Troblemaker. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 2
Capítulo 1.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY JaceCóticas tão lindas do meu Brasil!
Suas perfeitas!
Muito Obg à todas que comentaram, favoritaram e estão acompanhando.
Um beijo para cada uma de vocês. Que a gostosura de Jace-Todo-Poderoso sempre esteja convosco.

Beijiiinhuhs
Psicoticamente, A.



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Chegamos em casa depois de vinte minutos dentro de um Táxi. Ficava em
uma rua bonita, muito diferente das do Estados Unidos, com casas
grandes e arrumadas - Parecendo casas de bonecas, com seus jardins
impecáveis.
A de Valentim era grande, branca e com janelas delicadas. Tinha três
andares e o último tinha uma parede inteira de vidro. O jardim era
composto de vários tipos de flores, de Peônias até rosas mais
delicadas. Fiquei tão embasbacada com a beleza do local que até queria
desenhá-lo. E eu o faria, em breve.
– Vamos, entre! - Encorajou Valentim, com a mão na curvatura das minhas costas.
Assenti para ele e entrei na casa, ficando ainda mais admirada pelo
interior do local. Era uma sala de estar, com móveis em um tom de
marrom médio. Havia um tapete felpudo e elegante, na parede alguns
quadros representando pinturas famosas. Em uma bancada atrás do sofá,
fotos minhas e de Sebastian juntos apareciam, ao lado de uma de
Valentim com Lilith - Ela com um longo vestido púrpura e ele de terno,
em uma premiação do Oscar.
Ouvi um gritinho histérico, claramente forçado, e procurei sua origem.
Era Lilith, na porta da cozinha.
Ela correu ao meu encontro e me abraçou com força demais, tanta que eu
até tossi.
– Clary! - Exclamou. - Senti tanta saudade.
– Ér... - Me afastei do abraço de Urso (Quer dizer, abraço da Cobra
Sucuri). - Eu também, Lilith.
Valentim logo entrou na casa e ela saltitou até ele, estalando um
beijo em sua boca assim que ele repousou as malas.
– Meu amor, Sebastian falou que... - Ela se interrompeu abruptamente. - O que ela está fazendo aqui?

Ai, fodeu de vez.


Nos viramos para a porta e lá estava minha mãe, com um puta sorriso no rosto.
Se tinha algo que ela gostava mais do que falar da minha intimidade,
era deixar Lilith puta (Mais do que ela já era).
– Lilith, querida! - Minha mãe exclamou, partindo para um abraço. Eu
quase tive pena de Lilith. Quase.
Assim que minha mãe se afastou e piscou quase que imperceptivelmente
para mim, Lilith fuzilou Valentim com o olhar.
– Valentim, venha na cozinha comigo um minutinho. - Pediu a madrasta, caminhando até o local com um sorriso forçado no rosto.
– Claro, querida. - Respondeu, revirando os olhos. - Clarissa, Sebastian deve estar na garagem ensaiando com a banda dele. Pode ir vê-lo, tenho certeza de que ele vai surtar ao te ver. Jocelyn, sinta-se em casa. Pode usar o quarto de hospedes. É a quarta porta à direita, subindo as escadas.
– Pode deixar. - Ela respondeu, pegando sua mala e indo para o andar de cima. Eu sorri para o meu pai.
Quando ia sair da sala, ele segurou meu braço.
– Ahn, Clary?
– Sim? - Perguntei, chocada pelo fato dele ter me chamado pelo apelido.
– Pegue leve. - Pediu, com seu sotaque espanhol se destacando no Inglês forçado.

Eu não entendi muito bem o que ele pediu.

– Ahn, pegar leve com o que, pai?

Valentim apenas sorriu.

– Você ainda vai entender.

Ergui a sobrancelha, achando graça.
– Fique tranquilho, Valen... Pai. - Assenti. - Eu não sou como minha mãe.
– Eu sei disso. É só que... Deixa quieto. - Dito isso, ele saiu da sala em direção à cozinha.
Fiquei lá, sem entender nada.
Dei de ombros e segui meu rumo. Fui para o quintal e adentrei o anexo
onde ficava a garagem.
Um barulho musical ecoava de lá, uma melodia muito boa que eu não
consegui identificar misturada com vozes perfeitas.
Sebastian tocava baixo desde os nove anos e nunca escondeu o fato de
querer montar uma banda. Mas, ao vê-lo tocando junto de outros quatro
garotos, não pude ficar mais surpresa.
Sebastian estava na ponta esquerda, tocando seu baixo preto. Vestia
uma blusa vermelha do Metallica e havia deixado o cabelo crescer, de
um modo que permitia que os fios roçassem nos ombros largos.


Havia um garoto cantando e tocando uma guitarra vermelha toda
trabalhada, ele era loiro, os olhos tinham um fulgor diferente que,
junto com seus traços profundos e interessantes, davam-lhe uma postura
de astro do Rock'n'Roll. Vi que seu porte indicava perigo, ele tinha
cara daqueles Bad Boys galãs que vão na sua casa e provocam um
incêndio só para ver a cor do fogo.


Outro também tocava guitarra, mas tinha a pele muito bronzeada e
algumas madeixas coloridas no cabelo negro. O sorriso zombeteiro que
brilhava em seu rosto indicava que ele era daquelas pessoas que tem a
alma de purpurina.


O que tocava bateria era moreno, com um tom de pele mais bronzeado do
que o "cara-com-cabelos-coloridos". Esse vestia uma camisa polo que me
permitia ver as tatuagens que rodeavam seus braços. Mantras de paz,
pude entender.


E, por fim, o que tocava teclado tinha uma pele pálida e delicada, que
junto com os cabelos negros e olhos azuis, tiravam o ar de qualquer
menina. Um sorriso tímido brilhava em seu rosto - Um sorriso delicado
e cuidadosamente contido - como se ele fosse grato por existir mas não
quisesse que o mundo soubesse disso.


Eu parei de avaliá-los e esperei a música acabar. Nenhum parecia ter
me notado, eu era uma ninja na arte de ficar escondida e passar
despercebida.
Assim que eles acabaram de tocar, um pouquinho desafinados mas com a
prática aquilo acabaria, se cumprimentaram com um High-Five coletivo.
Não pude me conter e bati palmas. Ambos se viraram e olharam para mim.
Quatro estavam chocados, enquanto Sebastian abria um enorme sorriso.
Ele tirou a alça que prendia o baixo ao seu corpo e o deixou encostado
na parede antes de vir me abraçar.
Foi um daqueles abraços em que a pessoa te tira do chão e te aperta
feito a surucucu chamada Lilith. Eu arfei e perdi o ar. Quando ele me
soltou, estava com uma careta raivosa.
– Posso saber por quê você não me ligou esse fim de semana? Eu fiquei
preocupado, achando que tinha acontecido alguma coisa.
– É que eu tinha saído com Simon, nós fomos à uma boate do Brooklyn
chamada Pandemônio e eu cheguei muito tarde em casa. Daí meu padrasto
me botou de castigo e me tirou meu celular por dois dias. - Respondi,
com um sorriso. - Assim que cheguei em casa, minha mãe me olhou com
uma cara de decepcionada. Eu achei que, pela primeira vez na vida, ela
me daria uma bronca por desobedecer o toque de recolher. Mas, na
verdade, ela só estava decepcionada por eu não estar na casa de um
garoto.
Sebastian riu e eu, desabafando com meu irmão, nem me liguei de que a
sala estava com mais pessoas.
– E você, Sebs? Arranjou uma namorada pra te tirar do meu pé? -
Perguntei, o provocando e cutucando suas costelas com os indicadores.
Ele suspirou e segurou minhas mãos. Ouvi quatro risos diferentes na
sala e congelei. Eu o havia envergonhado. Ai, Nossa!
– Que nada. - Disse o garoto da bateria (Seria mais fácil falar
baterista, mas eu não quero!). - Ele vive fugindo das garotas, diz que
são rodadas demais para ele. Não é, Sebs?
Sebastian tirou o tênis e tacou no menino, que quase desviou.
Sebastian acertou no meio de sua cara e ele soltou uma gargalhada.
Vai entender, né...
O peso nas minhas costas já estava ficando ruim, então eu larguei a
mochila no chão.
– Mochila maneira. - O moreno dos olhos azuis afirmou, me mostrando um
sorriso cativante e tímido.
– Valeu. - Ofereci-lhe meu melhor sorriso simpático.
O garoto de cabelo colorido pigarreou para chamar a atenção de
Sebastian. O mesmo o olhou, com raiva contida e certa irritação.
– Nos apresente, bobão. - O "purpurina" pediu, com um sorriso para mim.
– E por que eu faria isso..? Ai! - Sebastian exclamou, quando o
loirinho perigoso deu um tapa em seu braço.
– Nos apresente, Mongestern! - O loiro ordenou, com uma voz rouca e
com aquele sotaque Inglês que fazem com que qualquer menina perca a
voz.
Admito que, se meu propósito de vida fosse como os das meninas do St.
Xavier ( Meu antigo colégio), eu já estaria com a baba escorrendo pelo
meu queixo. Mas a beleza não me impressionava tanto. Mesmo
assim, me sentia uma boba perto de garotos tão lindos.
– Clary, esses são: - Apontou para o "Colorido". - Magnus; - Apontou
para o Moreno de olhos azuis. - Alec ; - Para o Baterista tatuado. -
Jordan e, - Apontou para o loirinho perigoso. - Jonathan. - E então
olhou para o grupo de garotos bonitos. - Idiotas, essa é a minha
meia-irmã Clarissa.
– Mas você não chamou ela de Clary...? - Começou o tal Alec, mas Sebs o cortou.
– Para vocês é Clarissa. - Sebastian passou o braço por sobre os meus
ombros e eu soltei uma risada. Sebastian e seu ciúme...
– Vocês podem me chamar de Clary, rapazes.
O tal Jordan deu uma cotovelada no peito do Magnus e sussurrou (Um
pouco alto demais):
Americana!– Pude notar certo tom de empolgação em sua voz.
Sebastian pareceu não ouvir ou apenas fingiu que não. Vi o tal
Jonathan revirar os olhos e se aproximar, junto com os outros.
– Vamos, Clar... - Mas logo Sebs foi empurrado para longe de mim e os
quatro garotos me cercaram.
– Quantos anos você tem, Clary? - Perguntou Jordan, empurrando
Sebastian ainda mais para longe, ele parecia super irritado e a ponto
de bala. Jordan também tinha aquele sotaque travado típicos dos
Ingleses.
Não queria que Sebastian pensasse que eu estava - de alguma maneira -
interessada em algum desses rapazes, então respondi algo que o
deixaria feliz.
– Eu tenho treze. - Falei, dando de ombros.
– Pelo Anjo, como isso é possível? - Perguntou o Jonathan, com uma
expressão exasperada. Aquela rouquidão combinada com o sotaque de
Inglês dele dava uma bela mistura.
Ela tem dezesseis.– A voz da minha mãe ecoou na garagem e
ela caminhou até mim, segurando meu queixo e o erguendo. - só falou que tinha treze para Sebastian não ficar cismado. Conheço a minha cria. - Pude ver o
sorriso de quem não acreditava no absurdo que eu acabara de fazer.
Depois de erguer as sobrancelhas para mim, Jocelyn caminhou até
Sebastian e deu-lhe um beijo na bochecha.
Eu e minha mãe não éramos muito altas, mas ela - com o salto enorme
que fazia questão de usar - ficava quase da altura de Sebastian (Só
que nunca).
– Sebastian, querido. Faz tempo que você não me visita, pensei até que
você deixou a cobra da Lilith fazer minha caveira.
Sebastian riu e ficou corado.
– Não, tia Jocelyn. - Respondeu. - É que eu ando ocupado. E o que a
Senhorita andou fazendo, além - é claro - de tentar arrastar sua filha
para a cama de alguém?
Minha mãe riu e os outros garotos também.
– Tentei fazê-la se vestir de menina mas, é claro, foi falho.
– Eu tenho estilo próprio. - Resmunguei.
– Estilo marginal, só se for. - Minha mãe retrucou. - Amanhã, querida,
nós vamos às compras e você vai aprender à se vestir como uma garota.
Dei de ombros.
– Veremos. - Murmurei.
– É, veremos mesmo. - Afirmou, me fuzilando com os olhos. -Bom, eu tenho que ir. - Minha mãe alisou o vestido como se para desamarrotá-lo e então sorriu para Alec. - Amei a cor dos seus olhos, querido. - E saiu.
O silêncio se instalou no local, mas foi brevemente. Pois meu telefone
começou a tocar.
"Go One
Take everything
Take everything, I want you too"– Violet, da banda Hole. Corri para a
minha mochila linda do Supernatural e peguei o celular no bolso da
frente. Eu havia posto uma capa de gatinho preto que eu chamava de
Bob.
– Sim? - Atendi.
A voz de Simon fez-se presente do outro lado da linha.
– Clary? Eu liguei para saber o PORQUÊ DE VOCÊ AINDA NÃO TER ME
LIGADO!
– Ele gritou e eu tive que afastar o celular da orelha até ele
acabar com sua fúria. Fiz uma careta e, depois que não pude mais ouvir
gritos, aproximei o telefone novamente.
– Hey, desculpe, Simon. É que eu estava com Sebastian...
Ok, mas não podia ter me ligado do Taxi ou sei lá? Fiquei preocupado.
– Preocupado com o que, Simon? Com meu avião ter caído? - Escarneei.
Sim. Pensei nisso sim, se quer saber. Mas pensei também em Lilith te
botando de castigo por não ser uma vadia - Exatamente como a Tia
Jocelyn.
– Isso não tem graça!
Ah, não? Pois eu estou achando muuuito engraçado.– Ele respondeu,
rindo. - A Milenium Lint vai se apresentar no Java Jones semana que
vem.
– Que ótimo, Simon! - Afirmei, com empolgação. - Como você conseguiu o
Show para a ML no Java Jones?
Ele pareceu ofendido.
Hey, todos querem um show da Milleniun Lint!– Afirmou, convencido.
– Aham, e eu sou o Papai Noel, Ho Ho Ho! - Debochei, ouvindo risos atrás de mim.
Quem mais está aí?– Simon perguntou.
– Não é da sua conta.
Ah, cale a boca, vai! Vou ir ver a Sheila.
– A Sheila "tanga" Barbarino, você quer dizer, não é? - Alfinetei. -
Fala sério, Simon! Maia é tão melhor que ela e, mesmo assim, você
ainda fica com a garota mais...
Eric disse...– Me cortou.
– Eric disse merda nenhuma! - O cortei também. - Me faça o favor de
não estragar sua vida. Qual é o próximo passo? Virar um daqueles
jogadores de futebol americano acéfalos? Usar drogas?
Não seja ridícula, Clary! – Simon exclamou.
– Simon, meu querido, o ridículo aqui é você! - retruquei e soltei uma
risada forçada.
Affs, você diz isso porque está com ciúmes!
Ciúmes? Eu preferiria cortar um braço a sentir ciúmes de você!
Outch! – Ele resmungou. - Você está me dando nos nervos, vou
desligar. Até mais tarde, Clarissa, porque você VAI me ligar.
– Ok, tchau cara-de-fuínha! - Me despedi.
Tchau, bicho ruivo!
– Bicho ruivo é o seu... Pescoço. - Sorri e desliguei, colocando o celular no bolso da calça jeans. Ajustei os óculos desnecessários e notei os cinco me olhando. Retornei
o olhar de cada um, com desconforto. - Posso ajudar?
Jordan desviou o olhar e fingiu ajustar a sua bateria, Magnus deu de
ombros e sorriu, Alec abaixou o olhar e corou (?), Sebastian ficou
encarando o chão - inexpressível - e Jonathan desviou a atenção para
sua Guitarra reluzente.
Suspirei e me levantei, colocando o telefone no bolso e pegando a
mochila. Quando a joguei sobre o ombro direito, quatro voltaram a me
encarar. Menos Jonathan, que estava tão concentrado na guitarra que
parecia querer casar com ela.
– Bom, meninos, foi muito bom conhecer vocês. Mas eu já vou indo,
então... - E estava prestes a sair, quando um turbilhão de vozes
começaram a falar ao mesmo tempo.
Espere, eu posso te levar para conhecer a cidade e...
– Não vá, eu posso te mostrar uma galeria na Oxford Street que...
– Que tal você me dar seu número e aí nós...
– Ah, fique vai...

Não pude reconhecer quem disse qual coisa, mas senti minhas bochechas queimarem.
– Ér...
– Fiquem longe da minha irmã, seus oportunistas desgraçados! - Rosnou
Sebastian, me puxando pelo braço até a porta. - Eu te amo, Clary.
Então, por favor, fique longe deles. Eles não prestam, acredite.
Soltei uma risada.
– Ok, Sebs. - Joguei as mãos pro alto em sinal de inocência. - Fica
frio, eu sei me cuidar.
E então, saí da garagem a caminho de casa.
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Depois de meia hora em casa, aguentando a voz irritante da minha
"querida" madrasta e o comportamento absurdo de minha mãe, resolvi dar
um passeio pela vizinhança.
Andei pela rua limpa, olhei para as extravagantes casas bem-pintadas e
seus jardins cuidadosamente podados. Mesmo tendo beleza ali, o local
estava vazio. O céu era cinzento e as pessoas ficavam trancafiadas em
casa. Crianças não andavam de Skate nas ruas, e nem de bicicleta,
patins ou patinete. Não havia meninas paquerando, meninos risonhos e
nem brigas. Apenas carros bonitos estacionados em frente à garagens
bem-enfeitadas.
Caminhei até um parquinho, situado no fim daquela rua fechada. O vento
fazia os dois balanços rangerem. A grama também era bem podada. Mas,
sem ninguém ali para dar brilho ao lugar, o parquinho parecia morto.
Haviam ali dois balanços, um escorrega de metal colorido, uma casinha
de madeira e uma gangorra amarela com apoios vermelhos.
Me sentei em um dos balanços e usei meus pés para impulsioná-lo. A
corrente precisava de lubrificação, pois o barulho era bem alto.
Não sei quantos minutos se passaram, mas eu fiquei ali sentada -
divagando. Depois de algumas divagações, notei uma silhueta alta e
esbelta encostada ao escorregador.
Sabe quando você está sozinha em casa, vendo um filme de terror e, de
repente, alguma coisa faz barulho e você toma um puta susto? Pois eu
estava sentindo aquilo naquele exato momento.
Meu Deus!– Exclamei, colocando a mão sobre o peito e notando meu
coração acelerado. De onde aquela menina havia surgido? Não havia
ninguém naquele parquinho.
A menina era alta, esbelta e muito bonita. Com cabelos longos e
castanhos e olhos da mesma cor. Usava uma bata verde-água e jeans, com
uma jaqueta jeans e botas.
– Olá! - Ela disse, com um sorriso simpático, antes de se sentar no
balanço ao meu lado. - Eu sou Isabelle.
– Ahn, eu sou Clary. - Respondi, meio confusa.
– Eu nunca te vi por aqui antes, está visitando algum parente ou se
mudou para cá recentemente?
– Bem, eu cheguei hoje. Vim para morar aqui.
Ela bateu palmas entusiasmadas.
– Ótimo, onde você está morando? - perguntou Isabelle. Notei que ela
meio que era, só um pouquinho sabe, curiosa.
– Naquela casa branca - Apontei para a casa de Valentim, agora minha
também. - Meu pai mora ali e, a partir de hoje, eu também.
Isabelle soltou um gritinho.
– Você é a minha vizinha! - Exclamou com empolgação. - Eu moro na casa
ao lado da sua. Você é filha de Valentim?
Assenti.
– E Sebastian é seu irmão?
– Sim, ele é. - Respondi.
Ela bateu outra salva de palmas empolgadas. Sério, já estava começando a me assustar.
– Então... quantos anos você tem, Clary?
– Dezesseis.
– Aaah! Eu também! - Exclamou. - Dá para ver, pelo sotaque, que você é
americana. Você morava aonde? Eu nem poderia me imaginar morando em outro lugar, sem essa nuvem cinzenta que me acompanha todos os dias. Sei lá... É estranho.
– Eu morei no Brooklyn, em Nova York. Você sempre morou aqui?
– Sempre. Chelsea é minha vida. - Abriu os braços para indicar o local
majestoso. – Eu sei que vai parecer meio invasivo, mas é que eu tenho uns amigos maneiros e acho você linda. Então, você tem namorado? Porque, se não, você vai sair comigo esta noite e nós vamos curtir Chel-se-a! – Sua voz saiu cantada nas duas últimas palavras.
Soltei uma risada sem humor.
– Não. Mas minha mãe vive pegando no meu pé por causa disso. -
Respondi. -No ponto de vista dela, uma menina de dezesseis virgem é o
sinal do apocalipse.
Isabelle riu.
– Bom, no mundo atual isso é. - Afirmou. - Mas, cai entre nós, eu não acho isso maneiro. Meus costumes são diferentes dos costumes americanos. Aqui, nós não nos damos muito bem com pessoas promíscuas. O conservador é sinônimo de beleza.
– Então, porque você..?
– Eu passei duas semanas nos Estados Unidos, quando eu tinha quatorze. Ele vivia no Brooklyn e me apresentou toda Nova York. Foi o melhor dia da minha vida, mas ele tinha namorada. Então... Sabe como é...
– Na verdade... – Comecei, meio nervosa. – Eu não sei como é não. Eu só beijei poucas vezes na vida e foi o meu melhor amigo, então...

Isabelle gargalhou. Gargalhou como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do mundo.

Fiquei sem entender se ela ria pela minha falta de experiência ou se ria porque achava mesmo que eu contei uma piada. Não sei por que, mas achei mesmo que era a segunda opção.

Passamos um bom tempo conversando. Isabelle era bem divertida, um pouco extrovertida e enxerida demais, mas bem legal.

Depois de algum tempo conversando, minha mãe apareceu na porta da minha nova casa e sibilou para mim, me chamando.

Se eu não fosse logo, ela viria até mim. E eu não queria ser envergonhada na frente de Isabelle. Ela era uma possível futura amiga.

– Isabelle, eu...

– Me chame de Izzy.

– Hum, Ok. Izzy, eu tenho que ir para casa. - Me levantei e ajeitei os óculos.

– Ok. - Ela sorriu e se levantou também. - Que horas eu vou te chamar?

Não entendi.

– Me chamar? Para que?

– Você vai sair comigo hoje, criatura. - Afirmou, com um sorriso.

Não achei uma boa ideia.

– Olha, Izzy... Minha mala foi extraviada e eu nem tenho o que vestir hoje. O voo foi longo, eu estou cansada...

– Ah, corta essa, Ok? - Pediu. - Não me vem com essas desculpinhas de garota anti-social não.

– Mas minha mala foi mesmo extraviada...

– Então passe na minha casa às seis e meia e eu te empresto alguma coisa minha. - Afirmou, com um sorriso vitorioso. - Até.

– Até. - murmurei, vendo-a sair em direção à sua casa. Caminhei até a minha nova casa e cheguei de encontro à minha mãe. - O que houve?

– Eu vou sair agora. - Disse. - Eu voltarei lá para as oito, acho. Então você vai ter que ficar sozinha no ninho dessa cobra, Ok?

Assenti.

– Hmm... Isabelle me chamou para sair com ela hoje. Eu até queria ir, mas eu sei que a senhora vai ficar preocupada, já que você não conhece ela e tals. Então eu vou dizer à ela que eu não vou.

– Que nada, minha filha. - Minha mãe deu um tapa de leve no meu braço. - Pode ir sim, só se cuide e não se perca.

Droga! Colabore, mãe!

– Eu tenho que ir agora. Amanhã cedo nós vamos comprar suas roupas, Ok?

Assenti e minha mãe me deu um beijo na testa, caminhando até o táxi que eu não havia visto ali.

Parece que alguém vai ter que sair, Clarissa.


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Notas finais do capítulo

E ae? Mereço reviews?

Beijinhos
Psicoticamente, A.