Because Of You escrita por Beatriz Prior


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui está outro capítulo. Boa leitura, beijos!



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Não havia nenhum carro na rua, estava tudo tranquilo , eu estava observando duas crianças brincarem com seus pais e isso me fez lembrar da minha família brincando no jardim da frente quando era criança. Os gritos de Tobias atrapalharam meus pensamentos num súbito e fui empurrada com força para a calçada.

Seu corpo estava no chão e o motorista bêbado dirigiu pra longe, meus olhos estavam embaçados eu não via nada, o terror tomou conta de meu corpo e não sabia o que fazer, Caleb tomou iniciativa e foi checar seus ferimentos, mas eu fiquei sentada ali aterrorizada com a imagem de Tobias sendo jogado pelo carro, se retorcendo de dor.

Eu não podia deixá-lo assim, não podia, ele era meu namorado e precisava de apoio, ele precisa de mim por perto. Juntei minhas forças e caminhei em sua direção.

– Caleb chame a ambulância. – digo com minha voz trêmula.

Ele obedeceu e não consegui conter o choro, já estava no peito de Tobias chorando e pedindo para que ele volte pra mim. A ambulância chegou logo depois e os médicos o levaram numa maca, não deixaram que eu entrasse. Gritei com os médicos, e meu rosto estava domado pelas lágrimas. Caleb me puxou para a calçada me consolando, não era disso que eu precisava, eu queria uma arma de fogo para ir atrás daquele motorista!

– Qual de vocês é mais próximo dele? – perguntou um dos médicos da ambulância.

– Eu. – respondi, enxuguei as lágrimas e fui para dentro da ambulância com ele, segurei sua mão e estava gelada.

– Qual o nome do paciente? – perguntou o mesmo para mim.

– Tobias... Tobias Eaton. – respondi sem olhar para seu rosto.

– Quantos anos?

Olhei feio para ele antes de responder.

– 18. – respondi voltando meu rosto para Tobias que estava ligado á um aparelho que media seus batimentos cardíacos.

– Tris!! – gritou Tobias me fazendo voltar á realidade. – Você está bem?

Afirmo com a cabeça e enxugo as lágrimas.

– O que houve? – pergunta ele agora se sentando na calçada.

– Estava me lembrando... – minha voz falha. – Do seu acidente.

– Não Tris! Não é culpa sua, vamos entrar.

Estava tão inerte em pensamentos que não percebi que estávamos na calçada de sua casa. Me recusei e saí em direção á minha casa, ele não me seguiu, eu precisava ficar só.

***

Cheguei em casa e Lynn estava na cozinha, ao me ver ela arregalou os olhos e engoliu rapidamente o que estava comendo.

– Onde você estava sua louca?

– No hospital. – digo sem ânimo.

– O quê? Poque? – perguntou ela me examinando.

– Foi Tobias!! – gritei – Ele sofreu um acidente e quebrou uma perna, tá bem? E não quero falar sobre isso.

Ela ficou calada absorvendo aquilo tudo e me senti exausta, fui para seu quarto e me deitei no pequeno sofá, não demorou para que o sono me dominasse, faz tempo que não dormia, apenas olhando para Tobias, checando se algo acontecia.

Eu estava em um campo de guerra, os destroços de um genocídio me cercavam, vários corpos á minha vista, eu não os conheciam, eram negros e brancos. Passo por entre os corpos e sinto que estou os invadindo, algo pesado se forma em meu peito e me faz cair, é algo asfixiante. Eu estou morrendo, meus olhos ficam embaçados e só consigo ver como esse campo era antes da guerra começar. Era lindo, com flores amarelas sendo levadas pelo vento, mais na frente havia uma árvore com um balanço, era uma macieira coberta de maçãs e alguns esquilos a cercavam, o vento fazia uma música linda quando passava por meus ouvidos, uma melodia aconchegante e animadora, o vento para e tudo ao meu redor fica podre. Ouço um tiro e a guerra começa, a paisagem fica preta, as plantas morrem e os esquilos desaparecem, algumas pessoas entram e eu não tenho para onde fugir, estou presa e algo me puxa, tento sair mas não adianta. Deixo que eles me puxem, á medida que deixo que me puxem se transforma em carinhosos dedos me alisando.

Acordo e tudo está escuro, Lynn está em sua cama com os braços para fora, olho pela janela e está de noite. Sinto uma pontada de fome e desço para comer alguma coisa. Pego um pão, queijo, presunto, maionese, ketchup e alface e faço meu sanduíche. Como ele enquanto assisto televisão, eu nunca havia visto esse filme A fera, mas é bem legal.

Fala sobre um menino que é popular e egocêntrico, uma bruxa o faz ficar feio e a maldição só poderá ser desfeita se ele encontrar alguém que o ame de verdade, enquanto isso, ele e sua família também estão amaldiçoados a espera de um novo amor para o garoto, uma menina aparece e muda completamente o ser desse menino e ele se torna bonito de novo. Claro que isso foi só um resumo, o filme é bem mais emocionante.

Acabo de comer meu sanduíche e não sinto sono, estou paralisada com o sonho que tive e não quero voltar a dormir. O que eu tenho a ver com genocídios? Claro, odeio guerra, mas isso não explica nada. Continuo vendo meu filme, ele acabou com um final digno, a menina fica com o garoto e ele volta a ser bonito. Vou para o quarto de Lynn e me deito no sofá novamente, tento dormir, mas consigo apenas cochilar pois o sonho ainda atormenta minha cabeça.

Eu tinha que acabar com isso, precisava ver Tobias. Desci as escadas novamente e fui para sua casa.

***

Chequei se a porta estava aberta, mas não estava, bati devagar na porta mesmo sabendo que ninguém viria atender ás três da manhã. Pra minha surpresa, Tobias veio, ele estava com o cabelo bagunçado e com os olhos confusos ao me ver.

– Oi... – cumprimenta ele e faz um gesto para que eu entre.

– Me desculpe por ter saído daquele jeito, eu só não queria ver você assim por minha causa. – vou logo ao ponto.

Ele coloca as mãos no rosto como se estivesse sem paciência.

– Pela milésima vez, não é culpa sua, por favor pare com isso.

– Mas, se eu tivesse visto o carro você não estaria de muletas! – estava quase gritando agora.

– Tris, é só por enquanto, deixe de ser infantil.

– Infantil? Me acha infantil?! – grunhi.

– Não você, apenas sua atitude neste momento. Eu já disse que você não é culpada e mesmo assim teima.

– Me desculpe. – suspiro.

– É sua culpa?

– Não.

– Ótimo. – diz ele aliviado. – mas o que veio fazer aqui?

– Te ver, eu não consigo dormir.

– É, nem eu. – responde baixando a cabeça. – Quer deitar comigo?

Um sorriso malicioso cresce em meu rosto e eu balanço a cabeça afirmando. Fomos para seu quarto e nos deitamos juntos, fechei os olhos tentando dormir e o sono veio ao meu encontro, sem sonhos esquisitos dessa vez, como eu esperava. Tobias me traz segurança.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários aqui em baixo e até o próximo capítulo.



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