O Diário de Uma Garota Perdida escrita por Lost Girl


Capítulo 24
Bomba


Notas iniciais do capítulo

Hey, perdidos. Sim, eu sei que fiquei três semanas fora, mas creio que ninguém sentiu minha falta, não é mesmo? Bom, agradeço profundamente a Mrs CarinA que vem comentando. Não tenho muitas palavras sobre esse capítulo. O título está bem solto comparado a história, mas não pensei em outro. Nos vemos nas notas ;)



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Não estava tocando nada. Eu olhava para o nada. E incrivelmente nada estava acontecendo. A janela estava aberta e o sol mostrava a mim as partículas invisíveis de poeira. Os cadernos de história estavam sobre a cama. Segunda Guerra Mundial. E eu me perguntei o que acontecia naqueles cinco segundos antes daquela bomba cair. Podia ver uma mulher reclamando do trabalho. Crianças correndo. Pessoas andando. Outras dormindo. Pássaros cantando. Tudo perfeitamente normal. Nada estava acontecendo; tudo estava igual. Porém, de repente, pelos motivos mais idiotas possíveis, algo maligno acontece. A bomba é lançada. E nesse segundo, na verdade, tudo acontece. Tudo muda. E então nos próximos segundos, haverá um silêncio terrível. Você não ouvirá gritos. Talvez não veja nada. Mas, nesse momento, o caos prevalecerá de tal forma que todos ficarão sem respostas. A morte reinará. E depois, como se eles tivessem acordado da dor, você ouvirá choros, berros, socorros; pessoas clamando pela vida. Porque dói demais morrer.

O despertador tocou. Apesar disso, eu já estava acordada. Porque não estava mais dando certo. Eu não conseguia mais fugir disso tudo. Eu estava ACORDADA. E tudo que eu mais queria era dormir. Sem sonhos, sem pesadelos. Só queria ficar longe disso tudo. Mas, você não tem muitas escolhas quanto a isso. Suspirei, fechei os olhos e o drama, falsidade e um novo dia começavam.

Fiz tudo o que eu deveria lentamente e quando saí de casa, eu estava atrasada. Meu pai está brigando comigo. Chamando-me de irresponsável. E eu acho que eu deveria ficar chateada. Reclamar que eles são uns bostas. Mas, eu não conseguia. Estava cansada demais para explicar que eu não queria ir à escola, que nada daquilo fazia sentido ou qualquer outra desculpa para os meus problemas.

Então murmurei um “desculpa” mesmo quase inaudível. Provavelmente, meu pai não entendeu exatamente o que eu disse, mas aceitou aquilo e calou-se. O ano estava acabando e com ele, o verão deveria começar. Porque é o que se espera – eu esperava- que depois de um rigoroso inverno e da torturante primavera, viesse o verão. Mas, hoje o clima estava cortante. Amanheceu nublado, com uma leve garoa, e com uma ventania que sussurrava dentro dos meus ouvidos que eu deveria ter continuado em casa. Dei um longo suspiro. Quanto tempo mais eu aguentaria tudo aquilo?

***

E quando deu uma hora e trinta e dois minutos, eu finalmente voltei para casa. Mas, eu ainda sentia algo estranho. A porta do meu quarto estava fechada – e trancada-, não me dei ao trabalho de abrir as janelas. Por isso, o ar ficaria cada vez mais denso. Mas, eu não me importava. Não com aquilo. Estou deitada na cama. Olhando para o teto. E o algo estranho a que me referi me perturba.

O tempo vai passando. Meus olhos pesam e minha alma vai embora de novo. Então, vem aquele pesadelo. Não sentia medo, mas angustia. E eu acordava. O tempo passou. Meus olhos abriram e minha alma ainda não voltou... E eu estou cansada. De verdade. Porque eles falaram que ia passar. FALARAM PORRA! E nada está passando.

Estou vivendo um drama que me afoga, que me sufoca e que me faz companhia em meio ao caos. Que bosta de vida é essa? Até quando terei que fingir que está tudo bem, terei que inventar palavras para descrever algo que eu não sei, imaginar coisas que não vão acontecer?E nada vai embora. Nada! Todo mundo me deixou sozinha e agora, eu estou presa a isso. Entende? Quer dizer, eu só queria dizer que as coisas mudaram, mas não. Elas continuam iguais. Estou na merda e tudo vai ficar bem. VAI FICAR BEM TEU CU.

Absolutamente isso. Quantos dias mais eu vou ter que viver enquanto me matam?

Eu berro por dentro. De verdade. Mas, meu quarto está em silêncio. E talvez, eles esqueceram. Porque não há mais choros, não há gritos e muito menos socorros. Eles jogaram a bomba e foram embora. E eu permaneci em caos,enquanto todos fingiam que estava tudo bem. Era isso.Todo meu drama, uma parte da minha vida. Agora eu vou jantar, porque saco vazio não para em pé. Claro que não.


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Notas finais do capítulo

E então, cobre demais? Certo, estou demorando por que realmente tive provas e livros para ler e como ninguém estava comentando mesmo ( exceto a Mrs CarinA), eu relaxei. Notavelmente, Wendy surtou ai no meio do capítulo e espero que vocês me falem algo sobre isso. Ou sei lá. Na boa, estou bem cansada de pedir comentários e qualquer outra coisa. Eu amo lê-los, mas ninguém está bem ai. Então, vou indo mesmo. Mil Beijos.