O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 6
Despedidas: Uma visita à tenda de tortura


Notas iniciais do capítulo

Podem me bater, eu disse que postaria na quinta passada, mas não deu, eu tava com muita preguiça... Bom, não tenho nada a falar, apenas apreciem...
E para quem achou o capitulo passado um lixo, esse está muito melhor...



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Ah! Vou ao shopping com um pessoal novo! Que legal! Não sei o que vestir! O que vestir?

Ok, ainda são três e meia, ainda tem muito tempo.

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Céus! São quatro da tarde! Faltam só duas horas! Não posso usar as camisas que ganhei de presente dos gêmeos, uma delas é rosa claro e tem os Teletubbies e na outra tem um suricate.

Quero fazer amigos, e não chamar a atenção das pessoas.

Vamos ver... O que uma garota de quatorze anos vestiria para ir ao shopping com uma galera nova?

Já pensou se o tal garoto loiro aparece e eu for igual a uma mendiga?

Acho que vou vomitar...

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FALTA MEIA HORA!

Finalmente acho uma roupa, no mínimo, decente.

Bom, é um moletom preto com uns desenhos fofos, que eu sempre tive, mas nunca usei, um short azul que foi presente da Beatrice (ela disse que veio de uma loja chique da Inglaterra, mas aposto que ela comprou num brechó), um par de botas pretas e uma bolsa larga que minha mãe me emprestou.

Prendo meu cabelo numa trança, agora que estou vendo ele tá longo e volumoso demais. Acho que vou cortar um pouco.

AH, A CAMPAINHA!

– AMANDHA! OOI! – falo, descendo as escadas, comprovado, sou um porquinho escandaloso... Abro a porta e Amandha está lá, vestida com uma blusa branca com um short quase da cor do cabelo dela, com uma bolsa grande demais... Bom, ela sorriu e nós entramos no carro do irmão dela, que também tem cabelos cor de fogo, mas os olhos eram claros.

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Chegamos na praça de alimentação.

– Vamos encontrar os outros aqui... Mandei uma mensagem, devem chegar daqui a pouco.

– Quem mais vai vir mesmo? – pergunto, ela disse que são amigos, mas não me deu nomes.

O celular dela toca.

– Ah, espere um minuto... – ela o atende – Oi? Ellie? Onde você está? Ah, estamos na praça de alimentação... Não, não vou me importar... Não se deve chamar os outros por esse nome!

– Era a Ellie?

– Sim, ela tem uma personalidade bem difícil, mas sabe ser legal...

– Hum...

– Ah, ela disse que estava trazendo um amigo, Dennis o nome dele – Dennis? Não, por que? Por que? Eu não posso ter um dia de sossego, sem esse esnobe ficar zombando de mim? Ah, mas... Existem vários Dennis no mundo, certo? Não preciso me preocupar. Não tem que ser aquele cara de ferro de passar... – Acho que é até bom, pois antes só seria o Gabriel de garoto... – Amandha continua, nem percebendo o meu estado de choque ao ouvir a palavra “Gabriel”.

Gabriel? Gabriel? Ah... Bom, não entre em pânico, Mei, existem vário Gabrieis no mundo! Existem milhões! Você tem um primo de segundo grau chamado Gabriel, lembra? Júnior tem um colega chamado Gabriel, lembra? O antigo professor de história, o da quarta e sexta série se chamava Gabriel, lembra... São todos diferentes, quem sabe esse Gabriel seja diferente do Gabriel que você está pensando.

– Gabriel? – faço questão de perguntar.

– É, ele você conhece, é o de ontem, pensei em convidá-lo, ele é muito gente-boa!

– Sério? – começo a tremer.

– Oh, ali está ela! Ellie! – ela acena e logo vejo uma garota alta e magra desfilando em nossa direção. E tem um garoto vindo com ela.

Ela aparenta ter mais de um e setenta, usa roupas que vi em revistas super chiques e tem olhos azuis e cabelos lisos, bem pretos. O garoto, Ah, ele é mais alto que ela, tem cabelos pretos e olhos azuis escuros...

– Oi – Ellie diz – Quem é a pequena?

Pequena? Pequena? Vou chutar o seu traseiro, mocréia! Bom, não tenho tempo a perder com essa daí, quando vejo que tem um par de olhos azuis sombrios me encarando.

– Você está me seguindo? – pergunto ao dono dos olhos.

– Não tenho o interesse de seguir garotas como você – Dennis Sakai desvia o olhar, a expressão de “Nada”, com as mãos nos bolsos da calça.

– Dennis, conhece a pequena? – a tal Ellie diz surpresa. Pequena... de novo?

– Digamos que, sim, eu a conheço.

– Ah, era você quem estava ajudando a Mei com as maçãs, eu estava lá também, lembra? – Amandha sorri, e Dennis ruboriza. Pessoas como ele podem ficar ruborizadas?

– Oi, pessoal, desculpa aí a demora... – alguém chega, e automaticamente eu olho e quase quebro o pescoço.

Gabriel, minha visão embaça e só consigo ver ele, com flores ao redor, ele está lindo, ele sempre é lindo, mesmo que esteja segurando uma caneca de vaquinha.

Caneca de vaquinha?

– Comprou isso? – Amandha fala.

– Eu achei bonito – ele diz e Amandha faz uma cara de “Dê-me paciência”, enquanto Ellie balança a cabeça em reprovação.

– Você dezenas de canecas, talvez tenha quinhentas! – Amandha fala, mesmo aparentando estar brava, ela ainda parece um doce.

– Tenho quatorze, só que não tenho nenhuma de vaquinha, eu queria fechar os quinze.

– Depois você vai querer fechar os dezesseis, depois dezessete e depois os cinquenta! – Amandha fala, brincando.

– Mesmo assim, por que demorou?

– O cara da loja me pediu em casamento – ele fala.

– QUÊ?

De repente alguém acha divertido puxar meu braço me fazendo bater com a cabeça na mesa.

– O que foi? – estado alerta, level Up.

– Você estava dormindo, e babando – Dennis diz.

– Ah, do que estavam falando, mesmo – tento mudar de assunto.

– Gabriel recebeu uma proposta de casamento de um louco na loja de canecas de bichinhos. – Ellie diz, tentando abafar uma risada.

Um concorrente? Claro, quem não se encantaria com a beleza dele, os cabelos loiros, os olhos verdes...

– Está babando de novo – Amandha fala.

– Hãn – digo, levantando – eu preciso ir ali...

– Vamos com você – Amandha diz.

– Não precisa... eu vou sozinha.

– Só não vá ser pisada! – ah, essa Ellie.

Me viro e sinto que alguém me segue, se for essa Ellie eu chuto... Ah, é o nojento esnobe. Dennis Sakai.

– O quê? Preciso falar com a minha irmã – ele diz.

Ah, seu...

– Eu vou sozinha!

– Não quero ir com você, já disse, vou falar com a minha irmã – ele fala.

Quanta frieza.

– Aliás – ele sorri – alguém pode pisar em você.

– Até parece – me viro e sigo em frente. Um cara enorme, guiando um carrinho daqueles de supermercado carregando várias caixas está vindo em minha direção! Como se corre? Eu não sei!!!! Vou ser atropelada por um carrinho de supermercado, que jeito mais indigno de se morrer.

Me sinto puxada para trás. Me viro e o Sakai está lá, ele tinha puxado o capuz do meu moletom.

– Esse shopping é muito grande pra você – ele diz.

– Não me provoque, Sakai-sama...

Ele vai andando e eu vou junto até que vejo Loiza e Katlyn escondidas numa das pilastras do shopping.

– Loiza? Katlyn?

Elas fingem que não estão ouvindo, mas eu vou até lá.

– Oi gente! – elas se assustam.

– Oi, oi, Srta. Albuquerque, eu vi tudo – Loiza fala, agitada.

– Viu? Viu o quê?

– Você com uma galera, vai esquecer da gente rapidinho, né? – Loiza fala.

– Mas foi você que... – Katlyn começa a falar, mas Loiza tá um tapa no braço de leve, fazendo se calar.

– Epa, estão escondendo alguma coisa – semicerro os olhos.

– Bom, é que... – Lo começa – Ai, não consigo, Kat pode contar...

– Ela queria...

– Não, eu conto mesmo – Loiza é assim mesmo... – Enfim, eu queria que você tivesse alguns amigos depois que a gente se mudasse, bom, não sabia se você ia conseguir fazer isso sozinha, achei aquela ruiva legal, então combinei de vocês saírem com um pessoal, ela também gosta de você e não é chata, estamos espionando vocês pra saber no que vai dar!

– Estão espionando? Mas e os afazeres? Vocês precisam fazer aquilo tudo pra mudança...

– Já fizemos... Bom, a gente só fez... – Kat a olha, zangada – eu só fiz isso por que só gostamos de você, e vamos sentir sua falta – começo a estranhar, Loiza está sendo sentimental – Então é melhor você sentir nossa falta também! – Ah, bom...

– Claro que eu vou sentir!

– Não se preocupe, a gente passa seis meses lá e volta, se você tiver me esquecido eu te amasso – Loiza me abraça.

– E eu também – Kat faz o mesmo.

– Ei, ei, ei! – Loiza fala, mas não é pra mim, é para... Dennis.

– Eu acho melhor não... – falo, ah, Dennis, o esnobe e Loiza, a insistente, acho bom não começarem uma briga.

– Você! Como se chama?

– Quem quer saber?

Cruel.

– Perguntei primeiro. – ela cruza os braços e semicerra os olhos.

– E eu, logo em seguida.

– Gostei de você, sou Loiza, eu sei seu nome, Dennis... – ela aperta os olhos.

– Como sabe? – falo.

– Vi você com aquele pessoal, falavam tão alto que deu pra ouvir de longe.

– Como se você não fosse barulhenta, também – ele murmura, Loiza semicerra mais ainda os olhos.

– Ah é? Mas ninguém notou nossa presença até agora... – Loiza fala.

– A gente tava escondida bem ali – Kat fala e Lo a repreende.

– Bom, vamos embora hoje – Lo fala.

– Já? Pensei que fossem na semana que vem!

– É, meu pai comprou as passagens erradas, ele se enganou com o dia e horário, em vez de dez da manhã, colocou dez da noite, só estamos comprando roupas de frio extras – Kat fala.

– Ah – fico triste.

Elas me abraçam e quase choramos, quase. São apenas seis meses, é pouco. Nada pode acontecer de diferente nesse período de tempo.

– Podemos ir? – Dennis fala impaciente.

– Por que não foi logo? Disse que não quer andar comigo.

– Eu nunca disse isso – ele fala – mas é verdade.

– Ah.

– Aquelas são as suas amiguinhas barulhentas, certo?

– Sim. – falo, mesmo odiando a ideia.

– Vão se mudar?

– Mudar de casa, país e continente... por seis meses mas... É.

Chegamos na lojinha que a irmã do Dennis trabalha, é um tipo de pet shop, mas só tem gatos lá, e nem é fedido!

– Oi mano, oi... garotinha – ela me olha estranho.

Eu pensei que ela seria o Dennis versão feminina, mas é bem diferente. Ela também tem olhos azuis, mas os dela são... mais claros... e os cabelos são castanho um pouco claro e parece que ela fez cachos.

– O que quer, mano?

– Pode esperar aqui?

– Posso, posso sim... – eu vou em um lado, onde tem gatos adultos, eu sempre quis um macho siamês, pra fazer par com a Mimi... Nunca achei. E tem um bem aqui! Mas ele é casado, quero dizer, tem uma gata siamesa com ele, na verdade o siamês dela é bem pouco, ela é como se fosse uma gata siamesa albina, só tem um fosco escuro no focinho, nas patas e no rabo.

Depois de quase dez minutos esperando por um cara que provavelmente pode ser um maníaco esnobe, eles aparecem...

– Ela está grávida.

Hãn?

– A gata, – diz a irmã do Dennis, Lynn pelo que eu posso ver no crachá – Yumi, ela está grávida.

– Ah... Que fofo.

– Vamos – Dennis fala, e meu celular apita.

MENSAGEM!

“Mei, cansamos de esperar vocês, já comemos e já estamos indo comprar os ingressos para o circo (tem um aqui, acredita?), vamos comprar um pra vocês, não se preocupem, dá tempo vocês comerem alguma coisa, nos vemos no quinto andar. Beijos>>>>Amandha”

Como ela tem meu número? Ah, tem um P.S.

“P.S.: Caso esteja se perguntando como tenho seu número, aquela garotinha, Loiza, me deu seu número, disse pra cuidar bem de você e me perguntou se meu cabelo é natural, disse que daria o cabelo dela pelo meu, e eu disse pra ela que queria ter o cabelo liso e comportado como o dela, ela me chamou de doida e saiu... venham logo.”

Ah, Lo...

– O que aconteceu? – Dennis lê a mensagem por cima do meu ombro, o que é bem fácil para ele.

– Eles foram ver o circo... Amandha disse que era pra gente comer alguma coisa e ir encontrá-los no quinto andar.

– Então vamos – ele vai na frente, mas eu não quero ir pro circo! Não quero mesmo.

– Não – falo, e ele vira – Eu vou pra casa, sabe... – viro e ele puxa o meu capuz, e eu paro – Dá pra parar com isso?

– Não, você vem comigo, porque eu conheço alguém que vai me xingar bastante se eu aparecer lá sozinho – ele me fala e eu acho estranho. Quem vai se importar se eu não for? Que eu saiba ele nem conhecia a Amandha antes de hoje – Ellie! Ela vai me xingar... É doida, você vai ver, ela é amiga da Aman – ele ia falar Amandha, mas parece que está passando mal, porque ficou vermelho feito pimenta.

Bom... Ainda bem que ele não vomitou...

– Não quero ir! – falo e agora sou eu quem fica vermelha – Não gosto de circo.

– E eu vou querer saber o porquê?

– Não, não vai!

– Me conta!

– Eu só não gosto.

– Fala o porquê!

– Estou sendo entrevistada? – me viro e ele puxa o capuz de novo.

NUNCA MAIS VISTO UMA BLUSA COM CAPUZ DE NOVO!

– Isso... está começando a me irritar!

– É legal irritar as pessoas.

– Isso só prova que você não tem muitos amigos.

– Não preciso de muitos amigos – ele olha pra baixo.

– Então larga do meu pé! – o empurro.

Ele parece estar pensando... Fazendo uma careta esquisita.

– Você me lembra a Taiga...

Taiga? Do que ele está falando? Bom, ligando as coisas...

Taiga = Floresta

Floresta = Árvores

Árvores = Altas

Eu = 145 cm de altura.

– Tá de brincadeira, né?

– Não, é pequena, irritante e agressiva... Uma Taiga perfeita.

– Estamos falando da mesma coisa aqui?

– Estou falando de...

– Vamos, já vai começar... – Amandha surge do nada e nos puxa para dentro da tenda, vejo que Dennis está vermelho... Eu hein, cara estranho.

Ah, essa tenda colorida. A tenda dos meus pesadelos. Eu detesto circos, sempre detestei e não há quem me faça parar de detestar! Não há nada pior que circos...

– Vai querer comprar alguma coisa? – Ellie pergunta.

– Não gosto de comida de circo! É circense demais!

– Deixa de ser chata – Dennis fala, me dando uma Coca-Cola.

– Não posso tomar isso – sussurro.

– O quê – ele vira.

– Nada – digo, que se dane tudo, nunca tomei uma Coca-Cola na vida, a cafeína não é gentil comigo, então minha mãe me proíbe tomar coisas com cafeína demais.

– Quando ninguém estiver olhando, eu saio – sussurro, eu costumo sussurrar quando planejo coisas, e isso sempre faz com que alguém escute, estragando meus planos.

Bebo um pouco de Coca.

– Isso é bom – bebo mais – isso é incrível! – bebo um pouco mais – É A OITAVA MARAVILHA DO MUNDO!

– Para de gritar, estão todos olhando – Dennis me cutuca enquanto sentamos num lugar qualquer na arquibancada.

– Por que será que minha mãe me proíbe beber isso? É como tomar todos os meus sonhos de canudinho!

– Pare com isso! – Dennis fala.

– Pare de ser chato e beba um pouco de Coca! – ofereço a garrafinha, planejando, no ultimo minuto tirar ela da frente dele e o deixar com cara de bobo por aceitar.

– Eu não quero – ele revira os olhos.

– Ah, qual é, você é muito ch... – mas, eu sabia! Todo circo tem essas coisas, certo? Tem essas... criaturas!

“Não existe circo sem palhaços”, “Palhaços são a alegria do circo”, é por isso que eu não gosto de circos!

ALGUÉM ME AJUDE!!!


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Notas finais do capítulo

:3



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