No final da aula ele me levou pra casa, não esperamos por Lynn, ela parecia muito ocupada fofocando e não percebeu quando saímos. Quando chegamos em casa ele beijou minha bochecha e depois minha boca, me afastei para a mãe de Lynn não achar que sou mau exemplo, claro que ela não reconhecia a própria filha.

Tobias me abraçou e sussurrou em meu ouvido um “Eu te amo”, sorri e retribui seu abraço sussurrando “Eu te amo.”, ele ouviu pois vi seu lábio contrair em um sorriso.

– Me encontre aqui fora á meia noite. – disse ele em um murmúrio.

Acenei com a cabeça sem perguntar o porquê. Lynn chega atrás dele e me olha feio, ela provavelmente está com inveja, já que estava tentando chamar atenção a si mesma. Sigo ela pela escada e quando chegamos em seu quarto ela quase grita.

– O que foi isso? – disse ela num tom de repreensão.

Não entendi, desde quando ela escolhe quem vou namorar? Fiquei chateada.

– Como assim? – perguntei aumentando o tom. – Estava a fim dele?

– Sim! – gritou – E você é um ladra!

– O quê?! Eu não tenho culpa se ele não gosta de você, eu não o controlo. – disse tentando ficar mais calma.

– Eu estava quase conseguindo se você não tivesse se intrometido! – disse ela agora se aproximando de mim.

– Talvez devesse olhar mais para as necessidades das pessoas do que apenas pra sua. – disse mais calma. – Ele queria ser seu amigo e você estragou tudo, fez ele se sentir mal por você. – completei.

Ela parecia chocada, eu sei que ela queria chorar, mas seu orgulho não deixava.

– Todos acham você uma metida. – diz ela de cabeça baixa.

Isso não é novidade. Pensei.

– Eu não me importo com o que eles acham. – respondi.

– Tá. – disse ela com a voz falhando.

– Tudo bem. – respondi com um suspiro.

Ela suspirou também e ficamos ali sentadas, ela no chão com o rosto entre as mãos e eu na cama dela a observando. Ela olhou pra mim e disse.

– Eu nunca vou te perdoar, - seus olhos estavam vermelhos. – Eu o amava.

– Não pode ser tão sério assim, Lynn você é linda, pode ficar com qualquer um, não se humilhe e nem fique chateada por causa de uma pessoa. – digo gentil demais.

Ela levanta os olhos para mim e enxuga as lágrimas, falei o que ela queria ouvir.

– Tem razão. – disse ela. – Quer dizer, no fato que não posso me humilhar pra ele, nisso você tá certa.

Que ridículo. Pensei. Brigar por homem é uma coisa ridícula, ela não precisava fazer todo esse escândalo, era só pensar nisso.

– Sim. – foi o que consegui dizer.

Alguém bateu na porta, e Lynn correu para atender, fui atrás dela. Ela atendeu com um enorme sorriso no rosto, era minha mãe, corri para abraça-la.

– Mãe!! – exclamei.

– Beatrice, você está bem? – perguntei ela me avaliando.

– sim, e você?

– Sim, Lynn posso falar com sua mãe?- pergunta ela se virando pra Lynn.

– Ela não chegou do trabalho ainda.. Quer deixar recado? – ela falou como se já tivesse feito isso várias vezes.

– Ah, eu só vim aqui ver se você estava bem e falar com a mãe de Lynn, bom, depois eu volto, avise á ela que vim por favor Lynn.

– Tudo bem. – responde ela formal demais.

Quando ela chegou á porta eu fui junto e Lynn ficou sentada no sofá.

– Mãe. – chamei.

– Sim?

– Eu só queria dizer que.. Bom, eu to namorando.. – o rosto dela parecia preocupado. – Não se preocupe, - me apressei a falar. – Não vou fazer nada de imprudente.

O rosto dela se suavizou e ela disse.

– Tudo bem, - pensou um pouco. – Hum.. Quem é? – disse ela abrindo um sorriso.

– Tobias Eaton, é um garoto novo. – disse envergonha.

– O.k. – diz ela rindo de meu rosto vermelho. – Fico feliz por vocês. Tchau Beatrice.

– Tchau, te amo mãe. – disse enquanto ela entra no carro.

– Tchau, também te amo Beatrice.

E ela se foi. Não entendo por que meus pais sempre me chamam de Beatrice e não de Tris, qual a diferença? Sou a mesma pessoa. Entrei na casa de Lynn e ela continua sentada no sofá concentrada no programa de Tv, ela nem piscava sequer, fui ver qual era e logo reconheci – já que muitas pessoas falavam dele – era Pretty Litte Liars.

Me sentei e ficamos ali assistindo a maratona dessa série, ela é bem legal, amei o estilo da loira, Hanna. As horas foram se passando e me lembrei do encontro de Tobias, não era bem um encontro, mas me levantei do sofá e chequei o relógio, 20:25.

Eu tinha muito tempo, Lynn já estava dormindo, levei ela para o quarto e a deitei na cama, quando desci para terminar de assistir a série a mãe de Lynn chega, já que a filha estava dormindo me senti obrigada a dizer o recado.

– Minha mãe veio aqui. – disse pra ela. – Ela queria falar com você.

– Ah, ela disse mais alguma coisa? – pergunta ela interessada.

– Sim, disse que vinha aqui depois. – respondi, sem saber se essa era a resposta que queria. Ela pareceu contente e pegou o telefone.

– Vou ligar pra ela, mas vou marcar de nos encontrarmos amanhã quando vocês estiverem na escola, tudo bem? – pergunta ela.

– Claro. – respondo me virando pra Tv.

***

Eu havia dormido enquanto via a série por que quando acordei já era 23:45, eu tinha poucos minutos, corri para o quarto de Lynn, me lembrei que estava dormindo e entrei devagar, peguei minhas roupas e fui até o banheiro, escovei os dentes e tomei banho, vesti uma calça jeans e uma camiseta preta.

Desci e já faltava 10 minutos pra meia noite, me sentei no sofá e olhava pro relógio de vez em quando. Meia noite, fui para fora e encontrei ele vindo rua abaixo, Tão pontual, pensei. Ele não chegou perto de mim, de longe, ele me chamou e fui.

– Não achei que viria. – eu disse.

Ele parecia confuso.

– E porque não? Eu que te chamei lembra? Eu que deveria estar surpreso, mas não estou. – ele deu um sorrisinho malicioso.

Sorri.

– Onde vamos? – perguntei.

– Pra minha casa, não quero ficar na sua com Lynn. – disse ele, eu ri alto.

– Mas a casa é dela, eu que não tenho o direito de estar lá. – respondi irônica.

– Verdade, me esqueci disso. – responde ele rindo.

***

Chegamos em sua casa e entramos.

– Minha mãe está dormindo, não vamos fazer muito barulho ne?

Acenei com a cabeça, fomos pro seu quarto e fiquei nervosa em estar lá, ficamos deitados na cama dele, ele me beijava tão calorosamente que já estava com segundas intenções, balancei a cabeça para não pensar nisso e me concentrei em seu beijo.

Era delicado, suas mãos estavam massageando as mechas de meu cabelo e eu estava alisando suas costas, eu afasto e ele mostra compreensão.

– Por que me trouxe aqui? Só para me beijar? – sorri ao falar isso.

– Queria ver um filme com você, mas acho que assim está bom demais.

Nós rimos.

Eu estava quase dormindo quando ele disse.

– Tris você é minha agora. – e afagou o rosto em meus cabelos.

– Eu sei, - suspiro já cansada e quase vencida pela fadiga. – E você também é só meu, Tobias.

– Me chame de Quatro. – disse ele.

– Quatro? Porque? – respondo tentando lutar para ouvir sua resposta.

– É meu apelido, quatro medos, amanhã te explico, vá dormir.

Obedeci, quando fechei os olhos não estava mais ali, estava em outra dimensão, um sono profundo me encheu.