Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 37
Bittersweet


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Sei que demorou um pouco mas, finalmente saiu!
Espero que gostem!
Boa leitura!



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"I'm just setting, I'm just setting a trap
And I'm not pulling, no, I'm not pulling for you..."


 

Neliel sentiu sua respiração parar no instante em que Grimmjow a puxou para perto de si. Seus olhos azuis olhavam profundamente em sua alma e ela se perguntava onde havia parado sua força de vontade, ou mesmo a raiva que lhe consumia antes. Agora havia apenas desejo e ansiedade a cada batida rápida de seu coração.

 

Grimmjow voltou a lhe mostrar aquele sorriso, o mesmo que a atormentava às noites, quando não conseguia se obrigar a dormir, e então a puxou ainda mais para perto, com a mão em sua cintura fazendo com que seu corpo estivesse pressionado contra o dele. “Respira.”. Repetiu mentalmente para si mesma, talvez pela trigésima vez desde que ele agarrou sua mão. Precisava encontrar uma outra vez suas forças, seu bom senso, era ridículo que se deixasse levar tão facilmente. Afastou seu rosto do dele, antes que sus lábios se encontrassem.


—Por que ainda tenta resistir? - Grimmjow perguntou com aquele sorriso provocativo, fazendo-a voltar a olhar em seus olhos. - Neliel respirou fundo. Não era uma garotinha, não era um fantoche.

—Não brinque comigo, Grimmjow.- Respondeu, sentindo-se no controle uma outra vez. Ele riu por um instante.

—Como quiser.- Respondeu em tom de ironia, afastando-se, para se servir com outra dose de whiskey.



Neliel podia se sentar e observá-lo durante toda a noite. Aqueles olhos cheios de rebeldia, aquele sorriso de canto, até mesmo suas palavras indelicadas. Mas não se permitiria fazê-lo. Suspirou.



—Boa noite. - Era melhor assim, voltar para seu quarto, tentar dormir. Ele não a respondeu, como de costume.



Neliel olhou uma outra vez em sua direção. Não era o momento para isso, para complicar ainda mais as coisas, muito menos para deixar Grimmjow ter aquele poder sobre ela. Mas, quando seus olhos se encontraram, e ele lhe mostrou uma outra vez aquele sorriso de canto, como se soubesse o que se passava em sua mente, como se transparecesse todos seus sentimentos, já não parecia existir nada capaz de lhe deter.



Nada mais importava quando foi em sua direção. Não importava quando o empurrou contra a parede, tampouco quando beijou seus lábios apaixonadamente. As coisas eram tão mais simples se não pensasse, somente agisse.



***



Orihime olhou o relógio na parede e então o do seu pulso, pela quinta, talvez sexta vez, nos últimos dez minutos. Girou a caneta por entre seus dedos e suspirou, olhando o mundo movimentar-se tão monotono através da janela da sala. Sentia-se desconfortável em sua própria existencia, como se não houvesse espaço suficiente para si sob a pele. Não sabia ao certo o por quê. Lhe parecia como a angustia que sentira naquela tarde em que conheceu Neliel e o outro. Mas essa já não podia ser a razão disso, não fazia sentido.

 

Haviam se passado quase duas semanas desde então, e como temia, uma das conseqüências era a mudança no comportamento de Ulquiorra. Em outra situação estaria euforica, uma vez que passara à vê-lo todos os dias, quando a acompanhava do trabalho para casa. No entanto, apesar de caminhar ao seu lado, Orihime não podia deixar de pensar no quão distante ele estava se tornando. Não conversavam tanto quanto ela esperaria, ele já mal lhe segurava a mão, e até mesmo seus beijos pareciam tensos.

 

Suspirou uma outra vez. Tudo o que queria era ir para casa, imaginava saborear um chocolate quente e esconder-se sob as cobertas pelo resto do dia. Olhou para o relógio mais uma vez. Por mais que sonhasse em escapar e se refugiar, sabia que não podia fazê-lo, depois da aula ainda trabalharia e só então, depois de uma caminhada fria e tensa com Ulquiorra, ela poderia descansar.

 

O sinal tocou. Recolheu suas coisas mecanicamente e levantou-se para partir. Ao seu lado, caminhando de forma pensativa, viu Rukia. Não se falavam de verdade havia tanto! Queria poder lhe contar o que estava acontecendo e pedir seus atenciosos conselhos... Mas não hoje. Ao atravessar o pátio, por um instante pensou em esperar por Tatsuki, mas lembrou-se que a outra estava mais ocupada que nunca nos últimos dias, preparando-se para uma viagem que faria para participar de mais um de seus campeonatos. Suspirou cansada. Sentia-se tão sozinha, por mais bobo que parecesse, afinal, ninguém lhe havia deixado de verdade, seus amigos ainda estavam ali e Ulquiorra também.

 

Continuou seu caminho, incapaz de deixar esses sentimentos para trás e incapaz de prestar devida atenção no mundo ao seu redor.

 

—Hey.- Ouviu a voz masculina atrás de si. Já tinha ouvido aquela voz antes, mas onde? Virou-se incerta e acompanhada por um leve frio na barriga, olhou na direção de onde lhe haviam chamado. Não sabia ao certo o que sentia, estava surpresa, isso era certo, e ainda, também um pouco assustada. -Orihime, não é? - Havia algo suspeito em seu tom de voz quando pronunciou seu nome, e então uma evidente ironia quando voltou a falar.- A garota do Ulquiorra.

—S-sim...- Não sentia-se bem na presença do rapaz de cabelos e olhos azuis, era como a angustia que sentira antes, ainda que mais poderosa.

—Grimmjow, nos conhecemos na casa de Neliel. - Ele se apresentou, como se ela talvez tivesse esquecido-se. Mas não havia como esquecer, não daquela sensação, não daquela gargalhada gelada e olhos perigosos.

—É, eu me lembro.- Respondeu rapidamente, tentando manter-se composta e soar educada.- Hmn, aconteceu alguma coisa?- Perguntou vacilante, não estava à vontade com a situação, e esperava que de alguma forma ficasse claro para ele. Mas o sorriso que ele deu, mostrou que não era o caso.

—Bom...- Ele ficou sério por um momento.- Eu queria me desculpar pelo outro dia.- Grimmjow disse e começou a andar, dando a entender que não iria deixá-la tão logo. Ela o acompanhou, ao menos era a direção da padaria, quando chegassem até lá, teria uma desculpa para encerrar a conversa.

—Ah, está tudo bem.- Sorriu educadamente.

—Na verdade, Neliel me pediu que viesse aqui por duas razões. A primeira, para me desculpar apropriadamente, e a segunda para perguntar se você precisa de ajuda para preparar a festa. - Disse distraidamente. Orihime ficou confusa.

—Que festa?- Perguntou. Grimmjow a olhou surpreso, como se tivesse dito algum absurdo.

—O aniversário do Ulquiorra, é claro. - Respondeu parecendo ainda um pouco abismado.- Você não sabia? É no dia primeiro, semana que vem.

—Ah...- Orihime ficou sem jeito, como podia não saber sequer isso? Não sabia o aniversário do proprio namorado! - É claro! - Continuava desconcertada, mas tentou fingir que não. - Sim, uma ajuda seria bem vinda. - Sorriu ainda um pouco envergonhada, mas tentando passar tranqüilidade.

—Muito bem, então. Direi a ela. - Ele lhe respondeu com um sorriso de canto, parando de caminhar, quando já estavam frente à padaria. -Até mais. - Ela acenou em resposta e ele se foi.

 

Talvez estivesse enganada ao seu respeito, afinal de contas. Quando o conheceu Orihime não conseguia deixar de lado aquela sensação de desconforto, mas no fim das contas, parecia que Grimmjow não era tão ruim assim. Sorriu. Era bom se dar bem com os amigos de Ulquiorra, fazia com que se sentisse mais próxima a ele, o que ultimamente era tão difícil.

 

Resolveu entrar de uma vez, tinha trabalho à fazer, e ainda uma festa para planejar.

 

 

***

 

 

Rukia descarregava sua angustia e frustração à cada soco preciso que desferia contra o saco de areia. O suor escorria em seu rosto, as vezes sobre seus olhos lhe cegando momentaneamente, mas ela logo enxugava e voltava aos golpes.

 

Estava no sótão de sua casa, local preparado para o seu treinamento. Os raios da manhã já adentravam através da janela. Aquilo a surpreendia, não sentira o tempo passar. Interrompeu seu exercício, talvez fosse hora de descansar. Tirou as bandagens que usava em suas mãos para proteger dos golpes. As colocou sobre a mesa onde pegou uma toalha para enxugar o rosto e uma garrafa de agua.

 

Precisava de uma ducha. Suas mãos e braços estavam doloridos, notou depois do banho. Se esforçara tanto mas mesmo assim sua mente continuava um verdadeiro caos. Não valia à pena estressar-se tanto com isso, era o que dizia a si mesma enquanto secava os cabelos. Mas era tão difícil quanto achar algo para comer em sua cozinha.

 

Abriu os armarios e a geladeira. Precisava fazer compras urgentemente. Suspirou com uma maçã na mão. Aquilo deveria servir por enquanto. Sentou-se no banco do balcão da cozinha quando ouviu a porta da frente se abrir e fechar.

 

—Hey! Trouxe café da manhã. Como pode não ter nada nessa casa?- Ichigo perguntou colocando as sacolas sobre o balcão.

—O que tá fazendo? - Suspirou cansada.- Devia estar descansando!- O repreendeu.

—Não tô cansado. - Respondeu tirando os pães e muffins da sacola e lhe entregando um café. - Você por outro lado... - Comeu um pedaço de um dos muffins que cheirava tão bem. - Passou a noite toda treinando? - Ela não o respondeu. Tomou um gole do café. Maravilhoso como sempre, era do Urahara's. - Hmn, esperimenta esse pãozinho, comprei na padaria que a Inoue trabalha. - Disse lhe entregando um. Provou. Precisava se lembrar de dizer à Orihime, ela tinha razão, sempre falava tão bem dos produtos da padaria e Rukia até então não tivera tempo de testar, mas realmente, era muito bom. Suspirou satisfeita.

—Ichigo, precisamos conversar sobre ontem. - Rukia propôs, com uma feição séria. Ichigo bebeu um pouco de seu café.

—É, acho que sim.


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Notas finais do capítulo

Musica: "Bittersweet" - Panic! At The Disco :
"Estou apenas criando, estou apenas criando uma armadilha
E eu não estou torcendo, não, eu não estou torcendo por você..."
É isso espero que tenham gostado!
Até o próximo!
Kissus ;*



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