uns 5cm a menos.
– Garota, qual seu nome?- segurei o arco na minha mão esquerda e engatei a flecha com a direita, puxei a corda e mirei na desconhecida.
– Luana Romão, mas pode me chamar de Lua- eu senti o nervosismo na voz dela.
– Você confia em mim?- dei um sorriso e puxei mais a corda e aproximei a mão do meu maxilar.
– Sim!- ela pegou uma garrafa de água que estava em uma mochila no chão, a ponta da minha flecha ainda estava mirada na cabeça dela.
– Coloca a garrafa em cima da cabeça- ela olhou incrédula pra mim e depois balançou a cabeça com um não.
– Você é louca?- ela deu alguns goles na água, agora a garrafa estava só metade cheia.
– Evelyn, deixe-a em paz- a Thay entrou na frente da Lua- o que você esta tentando mostrar? Você esta sendo idiota!
– Querida Thay, você não é tão confiante? Então pegue a garrafa da Lua e coloque em cima da sua cabeça e encoste fique perto da parede ao lado da mesa.
Assim que eu terminei de falar ela pegou a garrafa da mão da Lua e foi em direção a parede, suas mãos estavam aparentemente suadas, ela tremia enquanto encostava na parede e colocava a garrafa d'água na cabeça, eu dei alguns passos para trás sem tirar a mira da garrafa e então parei, respirei fundo, atirei a flecha e soltei o ar ao mesmo tempo, o barulho da flecha saindo do arco me acalmava, já Thay ficou tensa e quando a flecha finalmente acertou o meio da garrafa prendendo-a na parede ela deu um grito.
– VOCÊ É LOUCA!- ela começou a chorar e a tremer ainda mais.
Eu fui em direção a ela e enquanto eu tirava a flecha da parede eu falei em seu ouvido.
– Nunca mais fale sobre falta de confiança.
Escutei as palmas da Lua do outro lado da sala e coloquei o arco e a flecha em cima da mesa e sai da sala.
Fui pro meu quarto e bati a porta, o que a Thay estava fazendo ali? Não era possível que tudo esteja acontecendo de novo, ela era o motivo das minhas frustrações! Ela me abandonou em uma batalha, graças a ela meus pais agora estavam desaparecidos.
Eu dei um soco na janela do meu quarto, o vidro se estilhaçou e alguns pedaços grudaram na minha mão fazendo sangrar, mas minha raiva era tanta que eu não sentia dor, eu queria socar ela ate os ossos da minha mão quebrar, eu queria que aquela flecha tivesse perfurado o crânio dela atingindo o cérebro e vazando pelo outro lado fazendo com que a cabeça dela e não a garrafa grudasse na parede.


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