Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 25
Conflicted




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Orihime sentia um misto de emoções. Já estava em sua casa. Em sua cozinha, mais precisamente. Depois de chegarem, ela e Tatsuki resolveram chamar as outras meninas e terem uma noite só das garotas, como sempre faziam. Agora pegava colheres para o sorvete.

Não sabia ao certo como devia se sentir. Estava tão feliz pelo seu relacionamento com Ulquiorra, só de pensar nele já sentia o frio na barriga e era impossível não sorrir. Mas ao mesmo tempo, sabia que sua melhor amiga não aprovava, nem sequer gostava de seu namorado... “Namorado” era tão estranho dizer ou pensar aquela palavra, um estranho bom, contudo. Riu mais uma vez. Estava tão feliz!

Pegou as 6 colheres. “Ah, eu queria que a Kuchiki-san estivesse aqui também!” Pensou consigo mesma. Ela tentara mais cedo contatar a morena, mas ela não atendeu seu telefone, deveria estar dormindo, presumiu. Deixando seus pensamentos de lado, finalmente juntou-se às meninas na sala, sentadas em semi-circulo, conversando tranquilamente. Aquilo a fazia sentir leve e contente.

–Eu trouxe as colheres!- Anunciou entregando uma colher à cada uma.

–Ah, que filme devemos assistir? - Michiru perguntou mostrando uma pilha de filmes.

–Vamos assistir esse aqui!- Mahana apontou para um dos DVD's.

–De jeito nenhum, nós já vimos esse filme um milhão de vezes!- Reclamou Ryou.

–A Ryou tem razão, eu já até gravei as falas!- Concordou Chizuru. Orihime estava pronta para dizer alguma coisa, quando a campainha tocou.

–Ué, a pizza já chegou? - Mahana perguntou um pouco surpresa, e Orihime levantou-se para atender à porta, e quase pulou, fosse por felicidade ou espanto.

Ulquiorra estava na sua porta. Encantador e irresistivelmente parado bem à sua frente, com um olhar satisfeito, como se esperasse causar essa reação. Ela queria apenas atirar-se em seus braços e beijá-lo até perder o ar e então abraçá-lo mais um pouco.

–Vim saber se está tudo ok.- Ele pronunciou-se finalmente. Mesmo a voz dele lhe causava tanto alvoroço! Mas ela precisava dizer alguma coisa, e não só encará-lo com uma expressão boba que certamente estava fazendo.

–S-sim! Está tudo bem! Na verdade, Tatsuki-chan e eu...- Mas ele não permitiu que ela terminasse, tomando seus lábios num beijo apaixonado, fazendo-a esquecer até mesmo sobre o que estava falando antes. E o que era mesmo? Agora, como em todas as outras vezes, era como se eles fossem as únicas duas pessoas no mundo todo.

–Orihime, tá tudo bem ai? - Ela foi trazida de volta pela voz de uma das garotas, vinda da sala. Ah, era verdade, as meninas estavam lá, e a Tatsuki estava lá, aquele definitivamente não era o melhor momento para conseguir outra discussão com ela.

–S-sim, eu já tô indo! - Ela gritou de volta dando um intervalo no beijo e então voltou-se para Ulquiorra outra vez. Ele a olhava um pouco confuso.- Hmn, minhas amigas estão aqui hoje. - Disse sem jeito.

–Manda elas embora. - Ele aproximou-se e disse em seu ouvido, fazendo com que ela se arrepiasse imediatamente, e considerasse, mesmo que por apenas um momento, fazê-lo. - Ou vamos fugir para o meu apartamento.- Não era justo, ele usava uma voz sedutora enquanto susurrava as palavras em seu ouvido, como se já soubesse que era sua fraqueza. Mas ela não podia fazer isso. Ela insistira que Tatsuki não se afastasse dela, mas ela mesma precisava cooperar também.

–Eu queria, muito, mas hoje realmente não dá. - Ela disse e beijou seus lábios de leve. Ele parecia chateado por um instante, mas não insistiria.

–Muito bem então. - Respondeu ainda parecendo aborrecido. - Boa noite. - E então virou-se para ir embora. Mas ela ainda não podia deixá-lo ir, estava esquecendo algo muito importante.

–Espera! - Ela chamou com urgencia fazendo com que ele se voltasse para ela em espanto.

–O que foi?- Perguntou como se procurasse algo de errado que tivesse acontecido.

–V-Vamos trocar nossos numeros... - Ela disse mostrando o celular, envergonhada pelo jeito como chamou sua atenção de repente. Ele sorriu, um sorriso que podia tão facilmente abalar suas estruturas, e enquanto trocavam numeros, a beijou soavemente. - Nos vemos amanhã? - Indagou.

–Talvez. - Ele respondeu simplesmente. “Ah mas por que talvez?” Ela se perguntava, indignada, quando ainda outra questão se fez em sua mente.

–Aliás, como sabia onde eu moro?- Perguntou curiosa. Ulquiorra olhou em seus olhos e deu um sorriso, quase imperceptível, lhe deu mais um beijo e então colocou o indicador em seus lábios, num sinal de silencio.

–É um segredo. - Sussurrou-lhe e então partiu, antes que ela pudesse dizer outra coisa.

Sempre tão cheio de mistérios! Mas seria uma mentira se ela dissesse que não gostava, mesmo quando isso era responsável por lhe tirar a paz.

–Tá fazendo o quê parada aí?- Chizuru perguntou ao se aproximar, fazendo-a voltar à realidade.

–Nada! Vamos entrar, tá frio! - Disse apressada, fechando a porta atrás de si.

–Quem era? - Mahana perguntou curiosa ao perceber que Orihime não trazia nenhuma caixa de pizza em suas mãos.

–Ah...- O que devia dizer? Que foi seu namorado, do qual todas ali tinham sido contra quando ela pensou em se aproximar? Mas deveria mentir, então? Aquelas eram suas amigas, afinal de contas. Mentir não parecia certo.

–Era o namorado dela.- Orihime ouviu Tatsuki dizer de repente, num tom mal humorado, mas não brava. E então começaram as milhares de perguntas. E como esperado, a desaprovação ao saberem de que se tratava do mesmo rapaz que falaram antes.

Por um momento, tornou-se difícil respirar e sorrir educadamente enquanto ouvia o que elas tinham a dizer, mas sentiu-se aliviada ao perceber que Tatsuki não fazia parte disso. Ela apenas observava tudo o que acontecia, além de impedir as investidas de Chizuro para Orihime. E então, finalmente decidiu que não queria mais ouvir aquelas coisas.

–Meninas, por favor, não vamos mais falar nisso ok? - Orihime disse, tranquila, mas firme.

–Mas, Hime, a gente só tá tentando te proteger! - Mahana se manifestou em tom preocupado.

–Eu sei, e eu agradeço muito! - Sorriu docemente antes de continuar.- Mas eu não sou mais uma criança, eu acho que eu já posso fazer minhas próprias escolhas. - Concluiu, outra vez com firmeza em sua voz.- Por isso, não vamos mais conversar sobre isso, ok? Vamos só assistir uns filmes, nos divertir e comer muira besteira! - Disse animada como sempre. Mas as outras não pareciam muito convencidas e voltaram-se para Tatsuki, com olhares suplicantes, como se esperassem que ela pusesse algum juízo em Orihime. A morena suspirou.

–Vocês ouviram a Orihime, não vamos mais tocar no assunto. - Ainda que insatisfeitas, as garotas se conformaram, e Orihime sorriu para Tatsuki como se para agradecer, e ela lhe sorriu de volta.

Orihime passara o resto da noite tentando se convencer de que podia lidar com aquela situação, de que não era tão ruim assim. Ela ainda tinha suas amigas e tinha seu namorado. Mas a verdade era que, apesar de isoladamente cada um dos relacionamentos estivessem bem, juntos eram uma catastrofe, ela não podia expressar para suas amigas o quão feliz estava com Ulquiorra, e não parecia que ele tampouco quisesse ter alguma coisa haver com a parte da vida dela que não o envolvia.

Era um sentimento de extremos. Estava tão feliz, mas ao mesmo tempo, se sentia sufocar.

***

Depois de ter tido a chance de importunar Ulquiorra, Grimmjow decidira que aquele seria um bom dia afinal de contas, e depois de uma busca frustrada por um lugar que o agradasse, ele decidiu não se irritar ainda mais por ter acabado naquele clube ridículo que ficava aberto 24/dia, quer dizer que tipo de clube faz isso? Mas afinal de contas parecia a unica coisa que aquela cidade tinha à oferecer, e é claro, estava cheio de humanos idiotas e vampiros novatos que teimavam em desrespeitá-lo e tentar lhe tirar do sério. Ele resolveu focar na parte boa, como na bebida que não era da melhor mas que não era a pior que já experimentara, assim como a quantidade de possíveis “snacks”.

Ele já tinha desfrutado de duas garotas que não se contiveram ao vê-lo. Bom, ele não podia culpá-las, afinal de contas deve ser muito difícil encontrar alguém como ele por ai, ou melhor, não havia ninguém que sequer chegasse à seus pés, corrigiu-se mentalmente.

Mas era mesmo uma pena que não pudesse fazer um banquete bem ali. Afinal, o que Neliel estava pensando? Tentando controlá-lo como à um cão, com sua conversa e aquele tom de advertência, sempre tão autoritaria: “Não devemos chamar atenção, então evite fazer esse tipo de coisa, ok?” Ele ouviu outra vez em sua mente e tomou mais um shot de tequila, irritado. Não queria pensar mais naquela maldita reunião que tiveram, que na verdade acabara como sempre: a Neliel dizendo o que fazer e eles, principalmente ele, tendo que obedecer.

–Ei, quem diabos é você? Esse territorio tem dono!- Mais um novato idiota resolveu aparecer para lhe encher a paciencia. Com o humor que estava, o maldito já teria perdido alguns órgãos internos, mas a grande quantidade de olhos atentos ao seu redor o impediram de fazê-lo. Teria que recorrer para algo menos explicito.

Respirou fundo enquanto acumulava sua energia nos olhos, e então quando já os sentia quentes e focados, virou-se para o vampiro ao seu lado. Foi rápido e limpo, como esperado. O outro parecia confuso e desesperado em dor enquanto sangue se derramava por seus olhos, ouvidos e nariz e então sua boca, sem que pudesse dizer mais alguma palavra, em pouco tempo seu corpo desabou sobre os joelhos e caiu ao chão.

Como sempre, tão logo o vampiro caiu, as pessoas reuniram-se ao seu redor com vozes e expressões preocupadas, ligando para a emergência e tentando reanimar o morto. Logo tudo havia se tornado uma confusão. Ele não queria ter feito isso lá dentro, mas pensando melhor, já estava planejando ir embora de qualquer jeito.

Mas quando se levantou e começou a sair, notou algo que o chamou atenção. No meio de toda confusão e rostos desesperados, apenas uma pessoa permanecia com uma feição inalterada: Uma garota de cabelos negros e olhos azul-violeta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Até o próximo!
Kissus ;*



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