Sábado, 07 de setembro.

–Mano? Mor? – Hã? – disse eu abrindo os olhos, estava deitado em meu quarto, quem falava era o Ed. – Mordred? – é aquilo me assustou, não era a voz do Ed e eu achei que a conhecia, mesmo de longe mais conhecia e aquilo me deixou meio que maluco. - Você tá bem Mor? – Perguntou o Ed, me olhando com uma cara de assustado. – Estou sim Ed, mas o que aconteceu? E... – Você não se lembra? Você surtou do nada, deu um grito e quando vimos você estava caído lá no chão! Tirei por uns instantes os olhos do Ed e olhei para o lado e lá estava Anthony Hastings sentado na cadeira dentro do meu quarto me olhando, aquilo era muita loucura, primeiro o Ed brigando com ele por minha culpa, depois isso, os dois dentro do meu quarto. – Não, não me lembro disso! – Acalme-se Mordred! – Disse o Anthony! O Ed olhou para mim com uma cara meio que me dizendo que aquilo era estranho ele sabia, mas que também era uma longa historia, olhei para ele questionando-o sobre aquilo, ele balançou a cabeça e fez sinal que depois me contaria tudo. – Agora que ele acordou eu já vou indo! – Hey Anthony! – Oi, Mordred! – Você pode pedir para a Miranda vir aqui hoje? – Sim, posso sim! Aquela foi a nossa primeira conversa, se assim posso chama-la, desde que o conheço, eu frequentava bem raramente a casa dos Hastings, mas de todos os membro da família o Anthony era um dos quais eu mantinha menos contato, afinal além de nossas famílias não se darem muito bem, ele era mais velho e na escola era o tipo de garoto com o qual eu não me misturava, logo depois ele foi embora, ele saiu do quarto e desceu as escadas, o Ed foi atrás dele e quando os dois saíram do quarto eu me levantei e sentei na cama, quando olhei para o lado, para o espelho, algo parecia diferente, não sei bem o que era, mas era como se aquele não fosse eu, ou algo assim era como se não me reconhecesse totalmente, o como se faltasse algo mais em mim, algo que naquele momento eu não compreendia. – Mor? – Oi Ed? – O que está acontecendo com você? – Não sei! – Esses seus desmaios estão estranhos! –Não são nada! – Você deve é estar gravido mano! – Claro, da sua namorada! – Vou te pegar seu sem graça! – Me pegue se você puder! Então o Ed correu em minha direção e se jogou em cima de mim, me derrubando em cima da cama, começamos a rolar, quando ele me travou com uma chave de braço depois me largou, nos levantamos e fomos para a sala assistir mais desenhos, ficamos lá por um bom tempo até que a campainha tocou e eu disse: - Pode deixar que eu vou Ed, afinal da ultima que você foi não foi muito legal! – Seu idiota!- dei língua para ele. Fui até a porta, olhei pelo olho magico e vi que era a Miranda, a irmã do Anthony, ela é minha amiga a muito tempo, desde a pré-escola, meus pais não eram muito fãs dessa amizade, mas foram obrigados a aceitar, abri a porta para que pudesse entrar, ela é uma linda garota, loira assim como o irmão, de olhos azuis, branca, baixinha e com um sorriso meigo, sou viciado em olhar para seus dentes, são perfeitos, super bem feitos. – Oi Miranda! – Oi Mordred o Anthony me disse que você pediu para eu passar aqui! – Foi sim eu pedi! – Observação: desde quando você fala com ele? – Não sei desde hoje! – Nossa, depois quero saber disso e ah, seus pais sabem? – Não e espero que não descubram! – Ok, mas depois quero que você me explique tudo! – Ei o que é que os dois tão cochichando ai? – Gritou o Ed da sala. –Deixe de ser curioso Ed. – Respondi eu. Fomos para a sala e nos sentamos no sofá ao lado do Ed, ele olhou para nos rapidamente, depois voltou para a televisão, aquele garoto é viciado. – Oi Ed! – Disse Miranda! – Oi Miranda! – disse ele sorrindo! Ficamos lá assistindo, depois me bateu uma fome e lembrei que nos não tínhamos almoçado ainda já que tinha desmaiado e tudo o mais. – Ed, vamos comer? – É mesmo, por isso estou morrendo de fome! – Vamos Miranda? – Pode ser Mor! Fomos todos para cozinha comer, ficamos trocando papo e rindo, quase nos engasgamos com a comida e então a campainha tocou, olhei para o Ed e para a Miranda com uma cara de desanimo e resmunguei: - Meu Deus, isso virou brega hoje foi? Toda hora essa campainha toca! - Tenha calma Mor! Disse o Ed. –Você fala isso porque não é você não é? – Quer que eu vá? – perguntou a Miranda. –Não. Não pode deixar que eu vou! Abri a porta eram o Dominik e a Ellen, meus amigos nem entram direito e o Dominik já foi reclamando: - Porque demorou tanto de abrir seu merda? – Cala a boca, se tá achando ruim nem precisa entrar! –Nossa como você é educado Mor! – Te magoei foi Dominik? –Seu besta! – Entra ai pessoal eu estava lá na cozinha com o Ed e a Miranda! – Oi pessoal – Disse a Ellen. – Oi! – Responderam Ed e Miranda. – Como tá lindo? – disse o Dominik para o Ed enquanto bagunçava seu cabelo, o Dominik ama provocar o Ed, eles se conhecem a muito tempo, afinal o Dominik foi o meu primeiro amigo e quando mais novos eu e Ed não nos desgrudávamos. – Sai daqui seu estranho! – respondeu o Ed. – Ah você também não sabe brincar não é Ed? – Falou o Dominik. – Se deu bem hein Ed? Agora vai ter quer ficar ai aturando o Dominik! – Nossa gente vocês falam como se eu fosse insuportável, mas eu sei que vocês me amam! –NÃO! –respondemos todos em coro ao Dominik. Ficamos lá conversando e rindo por muito tempo até o final da tarde quando meus pais e o Phil chegaram, quando estava no começo da noite a Miranda disse que precisava ir para casa, tentei convence-la, mas sem sucesso então meus pais levaram ela, o Dominik e a Ellen para suas casas. Quando eles voltaram trouxeram consigo nossa janta, todo comemos e depois fomos para a sala como de costume, mas quando estávamos indo o Edmundo me pegou pelo braço fazendo com que os outros fossem na frente e nos deixassem atrás e então ele disse: - Mor! Você sabe que não devemos contar sobre o Anthony aqui certo? – Sim, eu sei, mas também não comente nada sobre o meu desmaio, tudo bem? –Fechado então! – Ed sabia que falar que o Anthony esteve aqui em casa, daria problema, muito problema principalmente porque ele estava lá em cima isso não seria nada legal, somos proibidos de deixar o Hastings entrar com exceção de Miranda. Depois disso fomos para a sala e nos juntamos com os outros ficamos lá por aproximadamente uma hora e meia, depois todos subiram para seus quartos. A noite já estava quase no fim, era perto das onze horas da noite, quando ouvi um barulho vindo do quintal, fiquei meio assustado, os cachorros do vizinho latiam, tive medo de ser um ladrão, então me levantei lentamente da cama e fui até a janela, puxei uma brechinha na cortina e olhei para o lado de fora, foi quando vi algo que me fez tremer muito, aquilo me congelou, era algo que eu nunca tinha visto antes, um cachorro enorme de olhos amarelos e então ele percebeu que eu estava ali e olhou para minha janela rosnando e ficando apoiado em suas patas traseiras, gritei da maneira mais alta que já tinha gritado em minha vida, a criatura desapareceu e então vi quando minha mãe entrou no quarto dizendo: - Mor? – Eu tremia muito, estava sentado no chão, com muito medo Mor? O que aconteceu? – A senhora não vai acreditar em mim! –Diga Mordred! Ouvimos um barulho vindo do mesmo lugar aonde eu tinha visto a criatura, minha mãe me soltou e se levantou para poder ir olhar, foi quando gritei: - NÃO! Não vá! Ele vai lhe ver! – Minha mãe me olhou com uma cara de assustada, mas não me ouviu e foi lá ver, quando chegou à janela e olhou para baixo ela gritou: - ALPHONSE! – Esse é o nome do meu pai, ele apareceu correndo na porta do meu quarto, então ela se virou para ele e completou: - Acho que temos visita se é que me entende. Meu pai saiu do quarto, vi quando ele foi em direção ao quarto do Phil e bateu na porta dizendo: - Phil acorde! temos visita! Alguns instantes depois vi quando o Phil entrou no meu quarto com um sorriso no rosto e segurando uma Katana e uma adaga, logo depois meu pai entrou no quarto com um machada e duas pistolas as quais entregou a minha mãe. E então ela disse: - Fique aqui Mordred! – Aonde vocês vão? – Dar boas vindas à visita Mor! – respondeu o Phil. Aquilo me confundiu e me assustou, parecia até que eles sabiam o que estava acontecendo e o Phil parecia gostar daquilo, mas nos tínhamos um animal parecido com um cachorro, do tamanho de um homem com olhos amarelos e que se sustentava em duas patas no nosso quintal, como aquilo poderia deixa-lo alegre? Vi que eles desceram as escadas e vi o barulho de algo entrando em casa, foi quando vi minha mãe atirando – Desde quando ela faz isso? Desde quando minha mãe usa armas?- foi quando vi outra coisa entrando pela porta dos fundos, ia em direção a minha mãe quando o Phil a acertou com um corte em meio ao tórax, nossa aquilo foi chocante, muito mesmo, mas foi em meio a essa distração que ouvi um barulho vindo do quarto do Ed corri sem medo em sua direção e lá estava mais uma das criaturas e o Ed sentado na cama muito assustado a criatura parecia ameaça-lo, parecia que iria pega-lo então eu gritei em desespero: -ED! – ele olhou para mim e disse: - CORRA, MOR! –Não! Respondi, e então a criatura virou-se em minha direção e rosnou como um cão, aquilo fez minhas pernas tremerem, queria sair correndo, mas o Ed é meu irmão e não o deixaria, então a criatura correu em minha direção como quem vinha me atacar, como um cão vai em busca de morder uma presa, olhei fixamente para ele, como quem o desafiava, sem medo nenhum naquele momento e de repente a criatura foi lançada para fora do quarto, pela janela o Ed me olhava com uma cara de assustado, então logo depois nossos pais entraram no quarto e me olhavam com a mesma cara, fiquei perdido sem entender.