Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 9
Storm In My Life




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–Você é insistente!- Ulquiorra atendeu o telefone de Orihime. Normalmente não faria isso, na verdade, não faria nada do que havia feito naquela tarde, mas simplesmente, não conseguia se deter, sentia como se seus instintos estivessem-no dominando.- Está nos incomodando. - Ele continuou falando com Tatsuki.

Quem...Quem está falando?– A outra perguntou do outro lado da linha, sua voz havia falhado por um instante e então pareceu forte e séria.

–Quem você acha? - Ulquiorra perguntou cinicamente, a forma como se sentia era como se estivesse embriagado, mal sentia o chão abaixo de si.

A Orihime está bem?– Tatsuki perguntou séria, e ele podia sentir que ela tentava controlar-se.

– É claro que ela está. - Respondeu enquanto mantinha a ruiva afastada.

–Ulquiorra, para com isso!- Orihime tentou, mas mesmo que ele quisesse, não podia, era como se seus impulsos tivessem tomado conta de si de uma só vez e agora era impossível de se controlar.

Se você fizer alguma coisa com ela, eu te mato!– Tatsuki ameaçou.

–Sério? Estou apavorado! - Riu ironicamente.

Eu tô falando sério! Você é um estupido!– Orihime aumentou seu tom de voz, estava irritada, e por alguma razão isso o fez sentir de volta a si outra vez. O que estava fazendo? Seja lá o que estivesse acontecendo com ele, ficar perto dela não traria bom resultado, com toda certeza.

Ele devolveu seu telefone e saiu de lá. Ao menos, não precisaria se preocupar com ela vindo atrás dele dessa vez. Seria melhor para ela assim, no momento ele não seria bom para ninguém e se ela fosse inteligente o suficiente se manteria o mais longe dele possível.

Nas ruas ele caminhava sem destino, sentia-se tonto e não conseguia ver as coisas tão claramente quanto antes. Sentia uma repentina falta de ar e o seu coração acelerar, seguindo por um calor terrível que parecia queimar sua própria pele. Estava tão... faminto? Sim, e mais do que lembrava ter sentido em muito tempo.

As nuvens negras haviam se fechado no céu.

***

Já em seu apartamento, Orihime e Tatsuki mantinham agora um silencio estranho. Orihime sabia que deveria se desculpar com sua melhor amiga, mas como faria isso? Estava tão envergonhada por simplesmente ter deixado as coisas saírem de controle daquele jeito. Ela sabia que Tatsuki estava brava e até mesmo magoada.

Respirou fundo enquanto terminava de servir o chá e levava para a sala, onde a outra estava sentada, em silencio. Sentou-se colocando as xícaras na mesa.

–Valeu.- Tatsuki agradeceu tomando um primeiro gole. Orihime suspirou sabia que cedo ou tarde teria de dizer.

–Tatsuki-chan...- Começou.- Desculpa por não ter te ouvido. - Disse finalmente. A outra suspirou.

–Tudo bem. Pelo menos você tá segura. - Ela disse calmamente.- Aliás, eu até mesmo tive que te seguir por ai que nem uma louca.- Ela riu brevemente. - Mas você já deve saber disso.

–É... e sobre isso, eu sinto muito mesmo, eu não sei o que deu em mim quando concordei em te provocar, correndo com ele.- Ela desculpou-se timidamente.

–Bom, dessa vez– Enfatizou.- Eu deixo passar. Vou considerar um surto de rebeldia.- Riram.

–Ok!- Orihime concordou bem humorada.

–Por falar nisso.- Tatsuki começou já com uma voz mais séria. - Ele também te perseguiu por um tempo. Eu até mesmo pensei em te mandar um sms, mas tive medo de te perder de vista. - Orihime sorriu sem ânimo, lembrou da sensação boa que teve perto dele antes de toda aquela loucura.

–É, eu sei. Ele me contou. - Disse evitando o olhar de Tatsuki do qual ela já sabia, estaria cheio de jugamento.

–E como você consegue dizer isso como se não fosse um problema?- Tatsuki estava brava outra vez.

–Bom, você estava me seguindo e não queria me fazer nem um mal. - Orihime disse sem pensar e imediatamente arrependeu-se. Sabia que era injusto dizer aquelas palavras para alguém que sempre dava seu melhor para mantê-la segura. Mas agora era tarde, não tinha como voltar atrás com palavras já ditas. - Olha, eu sinto muito por ele ter sido um babaca com você, mas fora isso, ele não me fez mal algum... Me irritou, me deixou aborrecida, mas só isso.

–E eu achando que você já tinha entendido que esse cara é perigoso!- Tatsuki levantou-se abruptamente. - Só falta agora dizer que ainda vai atrás dele.- Ela disse pegando sua bolsa.

–Não foi o que eu disse. - Orihime comentou baixo. - Desculpa!- Orihime pediu já de pé, abraçando e impedindo que a outra fosse embora. - Por favor, não me abandone, Tatsuki-chan. - Completou.

Ela sentia que se não pedisse, ela realmente desistiria dela, e Orihime não poderia suportar isso. Desde que era apenas uma garotinha teve sempre Tatsuki ao seu lado, ela era a razão dela não se sentir tão sozinha. Era uma das poucas pessoas que Orihime sabia com certeza que se importavam com ela. Ela sentiu Tatsuki suspirar.

–Eu não conseguiria. Eu me sinto responsável por essa sua cabeça oca. - Ela disse e riu. - Você só tem que parar de fazer meu trabalho tão complicado! - Ambas riram e Orihime lhe soltou.- De qualquer forma, eu vou andando, tenho treino amanhã cedo.

–Ah, ok! - Orihime saiu de seu caminho. - Aliás, tenho uma idéia! Para agradecer, eu vou te acompanhar até sua casa e podemos tomar sorvete no caminho!- Ela disse sorrindo.

–Não precisa, vai ficar tarde logo e você vai ter que voltar sozinha.

–Não tem problema, eu vou tomar cuidado, prometo! - Orihime insistiu um pouco mais. Precisava desses momentos com sua amiga.

–Arrg, tá bom. - Tatsuki concordou, mesmo que um pouco relutante.

No seu caminho de volta para casa, Orihime não podia evitar mas voltar a pensar em tudo que aconteceu naquela tarde. Por um instante, apenas um instante, as coisas pareciam ir tão bem, estava tudo dando tão certo, ela se sentia tão bem... Mas então, tudo mudou tão de repente. Como quando ele lhe disse que não queria ser seu amigo. Parecia que com ele era sempre assim, por melhor que as coisas parecessem, algo daria errado.

Orihime suspirou enquanto esperava o sinal abrir. Sentiu uma gota fria. A chuva lhe havia pego de surpresa uma outra vez. Assim como ele fazia... Ulquiorra era como a chuva de inverno que cai de repente e antes mesmo que se possa fazer alguma coisa, era tarde para fugir.

Era como ela se sentia, o havia conhecido por acaso. Lembrou das palavras de Tatsuki, estava certa, estava sempre certa. Orihime não sabia nada sobre ele. Ele podia ser perigoso e talvez ela não devesse arriscar-se... Mas assim como não tinha um guarda chuva para se proteger da chuva, não tinha como fugir dele. Mesmo depois da forma como ele havia agido... mesmo assim, não conseguia pensar em outra coisa senão nos seus olhos esmeralda que lhe liam a alma.

E assim como todas as outras vezes, seus olhos inesperadamente o encontraram - debaixo da chuva que agora já estava ainda mais forte que a da noite anterior - do outro lado da rua, frente à um prédio. Ele parecia abatido, tentava abrir o portão, sem sucesso. O que ele estava fazendo? E porque parecia estar tão mal? Mesmo que todas as células de seu corpo lhe dissessem para não se aproximar, Orihime não conseguia evitar.

Atravessou a rua e foi até ele.


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Notas finais do capítulo

É isso!
Espero que tenham gostado!!
Beijos ;*



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