O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 7
Fobias: Isso é demais pra mim!


Notas iniciais do capítulo

Combo!!! Capítulo duplo pra vcs! Ok, postei um ontem e estou postando um hoje, agradeçam minha boa vontade!

Bom, quem sabe eu poste outro hoje ainda, já que posso demorar pra postar os outros... prometo que o nível de humor vai aumentar.



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Um palhaço horrendo entrou no meio do povo, me fez engasgar com esse troço maravilhoso que estou bebendo... Sair correndo é melhor escolha, certo? É o que eu faço.

Eu sei que medo é normal, mas eu não tenho medo de palhaços, é tipo uma fobia estranha, eu não sei bem, apenas não gosto, é tipo assim: “Podem rir enquanto eu sugo suas almas com minhas gracinhas e piadinhas sem sentido”, apesar de todo mundo ter alguma fobia, a minha fobia de palhaço é bem mais deprimente que a minha fobia de altura e a de lugares fechados.

Ok, ok, já estou do lado de fora da tenda horrível! Suando frio e quase hiperventilando. Oi? Onde eu estou? Ah, droga. Vim parar no departamento mais vergonhoso do shopping: o departamento feminino. Ora, aqui está cheio de lojas femininas, com lingeries e cremes de depilação, e absorventes para ex-gestantes, isso é quase tão vergonhoso quanto o departamento de idosos, onde o principal cheiro é de sabonete de aroeira e os produtos vão de cremes para pele ressecada até fraudas geriátricas.

Eu não gosto daqui, é muito barulhento, tem gente demais, embora a maioria seja mulher ainda tem um ou dois homens, alguns acompanhando as esposas e namoradas (estão sofrendo com isso, posso ver nas expressões) e outro vieram com outro propósito (estes jogam no time rosa), bom, o que me resta é correr mais.

Ah!, que cansaço! Onde estou agora? Supermercado? Ah, bem melhor, eu gosto do cheiro de tudo, do cheiro dos produtos de limpeza, misturado com o ar-condicionado bem forte de doer nas narinas até o cheiro da comida congelada, ração de gato e alpiste pra passarinho. Tem de tudo nesse lugar!

Mal posso aproveitar o cheiro em paz quando percebo que duas pessoas me seguiram.

Para a minha alegria, Gabriel e para minha infelicidade, Dennis.

– O que aconteceu contigo? – Gabriel fala, ele é tão espontâneo!

– Acho que... sei lá – falo, estou morta de cansaço.

– Saindo correndo daquele jeito – Dennis murmura – Só pode ser...

– Sim, é, é sim! – falo – Eu tenho medo de palhaços, e aí? Vai fazer o que?

Percebo que as pessoas estão olhando e me encolho totalmente vermelha, bom, estou agindo como uma doida, sem futuro... Acho que é isso que elas estão pensando.

– Eu não imaginava isso – Gabriel diz, entre risos.

– Eu já imaginava – Dennis está rindo. Não sabia que ele podia fazer isso. Só pessoas legais sorriem... ou não.

– Eu vou embora, digam pra Amandha que eu estou passando mal – falo.

– Ah, você não pode ir – Gabriel me fala. Quê? Ele quer que eu fique? Oh, amor.

– Hum, por quê? – falo, timidamente.

– Porque a Amandha disse que não era pra deixar você fugir – ele diz.

Amandha? Isso é estranho? Ela é um tipo de psicopata? Credo, eu não quero isso pra mim, não!

É... Tipo assim... Minhas pernas começaram a trabalhar e eu saio correndo... É, é isso que eu faço sempre. Corro tão depressa que sei que eles não podem me alcançar. Entro num elevador vazio, e paro esperando a porta fechar, mas... espera, Dennis e Gabriel estão para me alcançar, fecha logo sua porta idiota!

Eles estão chegando rápido, tem um guarda de polícia aqui perto, o que será que devo gritar? “Socorro! Estou sendo perseguida por dois pervertidos! Eles querem me entregar à uma psicopata! Ela vai me jogar num formigueiro e as formigas dominarão o meu corpo!!!”

Mas antes que eu possa gritar, as portas se fecham, e eu estou quase fazendo a dancinha da vitória quando percebo que Dennis e Gabriel estão no elevador comigo, ambos ofegantes.

– Que ótimo, agora só falta o elevador enguiçar – maldita boca, cinco segundos depois dessa frase, as luzes piscam e o elevador para de uma só vez, me fazendo cair – Isso é muito clichê! – sussurro.

– O elevador emperrou – Gabriel fala.

– Eu não quero ficar aqui... – me afasto para um canto e agarro minhas pernas.

– É só manter a calma, daqui a pouco começa a funcionar novamente, quando perceberem que o elevador está com problemas vão – Dennis fala e eu suspiro, interrompendo-o.

– Você não está entendendo – levanto monstruosamente minha cabeça – Se... se eu não sair daqui logo – seguro o pulso dele e puxo fazendo cair sentado e olhar nos meus olhos marejados – se eu não sair daqui logo... eu... EU VOU SURTAR! – agarro minha cabeça, ah, aquilo está começando, estou num elevador, escuro e fechado, no alto, a fobia de lugares fechados e escuros e de altura está começando a dar as caras... começo a bater à porta do elevador, quem sabe alguém bondoso escute.

– O que você tem? – Dennis me puxa para longe da porta.

– Não suporto ficar em lugares fechados – falo.

– Você tem claustrofobia? – Gabriel pergunta.

– Já vi que você é cheia de problemas – Dennis debocha.

– Eu quero sair daqui... – termino de falar e as luzes piscam de novo, acendem de vez e o elevador começa a descer bem devagar. Paramos no térreo e a porta abre.

– Ah, ah! Eu amo a liberdade! – me viro para os dois – Eu não sei o que vocês vão fazer, mas eu já vou.

Saio quase contente daquele shopping. Ah, não importa o que se a Amandha vai ficar brava ou não, naquele elevador eu não entro nunca mais.

Tá, acabo de chegar em casa, ofegando e vejo minha mãe fazendo os preparativos para a festa de aniversário de Lívia, que será amanhã.

– Mei, por que não convida alguns amigos? – minha mãe pergunta – Quanto mais gente melhor!

– Acho que eles não vão querer vir – digo, subindo as escadas, mas pensando bem, de Amandha vir ela poderá chamar o Gabriel... Pode ser uma boa ideia.

Meu celular toca, Amandha? Não, é a Lo... são nove e meia, elas já devem estar no aeroporto.

“Oi” tento parecer feliz, mas a voz soa triste.

“O que é isso, Annie? Não fique triste senão eu não trago presente!”

“Presente? Oba!” agora sim, me animaram de vez.

“Já estamos no avião, jájá a comissária bonitona passa pra mandar desligar os celulares, enfim, eu só liguei pra dar tchau, pense que será como o dia em que você viajou pra casa da sua avó e passou três semanas lá, vai passar num piscar de olhos...”

“Tá bom... pena que não vou poder ligar pra vocês...”

“Ora, por que não?”

“Acha que eu sou rica, é? Ligar pra Inglaterra é um luxo que eu não tenho!

“Tá bom, a comissária passou, tenho que desligar...”

“Tchau...”

Bom, já que minhas amigas se foram, tenho que arrumar novos amigos, se bem que Amandha já é minha amiga, embora eu a tenha chamado de psicopata...

Sábado/18 de Janeiro

Hoje é o mísero aniversário de Lívia, ela está toda animada... Ela está dormindo no meu quarto já que é a única garota... fora Clara, mas Clarinha tem apenas dois anos.

Ah, esqueci de dizer, mas acordei cedo (são sete da manhã) pois não quero que ela me veja escrevendo num diário, Lívia pode ser sete meses mais velha, pode ser vinte e um centímetros mais alta, mas eu ainda tenho uma reputação com ela... ou não.

– Oi Mei – ela acordou, está passando as mãos nos cabelos escuros.

– Hum, feliz aniversário – falo, escondendo o diário.

– O que você tem aí?

– É... o seu presente, você não pode ver então sai daqui! – ela acha estranho, mas ela é mais estranha que um babuíno com aquela bunda rosa pra fora (ou será que são os chimpanzés?) não sei muito bem sobre isso, mas estou falando daqueles que tem pelo em tudo quanto é canto, menos no lugar mais feio: a bunda.

.

.

.

– Posso convidar algumas pessoas? – não sei por que estou perguntando, a casa é minha.

– Claro que pode, a casa é sua! – Lívia diz, está olhando no espelho o que faz nos cabelos, não tem muita coisa pra fazer neles, são bem curtos, só alguns centímetros abaixo do queixo, mas são lisos e pretos.

– Tá bom...

Rapidamente, mando uma mensagem para Amandha, convidando-a e pedindo discretamente para que ela convidasse o Gabriel...

“Oi, Amandha, hoje às sete vai ter o aniversário da minha prima, vai ser aqui em casa, não é grande coisa, mas você pode vir! Vais ser ótimo se você puder vir, e, sei lá, quem sabe, você pudesse trazer o Gabriel e a Ellie seria bem mais divertido...”.

Tá, nem foi tão discreto, mas eu coloquei a Ellie no meio pra disfarçar!

“Claro que eu vou, vou até levar alguns doces, ela está fazendo quantos anos?”

Foi rápido...

“Quinze, não se importe com os doces...”

“Estarei aí as sete em ponto”

Ok, já tenho convidados extras! Mas... e se a Ellie convidar o Dennis? Não posso correr esse risco... mas eu não posso proibir ninguém de convidar ninguém, na pior das hipóteses eu posso barra-los... o que seria uma tolice já que os dois são muito maiores que eu.

Ah, tenho que pensar que Gabriel poderá aparecer, tenho que estar apresentável...

Meu celular apitou... Mensagem? Ah, é da Amandha...

“Gabriel acabou de confirmar, ele vai...”

Eu só leio até aí... tem uma parte sobre a Ellie e outras coisinhas, mas eu não consigo ver mais nada, só esse nome lindo...

Saio do quarto comemorando, e me esbarro no Lukas que está no meio do caminho como uma mula... isso é normal.

– O que foi? Pra quê essa animação toda? O aniversário é da Lívia, não seu.

– Lukas! – ignoro o comentário bobo e o abraço, minha felicidade é tão grande que esqueci que não costumo abraçar. Daí começo a fazer uma dancinha estranha, mesmo estando abraçando ele, e ele tenta desesperadamente me fazer soltar sua cintura.

– Pra quê tudo isso? – ele diz, quando eu finalmente solto, mas ainda fazendo a dança estranha.

– Nada, só algumas pessoas legais que vêm para o níver da Liv hoje à noite... – falo, feliz, parando de dançar.

– Fazer o quê?

Fiz meu olhar fatal de: “Sai daqui ou perde um olho”... Como eu e meu irmão mais velho somos muito unidos, ele me deixou em paz.

Somos verdadeiramente muito unidos.


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