O Diário de Uma Garota Perdida escrita por Lost Girl


Capítulo 15
O que restou


Notas iniciais do capítulo

Hey, perdidos. Como vocês estão? Certeza que é #bolados. Milhões de desculpas pelo chilique do capítulo passado e por simplesmente ter sumido por duas semanas. Tudo por conta das provas, da escola e de uma falta de inspiração e criatividade para escrever algo decente. Bom, apesar desse tempo todo, volto com um capítulo MERDA. Merda mesmo. Desculpem-me por isso. Mas, vamos direto a parte feliz da história. Tenho que agradecer a: Lília Saboya pelo comentário e por favoritar a fic, a Hanna Marin que comentou SEIS vezes os últimos seis capítulos, a MrsCarinA que comentou o capítulo passado e tentou recomendar a fic ( Não recebi a recomendação :/) e a gabriella que comentou pela primeira vez no capítulo passado. Muitíssimo obrigada pelo apoio de cada uma de vocês. De verdade. Eu só tenho a agradecer mesmo :)) Bom, partiu ler?



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Meus olhos rolavam pela sala de maneira tediosa. Meus dedos batiam na mesa ecoando e deixando as pessoas ao meu redor desconcentradas e xingando meu ser com todos os nomes inventados pelo ser humano. Eram vinte para as dez horas e faltavam apenas dez minutos para sairmos daquela sala de aula e curtir a falsa liberdade que nos é dada. A folha que Lúcia havia distribuído minutos antes foi deixada de lado em meio ao meu caos.

Era como se houvesse uma corda em meu pescoço e eu fosse ficando sem voz e sem espaço. Como se o tempo estivesse me esperando, mas eu me sentisse atropelada por ele. Uma confusão infernal em minha cabeça e eles ainda querem que eu responda para que os gêneros servem. Meus dentes começam a se chocar e apesar de estar frio, eu sei que não é por isso que eles estão assim.

–Vocês tem mais cinco minutos!- Lúcia anunciou, assustando-me. Era tudo devido ao medo. Ele simplesmente toma conta de qualquer brecha que você dá. E, não tem como bater a porta na cara dele. Por mais que você se esforce e lute contra isso, tudo é em vão! Ele te domina e te mata aos poucos, parecendo com um suicídio, mas não é. Aquela corda foi puxada por algo que não podemos controlar.

Suspiro alto e escorro pela cadeira. Os ponteiros do relógio pareciam simplesmente não ir para frente. O sinal tocou, finalmente, e Lúcia recolheu as folhas sem pudor. Chutei qualquer coisa e deixei que ela levasse o resultado disso. O recreio havia começado e todos ali presentes falavam sobre a prova, o jogo, Pedro e qualquer outra coisa. Eu estava em silêncio, apenas digitando uma narrativa travada e sem total nexo.

Minha cabeça estava sendo socada. E aquela falação desnecessária me levou ao banheiro. O único lugar na escola onde você se encontra sozinha. Exceto quando você é menina, porque tem sempre duzentas pessoas além de você no banheiro. Porém, hoje eu estava sozinha. Uma região mais clara na parede destacava a falta do espelho. Provavelmente, foi quebrado. Só que quando você se quebra, não fica nada mais claro. As coisas ficam densas de tal forma que a única coisa que você sente é a solidão.

–Finalmente um banheiro vazio!- uma sombra se aproximou. Desta vez, porém, sem assobiar.

– Pensei na mesma coisa, Anne.- disse sorrindo. Rever as pessoas é quase como colar uma parte do espelho. Na maioria das vezes, é bom.

– E aí, foi bem na prova- disse fazendo aspas no ar- da Lúcia?

– Com certeza. - ironizei. Ela deu risada e eu acompanhei. – E você?

– Para mim, estava fácil. Mas, até ai, eu posso ter ido mal.- disse sorrindo.

– Bom, eu tenho que ir para cantina. Você sabe como ela enche... - comentei, tentando ir embora, não nego.

– Ah, eu vou com você. - e lá fomos nós na cantina. O silêncio certamente foi absoluto. Nós nunca fomos amigas. Um dia, nós conversamos. Mas, depois desse dia, a gente nem se olhava. Eu sem sequer pensava nela. Meus dentes continuavam a se chocar. Estava ventando para caralho e Anne não estava nem ai.

– Não está com frio?- perguntei.

– Sim, mas é como se o vento soprasse meus problemas para longe.- Fechei os olhos e não senti nada. Acho que quando tudo está acabado, as coisas são diferentes. Os problemas se tornam concretos, enfrentam o vento e quebram-no como quebraram a mim. Eu não consigo afogar meus demônios, porque eles sabem nadar. Escutei isso em algum lugar. Isso nunca fez tanto sentindo.

– Eu preciso ir.- disse, afastando-se de Anne. Subi as escadas e voltei ao banheiro. Deserto e perfeito. Encostei minhas costas no lugar do espelho. Aquele vazio branco se completava a minha escuridão cheia. Meus olhos ardiam e tudo voltava a minha mente como flashes. As lágrimas escorrendo e queimando a mim mesma. O sangue vermelho escuro explodindo em minhas veias. Um belo domingo onde eu estava quebrada, sufocada e cansada.

Minha cabeça bateu contra parede. Não senti nada. Há tempos eu não sinto nada. Como tentar escapar de uma cova funda. Inútil. Minha mão vai ao pescoço tentando me soltar dos problemas. Novamente, inútil. Minha cabeça vai ao joelho. Sinto minha visão ficar turva. Não são lágrimas. Meus olhos só querem escapar. O sinal toca e novamente, eu me fecho. Levanto do chão e lavo o rosto. As vozes tornam-se mais altas. Bato a porta e saio do banheiro, deixando a mim mesma junto ao que restou do espelho.


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Notas finais do capítulo

E aí, acharam um cobre? Capítulo curtinho, eu sei. E esta mesmo um cobre, portanto nem pedirei comentários. Temos uma relação com o trecho "uma sombra se aproximou. Desta vez, porém, sem assobiar." e o capítulo 02: "Sinto uma sombra ao meu lado assobiar. Levanto a cabeça e me deparo com Anne.". Além disso, a frase que ela escutou em algum lugar (Eu não consigo afogar meus demônios, porque eles sabem nadar) vem da música "Can you feel my heart" da Bring Me the Horizon ( I can't drown my demons, they know how to swim.) Novamente muito obrigada a todos que leram o capítulo passado e as meninas que comentaram. Muito obrigada mesmo. Nos vemos em breve... Eu espero. Mil beijos :))
Fuii!!