Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 35
Let's Be Alone Together


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas saiu!
Boa leitura! O/



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–Maldita! - Rugiu, furioso com o sangue fervendo em puro ódio. - Vai pagar por isso! - Estava pronto para atacá-la, preparado para se levantar e destruí-la, quando então notou a lamina roçar de leve em seu pescoço. Sentiu o frio do aço e a dor causada pelo contato à sua pele. Aquilo o surpreendeu, mas apenas por um instante. Aquela garota acreditava mesmo que seria páreo para ele? “Ingenua”, pensou enquanto agarrava a mão que empunhava aquela katana. “E fraca!”. Apertou e esmagou seus pequenos, frágeis ossos. -Achou mesmo que seria tão fácil? - Não foi difícil rendê-la outra vez. Não pretendia matá-la à princípio, apenas testá-la, divertir-se um pouco. Mas agora, olhando-a debaixo de si, tão indefesa, tentando inutilmente lutar por sua vida, com seu coração jovem pulsando sangue em suas veias... Não tinha como resistir. -Só vai doer um pouquinho... - Não tinha por que se deter mais, e por que deveria, só porque a Neliel disse? Pensar nisso só o deixou com ainda mais vontade de acabar com aquilo.

Cravou as presas em seu pescoço. O sabor em seus lábios, desde a primeira gota, era tão prazeroso que já valia à pena qualquer que fosse a punição de Neliel quando descobrisse, se descobrisse. Ele percebeu que sua força de vontade assim como sua vida, estavam se esgotando, o que era uma pena, aquilo significava que a diversão estava para acabar.

Não se preocupa, querida, vai acabar logo.

Aqueles últimos momentos eram sempre importantes, quase poéticos. Havia uma intimidade que era compartilhada ao se ter a vida de alguém em suas mãos, e era algo que Grimmjow respeitava e aproveitava todas as vezes. Ergueu seu corpo com facilidade, fazendo com que estivessem sentados, mas sem libertá-la um momento sequer. Acariciou suas madeixas negras um instante antes que o fim chegasse, adorava aquela parte.

Foi quando fora atirado contra a parede com tamanha força e velocidade que, apenas por um momento, o deixou confuso. Mas sabia que era ela. A diversão tinha acabado. Recuperou-se rapidamente, levantando e limpando a poeira de suas roupas.

–O que pensa que está fazendo? - Neliel vociferou com veias saltando em sua testa e um olhar assassino. - Será que não ouve nada do que digo? Realmente não entende a seriedade do que está acontecendo? - Acertou-o com um soco no abdome, mas ele conseguiu impedir o segundo. Sentiu o gosto do próprio sangue se misturar com o de sua vítima.

–Que se foda. - Respondeu simplesmente, limpando o sangue dos lábios com as costas da mão. Não tinha muito mais o que pudesse fazer, então apenas lhe deu as costas e foi embora.

Ainda lembrava daquilo todas as noites. Não poder terminar o que tinha começado lhe incomodava, mas tinha certeza que Neliel tinha salvado a caçadora, então não era o fim, não ainda. Quem sabe ainda cruzariam caminhos? Só esperava que valesse mais à pena, que ela estivesse apta à lhe dar uma luta de verdade. Sentia-se ansioso só de pensar.

Saiu do banho calmamente. Por mais que detestasse admitir, Neliel tinha mesmo um bom gosto, aquela mansão era surpreendente. Viver sob o mesmo teto que ela era torturante, mas o conforto, definitivamente compensava o aborrecimento. Além disso, sequer passava tanto tempo em sua presença, quando não saía por aí, era ela quem estava fora, perseguindo Ulquiorra. “Azar o seu, otário!”, pensou satisfeito ao imaginar o que o outro devia estar passando.

Às vezes pensava e tentava entender o por que, mas não se interessava tanto assim. Não se importava com o que ela fazia ou o que planejava, queria apenas se ver livre dela outra vez, dos dois. Assim que toda aquela idiotisse acabasse, iria o mais longe possível, estava determinado. Era mais que hora de cortar os laços com ambos de uma vez por todas, estava tão cansado.

Sentiu dois braços lhe abraçando pelas costas. Podia estar num inferno, mas não queria dizer que não podia se divertir o mínimo que fosse.

***

Neliel respirou fundo, precisava de coragem. Mais uma vez. Hesitou. Aquilo era tolice, do que tinha tanto medo? Finalmente bateu na porta, mas não houve resposta. Sabia que ele estava lá, só a estava evitando, e àquela altura, já não podia culpá-lo.

–Ulqui-kun, abra a porta por favor. - Pediu. Sabia que uma porta não era em si um obstáculo para ela, não fisicamente. Mas talvez simbolicamente. A porta fechada significava que ele estava inacessível para ela, e essa não era uma barreira que ela podia simplesmente derrubar à força. - Eu só quero...

–O que mais você quer? - Ele abriu a porta de repente, lhe surpreendendo. Sua aparência, como ela imaginava, era de poucos amigos.

–Eu só quero pedir desculpas. - Lhe disse num suspiro cansado. Forçou a propria entrada e então continuou. - É que eu não sabia! - Ele fechou a porta e sentou-se no sofá.

–Eu deixei bem claro que não queria expô-la. - Deu uma pausa, terminando uma dose de whisky. - Mas você...- Respirou fundo. Ela sabia que ele estava irritado e tenso e sabia sua culpa nisso.- Você, como sempre! - O som o copo se estilhaçando em sua mão lhe assustou um pouco.

–Eu sei! E eu sinto muito, muito mesmo. - Disse finalmente, olhando em seus olhos, tentando lhe passar esse sentimento. -Mas não há por que se preocupar, quer dizer, eu não faria nada contra a garota, e o Grimmjow...- Pensou um pouco.- Eu o deterei, não vou deixar que ele faça nada, é uma promessa.

–Protegê-la é minha responsabilidade.- Ele disse com a mesma força em sua voz como ele tinha feito naquela noite. -Então quero que fique claro: - Ela podia ver ódio refletir em seus olhos esmeralda.- Se ele tentar alguma coisa, qualquer que seja, eu o destruirei. - Concluiu. Não havia nenhuma hesitação em sua voz, não tinha dúvidas de que ele realmente o faria. Neliel suspirou.

–Muito bem. - Não podia discutir quanto a isso. Levantou-se e serviu-se do mesmo que ele. - Agora, sobre você...- Voltou a sentar-se. - Uma humana, Ulquiorra? - Perguntou. Sua preocupação, e surpresa ao descobrir, foram genuinas. Na verdade, quando sentiu a aura da garota, estava tão concentrada no simples fato de haver alguém de verdade na vida dele, estava tão empolgada com a idéia, que essa possibilidade sequer passou por sua mente. Nem ao menos se deu ao trabalho de estudar sua existencia, até o momento em que descobriu a verdade. Ele não lhe respondeu coisa alguma. - É ambos, ironico, como também... trágico. - Ele já não mais olhava em seus olhos, estava apenas sentado, em silêncio. - Sabe, a Orihime-chan é realmente maravilhosa. - comentou com um pequeno sorriso em seus lábios. - Quero dizer, acabei de conhecê-la, e mesmo assim já notei. - Era ela quem não não queria encará-lo agora. - Mas, mesmo assim. - Disse num tom sério.- Você sabe tão bem quanto eu...- Respirou fundo por um momento, e voltou à encontrar seus olhos. - Não existe um final feliz para isso... - Admitiu tristemente, e esperando que ele compreendesse. Por um instante, achou que tinha conseguido, mas então ele voltou a falar.

–Não me venha com isso. Não me venha com suas lições, não quando o assunto é esse. - Lhe disse em tom sério, como se sua intenção fosse atingi-la, machuca-la com suas palavras. - Não vou cometer seus erros.-Se era mesmo essa a intenção dele, pois tinha conseguido. Sentia toda aquela dor uma outra vez. Mas não era hora de pensar nisso. “Concentre-se” Se ordenou e o olhou séria e contida.

–Pois bem, eu espero que não. - Lhe respondeu sem deixar transparecer nada do que sentia por dentro. - Eu realmente espero que tenha razão. - Terminou seu drink, levantou-se e foi embora.

A noite estava fria, como esperado naquela época do ano. Não queria pensar naquelas coisas, não queria voltar àquelas memorias. Não queria sentir aquela culpa. Fez seu caminho para casa. Precisava descansar.

***

Grimmjow despertou violentamente com a forte batida da porta de seu quarto.

–Mas que diabos...? - Perguntou-se ainda confuso pela sonolência. Demorou um pouco para que estivesse realmente acordado, e quando o fez e sondou ao redor, não foi preciso muito esforço para sentir aquela aura furiosa emanando da sala de estar, um andar abaixo. Riu. Sabia exatamente o que estava acontecendo. Levantou-se, pôs uma calça e desceu.

Como esperado, encontrou uma Neliel irritada, sentada numa poltrona próxima a lareira, lhe fuzilando com o olhar ao notá-lo. Ela agitava o vinho em sua taça, quase o derramando. Respirava fundo, como se não houvesse oxigênio o suficiente no recinto.

–O que é? - Ele perguntou, mesmo já sabendo só de vê-la. Ela o olhou e ele sabia que estava tentando se controlar ao máximo.

–Será que você poderia...- Podia ouvir em sua voz que faltava pouco para explodir. - Parar de trazer essas... garotas pra cá?- Não pôde evitar em rir.

–O que, tá com ciumes, é isso? - Lhe respondeu em tom irônico. Neliel desviou o olhar e não lhe respondeu. -Foi você quem insistiu pra que eu ficasse aqui, então lide com isso. - Disse num tom sério. Ela voltou a olhar em sua direção. - Por que você não para de entrar no quarto dos outros sem ser convidada?- Neliel se levantou.

–A questão não é essa. - Ela respondeu já frente à ele e então seguindo para fora da sala, quando ele a segurou pelo pulso. Não ia escapar tão facilmente assim.

–Então qual é?

Ele a estava segurando próxima o suficiente para sentirem a respiração um do outro, obrigando-a à olhar em seus olhos e podia até mesmo, ouvir seu coração, batendo como uma metralhadora...


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado!
Até o próximo,
Kissus ;*



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