Até o fim escrita por Isabella Cullen


Capítulo 4
O passado que condena


Notas iniciais do capítulo

Amores dois capítulos para aquecer essa noite fria... e conversamos no final do próximo capítulo.



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– Acho isso um absurdo Sue, você precisa conversar com Isabella.

– Billy, não tenho muito o que fazer. A decisão é dela.

– São investimentos importantes, ela não pode se desfazer deles assim. Tenho certeza que Reneé não iria aprovar isso! – Billy estava nervoso na mesa de jantar.

– Você vai acordar as crianças, fala baixo!

– Desculpa, é que não entendo.

– Ela não está conseguindo administrar tudo, fica confusa... e é só uma ideia ainda. Ela não colocou nada em venda.

– Posso conseguir um administrador muito bom.

– Hum... ela não queria isso. Mais gente para cobrar e vigiar.

– Ele é honesto, você o conhece, esteve conosco na festa de natal do ano passado.

– Muita gente esteve aqui no ano passado.

– A esposa dele é gerente de marketing da Imporium

– Ah... – Sue tentava arduamente lembrar, mas só consegui ver rostos sem nome.

– Peça para Charlie puxar a ficha dele.

– Boa idéia, Isabella ira confiar nele se Charlie aprovar.

– Vender... isso é quase um suicídio econômico nos dias de hoje, algo tão lucrativo!

Sue revirou os olhos com os pensamentos do marido, ele era realmente muito atento aos investimentos de Isabella, dava sempre opiniões muito consistentes e certeiras na maioria das vezes. Só que Isabella estava ficando muito enrolada nas últimas semanas e isso não a deixava com muita escolha.

Duas semanas tinham se passado desde o encontro na praia e ela não tinha testado a sorte e ido mais longe que o de costume de novo, quando tinha uma sensação que iria encontrá-lo nem saia. Uma pena, foram duas semanas de um calor quase insuportável. Ela resolvia pintar num pequeno atelier que tinha montado em um quarto de hóspede. O número dele estava na agenda do telefone, mas não tinha certeza do que dizer e depois se passaram muitos dias e ele provavelmente não se lembrava dela. O que não era uma verdade, Edward andava inquieto, a saída repentina dela deixou mais que uma curiosidade, deixou uma vontade não acabada. Ele não sabia exatamente o que fazer, ela era diferente e isso o deixava sem chão. No geral, não tinha problemas com mulheres, elas simplesmente se derretiam ao vê-lo e ficavam com ele até ele enjoar de brincar com elas. Essa exercia sobre ele algo inexplicável, suas opiniões doíam e ele fica pensando nas curtas conversas que tiveram. Os dias passaram a ser mais tediosos depois que ela chegou, passavam devagar e sentia falta. Falta de algo que nunca teve e isso era o mais estranho para ele. Há uns dias ele observava a mãe organizar um evento grande, ela estava muito ocupada com telefonemas e confirmações. Eles quase não conversavam, mas achou necessário talvez saber mais sobre Isabella através da mãe. Ela conhecia todo mundo bem demais.

– Hum.. mãe posso falar com você? – Esme estava andando pelo escritório pensativa. Ela observou Edward antes de responder.

– Entre filho.

– Você está com tempo? Posso voltar outra hora se você quiser.

Ela ficou olhando o filho outra vez, ele estava no mínimo estranho. Envergonhado demais, talvez um pouco ansioso. Os olhos da mãe encarando ele o fizeram perder a vontade, como falar sem realmente mostrar mais do queria?

– Estou com uns problemas nas mesas, ocupada não é a palavra certa. Pensativa. Mas queria saber o que trás você aqui. Não deveria estar na faculdade?

– Hoje não tem aula, o professor avisou que ia operar no início do semestre.

– Ah...

– Fecha a porta.

– Não precisa, não é tão pessoal assim. – ele ficou mais tenso. Ela iria perceber.

– Sabe a menina que se mudou?

– Isabella Swan Dwyer.

– Sim, eu queria saber se você conhece ou sabe sobre ela?

Esme lembrou-se do acidente com o carro e ficou irritada.

– Você quase acabou com ela e o carro.

– Essa mesmo.- a voz abaixa deixou Esme intrigada.

– Você não resolveu a história?

– Sim.. já paguei.

– Muita irresponsabilidade sua!

– Mãe... responde por favor. Você já falou disso o suficiente para minha vida inteira.

– Bem.. ela é filha de uma prima de Sue , ela morreu a pouco tempo. Ninguém parece conhecê-la, só a Renné. Há uns anos ela se mudou e só vinha em Los Angeles poucos meses, dava muitas festas na sua casa. Nessa que ela está morando. Era muito conhecida na época, mas sumiu da noite para o dia.

– Ela não tem parentes aqui?

– Bom, a irmã de Reneé era freira e o ex-marido também mudou-se depois do divórcio. Mora em Paris com a nova esposa.Charlie é o nome dele, um homem muito reservado, achp nunca gostou do jeito da ex-esposa... não sei.. isso é boato...eles também dizem que eles ainda estavam juntos quando ele se casou.. isso e fofoca...

Aquilo não dizia muito dela, ela nunca morou aqui.

– Agora me responda uma coisa. – Esme estava com a voz firme e os braços cruzados. Edward sabia que vinha uma bomba. – O que você quer com essa menina? Olha, não quero mais confusão!

–Mãe só queria saber... eu.... não quero nada!

As palavras saíram com muita dificuldade e ele percebeu que ou saía rápido de lá ou sua mãe ia fazê-lo ficar mais nervoso do que queria mostrar. Ele saiu quase correndo e não viu o sorriso que sua mãe soltou, talvez Isabella fosse uma boa companhia. Mas não podia deixar que ele simplesmente brincasse com ela como fazia com tantas outras. Enquanto Edward tentava arrumar um jeito de ver Isabella ela estava em sua casa em uma tentativa de se livrar de Alec, mas Sue e Charlie estavam irredutíveis quanto ao segurança.

– Olha Sue isso não está funcionando.

– É para sua proteção.

– Então vamos arranjar outro jeito! Não quero motorista. Vou comprar um carro e vou dirigir, o Alec que vá seguindo se isso deixar Charlie feliz.

– Não é uma má ideia, compramos um GPS e depois... – agora Sue estava falando para si mesma. Isabella ficou aliviada ao ouvir os novos planos para sua segurança, para ela era quase ridículo não poder dirigir sozinha. No entanto, não queria passar por cima de Charlie e Sue. Lealdade ainda não descrevia o que eles tinham por ela, sempre companheiros, sempre preocupados demais. Isso era herança de Reneé, sempre alerta e sempre antecipando. Sue e Charlie seguiam seus passos de uma maneira tão fiel que a fazia lembrar da mãe toda vez que falava com eles, era inevitável não sentir a presença dela nessas horas. Gostava da ideia que a mãe a deixou com anjos fortes aqui. Ria sozinha pensando nas loucuras que Reneé fazia para sua proteção, mas era amor. “O seu nascimento era o meu destino” uma vez ela disse num aniversário e repetiu isso muitas vezes depois, sempre com muita ternura e amor. Perdidas nessas lembranças profundas não ouviu Charlie no viva-voz do telefone no escritório. O seu jeito nervoso alertou que ele já estava esperando a mais tempo do que queria. Charlie não aceitou nada de início e Isabella precisou repetir que iria fazer isso de uma maneira ou de outra, e ele acabou concordando com sérias exigências do modelo e acessórios. Tudo um exagero sem fim, ela pensou antes de desligar.

Quando percebeu já estava na hora do curso, iria chegar atrasada. Mas Alec já estava na garagem quando Isabella entrou, ela sorriu e pensou que agora faltava pouco para aquilo acabar. No estacionamento ela ficou enrolada com as apostilas e uns documentos, acabou pegando tudo e foi para o lado do campus. Havia mais gente que na última aula, agora estavam tendo aula teórica, nada interessante o suficiente para deter sua atenção. Fez uma ou outra anotação para não ficar parecendo desinteressada. O aniversário dos gêmeos estava chegando e ficou pensando nos presentes, haveria uma festa em um salão, mas queria dar algo realmente especial e diferente para cada um. Até mês que vem ela pensaria em alguma coisa. E mês que vem seria menos um mês e a euforia dos presentes desapareceu, ela iria para Londres. A cidade que ela tanto amava não tinha mais os mesmo atrativos de antes, nada tinha. Pensou em Edward, queria falar com ele antes de ir, realmente conversar com ele. Lembrou-se da praia e o imaginou jogando de novo, seu corpo e sua voz. Ela não deveria ficar assim por ele, não por ele. Nos últimos dias o que mais a chateava era gostar dele, uma pessoa tão irresponsável e descuidada. Ela lutava contra isso como podia, mas era quase impossível não estar em casa numa sexta e imagina-lo bêbado ou cercado de meninas. Deveria aceitar o fato dele ser assim e continuar o mais longe possível, isso fez com que ela não ligasse pelo menos a desestimulou um pouco. Iria jantar com Sue e Billy num restaurante, mesmo sem muito ânimo foi porque queria ver os meninos, estava tão cheia de trabalho que não os via como gostaria.

– Dinda!- Gritou Seth quando viu Isabella na porta esperando por eles.

– Dindinha! – Leah falou logo atrás.

Os dois correram e abraçaram deixando ela desequilibrada. Sue e Billy riam olhando para a cena irônica. Sue não conseguia controlá-los depois que eles viam Isabella, estavam muito apegados.

– Isabella um dia eles derrubam você! – Billy disse sorrindo vendo a alegria dos filhos.

– Vamos entrar, a mesa está reservada. E vocês dois... se comportem! – Sue tentou ser firme, mas eles ainda estava, sufocando Isabella que ria e ajudava na brincadera.

Eles entraram no restaurante um pouco cheio para terça e o foram logo sendo levados para uma mesa no fundo, Billy detestava ficar onde todos podiam vê-lo e ser obrigado a não ter escolha se não falar com todos que entravam ou saiam. Discrição era quase uma regra, detestava restaurantes badalados ou festas super lotadas de repórteres ou artistas. Esse restaurante era algo bem íntimo e discreto, vinham sempre que podiam e já eram conhecidos. Como o cardápio já era um pouco conhecido Isabella confiou nas escolhas de Sue para não demorar muito a pedir, com isso pode ouvir as histórias dos meninos. Tinha perdido muita coisa nesses dias e eles queriam falar de um passeio e da semana de provas que eles estavam tendo, foi nesse momento que ela percebeu dois olhos a encarando de longe, mais exatamente a duas mesas à frente. Ela por uns instante encarou surpresa, e depois desviou quando as emoções vieram como uma corrente que a fizeram se desconcentrar totalmente e abaixar a cabeça.

Aquilo não podia ser real, Edward ali com a família na mesa. Isabella precisou de uns minutos para se acalmar e permanecer na conversa que estava agora em outro rumo. Quando as entradas foram servidas olhou discretamente e viu a mãe dele, o pai e a irmã mais nova. Para Edward estava sendo um momento perfeito, ela estava ali e poderia falar alguma coisa ou até mesmo ter uma oportunidade. Não a via desde a praia quando ela saiu inesperadamente e ficou inquieto demais com a proximidade. Será que ele teria alguma oportunidade? Esme percebeu a mudança no filho e não entendeu a direção que os olhos dele iam com muita frequência, mas foi discreta o suficiente para não mencionar nada. Quando pode se virou como se fosse pegar algo na bolsa que estava atrás e olhou para a mesa. Reconheceu Sue e viu Isabella, ela estava brincando com os filhos de Sue. Rapidamente voltou para sua posição anterior e retomou um assunto com o marido com se não tivesse feito nada demais a não ser procurar algo que sabia que não estava lá.

Isabella retomou a conversa e ficou brincando com os gêmeos, tentando não encarar de novo. Só olhava discretamente e percebeu a semelhança dele com o pai, numa outra olhada ela viu a beleza da irmã, parecida com ele também. Muito alegre e falante. Não tinha como eles se falarem, eles iriam embora antes dela. Ela ainda estava no prato principal e eles já tinham pedido a conta. Ela ficou triste pensando nele indo embora, queria não admitir que não estava sentindo aquilo, mas não havia outro jeito.

Edward queria ir a mesa cumprimentar Isabella, mas não sabia como reagir as outras pessoas. Desistiu quando pensou que só iria lá para cumprimenta-la, queria mesmo era conversar sozinho, saber mais dela e... Bom isso seria pedir demais. Ainda tinha a dúvida latente da saída dela, será que não gostava dele? Quando estavam levantando da mesa Esme mudou o rumo da noite.

– Olha amor, Billy e Sue. Preciso agradecer a ela pelo maravilhoso trabalho com minha secretária.

Sem olhar para Edward ela se dirigiu a mesa de Isabella. Edward ficou surpreso e viu os olhos arregalados de Isabella e tentou parecer casual. Isabella não conseguiu parecer nada além de surpresa. Esme não olhou para ninguém além de Sue e ela levantou-se quando viu Esme se dirigir.

– Não poderia sair sem agradecer o brilhante trabalhado que fez com minha secretária. Eu estava realmente pensando em demiti-la. Muito obrigada Sue. Conhece meu marido?

– Acho que fomos apresentados na época.

– Claro que sim. Ótimo trabalho Sue, ela melhorou mesmo. Até eu estou me aproveitando da secretária.

– Essa era ideia. – Sue riu – que bom que pude ajudar. Foi realmente um prazer. Esses são meus filhos, Leah e Seth – eles acenaram e voltaram a conversar – meu marido Billy e Isabella.

Isabella levantou-se e cumprimentou a todos tentando ser o mais natural possível.

– Acho que já nos conhecemos não é Isabella? Infelizmente não foi na melhor das ocasiões. – Ela sorria amigavelmente.

– Eu nem me lembro mais disso.

Apesar de não entender muito bem Sue e Billy não fazem perguntas e Edward ficou paralisado com a fala da mãe.

– Não queremos incomodar ninguém. Por favor, continuem a noite. Depois te ligo para conversarmos melhor Sue, ainda tenho algumas dúvidas sobre como contratar uma nova secretária e espero uma indicação sua.

– Tudo bem.

Eles se olham uma última vez e Edward se foi com a família. O coração parecia estar tendo algum problema porque batia rápido demais, Sue olhou discretamente para Isabella. Billy também percebeu aquilo.

– Você conhece Esme? – Sue perguntou ainda encarando Edward;

– Bem... não... – ela precisava retomar um tom normal. Respirou fundo. – O filho dela bateu no meu carro, não lembra?

– Foi ele?

– Sim.

– Esse é o Edward, o que poderíamos esperar? – Disse Billy com um ar de desaprovação. A curiosidade bateu forte e foi mais forte no final.

– Vocês o conhecem?

– Ele é conhecido por esse tipo de acidente, ano passado bateu com o carro num poste. Por sorte não se machucou. Ele faz faculdade e até parece um garoto normal quando está sóbrio, mas os boatos de namoradeiro e encrenqueiro o seguem. – Billy continuou sua entrada sem mais comentários.

Isabella estava infeliz com aquele comentário. Tudo que ela havia pensado era verdade, Edward não devia ser mais que um rapaz mimado e sem nada para fazer. Provavelmente iria acabar em mais algum acidente daqui a uns meses. Era realmente triste pensar que alguém cheio de possibilidades poderia viver uma vida tão vazia, deveria não pensar mais nisso e nem nele. O jantar passou mais lento depois daquilo, não conseguiu dar tanto as crianças depois, ficou meio aérea e nitidamente mais triste. Ficou feliz de estar em casa sozinha e não ter que ficar dando satisfação, pensou nele mais que queria e adormeceu no sofá da sala.


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