No decorrer do mês de novembro o tempo esfriou, nevava praticamente todo dia e o castelo estava coberto com uma grossa camada branca, a temporada de quadribol se aproximava cada vez mais, o primeiro jogo de Hermione seria no sábado. Ela aprendeu muitas coisas num livro que Harry lhe emprestou Quadribol através dos séculos. Descobriu que mais de setecentas maneiras de cometer falta no quadribol, que os apanhadores eram os menores e mais velozes e que a maioria dos acidentes aconteciam com eles.

            Na véspera da primeira partida, os três foram à quadra congelada durante o intervalo das aulas, Hermione fez aparecer um fogo azulado muito vivo que podia ser levado para toda parte em um frasco de geléia. Achavam-se sentados de costas para o fogo, se esquentando quando Snape atravessou o pátio. Hermione reparou que ele estava mancando. Os três se aproximam mais para esconder o fogo com o corpo, infelizmente alguma coisa em suas caras culpadas atraiu a atenção de Snape. Ele vinha em direção a eles, parecia não ter visto o fogo:

            - O que você tem aí Granger? - Hermione mostra o livro – Os livros da biblioteca não podem ser levados para fora da escola! Dê-me aqui, cinco pontos a menos para Grifinória.

            - Ele acabou de inventar essa regra – Murmura Hermione com raiva enquanto Snape se afastava – Que será que houve com a perna dele?

            - Não sei, mas espero que esteja realmente doendo. – Falou Rony com azedume.

            A sala comunal da Grifinória estava barulhenta aquela noite. Hermione se sentia inquieta, queria de volta Quadribol através dos séculos para se distrair do nervosismo que a partida do dia seguinte estava lhe provocando. Porque teria medo de Snape? Disse a Harry e Rony que ia atrás de Snape para recuperar seu livro e também procurar Amanda para poder conversar.

            Ela segue primeiro para o salão principal indo em direção à mesa da Sonserina onde Amanda conversava animadamente com Draco e os guarda-costas. Eles ao vê-la fecham a cara:

            - Amanda, preciso conversar com você.

            - O que quer Granger? – Pergunta Malfoy – Quer tentar matar a Amanda de novo?

            - Matar a Amanda? Quem disse que eu tentei matar a Amanda? – Pergunta Hermione olhando friamente para a prima.

            - Bom, eu ouvi dizer que você tentou jogar ela para cima do Trasgo, mas aí topou no pé do monstro e ele te acertou!

            - Que piada Malfoy, muito interessante a sua teoria, mas não tenho intenção de ouvir mais. – Ela vira-se para Amanda – Vai vir comigo ou não?

            Amanda olha para os amigos:

            - Tudo bem gente, eu despacho ela logo.

            As duas saem do salão e seguem pelo corredor:

            - O que é Hermione?

            - Nossa, um obrigado seria legal.

            - Obrigado pelo que?

            - Ah, deixa pra lá. Eu só queria dizer que agradeço por ter ficado comigo e me protegido depois que eu desmaiei, você poderia ter fugido mas não fugiu.

            - Era só isso?

            Hermione a olha, realmente ela não queria dar o braço a torcer:

            - Era sim, até mais.

            Ela sai e Amanda fica com remorso no peito, porque não disse o que estava pensando? Vai entender. Ela volta para o salão.

            Hermione achou melhor procurar Snape na sala dos professores, talvez lá ele não pudesse tratá-la mal, afinal tinham outros professores. Ela bate na porta, não obteve resposta, bate de novo. Nada.

            Ela entreabriu a porta para espionar e deparou com uma cena horrível: Snape e Filch estavam lá dentro sozinhos, Snape segurava as vestes acima do joelho, uma das pernas sangrava, lacerada. Filch entregava ataduras a Snape:

            - Droga! – Dizia Snape – Como é que se pode ficar de olho em três cabeças ao mesmo tempo?

            Hermione tentou fechar a porta sem fazer barulho, mas:

            - Granger!

            O rosto de Snape contorceu-se de fúria ao mesmo tempo em que ele largava as vestes para esconder a perna, Hermione estava um pouco trêmula:

            - Eu vim... Saber se o senhor poderia devolver meu livro...

            - SAIA! SAIA AGORA!

            Hermione saiu, foi correndo de volta para o salão comunal, quando se reuniu com os meninos:

            - Conseguiu? – Pergunta Rony – Que aconteceu?

            Num murmuro Hermione conta tudo o que aconteceu:

            - Sabe o que isso significa? – Continua ela – Que ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças e que realmente estava indo para lá no dia que vocês o viram. Ele quer o que está guardado lá e com certeza foi ele que soltou o trasgo.

            - Não Mione. –Diz Harry – Ele não faria isso, sei que não é mito simpático, mas não tentaria roubar uma coisa que Dumbledore estivesse guardando tão bem protegido.

            - Eu concordo com a Mione, acho que o Snape faria qualquer coisa! – Diz Rony – Mas o que é que ele está procurando? O que é que o cachorro está guardando?

            Hermione foi se deitar com a cabeça zunindo, era tanta coisa para pensar, Amanda, Snape, o jogo de quadribol, não consegui dormir. Mas, precisava dormir, tinha que dormir, tinha que estar preparada... Mas a expressão no rosto de Snape quando ela viu sua perna era difícil de escrever...

Continua...