Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 34
Love's Bitterness


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Então, duas coisinhas pra falar:
1- A Like Ghosts In The Snow fez um ano bem recentemente, e eu só gostaria de agradecer à vocês por acompanharem e apoiarem durante esse tempo!! Obrigada mesmo!
2- Eu fiz uma capa diferente pra fic, não postei ainda por que não tenho certeza ainda do que vão achar, é que essa capa em especial eu fiz com pessoas reais e tal, no meu perfil vocês podem ver uma previa dela e ai me dizem o que acharam, ok?
Bom, é isso!
Boa leitura!!



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Enquanto o laranja do pôr do sol invadia a sala de aula, Rukia coletava seus livros e se preparava para partir. Se tivesse que classificar aquele dia, diria que fora... cinzento. Na verdade, todas as últimas semanas foram assim. “Cresça!” ordenou à si própria. Não podia se permitir afundar, não agora pelo menos, não enquanto houvesse tanto em suas mãos, tantas coisas que dependessem de sua total concentração e empenho.

–Kuchiki-san!- Orihime lhe cumprimentou, já nos corredores. -Parece que faz um século que não nos falamos!- Sorriu, energética como de costume.

–É verdade.- Rukia não podia acompanhar aquele clima ou aquela energia, mas tentou sorrir. - O que anda fazendo?

–Ah, tem tanta coisa acontecendo! - Ela lhe respondeu num tom exausto. - Tenho muito pra te contar!- Sorriu amigavelmente uma outra vez. - Vamos marcar um dia, o que acha?

–Acho ótimo!- Lhe sorriu de volta.

–Ah, Tatsuki-chan!- Orihime avistou a outra amiga, e antes de se apressar em sua direção, voltou-se uma outra vez para Rukia.- Eu vou te ligar! - Disse enquanto andava. - Ou você me liga! - Sorriu ainda uma outra vez.- Até segunda, Kuchiki-san! - Despediu-se, já ao lado de Tatsuki. Rukia acenou em resposta e seguiu seu próprio caminho.

Ficar por perto de Orihime e das outras garotas era reconfortante. O mundo parecia pacífico, quando o fazia e a vida parecia tão mais simples... Havia apenas mais uma pessoa capaz de lhe transmitir aquele tipo de sensação: Ichigo. Ela o observou por alguns instantes, no pátio. Ele estava acompanhado de seus amigos, sorrindo e conversando. Mesmo de longe ele podia lhe trazer tanta paz... como era possível? A verdade era que, não importava o quão belo o dia estivesse, ao seu redor, quando não o tinha por perto, era tudo cinza.

Andar por aquelas ruas, seguir os caminhos que conhecia tão bem, cumprimentar seus vizinhos... Por mais tola que fosse a idéia, sentia-se perdida. Era como viver uma vida subterrânea, uma existencia sem luz do sol. Não havia vida sem o sol, não haveria nada ao seu redor, não havia nada além do frio do inverno e da solidão de um eclipse. Estava perdida, sentia-se sufocada e de fato, sozinha.

Não seja tola!” regulou-se, enquanto caminhava furtivamente noite adentro. Não tinha por que se sentir daquela forma, ela era uma oficial, uma caçadora com tanto mais para se preocupar. Precisava terminar aquela missão, precisava encontrar sua irmã uma outra vez, precisava olhar em seus olhos e assegurar-se de que estaria bem, precisava abraçá-la.

Haviam se falado pelo telefone e internet algumas vezes desde que ela deixara a cidade. Hisana continuava a mesma de sempre, mesmo depois do que lhe aconteceu, estava preocupada com ela. Queria que abandonasse a missão, queria que voltasse para casa, ou que fosse capaz ela mesma de voltar ao seu lado. Mas nada disso era possível.

Abandonar a missão...” Refletiu a ideia por alguns instantes. Por mais tentadora que fosse, aquilo significaria deserção, e isso era algo que Rukia não podia sequer pensar fazer. Não podia ser tão imprudente, não podia manchar a honra do que fazia. Abandonar essa missão, deixar seu trabalho como caçadora de lado, uma decisão irresponsável como aquela custaria tantas vidas inocentes e além disso, a sua própria e da sua irmã, afinal a escolha mais óbvia em via de encontrá-la seria ir até aqueles mais próximos de si, e esse não era um risco que estava disposta a correr.

Só mais alguns meses, só mais alguns meses e estará acabada. Era o que mantinha em mente. Logo sua missão acabaria e assim tudo ficaria bem, certamente. Suspirou. Aquela noite parecia que correria tranquila no fim das contas. Patrulharia por mais três horas e então voltaria para casa. “Acho que vou comprar uma pizza antes de ir pra casa.” Pensou de forma despreocupada. Mas sua calmaria estava para se despedaçar, ao notar a confusão que acontecia próximo do parquinho da vizinhança.

Aproximou-se silenciosa como um gato. Precisava entender antes o que acontecia exatamente, mesmo que as circunstancias apontassem claramente para uma confusão do seu tipo. E ela o fez, mas seu cerebro se recusava à compreender, aquilo não podia ser! Aquilo... Aquele...! O que vira fora o suficiente para deixá-la quase sem palavras.

–I-Ichigo...? - Foi tudo que conseguiu murmurar em sua incredulidade.

***

Orihime mexeu-se desconfortável na poltrona. Não era o assento que lhe incomodava, na verdade aquela era uma poltrona muito boa, mas sim o clima estranho que dominava o lugar. Em algum momento, ela e Ulquiorra foram levados para a, nada modesta, casa da garota misteriosa que ela logo descobriu se chamar Neliel, amiga de Ulquiorra.

Olhou em volta e não pôde deixar de suspirar maravilhada. Não sabia que havia uma casa como aquela em Karakura... não, “casa” não parecia certo, aquela era realmente uma mansão. Na sala em que estavam, em especial, era extremamente confortável e aconchegante. Havia a luxuosa lareira acesa, aquecendo aquele frio crescente do inverno, havia também aquelas estantes todas completas com livros, os móveis magníficos, janelas vitorianas... E então, Ulquiorra.

Ele estava sentado no sofá à sua frente. Um olhar vago e entediado, com a mão apoiando a cabeça e de pernas cruzadas. Ele definitivamente parecia elegante - ela notou - contudo, completamente fechado, inacessível, e isso a angustiava.

–Orihime-chan, aceita algo para beber? - Neliel perguntou gentilmente, de seu mini bar. - Tenho um vinho maravilhoso! - Disse servindo um pouco em sua taça e de forma elegante se preparando para degustar. Havia algo tão glamouroso em como Neliel agia, como se movimentava, era difícil não encará-la. - Ou prefere outra coisa? - A pergunta a fez retomar os pensamentos.

–N-não, eu não bebo, sou menor! - Explicou-se nervosamente, e por pouco não notou o olhar que a outra lançou para Ulquiorra, um olhar confuso, ou surpreso, não sabia ao certo.

–Hmn... - Orihime a percebeu nervosa por um instante. - Orihime-chan... você é...

–É eu tenho 17 anos! - Sorriu ao dizer, mas não recebeu um sorriso em resposta, mas sim um olhar um tanto... compadecido? Preocupado talvez.

–Você é tão jovem... - Seu tom de voz animado tinha desaparecido e o olhar aflito voltou-se para Ulquiorra, e eles pareciam ter uma conversa silenciosa por um momento, até que ele fechou os olhos e respirou fundo. O ar ficou mais uma vez pesado, e Orihime não sabia o que dizer, ou mesmo o que pensar.

–B-bom... você não parece ser tão mais velha... quantos anos tem?- Perguntou ainda um pouco sem jeito com o clima. Mas tudo o que recebeu de volta foi aquele olhar uma outra vez e um sorriso frágil.

Então, ouviram o som da porta da frente se abrindo e alguém entrou. Dessa vez era um rapaz, ele tinha cabelos azuis e olhos da mesma cor, vestido com uma camisa preta gola “v” e jeans escuros que deixavam seu físico bastante visível. Parecia mau humorado e ignorou completamente sua presença, indo direto ao bar e se servindo com whisky.

–G-Grimmjow, finalmente apareceu, por onde andou? - Neliel perguntou aparentemente se recuperando do estado anterior. Ele a olhou com desinteresse, para Ulquiorra e então para ela.

–Que tá havendo? - Perguntou se sentando em um das poltronas. - Quem é essa? - Apontou para ela com o copo. Neliel e Ulquiorra se entreolharam uma outra vez.

–Essa é Orihime-chan... - Olhou para Ulquiorra outra vez, um pouco nervosa.- É a ...Namorada do Ulqui-kun. - Grimmjow a olhou surpreso por um instante e a clima ficou uma outra vez tenso. Ele então olhou para Ulquiorra, depois para Neliel e de volta para ela. O silencio se prolongou por mais um instante até que ser cortado por uma gargalhada alta. Orihime sentiu-se desconfortável com aquilo, com tudo aquilo, na verdade. Queria apenas voltar ao seu encontro perfeito, ficar com Ulquiorra e aproveitar o resto do dia juntos.

–Tá zoando, né?- Ele perguntou ainda rindo.

Ulquiorra suspirou e levantou-se. Caminhou até ela e lhe estendeu a mão.

–Vamos, vou te levar pra casa. - Não tinha muita escolha, e mesmo que tivesse, realmente ir embora parecia a melhor idéia.

–Não, Ulqui-kun, espera! - Neliel pediu e foi ignorada. Orihime não demorou em levantar. Não queria ser rude indo embora daquela forma, mas estava angustiada demais para ficar. Acenou rapidamente para Neliel e seguiu Ulquiorra para a saída.

Achou que se sentiria melhor quando estivessem só os dois, mas a caminhada silenciosa lhe provou o contrário. Não sabia se tinha feito algo de errado, mas era como se tivesse. Ulquiorra estava distante, frio, como antes quando ele a evitava. Suspirou. Parecia que não importava o que fizesse, era como se estivessem fadados ao fracasso.

Finalmente chegaram ao seu apartamento e ele a seguiu até a porta.

–Hmn, quer entrar?- Orihime perguntou ainda um pouco sem jeito. Ulquiorra encostou-se na meia parede do corredor e cruzou os braços, finalmente olhando em seus olhos.

–Sobre mais cedo...- Ele respirou fundo e então continuou. - Sinto muito por aquilo.

–Ah, não tem problema...- Mentiu. Na verdade, até o momento não conseguia deixar de lado o incomodo que sentira lá.

–Eu não queria que você os conhecesse, mas...

–Tudo bem! - Ela disse tentando mais um pouco não parecer tão angustiada como o quanto se sentia por dentro. - Quer dizer, são seus amigos! É bom conhecê-los. - Aproximou-se e beijou seu rosto de leve. - Sério, não se preocupe! - Sorriu. - E então, vai entrar? - Perguntou esperançosa, mas já tinha notado que o humor dele ainda não tinha melhorado.

–Não. - Respondeu finalmente. - Vou andando, a gente se vê. - Aproximou-se dela e lhe deu um beijo carinhoso e demorando, tocando seu rosto de leve.

Orihime suspirou uma outra vez e o observou enquanto se afastava. Não gostava daquela sensação fria, mais ainda depois das coisas terem quase dado tão certo. Aquilo lhe perturbava. Entrou em seu apartamento e não pôde mais se impedir de pensar nessa tarde e no gosto amargo que permaneceu.


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Notas finais do capítulo

É isso!
Espero que tenham gostado, e me digam o que acharam da capinha, tá?
Até o próximo!
Kissus



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