Já era noite novamente.A chuva havia parado.Então ele veio até mim,me olhando com malícia.Eu tive nojo,e virei o roto.Ele tocava meu rosto,tentando ser delicado mas suas mãos eram ásperas.Ele cheirava meu cabelo e me beijava o pescoço.Eu estava quase vomitando,eu chorava e estava ficando sufocada com aquele pano em minha boca.Eu preferia estar morta do que estar ali.Então ouvi um barulho,uma voz..Parecia minha salvação,era como se tivesse surgido uma luz no fim do túnel.Tentei gritar,mas era impossível com aquele pano na boca.Minha única esperança era que alguém me achasse.

–EMMA.-Gritou alguém.

Pelo visto é alguém conhecido.-Pensei ao ouvir chamar meu nome.Mas a voz estava longe demais pra eu conseguir identificar,então continuei a chorar enquanto aquele crápula passava a mão na minha barriga por baixo da blusa.

–EMMAAAAA.-Gritou novamente a voz.Dessa vez mais alto e um pouco mais próximo de onde eu estava.

–Que Droga! –Murmurou o bandido.

Então ele saiu correndo ao ouvir uma sirene de policia.E me deixou lá amarrada.Comecei a me sacudir,tentando fazer o máximo de barulho possível,enquanto lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto.

–Emma.-Falou a voz saindo de trás da escuridão das arvores.

Olhei para aquela sombra que surgia da escuridão.E com os olhos cheios de lágrimas,sorri ao ver quem era.Ele veio até mim e atrás dele apareceu alguns policiais.Ele veio até mim,tirou a mordaça da minha boca e eu disse para que lado o bandido tinha ido.Os policiais correram para a direção que eu indiquei.E ele ficou lá comigo,soltando o nó das cordas.Ele me ajudou a ficar de pé e eu chorava ainda em choque.

Ele segurou meu rosto pelas bochechas,encostando sua cabeça na minha,enquanto eu chorava.

–Ei,calma!Eu to aqui.Ta tudo bem...Relaxa! –Falou baixinho.

Eu não conseguia dizer nada.Apenas chorava,foram 24 de terror,eu estava realmente abalada.

–Vamos.Vou te levar pra ambulância.

Eu não queria ir.Mas estava desolada e essa era minha única opção.Então dei um paço e acabei cambaleando.Ele me segurou,e por sorte eu não caí.

–Não consegue andar?-Perguntou.

–Acho que torci o pé.-Falei solução e tentando engolir o choro.

Então ele me pegou no colo e nos olhamos afetivamente.Mas eu estava meio sem jeito..Então me agarrei em seu pescoço,deitei em seu ombro e fechei os olhos.Ele me carregou até a beira da estrada.

Então ele entrou na ambulância comigo e fomos para o hospital.Acabei dormindo na ambulância,porque fiquei um dia inteiro acordada.Quando acordei novamente,estava deitada numa cama de hospital.Olhei pro lado e o vi sentado numa poltrona me observando.Quando ele percebeu que eu estava acordando,veio até mim.

–Ei,o que eu to fazendo aqui.-Falei.

–Relaxa.Você ta bem!Só ficou aqui,porque estava dormindo e o médico não queria lhe dar alta antes de ver como se sentiria depois que acordasse.

–Ah,Entendi!

Então o médico entrou no quarto.

–Ah,Então a senhorita acordou.-Falou sorridente.-Prazer,Doutor Vasque.-Apresentou-se.

–Olá Doutor.Obrigada por ter cuidado de mim.Mas eu estou bem..Posso ir pra casa?

–Calma,sem pressa! Diga-me,como se sente?

–Eu estou bem.Só um pouco zonza.-Falei.

–Ah,isso é efeito do remédio que lhe dei para a dor.-Explicou.E continuou dizendo..-Não sente nada a mais?

–Não!-Exclamei.

–Ok.Você pode ir pra casa...Vou lhe dar alta.Mas você deu um mau jeito no pé,nada tão grave.Mas por precaução é melhor ficar uns dois dias em casa de repouso.

–Mas e a escola Doutor? Não posso perder matéria!-Exclamei.

–Eu te passo a matéria e se você precisar eu te ajudo...Isso é o de menos!Agora voocê tem que pensar em repousar esse pé e se recuperar.-Tyler falou.

Eu apenas sorri agradecendo a gentileza.

Então alguns minutos depois eu fui liberada.Então fui mancando,apoiada no braço do Tyler até o lado de fora do hospital.Entramos num táxi e fomos para minha casa.

Ele tocou o interfone e a Lia e a minha mãe saíram correndo até o portão.Entramos e ele me ajudou a chegar até o sofá.

–Aiwn meu amor..Eu vim o mais rápido que pude.Quando eu soube meu coração ficou na boca.-Disse minha mãe.

–Obrigada por ter vindo mãe.Mas eu já estou bem.Vou ter que ficar dois dias em casa por conta desse pé,mas não é nada grave..Só dei um mau jeito.

–Mas está tudo bem?

–Ta mãe!Só ta doendo um pouco..Mas o médico me receitou um remédio pra dor.-Falei.

–Quer conversar sobre isso!

–Mãe!Melhor não...Eu não gosto nem de lembrar disso.-Falei subindo as escadas devagar e mancando.

–Mas filha...

–Desculpa interromper dona Cristina...Mas ta sendo muito difícil pra ela,acho que ela precisa de um tempo pra digerir tudo isso.-Tyler disse interrompendo-a.

–Obrigada querido.Mesmo,por tudo!-Minha mãe agradeceu.

–Sem problemas...Amigos são pra essas coisas.-Tyler falou sorrindo e subiu atrás de mim.