Troblemaker. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 13
Capítulo 11.




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You're a troublemaker. Troublemaker.

 

— Vamos lá, Izzy! - Kyle implorou de joelhos no cimento da garagem. Clary arrastou ela para ali e trancou a porta para que não pudesse sair sem concordar.

— Isso é cárcere privado. Eu vou pôr todos vocês na cadeia, delinquentes.

 

— Eu mesmo me entrego! - Jace disse, de rompante. - Eu mesmo me entrego... se você cantar uma música conosco e disser que não quer isso depois de tentar. Eu juro.

 

— Quem jura mente...

 

— Eu prometo. Que minha alma arda no inferno se eu não a cumprir.

 

Isabelle soltou um som esquisito da garganta em sinal de descrença.

 

— Tá, Ok. Eu juro pela minha guitarra. Se eu não cumprir, eu dou minha guitarra para aquela bandinha que tenta imitar a gente em Londres.

 

Isabelle sorriu e bateu palmas.

 

— Se você insiste... Mas eu escolho a música. - Ela seguiu para a caixa com partituras e procurou uma. Dois minutos depois, ela ergueu a partitura e sorriu. - Quero esta.

 

Jace pegou de suas mãos e ergueu uma sobrancelha, desgostoso, mas assentiu. - Sebastian, essa é sua.

 

Sebastian ajeitou o microfone na altura de Izzy, que não era tão menor que ele, e depois puxou um microfone para si mesmo. Jace aproximou-se de Clary. - Filme isso. - Ele pediu. - Nós podemos usar contra ela qualquer hora dessas se ela cantar mal.

 

— Que horror! - Clary murmurou, mas puxou o telefone enquanto ria. Todos se aprumaram nos instrumentos.

 

Jordan começou a contagem com as baquetas e no terceiro toque, Alec começou a tocar o teclado. Sebastian que começou a cantar.

 

Never put my love out on the line

 

Never said yes to the right guy

 

Never had trouble getting what I want

 

But when it comes to you, I'm never good enough

 

Izzy complementou, chegando mais perto do microfone.

 

When I don't care

 

I can play 'em like a Ken doll

 

Won't wash my hair

 

Then make 'em bounce like a basketball

 

Eles então cantaram juntos. A voz de Izzy se destacando.

 

But you

 

Make me wanna act like a girl

 

Izzy cantou o próximo verso sozinha.

 

Paint my nails and wear high heels

 

E então Sebastian cantou os versos, até extrapolando no final.

 

Yes, you

 

Make me so nervous

 

That I just can't hold your hand

 

E mais uma vez eles cantaram juntos.

 

You make me glow

 

But I cover up

 

Won't let it show

 

So I'm putting my defenses up

 

'Cause I don't wanna fall in love

 

If I ever did that

 

I think I'd have a heart attack

 

I think I'd have a heart attack

 

I think I'd have a heart attack

 

Eles continuaram a tocar, até que a parte dos solos aproximou-se. Sebastian começou com sua parte.

 

The feelings got lost in my lungs

 

They're burning, I'd rather be numb

 

Eles cantaram juntos mais uma frase antes de Izzy começar a cantar, a voz subindo algumas oitavas.

 

And there's no one else to blame

 

So scared I'll take off and run

 

I'm flying too close to the sun

 

And I burst into flames

 

Se ela tivesse que brilhar em alguma parte, seria naquela. Com os olhos fechados e segurando a haste do microfone como se a vida dela dependesse daquilo. Jace largou as cordas da guitarra e olhou para ela, parte assombrado, parte maravilhado. Na verdade, todos o fizeram, apenas Alec continuou tocando. Sebastian e Izzy terminaram a música cantando de um jeito mais leve, mais brando. E quando terminaram, Jace largou a guitarra, foi até ela e agarrou os ombros da mesma. 

 

— Como você ousa ter uma voz dessa e esconder? - Ele soltou, os olhos semicerrados.

 

— Bem... Eu...

 

— Não tem desculpa. Mas eu vou te perdoar, já que você está na banda agora.

 

— Mas eu não disse se gostei ou não.

 

— Não precisou. - Jace sorriu. - Agora vamos, temos que treinar bastante para a competição.

 


                                * * * * *

 

Clary estava dormindo na detenção vazia, naquele estágio em que você dorme com a boca aberta e baba a mesa inteira, quando foi acordada por um barulho de livros se chocando contra a mesa.

 

— Não fui eu! - Ela berrou, erguendo a cabeça e as mãos. Quem estava ali era Jace, os olhos sorriam de um jeito estranho. Ela limpou o canto da boca com o dorso da mão e passou a outra mão pelos cabelos, tirando alguns fios da cara.

 

— Hã? - Bocejou. - O que...?

 

— Estou fazendo aqui? Poderia fazer a mesma pergunta.

 

— Fiz um segundo furo para uma garota na aula da Capetinha. - Ela murmurou, pegando um elástico de cabelo no pulso e prendendo os cachos rebeldes. - Sua vez.

 

— Preciso da sua ajuda.

 

Clary sorriu de um jeito debochado.

 

— Então veio recorrer à poderosa filhona? Estou no meu horário de descanso, então não rola.

 

— Ora, deixa de palhaçada e vamos logo.

 

— Já disse que quero dormir. Aquele quarto ainda está me assombrando. E, além disso, eu ainda tenho mais... - Olhou a tela do celular. - Dez minutos na detenção.

 

— Eu estou aqui pra te tirar daqui. E, não queria mesmo ter que recorrer a isso... - Puxou o celular do bolso interno do uniforme e amostrou a foto que tirou dela dormindo na poça de baba sobre a mesa. - Mas você não me deixa escolha.

 

Ela revirou os olhos e pegou a mochila. - Pra onde vamos?

 

— Isso! É tão mais fácil quando cooperam comigo! - Ele passou o braço pelos ombros dela e a guiou para fora da sala, piscando para as garotas que estavam vigiando a porta.

 

— Nós dissemos que teve um incêndio na biblioteca. Ela não deve voltar tão cedo.

 

— Ótimo. - ele respondeu.

 

— Você é um cara cheio de artimanhas, Jonathan-Jace. - Ela bocejou outra vez. - O que vamos fazer?

 

— Paciência.

 

— Argh! - Ela socou o braço dele enquanto entravam num armário de limpeza. - O que...?

 

Jace tirou umas vassouras do caminho e baldes e então abriu uma porta no fundo do ambiente pequeno - que dava para outra sala minúscula. Já essa guardava instrumentos de banda e, mais uma vez, tinha outra porta na parede oposta do armário.

 

— Estamos indo para nárnia?

 

Jace soltou um ruído de engasgo e sacudiu a cabeça em negativa. Ele pegou o cadeado que trancava aquela porta.

 

— Está trancada. - Clary falou, como se não fosse óbvio.

 

— Jura, Senhora suprema das colocações óbvias? - Ele virou-se para ela com a melhor expressão sarcástica que conseguiu.

 

Ela revirou os olhos e deu de ombros enquanto ele procurava alguma coisa no bolso do uniforme. Tirou de lá uma chave e abriu o cadeado muito suavemente, entreabrindo a porta. Ela viu o que tinha lá dentro. Aquelas três meninas que haviam se apresentado no café e mais algumas sentadas num auditório grande com poltronas vermelhas.

 

— Ah... entendi. Estamos espionando as táticas inimigas, certo?

 

Jace assentiu. - Eu soube que elas estão fazendo testes para uma nova integrante do grupo. Como você dança?

 

— Pra quê quer saber?

 

— Você vai fazer um teste.

 

— Você tá louco? - Ela olhou nos olhos dourados dele. - Eu não poderia... Não posso. Elas sabem que eu sou a irmã do Sebastian, nunca me deixariam entrar na banda.

 

— Não, elas deixariam sim se você usasse a desculpa perfeita.

 

— Que seria...?

 

— A banda não aceita garotas e você nos considera porcos machistas.

 

— Mas Isabelle...?

 

— Elas não sabem sobre Isabelle. Nós só nos apresentaremos com ela no dia do concurso. Você poderia se juntar à elas e ser nossa espiã até esse dia.

 

— Ahn, não sei... Parece errado demais. Além disso, eu nem canto.

 

— ah, vamos, Clary. Elas não querem uma voz. Na divulgação, dizia exclusivamente uma pessoa bonita, que se adequasse aos padrões delas, e que soubesse dançar.

 

— Que horror! Eu não iria me expor a isso!

 

— Eu sei, eu sei... Mas é que nós estamos precisando disso. Mesmo. Nós precisamos daquele contrato, Clary, e você é a única que conheço que pode fazer isso.

 

— Jonathan-Jace...

 

— Nunca pensei que fosse falar isso mas... - Ele olhou fundo nos olhos dela. - Por favor?

 

— Jonathan-Jace, eu admiro o que você está tentando fazer, mas eu não sou a pessoa certa para...

 

Ele não deixou ela terminar de falar. Tomou o rosto dela entre mãos e então já estavam se beijando. Ele não deu tempo dela pensar ou racionalizar e, quando se afastou, ela arquejou - como se tivesse parado de respirar, os olhos vagos.

 

— Hummm... Jonathan-Jace, você está tentando me seduzir?

 

— Está dando certo?

 

— Uhm-hum... - Ela assentiu com a cabeça, depois sacudiu a mesma e suspirou. - Eu vou fazer isso...

 

— Ótimo!

 

—... Por Sebastian. - Ela complementou. - E eu vou querer meu café preto na detenção do primeiro intervalo TODO SANTO DIA, você está me ouvindo?

 

— Claro. Se você passar...

 

— Ora, tentou me fazer aceitar durante todo esse tempo para duvidar de mim, é isso?

 

Ele negou e sorriu. - Não duvido de você. Sei que pode passar. O problema é você querer ou não.

 

— Eu vou. Prometo.

 

— Ok, espere um segundo. - Ele puxou o elástico do cabelo dela e o espalhou por sobre os ombros enquanto ela olhava inquisitivamente para ele. - Bom.

 

— Só isso? - Ela questionou ironicamente. Não deveria ter questionado.

 

— Não realmente. - Ele pegou um batom no bolso do uniforme - que deveria ser a bolsinha da Hermione, porque só faltava ele tirar o Voldemort de lá. 
 

Ela pensou em questionar, mas não daria resultados. Passou o batom rosa claro.

 

— Bom. Agora dobre a barra da saia.

 

— É mesmo necessário?

 

— Para coisas desse tipo, sim. E só mais uma coisa... - Ele murmurou enquanto ela dobrava duas vezes a barra da saia. Ele tirou a gravata vermelha dela, os olhos dele mais escuros. Ela olhou para cima, respirando mais pesadamente, enquanto ele desfazia o nó do tecido e puxava ele.

 

— Minha gravata? - Ela questionou. A voz mais grave do que esperava.

 

— Hmm... - Ele passou o tecido vermelho ao redor do pescoço dela, em vez de na gola da camisa, dando um nó simples e deixando que o primeiro botão aberto revelasse o tecido. - Perfeito.

 

Ele se afastou e ela respirou fundo enquanto tentava recobrar o controle de sua mente.

 

— Tudo bem, Tyra Banks. Posso ir agora?

 

— Pode. Eu vou estar aqui, para via das dúvidas. Qualquer coisa, grite Jace Gostosão e eu entrarei em ação, ok?

 

— Ok. Mas não olhe minha apresentação, ok? Nem tire fotos. Se não...

 

— Tudo bem. Agora ande logo.

 

Clary caminhou para fora da sala apertada tentando não ser vista. Ela andou pelos cantos até chegar à primeira fileira do auditório. O trio estava sentado ali, observando uma garota loira dançar no palco ao som de uma música que Clary nunca ouviria por si mesma.

 

— Ok, Ok! - Giovanna gritou. - Já chega! Você chama isso de dançar? Fora daqui! - A menina olhou para ela, assustada. - Agora! - E então ela saiu correndo e chorando para fora do palco.

 

— Sinistro... - Clary soltou sem querer.

 

— Quem é essa? - Giovanna analisou Clary de cima a baixo.

 

— Essa é a aluna nova, Clary, irmã de Sebastian. - Jaqueline sussurrou no ouvido de Giovanna, mas não baixo o suficiente.

 

— E você quer entrar para a minha banda, garotinha?

 

— É Clary. E sim, eu quero.

 

— Por quê? A banda do seu irmão é mais conhecida que a nossa.

 

Clary revirou os olhos e encarou ela fixamente nos olhos. Ela deveria agir como aquele tipo de garota, aquele que não abaixa a cabeça por nada e nem desce do salto. - Eles não aceitam meninas. Porcos machistas. E, além disso, eu acredito muito mais no poder feminino, sabe? Vi vocês no café, outro dia. Acho que são ótimas, mas ainda precisam de um diferencial.

 

— Que seria você, no caso? - Giovanna riu e conferiu as unhas.

 

— Claro. - O olhar de Clary era afiado. - Vocês precisam de um brilho ruivo nesse preto e branco.

 

— Nós não... - Isabela começou, mas Giovanna levantou a mão e ela se calou.

 

— Responda-me, Clary, não é? , você usaria laranja e amarelo no mesmo dia?

 

— Não uso laranja, quanto mais laranja e amarelo na mesma semana. - Aquela era fácil. Ela assistia America's next top model.

 

— Hmm... E entre Becky G e Demi Lovato? Quem é a melhor?

 

Foda. Ela não sabia nem quem era Becky G, quanto mais como ela cantava. Ela virou o rosto como se estivesse pensando e olhou para a porta entreaberta do armário de instrumentos. Jace estava li, mostrando dois dedos em sinal de Paz e amor. Não, não era aquilo que ele queria dizer. Era a segunda opção.

 

— Hmm... Demi Lovato?

 

— Claro! Nós somos Lovactics. - Jaqueline disse.

 

— Tudo bem. Pode subir ao palco. - Giovanna disse. Clary suspirou aliviada. Aquela não seria tão difícil. Ela treinou lutas a vida toda, tinha flexibilidade. E gostava de dançar em boates com Simon. Ela gostava de dançar. - É o seguinte: eu vou pôr uma música aleatória e você vai ter que mostrar que consegue dançar qualquer coisa desprevenida. Você já tem o visual e o senso e, se tiver o swag, nós deixamos você ir para a próxima etapa - que é cantar.

 

Giovanna ligou o aparelho de som portátil na mesa a sua frente e então um som começou a tocar.

Give it to me, I'm worth it

Baby I'm worth it

Uh huh I'm worth it

Gimme gimme I'm worth it

 

Clary respirou fundo e pensou em como começaria e então começou a dançar. Ela fez uma sequencia de passos usando as pernas, os braços acompanhando os movimentos, o quadril quebrando para o lado, o cabelo solto balançando ao redor dela. Ela Jogou-se ao chão por vezes, dançando e sentindo a música entrar nos seus ossos e abalar o próprio corpo. Aquela era ela. Ela em essência. E aquela "ela" sentia essa música.

 

Jaqueline e Isabela aplaudiram quando a performance teve fim, mas Giovanna apenas estreitou os olhos e mordeu o lábio. Clary não conseguia ver Jace de onde estava, a luz que vinha do alto cegava ela para a distância, mas tinha certeza de que ele não cumprira com a parte de não vê-la. Maldito.

 

— Hmm... Não tenho o que dizer sobre. - Giovanna disse, desconfiada. - Você sabe dançar. Muito bem, até. Agora... Diga-me... Como é a sua voz?

 

— Bem... Não tão melhor que a minha dança. Nunca tentei cantar, na verdade. Geralmente prefiro tocar.

 

— Nós não tocamos no Fiercely British, Americana. Então cante.

 

— O que?

 

— O que você achar que vai me fazer apreciar a sua voz.

 

Clary pensou e pensou. Giovanna com certeza não iria apreciar alguma musica da banda Hole ou alguma das que Clary escutava. Ela conhecia alguma música pop que conhecia o suficiente para cantar? Ela então lembrou da fase pop do Last good era da Disney, quando ela assistia Hannah Montana aos nove anos e ouvia Miley Cyrus.

 

Ela respirou fundo, fechou os olhos e começou.

 

And it hits me... Ohhh Oh Oh Oooooh ... Like a tidal wave... Are you feeling me?— Ela então abriu os olhos e tentou transparecer o máximo de confiança para a parte aguda. - Or is the music to blaaaaaaaaaaaaaaaame.

 

— Ok. Ok. - Giovanna levantou-se, um sorriso transparecendo nos lábios. - Parece que estamos mesmo precisando de um brilho ruivo.

 

Clary prendeu a respiração.

 

— Quer dizer que...?

 

Giovanna virou-se para as outras meninas sentadas no auditório que esperavam a chance.

 

— Quer dizer que todas vocês estão dispensadas. Clary, parabéns, você está oficialmente na banda.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews?
Beijinhos.
Psicoticamente, A.



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