Because Of You escrita por Beatriz Prior


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Aêê!! Desculpem a demora, minhas aulas voltaram e eu não tenho mais tanto tempo. Bom, espero que gostem e boa leitura.



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Seus olhos estavam assustados, podia ver a chama que a assustava, podia ver os pássaros que a perseguiam, eu estava vendo-a se afogar. Mas eu também vi ela correr para longe das chamas, matar todos os pássaros e quebrar todas as barreiras que a deixavam entre a vida e a morte. O vidro. Tris é uma guerreira, a pessoa mais forte que vi. A menina mais forte que vi.

Seus cabelos loiros a luz do sol é tão dourado quanto ouro, sua pele é tão macia quanto cetim. Ela tinha uma voz doce, era melodia para meus ouvidos, eu me apaixonei por ela assim que a vi. Seus olhos grandes estavam me pedindo desculpas, por nos esbarrarmos, não acredito muito em destino, mas isso foi diferente.

Ela estava disposta a entrar em uma rebelião e enfrentar seu pai. Ela só quer se sentir livre como um pássaro. Estávamos em casa agora, ela estava anciosa pela rebelião e sempre falava disso quando podia. Eu estava tão ocupado perdido em pensamentos que não ouvi quando sua voz me chamou.

Tobias!

– Sim?

– Será que Caleb podia vir também? Sei que ele não gostaria de ficar de fora.

Havia alguma coisa naquele menino que não me fazia confiar nele, mas eu não podia recusar, eles eram irmãos.

– Claro. – digo com mau gosto.

– Algum problema?

– Não. – menti.

Ela parece ter aceitado a resposta ou percebido a tensão em minha voz, pois ela não tocou mais no assunto, apenas falou em algo pior, algo que eu não estava acostumado a falar.

– Por favor, vamos ser sinceros, o que está sentindo? Por que não aceita meu irmão vir com a gente?

– Ele... Ele é muito certinho. Não acho que queira isso. – respondi.

– Vamos lá, vamos perguntar á ele.

Acho que fiquei paralisado pois não senti sua mão me puxando. Caminhamos em silêncio para sua casa e fiquei me perguntando mil vezes o que Tris quer na casa de seus pais, principalmente com o pai dela lá! Isso me deu dor de cabeça, levei a mão á testa para relaxar e eu estava suando. Tris olhava de relance pra mim, ela colocou meus braços sobre suas cinturas e me guiou, me senti mais estável.

Chegamos em sua antiga casa e por sorte Caleb atendeu, dei um suspiro de alívio e vi Tris sorrir um pouco.

– Olá. – cumprimenta Caleb.

– Oi! – Tris fala por mim e ela. – Você toparia participar de uma rebelião?

Ela vai logo ao ponto, sua expressão fica sem graça, ela provavelmente sabe que Caleb não aceitaria uma coisa assim. Ela deve ter vindo por outro motivo, ver sua mãe talvez. Caleb ficou pasmo, provavelmente não era a pergunta que ele esperava.

– O que? – perguntou ele quase gritando. – Por que acha que...

– Caleb? Por que essa gritaria? – ouço uma voz de mulher vindo de dentro da casa, sua mãe imagino.

Ela vem enxugando suas mãos em um pano de prato que está amarrado sobre sua cintura, como uma dona de casa que acabar de lavar as louças.

– Desculpe mamãe. – diz ele pertubado com a pergunta.

– Beatrice! – diz ela com um sorriso estampado no rosto abrindo os braços para abraçá-la. – O que faz aqui? Está bem?

– Sim, mamãe, estou ótima, só vim falar com Caleb.

– Ah que bom querida. – diz ela docemente. Depois vira pra mim. – Olá Tobias! Como está sua perna?

– Bem melhor, obrigado senhora Prior. – respondo.

– Vamos entrar, estou preparando o jantar. – convida ela entrando em sua casa e acenando para que a seguíssemos. – Sentem-se, vou pegar uma bebida para vocês.

Ela estava bem convidativa naquele dia, ou ela sempre foi assim? Não sei, só conversei com ela hoje e quando estávamos no hospital.

– Onde está Andrew? – pergunta Tris.

– No escritório. – responde Caleb olhando pra baixo.

– Temos escritório? – pergunta ela confusa.

Caleb acena com a cabeça.

– Quando você saiu de casa, ele transformou seu quarto em um escritório.

Nossa, isso é o tipo de coisa que Marcus não faria, ele era bem altruísta em relação aos outros, mas para minha mãe e eu, ele havia duas faces, Tris parecia pertubada com a ideia de que seu pai estava usando seu quarto como escritório. Um barulho de dentro da cozinha atrapalhou seus pensamentos. Um copo havia caído e ouvi os murmúrios de sua mãe, ela agora estava juntando os cacos, fui ajudar e ouvi passos na escada.

– O que foi isso? – perguntou uma voz de homem, Andrew.

Natalie se levantou e explicou que um copo havia caído e eu a estava ajudando.

– Por que você sempre está aqui? – pergunta ele intrigado com alguma coisa.

– Eu vim acompanhar Tris. – digo meio sério demais, tentei disfarçar mas não deu certo.

– O que... – ele apoiou seu peso na outra perna e continuou tentando ficar estável.

Já vi aquela expressão antes, era a expressão que ele fazia quando Tris o deixava com raiva. Ela adorava isso, é oficialmente da Audácia.

– O que faz com minha filha? – continuou cuspindo a última palavra.

Eu já estava preparado á responder quando Tris entra na cozinha e me interrompe.

– Ele é meu namorado. – diz ela com delicadeza como se esperasse isso por anos. Por isso ela queria vir aqui.

Ela se apoiou na bancada esperando que ele falasse alguma coisa mas ele só me encarava pasmo. Seus olhos me prendiam no lugar, eu não conseguia me mexer, nem falar.

– Esse troglodita é seu namorado? – diz ele ainda me encarando, eu me ajeitei e falei.

– Você não pode falar assim comigo!

– Olha garoto, você é muito velho pra minha filha! – ele se virou para Tris e continuou. – Termine com isso agora!

Ele estava gritando, seu rosto vermelho e algumas veias aumentavam quando ele gritava. Tris bufou e respondeu.

– Não.

Caleb veio até a cozinha e disse para seu pai.

– Ela está planejando se rebelar contra uma escola que fica em outra cidade, junto com ele. – Diz apontando pra mim.

Tris fica boquiaberta e eu não me espanto, eu já esperava alguma coisa de ruim vindo dele. Talvez fosse isso.

– O quê? Esse mau exemplo quer lhe fazer se rebelar?! Saia daqui Agora!– diz Andrew perplexo. Vejo raiva e perplexidade em seus olhos.

– Por favor, não se meta na minha vida! – grita Tris.

Andrew fica vermelho de raiva e vejo sua mão vir em minha direção, e não é para cumprimentar. Desvio de seu soco e me desloco para outro lugar, ele vem me perseguindo e Tris fica parada, ela deve saber que sei me defender. Natalie parece mais branca que o normal e Caleb deve achar que seu pai vai ganhar essa. Olho mais uma vez para Tris e ela acena com a cabeça adivinhando meus pensamentos. Quero acabar com ele. Seu corpo se choca contra o meu e ele começa a esmurrar minha barriga, sinto uma pontada de dor, mas recupero o fôlego e o soco no queixo. Ele me empurra e eu colido com o armário, meu corpo grande e pesado faz com que alguns pratos caiam sobre minha cabeça, sinto uma ardência em minha nuca e quando a toco sinto algo molhado. Sangue. Sinto toda a raiva encher meu corpo, raiva pelo o que ele fez com Tris, por me chamar de troglodita e por me chamar de mau exemplo, eu o odeio, tanto quanto meu pai.

Ele me faz se lembrar das brigas, discussões que eu tinha de aguentar, de marcas do passado que me fazem tremer e odiar mais meu pai ao mesmo tempo. Ergo todas as barreiras que separam meu pai de mim e lhe dou um direto bem na sua bochecha, ele fica tonto e eu me apresso em chutá-lo nas costelas. Ele cai e meus instintos dizem para que eu o bata mais, porém paro ao ver o sangue escorrer pelo seu nariz. Fico feliz por ele estar sofrendo, mas ainda é o pai dela.

Me levanto e me dirijo para fora, paro na frente de Caleb que agora está gélido em seu lugar e falo.

– Você é um covarde.

Vou para perto de Tris e sussurro em seu ouvido, ela acena e vai até seu pai que ainda está deitado no chão e fala.

– Você não faz mais parte da minha vida.

Ela soca seu rosto e ele se contorce no chão. Ela dá um pequeno sorriso para sua mãe que agora está limpando o sangue do nariz de Andrew. Saio da cozinha e ela me segue, ao sairmos da casa fomos em direção á casa de Lynn.

– Obrigada. – diz ela sem parar de andar.

– Sem problemas. – respondo.

– Já fez isso com... Seu pai?

– Não. – respondo. – Ainda não.

Ela ri e muda de assunto.

– O que vamos fazer na rebelião?

– Eu vou desligar a segurança e você vai roubar os soros. Tori ia roubar, mas conversei com ela sobre você ser discreta e inteligente, então ela concordou.

– O que ela vai fazer?

– Vai organizar as pessoas, dizer onde devem ir, ou o que fazer.

– Ah. Quando vamos invadir a escola?

– Na próxima semana vai estar bom, Jeanine deve estar sabendo que vamos rebelar e não vai deixar assim tão fácil.

– Quem vai impedi-la? Quero dizer, quem vai impedir que ela nos atrapalhe?

– Eu vou fazer isso. – respondo tocando minha nuca que estava sangrando.

Tris acena e passa a mão no local ferido, ela tira um lenço de seu bolso e limpa o sangue.

– Ta tudo bem? – pergunta ela olhando para minha ferida.

– Sim, está ardendo um pouco mas nada de mais.

– Foi um pouco fundo. – diz ela fazendo uma careta.

– Tudo bem.

Andamos até sua casa e ao chegarmos ela foi para seu quarto se deitar um pouco, ela teve um dia cheio. Fui para minha casa, eu também estava exausto, precisava dormir.

***
Quando deitei em minha cama o sono me dominou completamente e imediatamente, sem sonhos, apenas eu.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? deixe seu comentário e até o próximo capítulo!
^^



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