POV Jim

– Quem está morto? – eu perguntei confuso.

– O McCoy – Carol disse chorando muito.

– Não acredito – com certeza lágrimas subiram aos meus olhos.

– Ele está lá fora – eu e Spock fomos correndo até lá, mas não encontramos nada, nenhum corpo.

– Tem certeza de que ele está aqui fora?

– Claro que sim – Uhura ajudou ela a se levantar – foi bem aqui que o cara acertou ele e.... – ela chegou e não o viu em lugar nenhum - cadê o morto?

– E eu que vou saber? – acho que fui um pouco grosso demais, levei uma tapa bem forte na cara.

– Responda direito pra mim, acabei de ficar viúva.

– Desculpa.

– Mas então, temos um problema, além de ser morto, McCoy foi sequestrado, precisamos encontra-lo para oferecer-lhe um enterro digno – Mia falou andando em círculos na nossa frente, como um general falava para suas tropas – a não ser que... não, não pode ser possível.

– O quê que não pode ser possível? – Carol disse rapidamente.

– Essas pessoas, que nos atacaram, são inimigos da Frota, já trabalhei infiltrada neles por um ano, acreditem, eles treinam muito bem as pessoas e em pouco tempo...

– Vai contar sua história de vida ou nos dizer o que aconteceu com o McCoy.

– Eles treinam muito bem as pessoas em pouco tempo e o que eu aprendi sobre como matar uma pessoa foi lá em três meses, quando minha missão estava acabando, descobri um setor na sede dessa “companhia” que estudava como ressuscitar pessoas, então eles matavam cada vez mais pessoas pra realizar esse experimento, alguns com material genético diferente ou o cérebro 100% desenvolvido, com habilidades especiais.

– Tá descrevendo a Primatech ou a Pinehearst?

– Nenhuma das duas, essa é real, e observando vocês como eu observei, um de vocês tinha esse material genético e esse alguém acaba de ser sequestrado.

– Então você está me dizendo que Leonard McCoy, tinha um material genético diferente de qualquer um, que o daria uma habilidade especial? – Spock perguntou.

– Exatamente – Mia respondeu rapidamente.

– Como nunca percebemos? – Uhura perguntou interessada.

– Algumas habilidades não aparecem de primeira, as vezes só aparecem pelos 20, ou 40, demoram muito, ou aparecem ao início da vida.

– E você tem alguma? – Eu perguntei, sem querer saber de verdade, neste momento o que me importa é o McCoy ter morrido.

– Habilidade especial?

– Sim – todos disseram juntos, ou seja, todo mundo quer saber.

– O que vocês dizem? – ela apontou a mão para a direção oposta e com um gesto, ela criou uma parede de gelo.

– Uau – todos abestalhados com isso, até eu.

– Mas espera, como vamos encontrar ele, ou o corpo dele?

– Eu vou dar um jeito, eu sempre dou um jeito, mas gente, olha a hora, eu tenho que ir – ela disse suspeita e saiu correndo, de salto alto gente.

– Carol, Kirk, temos que ir, Lua de Mel nos aguarda, tchau amiga – Uhura abraçou bem forte Carol – se cuida – ela apoiou a mão sobre a barriga de Carol.

– Eu vou.

– Que bom, tchau Kirk – ela me abraçou também, mas um abraço bem rápido.

– Tchau Kirk – Spock apertou minha mão – tchau Carol – a abraçou e também colocou a mão sobre a barriga dela, o que eles sabem que eu não sei? – se cuida.

– Eu já disse que eu vou – ela disse meio irritada.

– Tchau gente – eles dois disseram e também foram correndo até um carro que tinha ali, preparado para os dois.

– Quer carona?

– Sim, por favor – fomos no meu carro, ela se encostou na janela e mal dava pra ouvir, mas dava para perceber que ela estava chorando.

– Carol, nós vamos encontra-lo, ok? Ele pode até estar bem.

– Bem morto né – ela virou sua cabeça para o outro lado e voltou a chorar.

– Eu odeio te ver triste, Carol, admito que entre nós só tem amizade e nada mais, mas por isso mesmo eu me preocupo com você e te ver triste me parte o coração.

– Obrigado, mas é impossível eu não ficar triste, acabei de ficar viúva.

– Tudo bem.

– Sabe o que é engraçado, a Mia é toda durona, mas ela é caidinha por você.

– Sério, a Mia? – eu estava bem animado com isso porque, quando ela apareceu pela primeira vez eu senti meu coração acelerar, minhas mãos suarem mais do que o normal e eu perdi a fala, ela me deixou sem jeito.

– Uhum, e eu sei que você tem uma quedinha por ela, dá pra ver nos seus olhos quando fala com ela, mesmo que pareça desinteressado, seus olhos brilham intensamente, é como eu com o ...Leonard – ela se calou e percebi que ela começou a chorar de novo – ou melhor, era.

– Não fique assim, temos uma chance de ele ainda estar vivo.

– Uma em um milhão.

– Mas ainda assim é uma, eu preciso te perguntar um coisa, o que o Spock e a Uhura sabem que eu não sei?

– Quem deveria saber mais entre todos não sabe e era o Lenny, e não são só eles dois, eu só tinha contado pra Uhura e pra Mia, uma das duas contou pro Spock.

– O quê? – eu parei o carro em frente à casa dela.

– Eu estou grávida.

– Sério? Bones safadin... – ela me olhou com uma cara que, vou te contar, me deu medo.

– Somos casados, não é nenhum crime.

– É, mas achei que não seria tão cedo...tá bom, faz uma ano, é um tempo bom.

– Tchau Kirk – ela saiu e fechou a porta com força, tipo, muita mesmo.

– Isso, se não quebrou, fechou – ela revirou os olhos e entrou em casa, será que ela falou sério quando disse que a Mia gostava de mim?

POV Uhura

Depois de tanta confusão no dia do casamento, não sei se minha lua de mel vai ser normal, ou talvez sim, e eu já me via sendo beijada por meu marido, ai que emoção em falar isso, estávamos nos encaminhando a uma das ilhas mais mágicas, o Taiti, depois de chegar lá, rolar todo um lance, era um novo dia.

– Já acordou? – ele disse me abraçando por trás, eu levei um susto.

– Já e você me assustou.

– Desculpe, bela dama.

– Por nada, caro senhor – e ele me beijou de novo, calmo, apaixonado e carinhoso, ele é assim agora, meu celular estava em cima da cabeceira e estava tocando, a pessoa em lua de mel e a outra vem ligar, eu peguei e atendi.

Ligação on

– Alô, Uhura?

– Carol?

– A vingança é doce.

– Eu já pedi desculpa.

– Não adiantou, mas tem uma pergunta que não sai da minha cabeça.

– Qual?

– Por que vocês dois tinham terminado e brigavam tanto sete anos atrás?

– Eu te conto depois – falei sussurrando.

– Tá, eu te ligo depois.

– Deixa que eu te ligo.

– Tá, mas não esquece, hein, senão, eu sei onde você mora.

– Eu hein, mas eu vou ligar, eu precisava contar mesmo, tinha até prometido a mim mesma.

– Tá, chega de baboseira, tchau amiga.

– Tchau fofa, se cuida, e do bebê também.

– Eu já disse que eu vou.

– Isso foi ontem.

– Tchau – ela desligou.

Ligação off

– Quem era?

– Carol.

– E o que ela queria?

– Vingança.

– Porque?

– Lembra, que eu te falei, que eu tinha atrapalhado ela na lua de mel dela com o McCoy, porque liguei umas três vezes em momentos inoportunos.

– Lembro.

– Pois é, vingança....

– Ah – agora que foi entender – isso esclareceu tudo.

– Que bom.

POV Mia

– Que bom que está aqui, Mia – Carol disse assim que eu cheguei à casa dela, eu tive que ir até o meu apartamento, trocar de roupa e resolver um problema com minha missão, gente eu tinha dito que a infiltração tinha acabado, pois é, não acabou não, voltei a ativa.

– O mínimo que eu poderia fazer por você nesse momento.

– Obrigada.

– Você disse que o McCoy pode estar vivo, não disse?

– Sim, ele pode estar, não é impossível, é até mais que possível, tem muitas chances de ele ter sobrevivido e uma delas é porque ressuscitaram ele, provavelmente.

– Que bom saber.

– Eu também sei que você tem um poder Carol, eu posso sentir.

– Quer ver?

– Sim, adoraria.

– Pronta? – ela apontou a mão para um espelho, como se fosse atirar, e eu balancei a cabeça positivamente – lá vai – ela fez um gesto como se a mão fosse uma arma e tivesse acabado de atirar, e foi exatamente isso, o vidro quebrou como se tivesse sido atingido por uma bala.

– Legal.