–Emma...Eu sei que você ta ai.Deixa eu entrar,eu recebi uma ligação da escola dizendo o que aconteceu.-Joe falou batendo na porta.

Eu não queria ninguém por perto,mas eu precisava de alguém pra me abraçar e dizer que tudo ia ficar bem,mesmo eu sabendo que não iria.Então abri a porta devagar e sentei no chão,encostada na beira da cama.

–Eu não a conheci,mas pelo seu estado,ela era importante pra você.

–Ela era mais que importante Joe,ela era minha única amiga.Ela me ensinou a amar,ela me mostrou que eu podia ser feliz novamente,mas agora sem ela,nada vai ser a mesma coisa.Quando ela teve que se mudar já foi doloroso,agora então.O único problema,é que agora quando eu ligar ela não vai mais atender,quando eu chamá-la nas redes sociais ela não irá mais responder,quando eu pensar nela,vou ter que me contentar só com lembranças porque nunca mais vou poder vê-la,nunca mais vou poder abraçá-la novamente.

Então ele sentou ao meu lado,me envolveu em seu braço e beijou minha cabeça,enquanto eu sangrava em lágrimas.Meu corpo doía,eu estava sem rumo,não sabia como seriam as coisas agora sem a Keth.

Ficamos um bom tempo abraçados ali no chão.Até que a Lia apareceu na porta com um copo d’água e um comprimido.Eu tomei e comecei a ver tudo escuro.Senti o Joe me arrastar,me pegar no colo e me por na cama.

–Joe..Fica aqui comigo.Só um pouco.Por favor.-Falei fechando os olhos devagar enquanto ia perdendo os sentidos aos poucos.

–Eu vou ficar aqui baixinha,vou estar do seu lado sempre.-Falou deitando ao meu lado na cama e me abraçando.

E isso era tudo o que eu lembrava quando acordei.Abri os olhos devagar,estava abalada e ainda sonolenta por conta do comprimido.Vi o Arthur sentado na poltrona ao lado da minha cama.

–Acordou dorminhoca.

Dei um meio sorriso e disse..-Cadê meu irmão?

–Ele teve que ir resolver umas coisas do trabalho,mas pediu pra eu tomar conta de você.-Explicou.

–E meu pai?-Perguntei.

–Ele ainda não chegou do trabalho e seu irmão não conseguiu falar com ele,ele não atende o celular.Sinto muito.-Falou se redimindo.

–Não sinta...Eu já esperava por isso.Ele nunca esta quando eu preciso.Ainda bem que eu tenho vocês.-Falei com voz de sono.

Então ouvi meu celular tocar.

–Pode pegar por favor!-Pedi ao Arthur apontando pro celular em cima da estante.

–Claro,toma aqui.É o Tyler.-Falou ao ver no identificador de chamada.

–Pode...-Falei apontando pra porta.

Ele entendeu o recado e disse –Claro.-E saiu.

Respirei fundo e atendi.

–Tyler.Que bom ouvi sua voz.

–Oi Emma.É bom ouvir sua voz também,mas você ta com uma voz estranha.Aconteceu alguma coisa?

Eu segurei as lágrimas,engoli o choro,respirei fundo e disse..-Não,não aconteceu nada.Eu estou bem!É que eu estava cochilando um pouco.-Disfarcei.

–Ah,desculpa ter te acordado.-Se desculpou.

–Magina,eu disse que você poderia ligar quando quisesse.-Falei disfarçando a voz.

–Eu só liguei pra dizer que já cheguei e que cheguei bem.

–Que bom.E como esta a família do seu amigo?-Perguntei.

–Ainda não os encontrei.Vou encontrar com eles mais tarde.

–Você não vai ficar hospedado na casa deles?-Perguntei.

–Não,eu preferi não incomodá-los.Vou ficar num hotel,que é bem perto da casa deles.-Explicou.

–Entendo!Bem,eu preciso desligar agora.O Joe está me chamando lá em baixo.Nos falamos amanhã?

–Claro,nos falamos amanhã.Tenha uma boa noite.-Despediu-se.

–Obrigada,você também Tyler.-Falei desligando.

Joguei o celular na cama e deixei as lágrimas escorrerem.Então o Arthur entrou no quarto.Me viu chorando e me abraçou! E disse..-Sei que é doloroso,mas vai passar e você vai ficar bem!

–Eu sei que vou.Eu já passei por isso várias vezes e ainda estou de pé.