Supremacia escrita por Bullet Elf, Gaby Castagnoli


Capítulo 4
Corredor


Notas iniciais do capítulo

Mahoe. 'u'
Desculpa a demora. Realmente, o mundo conspirou contra o capitulo e quase não consegui terminar. Mas esta ai, fresquinho! Boa leitura! 'u'

PS: Dedicando esse capitulo para a MeWritter que recomendou a fic. Muito brigado mesmo. 'w'



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– Estamos ficando sem tempo. O bloqueio fica cada vez mais fraco todos os dias.

– Não podemos permitir que tudo transpareça.

– Quanto menos informação melhor estará o terreno,

– Teremos que fazer algo. Aumente a segurança.

As ordens são claras, e as promessas devem ser realizadas e mantidas.

{...}

As férias haviam chegado, e Ablon já tinha planos para ela. Como sempre, o Colégio se disponibilizou a preparar um programa especial, algo como uma viagem, mas como o habitual de todo ano ainda não tinham revelado aonde iriam. Mas ele tinha apenas uma certeza: seria chato como nas outras vezes.

Antes de ir para o Colégio para o passeio, Ablon foi até a casa de Cassius. Bateu à porta, mas quem atendeu não foi Cassius.

– Oi, posso ajudar? – Era uma mulher baixa, um pouco gordinha, mas irradiava beleza. Seus longos cabelos loiros estavam presos em duas tranças que lhe caiam sobre os ombros.

– Eer... O Cassius se encontra? – foi só o que o garoto conseguiu dizer.

Ela sorriu, um sorriso simpático, e entrou em casa chamando pelo garoto. Alguns minutos mais tarde, um Cassius com cabelo bagunçado e camisa ao contrário saiu.

– Bom dia, Bela Adormecida. – Ablon riu, vendo o estado de seu amigo.

– Não enche ok? Eu apenas acordei tarde.

– Acho que eu percebi. Qual é cara, esqueceu-se da viagem?

– Adoraria.

– Anda cara, vai ser divertido.

– Você diz essa mesma coisa todos os anos. – Cassius sorriu irônico, e percebendo que estava com a camisa ao contrário a retirou e a vestiu corretamente.

– Olha a barriguinha dele.

Cassius riu e deu um soquinho no ombro de Ablon, e ambos caminharam com destino a escola.

{...}

Antes de prosseguir ao Colégio, pararam em uma loja de guloseimas ao lado da loja de armas. Compraram comida o suficiente para a viagem e saíram. Antes de seguir caminho, olharam pela vitrine, admirando as armas.

– Até hoje me pergunto por que tem uma Besta em venda nessa loja. – Cassius ainda estava com os cabelos bagunçados, o que deixava sua aparência confusa ainda mais engraçada.

– Talvez porque seja uma arma.

– Babaca.

– Anda, antes que esqueçam a gente aqui.

Eles viraram, seguindo seu caminho normal. Ablon arrepiou. Sentiu algo roçar-lhe a pele rapidamente, mas quando olhou para trás nada tinha. Apenas folhas sendo carregadas por um rastro de uma brisa

{...}

Quando já estavam dentro do ônibus, o diretor revelou que eles iriam ao Zoológico. Alexis, que estava no fundo do ônibus, bufou e gritou.

– Como se fôssemos crianças para ainda gostar de Zoológico.

Todos deram berros de aprovação, que logo foram reprimidos pelo Diretor. Ele apenas olhou feio para a garota e poupou sua resposta. Em vez disso, começou a explicar como seria a visita.

– Bom, como o Zoo é um local muito frequentado, não poderemos andar todos juntos... – um garoto ameaçou levantar e comemorar - ...mas antes que pensem que estarão livres, vocês irão estar juntos a um guia. Eu dividi vocês em trios, e cada trio terá seu guia. Vamos aos nomes...

Enquanto o Diretor informava sobre os trios, Cassius conversava com Ablon.

– Você acha que ele nos colocou em trios separados?

– Não tenho dúvida. Com toda certeza ele...

–... e o último trio é composto por Ablon, Cassius e Alexis. – o diretor finalizou – Então é isso.

Alexis, que até então estava afundada no banco, levantou com um sobressalto.

– MAS O QUE? VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO!

–Senhorita Alexis, peço que, por favor, abaixe o seu tom de voz. E se você não quiser ficar com seu trio, sinto-lhe informar que você vai ter de ficar no cercadinho de bebês na recepção.

Ela olhou para o Diretor com uma expressão entre incrédula e pasma e voltou a sentar. Ablon e Cassius se entreolharam e Cassius deu um sorriso para o amigo.

– É a sua chance, garanhão.

– Cassius, eu juro que eu ainda te enforco, oferenda.

Passaram o restante do trajeto conversando sobre animes.

{...}

Chegaram ao Zoológico algum tempo depois, e já foram divididos em seus trios. Antes de a visita começar, um homem, que aparentava ser o gerente que coordenava o local, deu uma breve introdução às regras do local.

– Primeiramente, irei desejar que vocês se divirtam. Mas peço encarecidamente que não alimentem os animais, muito menos os provoque. Para manter a ordem e a beleza do local, peço que joguem lixo no lixo, e não no chão ou ambiente dos animais. Tenham uma ótima visita.

Cassius pensou ter vislumbrado um movimento nas costas do gerente, mas percebeu que talvez estivesse delirando, e voltou sua atenção ao guia.

– Vejo que vocês são o trio que irá me acompanhar. – era uma mulher alta, até demais para a média da maioria – Bem, podem me seguir? – ela sorria ao mesmo tempo em que falava, como se estivesse com a mandíbula travada em um sorriso sem fim.

Ablon e Cassius seguiram a mulher, mas Alexis permaneceu parada, encostada na parede. A mulher olhou para trás.

– Vamos, garotinha. Acompanhe-me, caso contrário você vai se perder.

– Não vou a lugar algum com você, muito menos com eles. – um tom de precaução tomava cada palavra que ela pronunciava.

O sorriso no rosto da guia se desmanchou, e ela encarou a garota com seriedade.

– Bom, se você realmente não quer ir, teremos que informar ao seu diretor que ele vai ter que te colocar no cercadinho. – a mulher umedeceu os lábios com a língua, como se estivesse deliciando-se com o que dizia.

– Mas como você... – Ablon começou a dizer, quando a mão de Alexis tampou sua boca.

– Tudo bem, eu vou.

– Ótimo. – o sorriso voltou ao rosto da mulher e ela virou-se, caminhando e adentrando os locais do Zoo – Vocês vão adorar os animais.

Ablon tentou protestar com Alexis, mas a garota já seguia a guia, não tão longe, mas não tão próxima. Ele encarou Cassius, e ambos trocaram olhares confusos, mas decidiram segui-las para não se perderem.

{...}

Primeiramente, a guia mostrou a eles os leões brancos. Cassius amava leões brancos e achava-os animais de rara beleza. A guia prosseguiu, com uma pequena e breve explicação.

– Vocês sabiam que o leão branco é na verdade uma falha genética? Os leões sul-africanos, devido a uma particularidade de gene chamada leucismo, adquire essa coloração. Não é incrível?

– Se eu realmente estivesse interessada, talvez fosse.

Alexis mexia nos bolsos de seu casaco. A guia deu um longo sorriso, e sem perder a postura virou e voltou a caminhar. O trajeto prosseguiu, e eles viram desde tigres, até camelos. De todos, o que Ablon mais gostou foi o Canguru. Amava o modo que eles saltavam, e sentia uma boa sensação quando os via, quase como uma familiaridade. Alexis não estava dando a mínima para o que eles viam ou ao que a mulher falava. O comportamento dela incomodava Ablon. Por que ela era tão chata?

Quando o percurso chegou ao fim, a comida dos garotos já havia acabado e Alexis estava quase dormindo em pé. A guia olhou para eles e encerrou a visita.

– Bem, eu só vou até aqui com vocês. Gostariam de compartilhar algo comigo? – Os olhos da mulher brilhavam, e seu tom era ansioso.

Alexis despertou de seu eu sonolento assim que observou a metamorfose dos olhos da mulher, que se tornaram de um azul intenso, e pulou em frente aos garotos, antes que eles dissessem algo.

– Não, obrigado. Já estamos de saída. – a garota segurou o braço de Ablon e o de Cassius e os puxou para longe. Olhou para trás e viu o olhar decepcionado da guia.

Quando já estavam a uma distância significativa da mulher, Ablon soltou-se do braço da garota.

– Por que você fez isso? Não tivemos nem como agradecer à mulher.

– Eu ajudei vocês. – a garota retrucou – Agora, se me dão licença, não sou mais obrigado a andar com vocês.

A garota virou-se e estava indo embora, quando Ablon segurou seu braço, com pulso firme e forte.

– Antes você vai pedir desculpas para a guia e vai agradecer junto a nós. – Alexis lançou um olhar fulminante ao garoto, antes de soltar as palavras.

– Olha, eu sei quem vocês são. Sei quem sou, e sei quem ela era. E se vocês realmente gostam da vidinha medíocre que levam, acho melhor se afastarem de mim. – ela se soltou e saiu em disparada, correndo para longe.

– Ela é louca.

Ablon ficou olhando, enquanto ela se afastava. Cassius começou a rir.

– Não é sempre que se consegue fisgar o peixe, meu caro.

– O que disse?

– Nada, Ablon. Vamos embora, acho que o ônibus já esta de saída.

{...}

Chegando ao colégio, Ablon e Cassius tentaram encontrar Alexis, mas quando se deram conta ela já estava indo longe. Cassius se ofereceu para segui-la.

– Eu posso tentar ir até a casa dela e arrancar as verdades.

– Tem certeza disso, Cassius?

– Sim! Eu não ia fazer nada essa tarde mesmo.

– Tudo bem. Então aparece lá em casa amanhã, tudo bem?

– Ai Sir! – ele fez uma saudação como um soldado, fazendo a voz do Happy.

Ablon seguiu seu caminho normal. Seu andar era vagaroso e ritmado. Estava pensativo, sobre o sonho que tivera há alguns dias. Sempre o mesmo sonho recorrente, que nada lhe dizia. Meteu as mãos nos bolsos de seu casaco e voltou a pensar. Lembrou-se de Alexis. Aquele jeito de ser que dela surgia o incomodava, lhe dava calafrios na espinha, hora de espanto, hora de atração. Ablon, ao dobrar a esquina, sustentou seu olhar em direção à calçada oposta. A loja de armas que ele havia encarado mais cedo estava com movimentos estranhos. Havia gritos, tanto à procura de piedade quanto a busca de obediência.

– Mantenham as cabeças abaixadas, só quero pegar o que me interessa e sair daqui. – uma voz grossa e autoritária ressoou de dentro do local.

Ablon, não contendo sua curiosidade, encostou a testa na janela e espiou o interior. La dentro viu um homem, forte e com cabelo castanho avermelhado, de pé diante a um grupo de pessoas estiradas no chão, tentando manter a calma. O sujeito virou-se, ficando cara a cara com Ablon, separados apenas pela vitrine. Estava sem armas na mão, um tanto quanto irônico, visto que assaltava uma loja cheia delas. Seus traços grosseiros e rudes, contidos em um rosto que esbanjava vitalidade de um jovem que gosta de aprontar, fizeram com que Ablon se sentisse travado.

O homem deu um passo, e Ablon recuou com dificuldade. Suas pernas ameaçavam lhe trair. Uma adrenalina tomou conta de seu corpo e ele correu. Sem rumo, disparou em direção às avenidas em sua frente. Não olhou para trás e nem para os lados, apenas para frente. Os nervos de sua perna queimavam, mas ele persistia. Quando estava quase virando a esquina, entrando em outro quarteirão, parou de súbito. Como havia chegado ali tão rápido? O homem que assaltara a loja surgiu em sua frente, como um borrão de poeira. Era impossível, nem ao menos ao seu lado havia passado. Era como tele transporte, era desumano. Isso seria possível?

– O-o que? – foi só o que Ablon disse.


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Notas finais do capítulo

Desculpe qualquer erro. ^^'
Gostaram?



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