Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 8
De Volta à Superfície


Notas iniciais do capítulo

Celine e Madame Giry decidem que já é hora de a moça voltar a conviver com outras pessoas. Conseguirá a garota superar seus medos, e levar uma vida normal?



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POV Celine

Uma semana depois do beijo entre ela e Erik – semana durante a qual se havia entretido com livros, desenhos e aulas de música – Celine e Madame Giry haviam decidido que já era hora de a jovem voltar ao convívio com outras pessoas. Depois de três anos sendo humilhada publicamente, ela tinha medo de pessoas, e não seria no isolamento da Casa do Lago que perderia este medo.

Estava tudo decidido: Antoinette a levaria ao teatro para trabalhar como auxiliar de figurino e maquiagem, uma vez que as habilidades da jovem com costura e desenho eram notáveis; com o tempo, ela poderia passar a produtora de figurinos, maquiadora ou cenógrafa, mas isso levaria algum tempo. A moça ficaria no alojamento das bailarinas mais velhas, cujas idades eram próximas à dela.

O único insatisfeito com o arranjo era Erik. O Fantasma se havia acostumado à presença da mulher em sua casa, e não queria voltar à velha solidão. Por mais que soubesse ser necessário à moça retornar ao convívio social, não poderia deixar de sentir falta daquela voz agradável, das palavras sensatas, da risada gentil; e ele deixara aquilo bem claro para ela.

Com pena do Fantasma, Celine lhe prometera retornar à Casa do Lago sempre que possível, e assim o faria. Jamais quebrara uma promessa, e não começaria a fazê-lo agora; mesmo porque ela também sentiria falta da presença constante de Erik, com sua capa negra farfalhando e sua voz sonora ecoando pela Casa do Lago.

Trajando um vestido simples, dado a ela por Madame Giry, a garota reuniu seus poucos pertences: algumas camisolas, duas ou três mudas de roupa, escova de cabelos... A flauta que Erik lhe dera, ao perceber que, se a jovem tinha um grande talento para o piano, era um verdadeiro gênio com a flauta. Ela não tinha como agradecer ao Fantasma por aquele presente, nem a Madame Giry e Meg por tanto cuidado e dedicação.

Quando Celine terminou de guardar suas coisas numa bolsinha dada a ela por Meg, Erik guiou as três mulheres de volta à Ópera Populaire, usando um caminho que não passava pelo lago. Para a adolescente morena, aquelas passagens eram algo empolgante e maravilhoso, e ela jurou a si mesma que, um dia, as conheceria tão bem quanto o Fantasma da Ópera. Meg, por sua vez, encolhia-se para fugir das teias de aranha, e mal sufocou um grito quando um rato passou correndo à sua frente. Pobre Meg... Tão medrosa!

Após serem deixadas por seu lacônico acompanhante bem à entrada do teatro, as três agiram conforme o combinado: Antoinette apresentou Celine aos diretores do teatro e, sem grandes discussões, conseguiu que a moça fosse incorporada à vida nos bastidores. As bailarinas acolheram a recém-chegada com entusiasmo – entusiasmo excessivo, na opinião desta, que teve de lutar contra a vontade de sair correndo ao ser abraçada por cada uma das seis jovens que compartilhavam aquele dormitório – e lhe mostraram qual seria seu leito: era uma cama simples, como as demais, mas macia e quente. Para quem dormira no chão por três anos, era deliciosa.

Após quase meia hora de conversas, perguntas acerca de sua história – das quais Celine se esquivava – e apresentações, a menina estava a ponto de cair no choro. Era uma pressão psicológica grande demais para quem, nos últimos anos, só recebera insultos e agressões. Madame Giry percebeu o medo da garota, e mandou as bailarinas saírem e voltarem aos ensaios.

Uma vez sozinha com Madame Giry no alojamento, Celine murmurou:

– Obrigada.

– Não há de quê. Eu vi que você estava à beira de uma crise de nervos.

– Estava, mesmo. – Ela acabou de guardar suas coisas na cômoda ao lado de sua cama – Bem, vamos lá?

– Acha que está preparada? Você pode começar amanhã.

– Não vou estar menos assustada amanhã. Tenho de começar, então, prefiro fazer isso o mais cedo possível.

– Muito bem – Antoinette passou o braço pelos ombros de Celine – Vamos começar?

As duas mulheres deixaram o alojamento: era hora de apresentar a adolescente às pessoas que, agora, seriam não apenas suas colegas de trabalho, mas também sua família.


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Notas finais do capítulo

Como vocês acham que Celine irá lidar com a volta a uma vida "normal"?
Não se esqueçam de deixar comentários!