Because Of You escrita por Beatriz Prior


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 14, espero que gostem! Boa leitura.



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Ouvi gritos altos de uma menina e alguma coisa estava me dando choque, eu vi o rosto de Tris e ela estava chorando desesperadamente, Caleb a pegou por trás, mas ela se debatia com força em seus braços, a mesma estava gritando com os enfermeiros para deixarem ela passar, mas eles não deixaram, e as portas da ambulância se fecharam. Alguém me levou para uma sala branca, havia uma agulha no meu braço, porque aquilo estava no meu braço? E porque Tris estava chorando?

Eu sofri um acidente, e a sala branca era uma sala de hospital. Abri os olhos e vi seu rosto me encarando, seus olhos estavam inchados e fundos de tanto chorar e sono, me dei conta de que havia uma máscara no meu rosto e tentei tirar, mas Tris foi mais rápida e impediu.

– Você precisa ficar com isso amor. – disse ela devagar, sua voz estava rouca, ela provavelmente gritou muito.

Não consegui falar, apenas acenei com a cabeça, estou feliz por ela estar aqui, mas por quanto tempo fiquei desacordado?

– Você salvou minha vida. – disse ela baixinho. – Não precisava fazer isso, olha como você está agora.

Ela estava lutando pelo equilíbrio de sua voz, queria falar, dizer pra ela que eu não fiz em vão, eu a salvei porque a amo, e eu prefiro estar aqui, neste hospital, com essa máscara, incapaz de falar do que ver ela em meu lugar, senti uma coisa dura em minha perna e um tanto pesada, um gesso, eu quebrei a perna, ignorei esse fato e criei forças e tentei falar.

– Eu... Eu não fiz em vão. – tossi. – Antes eu do que você.

Ela estava chorando agora, e minha imagem ficou embaçada, eu também estava chorando. Fiz um gesto para ela se aproximar e tirei a máscara, primeiro ela tentou impedir, mas não queria brigar comigo e desistiu, eu a beijei na testa.

– Que horas são? Por quanto tempo fiquei desacordado?– perguntei, estava mais fácil de falar.

– Duas da manhã, e você ficou três dias desacordado. – ela sorriu sem rir. – Você precisa descansar.

– Não, Tris pode ir dormir, eu vou ficar bem.

Ela não pareceu convencida.

– Venha se deitar comigo. – pedi.

Ela sorriu e não viu problemas então se deitou e ficamos abraçados e vi o sono dominar meus olhos depois a minha mente.

***

Estava tudo preto, somente uma luz branca iluminava um certo lugar, me aproximei da luz e apareceu uma cadeira e depois uma menina apareceu. Havia uma arma no chão, eu a peguei, a menina levantou a cabeça e era Tris, ela estava com as mão amarradas na cadeira, não podia sair.

Sua boca estava coberta, eu tentei soltar ela mas não conseguia, tudo o que eu fazia para soltá-la era inútil, queria sair dali, é claro, era um sonho, eu estava sonhando e tinha que matar Tris.

Fechei os olhos e apertei o gatilho, a menina desabava no chão feito boneca, suas mãos agora livres e cabelo sobre o rosto, corri para ela mas algo me segurava, em puxando para longe e eu gritava, gritava mas não adiantava, ela estava pálida e sangrando, respirando forte, tentando sobreviver, eu não podia fazer nada.

Vi seu rosto e seus olhos perderam o brilho, ela parou de respirar, parou de se contorcer, ela morreu.

***

Acordei procurando as mãos de Tris e não encontrei, tentei me levantar rápido, mas o peso do gesso em minha perna não ajudava. Alguém abre a porta, é Tris, ela veio com uma bandeja de comidas e se espanta ao ver que estou tentando me levantar.

Larga a bandeja em uma das mesas da sala e me impede de levantar tão rápido que fico tonto.

– Ei! – exclamou me deitando novamente. – Fique deitado está bem? Você precisa relaxar.

– Eu não te vi aqui e... – comecei a falar mas ela interrompeu.

– Eu só fui pegar comida, tudo bem, quer alguma coisa? – perguntou ela indo pegar a bandeja que deixou na mesa.

Acenei com a cabeça e ela me entregou um cereal de aveia e leite. Ela estava comendo um salgado de frango que parecia ótimo.

– Ei, porquê você está comendo um salgado delicioso e eu esse cereal sem graça? – perguntei indignado.

Ela riu um pouco e respondeu como se estivesse me ensinando alguma coisa.

– Porque o médico pediu para que você comesse comidas saldáveis.

Inacreditável.

– Isso inclui me matar de fome? – brinquei.

– Se for preciso. – brincou também.

Continuei comendo esse cereal que não tinha gosto de nada, nem ao menos de aveia e bebi meu leite que era a única coisa que tinha gosto. Ela acabou de comer seu salgado e sua boca ficou oleosa, ela limpou e suspirou.

Chequei seus olhos e estavam preocupados, sua expressão estava melhor que hoje de manhã. O médico abriu a porta com uma enfermeira e estavam conversando sobre alguma coisa na porta, não consegui ouvir. Tris se levanta e quando o médico acaba de conversar com a enfermeira os dois entram.

O doutor era um homem de cabelo branco com os olhos fundos, mas não de sono, de rugas, se não fosse por esses detalhes seria um homem bonito. Ele usava um crachá com seu nome ‘David’.

A enfermeira era nova com cabelos pretos e pele morena, bonita. Também usava um crachá com seu nome ‘Juanita’.

– Olá doutor. – sauda Tris.

– Olá senhorita Prior. – responde ele. – Como está o senhor Eaton?

– Ele está bem melhor, reclamou um pouco do cereal de aveia mas fora isto está bem. – disse sorrindo pra mim.

– Ah, que ótimo. – respondeu ele satisfeito.

– Então doutor... – começa Tris.

– David, me chame de David.

– Hã, claro. David, qual é a condição dele? Vai ficar bem?

Ele me analisou um pouco e respondeu.

– Sim, a única coisa que consideraríamos perigosos já passaram.

– O quê aconteceu comigo que foi grave? – perguntei curioso.

– Você quebrou a perna e teve um ataque cardíaco e perdeu muito sangue, por isso essa agulha no seu braço. – disse apontando para a agulha enfiada na minha veia.

Mas eu era muito novo pra ter um ataque cardíaco! Como isso pode acontecer? Eu só fui atropelado. Enfim, quase havia me esquecido do gesso, como poderia andar com uma coisa dessas?

– Eu sei, eu sei, você é muito novo pra ter um ataque cardíaco, mas o choque foi tão grande que aconteceu. – ele deu de ombros. – Já passou.

Suspirei de alívio, o perigo já passou. Agora, minha mãe, será que avisaram á ela?

– Onde está minha mãe? Avisaram á ela? – perguntei preocupado novamente.

– Oh! Sim, ela já veio e me avisou sobre alguns medicamentos que você é alérgico e ficou um tempo com você para Tris ter uma folga. – ele sorriu sabendo que eu gostaria disso.

Ele estava certo, não era justo Tris ficar comigo aqui todo tempo sem dormir ou comer, eu não queria dar trabalho á ela, é mais fácil para minha mãe, aliás, eu nunca fui um peso em suas costas, nós nos entendíamos.

Claro que eu e Tris nos entendíamos, mas não queria ser um peso em suas costas.

– Bom, - diz ele batendo as palmas. – Vou lhe dar alta hoje e você já pode ir.

Um ânimo passou por meu corpo e eu abri um sorriso largo, Tris também sorria. Eu ia sair daqui, dessa sala que só fede a álcool e detergente de limão, minhas narinas ardem.

– Juanita, pegue as roupas e devolva á ele. Tris, você é a namorada certo?

– Sim. – diz Tris com firmeza.

Isso faz eu sentir uma pontada no peito.

– É maior de idade?

– Infelizmente não dou... David!

– Ah, que pena, você poderia assinar para ele sair. Vamos ter de esperar sua mãe Tobias.

– Droga! Mas é terça, ela sai do trabalho mais tarde, nove da noite ela sai de lá!

– Sinto muito Tobias, é as regras. – disse David

E quando David estava saindo do quarto, Tris o chama e eles conversam na porta, ainda não consigo ouvir o que é. Quando acabaram o doutor saiu e Tris voltou fechando a porta.

– O que foi? – perguntei.

– Vão ligar para minha mãe vir assinar sua ficha, e você receberá alta.

– Obrigado! – disse quase gritando e por consequência comecei a tossir.

– Não force muito sua voz amor, você gritou muito. – disse ela com os olhos arregalados de preocupação.

– Gritei? – não me lembrava desse fato.

– Sim, quando o carro te jogou pra longe você gritou pois havia quebrado a perna, você tem muito fôlego. – disse com os olhos se enchendo de lágrimas e eu sabia que ela estava se lembrando da cena.

Imagino como deve ser difícil pra ela, pois se fosse o contrário, eu estaria do mesmo jeito, talvez pior. Ouço alguém conversando e Tris sai da sala tão rápido que me deixou tonto. Minutos depois ela entra com sua mãe e David.

– Tobias, você já vai poder ir. Onde está Juanita? – anuncia David.

– Aqui! – diz ela no fundo da sala, não me lembrava da sua presença ali.

– Ah! Vá com Tobias pegar suas roupas.

– Claro, vamos? – pergunta estendendo a mão pra mim.

David se lembra de algo e vem tirar as agulhas de meu braço e meu corpo fica mais leve e consigo levantar, tiro a máscara e sigo para o corredor acompanhando Juanita e o chão é gelado e tem o mesmo cheiro da sala, de álcool e detergente de limão, minhas narinas estão ardendo novamente.

Ela anda até uma saca escura cheia de roupas e alguns sapatos, ela pega uma roupa e um par de sapatos de uma gaveta com o número 12 e me entrega.

– O banheiro é seguindo em frente a direita, vai ter um nome do lado de fora da porta.- confirmo com a cabeça e ela sai pelo corredor.

Sigo suas instruções e chego á uma porta com o nome Banheiro masculino, entro e visto minhas calças e depois a blusa, por fim os sapatos e começo a me sentir mais quente. Saio já apressado em ir para casa e deparo com Tris e sua mãe na porta de entrada do hospital, sei que Tris quer sair logo dali, ela bate o pé com força no chão como se estivesse impaciente.

– Vamos? – pergunto.

– Claro! Odeio hospitais, é tanta gente de baixo astral. – diz ela com seus olhos a varrer a sala em cada rosto deprimido e pálido.

Sua mãe nos chama e saímos dali, sentir o ar frio e o clima quente é tão bom.

– Vocês vem comigo? – perguntou Natalie.

– Não mãe, quero passar um tempo com Tobias, tudo bem? – fala Tris.

Natalie assente com a cabeça e entra no carro, dando a ré e saindo do estacionamento. Respiramos e demos a mão um para o outro, e fomos embora assim, de mãos dadas, apoiando um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? dexem seus comentários dando suas opiniões e até o próximo capítulo.



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