A Busca escrita por Lola


Capítulo 6
Respire


Notas iniciais do capítulo

aah desta vez demorei um pouco, mas é porque eu estou ( estava, porque obviamente já consegui escrever o capítulo) sem inspiração! Mas eu consegui!! ahaha



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–Você precisa sair da minha cola, Alex. - eu digo pela décima segunda vez em um dia.

Estamos parados no meio do corredor do colégio discutindo como um velho casal de namorados. Eu seguro meus cadernos junto ao peito, mas o que quero fazer é joga-los para o alto. Isso já é ridículo. Alex veio para o colégio conosco, em sua Harley preta e brilhante. Seria ótimo ter um guarda costas tão bonito e musculoso, mas não se ele te trata como algo que pode quebrar.

–Sua avó disse que é para mim te proteger bem, Ana.- ele diz, encostado na parede.

–Estou bem, Alex. Tebeus deve estar a quinhentos quilômetros de distância. -eu sussurro, enquanto as pessoas nos observam.

Alex olha para o chão.

–Minha família o estava observando. Na última vez que o viram, uma semana atrás, ele estava na fronteira do estado. -ele diz, murmurando. -Mas o perderam.

Eu não queria ser irônica, mas saber que eles haviam perdido de vista o homem que me queria para um propósito estranho e mortal me fazia querer ser muito, muito sarcástica.

–Ótimo. -falei, trocando meu peso de perna.

Alex riu, o que me deixou mais leve. Seus olhos azuis cintilaram quando me encararam e ele disse:

–Eu fiz uma promessa, Ana. Vou te deixar segura, e você vai tentar cumprir sua parte do trato.

Minha parte do trato. Nada fácil.

–Tudo bem. -murmuro, aprumando o corpo. Agito meu horário de aulas no ar e completo: -Aula de história agora.

Nós andamos até a sala calados, mas sinto sua presença ao meu lado tão forte que simplesmente me sinto segura. Nos sentamos em cadeiras perto, uma atrás da outra, e eu espero o professor chegar na sala. Parece que todos nos olham, e tento me concentrar no meu livro de história, mas vejo que pareço patética quando percebo que ele está de cabeça para baixo.

–Olá!

Levanto a cabeça e vejo um homem a frente da sala. Ele é alto, têm a barba castanho clara curta e bonita, e seus olhos têm um tom de folhas mortas. Usa uma camisa branca e calças jeans. Posso ouvir os suspiros da alunas no fundo da sala, e elas têm razão.

–Meu nome é Tebeus, e sou seu novo professor de história. -ele diz, a voz suave.

Droga.

Não tive tempo nem de pensar. Alex se levanta tão rapidamente que só vejo seu vulto, ele me pega pelo braço, por cima da minha blusa de frio e me arrasta da sala. Posso ver um sorriso cruel surgindo no lábios de Tebeus.

Irrompemos pelo corredor, Alex com os olhos atentos e perigosos. Eu estou simplesmente confusa, não sei como agir.

–Meu Deus! - Alex murmura, agarrando seu celular.

–Olá, Ana. -Tebeus diz, surgindo na porta.

Alex se posiciona ao meu lado, ainda me segurando. Ele parece disposto a qualquer coisa.

–Relaxe, Alex, só estamos conversando. -Tebeus fala, cruzando os braços.

–Fique longe dela. -Alex sussurra, mantendo os olhos em Tebeus.

Eu avanço um passo. Não sei porque estava nervosa. Eu posso mata-lo com um toque, ele que devia estar nervoso, ele que devia estar tremendo. Não eu.

–Não, fique perto. Fique tão perto de mim que eu possa te tocar, e aí, ver você morrer aos meus pés. - digo, com um olhar de desprezo instalado no rosto.

Tebeus ri, e ignoro como seus olhos se iluminam.

–Eu sei o que você pode fazer, Ana. É por isso que estou aqui. - ele diz.

–Você sabe o que eu posso fazer? Ótimo. Então fique longe de mim.

Eu não sei de onde toda aquela coragem saiu, mas eu estava me sentindo indestrutível.

–Acho que não vai funcionar assim, querida. -Tebeus sorriu, avançando um passo.

Ele não tinha medo, queria falar. Ele não tinha medo de mim.

Mas devia ter.

–Tudo bem. - falo, dando as costas a ele.

Eu e Alex andamos lado a lado, e Tebeus grita:

–Você não poder se esconder, Ana!

Eu sei disso, penso. Mas por enquanto, quero pensar que posso vencer, apesar de saber a verdade.


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