Stay escrita por Anjos Marcados


Capítulo 36
Emoções


Notas iniciais do capítulo

Fiquei um tempinho sem postar,pois estou em semana de provas e nem tive tempo pra escrever.Mas eu me senti muito mau esse dias e sempre que me sinto assim eu escrevo.Então hoje resolvi escrever e esta ai o resultado dos meus momentos ruins...Espero que gostem!



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Então ele foi embora e eu voltei pra cama.Acordei na manhã seguinte muito indisposta,chovia muito e minha cabeça doía,inventei uma náusea pro Joe e ele me deixou ficar em casa.Acordei cedo,tomei café e fiquei deitada a manhã inteira no sofá vendo um canal qualquer.O Joe tinha ido pro trabalho,a mamãe ainda tava viajando e a Lia estava de folga.Ouvi alguém bater na porta..Levantei arrastando a coberta que me cobria até a porta e abri.

Minha garganta ficou seca ou ver quem era.Minhas pernas tremeram e eu sem reação nenhuma fiquei ouvindo sua voz falando comigo.

–Não vai me convidar pra entrar?-Perguntou.

Eu meio sem jeito dei espaço para que ele entrasse.Ele então colocou suas malas num canto,fechou a porta e disse –Não vai dizer nada?

–Ta frio lá fora? –Perguntei,ainda sem muita reação.-Ele sorriu,e disse –Esta um pouco.

–O que houve? Porque ta me olhando assim? Parece que nunca me viu.-Falou andando até a sala.

–É que,eu não esperava que o senhor viesse.-Falei sentando no sofá.

–Sua mãe disse que você ficou internada.-Falou sentando ao meu lado.

–Fiquei sim..Mas já estou melhor.-Falei gaguejando.

–Quando você vai aprender a não se meter em confusão baixinha?-Falou sorrindo.

–Talvez quando eu deixar de ser uma confusão.

–Vou ficar aqui por uns tempos,pelo menos até sua mãe voltar.

–Você não engana ninguém com esse papo pai..Eu sei que você veio a trabalho e como a mamãe não está em casa você vai aproveitar pra ficar aqui,só pra não ter que gastar dinheiro com hotel.-Falei bufando baixinho.

–Nunca consigo mentir pra você né?-Falou abaixando a cabeça.

–Não mesmo.-Falei subindo pro meu quarto.

Pensei que ele fosse vir atrás,mas ele não veio.Então fiquei deitada tentando simular tudo aquilo.Respirei fundo e peguei o celular.Queria ligar pra alguém,pro Tyler talvez mas ele já tinha preocupações demais.Liguei então pro Arthur.

–Alô.-Atendeu ele.

–Tava dormindo?-Perguntei ao ouvir sua voz de sono.

–Ah,Oi Emma! Tava,mas pode falar.-Falou com a voz sonolenta e meio roca.

–Não é nada não,esquece.-Falei desligando o celular.

Minutos depois ouvi a campainha tocar,fiquei esperando que meu pai atendesse.Mas ninguém atendeu,então desci correndo e gritando –JÁ VAI. Quando abri a porta era o Arthur.

–O que veio fazer aqui?-Perguntei,meio surpresa ao vê-lo.

–Você me ligou.-Falou.

–Mas eu disse que não era nada.

–Mas eu sei que há algo.Não vou te deixar sozinha se precisa de mim.-Falou entrando.

–Obrigada por vim.-Falei baixinho.

–De nada,mas o que houve?-Perguntou preocupado.

Olhei pra cima e vi a porta do quarto de hospedes,aonde meu pai provavelmente estava,entre aberta.

–Aqui não é um bom lugar pra conversarmos.Vamos subir.-Ele não disse nada,apenas subiu comigo.Entramos no meu quarto,ele sentou na cama e eu na poltrona que havia lá.Ficamos calados por um tempo,enquanto eu criava coragem pra dizer algo.

–Não vai dizer nada?

Respirei fundo,fechei os olhos e disse –Meu pai esta aqui.

–Como assim aqui?-Perguntou assustado? –Aqui na cidade? –Continuou perguntando.

–Não!Ele esta aqui em casa.

–Como assim?O que ele veio fazer aqui?-Falou um pouco alto.

–Xiu.-Falei pedindo silêncio.-Ele disse que veio ficar um tempo comigo,mas eu sei que ele veio a trabalho e aproveitou que minha mãe esta viajando pra ficar hospedado aqui em casa.

–Nossa...E como você ta se sentindo?

–Bem,pra falar a verdade eu não sei.Não nos falamos direito ainda.Não tive coragem.Quando eu abri a porta e o vi depois de dois anos,quis abraçá-lo e chorar em seu colo.Mas eu simplesmente fiquei parada sem reação,porque parte de mim está com raiva dele.Raiva por ele ter sumido por tanto tempo e ter voltado assim,sem mais nem menos como se nada tivesse acontecido.

Depois de um tempo calados eu disse novamente..-E eu precisava de alguém pra ficar comigo,até que essa sensação estranha passe.Mas o Joe ta no trabalho e eu não queria encher o Tyler com meus problemas.-Expliquei.

–Eu te entendo.Eu to aqui agora.Você pode contar comigo sempre que precisar.Só não entendo,o que você esta sentindo ao certo?-Perguntou.

–Pra falar a verdade,nem eu sei.Estou confusa,essa volta repentina dele trouxe um milhão de sensações e sentimentos a tona.-Falei em voz baixa.

Então ele sentou ao meu lado,e me abraçou.Eu sorri meio de lado e disse baixinho –Obrigada por ser meu amigo.-E deixei que as lágrimas escorressem.Ele me apertou ainda mais em seus braços e sussurrou em meu ouvido –Xiu,não fala nada.Tudo isso vai passar.Eu respirei fundo e encostei minha cabeça em seu ombro.E assim ficamos por um bom tempo,e eu envolvida naquele abraço acabei dormindo.

Quando acordei,eleja havia ido embora,mas havia deixado um bilhete dizendo..**Tive que ir,mas se precisar é só ligar,gritar,mandar um sinal de fogo..Qualquer coisa!Que eu venho.Fica bem Emma...Vou estar aqui se precisar.Bjs..Arthur**

Eu dei um sorriso bobo,abracei aquele bilhete e o guardei com muito carinho.Pois sabia que ele seria o primeiro de muitos.Afinal,o Arthur era meu único amigo agora,alias..um ótimo amigo.Então desci.

Passei pela sala ignorando a presença do meu pai.Quando cheguei na cozinha encontrei o Joe preparando o jantar,pois já era noite.Então coloquei a mesa,pra ajudá-lo a adiantar as coisas.Depois que o jantar estava servido,fui chamar o papai.

–A comida esta na mesa.-Falei num tom rude e voltei imediatamente pra cozinha.

Me sentei a mesa,ao lado do Joe,e começamos a nos servir.Então meu pai entrou,se sentou do outro lado da mesa,de frente pra nós e começou a se servir também.Enquanto comíamos,percebi os olhares desafiadores do Joe para o papai,no momento não entendi nada,mas também resolvi deixar pra lá e nem toquei no assunto..Apenas continuei comendo e tentando evitar a presença do meu pai naquela mesa.

Quando terminamos de jantar,eu me ofereci pra lavar a louça,mas Joe disse que iria me ajudar.Então papai foi pra sala e eu e Joe tiramos a mesa e lavamos a louça.Quando terminamos,fomos pra sala e nos sentamos no sofá de três lugares.Joe ficou vendo o noticiário e eu fiquei parada fingindo que prestava atenção na televisão,quando na verdade eu estava prestando atenção no meu pai,que estava sentando no sofá de dois lugares,que ficava ao lado do nosso,enquanto lia um artigo qualquer de uma revista.

Comecei a encará-lo,mas ele não me olhava de volta,talvez nem percebesse que eu estava olhando-o.

–Vou subir.Estou cansada.-Falei levantando do sofá.

–Descanse baixinha.Passo no seu quarto mais tarde pra te dar um beijinho antes de dormir.-Joe disse sorrindo.

Sorri de volta,mas antes que eu pudesse chegar a escada,ouvi meu pai dizer –Você anda passando muito tempo trancada nessa casa.Só dorme,não a vejo sair com ninguém.Não acha que precisa sair um pouco daquele quarto?

Eu olhei pro Joe,e o vi olhar para meu pai com uma cara brava,seus olhos pareciam que iam fuzilá-lo...Então com os olhos ardendo,o encarei e disse –Você passa dois anos sem me procurar,e quando aparece acha que pode simplesmente dizer o que devo ou não fazer?-Falei e logo subi para meu quarto,sem nem deixá-lo responder.

Quando cheguei no quarto,me joguei na cama e me pus a chorar,abafando o som com o travesseiro..Como sempre fiz.Então comecei a ouvir gritos.Engoli o choro e fiz silencio pra tentar escutar.Mas não conseguia escutar nada,sai do quarto parei na sacada da escada e fiquei observando os dois gritando e discutindo,mas eles não me perceberam.

Joe dizia gritando..-VOCÊ PASSOU DOIS ANOS LONGE.EU NÃO ME IMPORTO COM A SUA ASENCIA,PORQUE EU TENHO MINHA VIDA AGORA.MAS ELA AINDA É UMA ADOLESCENTE E SENTE SUA FALTA.E VOCÊ ESTA SIMPLESMENTE NEM AI PRA ELA.JA NÃO BASTA.SE ELA FICA TRANCADA NAQUELE QUARTO,SE ELA FICA SOZINHA NESSA CASA...VOCÊ E A MAMÃE TEM CULPA.PORQUE JÁ NÃO BASTA VOCÊS TEREM SE SEPARADOS,VOCÊS AINDA FAZEM O FAVOR DE VIAJAR E DEIXÁ-LA SOZINHA AQUI.A MAMÃE PELO MENOS VOLTA PRA CASA E SE PREOCUPA COM ELA.JA VOCÊ,VOCÊ FICA DOIS ANOS SEM APARECER,ELA É INTERNADA,ELA É SEQUESTRADA,ELA PASSA MAU NA ESCOLA E VOCÊ NEM DÁ AS CARAS,VOCÊ NEM LIGA PRA SABER COMO ELA ESTÁ.AI VOCÊ SIMPLESMENTE REAPARECE E QUER QUE TUDO ESTEJA AS MIL MARAVILHAS,DO JEITINHO QUE VOCÊ DEIXOU QUANDO SAIU DESSA CASA,A CINCO ANOS ATRÁS?

E meu pai dizia,em tom baixo..Sua mãe e sua irmã não teriam metade do que tem se não fossem por mim.E se eu viajo e passo tanto tempo sem vê-la é porque eu trabalho muito só pensando em dar o melhor pra ela.

Joe o responde dizendo,agora um pouco menos alterado..-Eu sei que é importante que ela tenha conforto e bons estudos.Mas bens matérias não são tudo nessa vida.Pessoas precisam de amor..Principalmente a Emma.Ela precisa amar e ser amada.Como você quer que ela conheça o amor,faça amigos ou namore se você não esta nem ai pra ela.Como você quer que ela o ame,se você não a ama?

Meu pai disse –Mas eu a amo.Do meu jeito,mas amo.

–Você pode até amá-la.Mas não demonstra.E amor é pra ser dado e recebido.Como quer que ela der amor a alguém se ela não tem de onde tirar amor? Como ela pode ser uma pessoa amorosa se ela não recebe amor,como ela pode amar alguém e se não é amada na mesma intensidade? O amor não é feito só de palavras pai,é feito de atitudes também.

Então um silencio permaneceu pela sala,e quando eu me virei para subir a droga no meu chinelo fez barulho no chão de madeira da escada.Então eu virei de costas,respirei fundo e virei novamente pra eles com os olhos cheios de lágrimas.Eu não disse nada,apenas subi e me tranquei em meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos,comentem e favoritem! *-*



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