O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 51
Operação: Juntem Esses Manés! - Modo Cupido FAIL


Notas iniciais do capítulo

O que é isson produçaum? Mais uma recomendaçaum? Ain, KuroiNeko, vou te amar mais que bolo de chocolate



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Quarta-Feira/13 de Agosto

– Mei! Eu já sei o que fazer! – assim que abro o portão de casa Katlyn está lá, quase se retorcendo de tanta empolgação. Eu tenho medo de pessoas empolgadas demais... Sabe-se lá.

– O quê...? – falo, tirando a meleca do olho.

– Parque de diversões... – ela mostra uma penca de papeizinhos brancos com coisas pretas escritas, deve ser algum tipo de ingresso.

– Assaltou alguém? – pego os papeizinhos. São muitos, sem uns sete aqui.

– Minha mãe ganhou num sorteio – ela pula. – Ela tem sorte nessas coisas e, como ela não gosta de parques, e vamos confessar que na idade dela é meio estranho, ela resolveu me dar tudo!

– Sua mãe é demais! – devolvo os papeizinhos.

– Bom, agora é convidar o povo, e trate de convidar a Loiza porque ela tá zangada comigo... – ela cruza os braços.

– Tá zangada contigo...? – Isso é bem raro. – Por que?

– Porque eu disse que a conversa deles ontem é chata e desnecessária... – ela disse.

– Só isso?

– E... – ela respira fundo. – Eu xinguei o carinha favorito dela na banda!

Ponho a mão na boca, surpresa.

– Você não fez isso! – digo, surpresa. – Xingar o bias da amiga é algo que ninguém deve fazer.

– Para, eu já tô me sentindo mal depois dela quase chorar junto com o Matheus, me chamando de bruxa do beleléu inchado – ela murcha.

Olho pra ela, balançando a cabeça e vamos pra escola. Ontem, depois que conseguimos finalmente fugir do guri puxador de cabelos ela foi pra minha casa e decidimos fazer com que a Lo e o Matheus tivessem um encontro, mas nós íamos espionar o tempo todo pra fazer com que nada desse errado pro Matheus deixar de ser frouxo e dizer logo pra ela, mas a gente não sabia como fazer isso, então, bom, então a Katlyn apareceu hoje com sete entradas do parque de diversões.

Quando chegamos na escola está tudo normal, Lo e Matheus estão discutindo sobre o tal grupo e eu não consigo ver o Dennis em lugar nenhum.

– Meizinha – Gabriel passa a mão no meu cabelo, quando me vê emburrada na sala de aula. – Ainda não me acostumei com seu cabelo curto. – ele passa a mão no próprio cabelo. – O Dennis não veio hoje, né... Ele me ligou ontem à noite.

– Ligou? – quase me jogo em cima do pescoço dele. Como assim o Dennis ligou pro Gabriel e não ligou pra mim? – O que ele disse?

– Bom... – ele senta, rindo um pouco. – Tem coisas que eu não posso falar, mas ele disse que não ia aparecer na escola hoje porque foi espancado... – me encolho. Eu espanquei... mas isso é exagero, foi sem querer!

– Quem se importa? – digo, cruzando os braços. – Bom, tem uma coisa que tenho que falar com você e o resto do pessoal... – começo a falar, mas o sinal toca.

A aula passa rápido, nem é tão difícil pra mim já que o professor é meio divertido. Só meio, ele tem uma voz estranha de Donald engasgado então parece que tem alguma dificuldade pra chamar atenção dos alunos quando eles conversam.

– Anna – Ellie aparece no canto da porta. – Venha. – Ela aponta pro Gabriel e sai correndo.

Eu ouvi um apito e o Gabriel olha o próprio celular.

– Venha até o ginásio... – ele lê. – Ué... por que?

– Acho que tem a ver com o que eu queria falar, vamos lá – puxo ele.

Quando chegamos no ginásio, a turminha está lá, digo, a turminha do barulho, Ellie, Mandy e Katlyn.

– Ok, vamos ver, temos sete ingressos... – Katlyn põe a mão no queixo, levando um tabefe da Amandha.

– Isso fica pra depois – ela põe a mão na cintura. – Primeiro expliquem tudo.

Então tivemos que explicar tudo, o caso do Matheus gostar da Loiza, mas a Loiza tem um problema mental que tem a ver com marias-chiquinhas assadas na brasa, por exemplo, um problema totalmente sem noção que é atrapalhar a conversa de casal e substituir por uma conversa sobre um grupo musical qualquer.

– Então o plano é... – respiro fundo. – Dar duas entradas pra eles e deixa-los irem ao parque, mas lá a gente fica espionando tudo... camuflados.

– Por isso temos que contar as entradas pra ficar tudo certo! – Katlyn pega as entradas e conta.

– Tem que ser em duplas, pra ficar mais natural, um grupo grande só vai atrapalhar – Ellie me olha. Ei! Eu não atrapalho ninguém!

– Ok, temos sete ingressos, temos que usar dois pra dar pra eles – ela separa os dois. – E sobra cinco... O número é ímpar. Não vai dar pra ser de duplas.

– Ah, qual é! – Mandy se exalta. – Quanto é uma entrada dessas, deve ser fácil de comprar.

– Bom, vamos planejar tudo, quem quiser comprar depois compra... – digo. – Sobram cinco, quem se voluntaria pra ser o primeiro casal espião?

– Casal...? – Ellie fica vermelha. – Bom... se eu puder, eu...

– Que lindo, minha cunhadinha quer sair com meu maninho... que fofo – brinco, recebendo um tabefe. – Tá bom, mas o Lukas vai ter que comprar a própria entrada!

– Tanto faz – ela cruza os braços.

– Bom, sobram quatro... – entrego um pra ela.

Olho os ingressos, Dennis não vai poder ir... Por minha culpa... Enfim, ninguém manda ele ser retardado!

– A Mei vai com o Dennis, então... – Kat olha pra Mandy, como se uma delas tivesse que se sacrificar ou, no caso, se voluntariar.

– Bom, quanto ao Dennis – o Gabriel fala, se calando logo depois. O que ele sabe que eu não sei?

– O Dennis não vai poder ir – murmuro, olhando os ingressos.

– Então eu vou com a Meizinha! – Gabriel me agarra pelo pescoço.

– Então... – Katlyn e Mandy se olham.

– Desculpa, eu tenho que ficar na loja hoje – ela diz. – Se fosse amanhã até dava, mas hoje não.

– Ah... agora só preciso de um voluntário... – Katlyn pega duas entradas.

– Eu sei muito bom quem pode ir com você – Ellie diz, maliciosa.

– Bom, o caso é, vamos ter que nos concentrar – digo, como uma general – Temos que ter uma dupla pra segui-los no caminho do parque, outra pra segui-los no parque e outra pra segui-los depois do parque.

– Como assim...? – Kat pergunta. – Pensei que era só pra pegar isso e rodar a baiana por aí.

– Não... – Gabriel fala. – a gente precisa mesmo de organização, senão vão descobrir tudo.

– Então, vamos lá... – Ellie revira os olhos.

Vamos à primeira operação, dar os ingressos, não pode ser eu, nem a Katlyn. Talvez uma pessoa que eles nunca desconfiem... Uma pessoa que sabe esconder sua identidade como ninguém.

– Ei, vocês dois! – ele fala, interrompendo a conversa animada da dupla. – querem ir pro parque de diversões hoje?

– Como...? – Loiza fala, com os olhos brilhando.

– Tem certeza que não é uma pegadinha, cara? – Matheus quase pula no pescoço do Gabriel.

Sim, Gabriel, ele foi a única pessoa que eu pensei que não seria suspeita, mas agora, pensando bem, ele é muito suspeito.

– Tenho, minha irmãzinha ganhou quatro entradas ontem, ela pegou duas pra ir com a amiga e me deu essas – ela sorri, calmamente – Eu pensei em ir com a Meizinha, mas ela combinou com o Dennis de sair...

O quê?! Não podia inventar algo mais plausível? Ok, tudo bem, sem stress, isso pode dar certo, talvez se ele parar de falar como um robô.

Eles pegam os ingressos e saem pulando por aí... Gabriel volta até o grupo suando frio.

– Meizinha – ele me abraça. – Nunca mais me peça pra mentir de novo.

Pessoas como ele são sempre exageradas? Bom, exagerado ou não, eu gosto dele.

– Tá bom, já passou – aliso as costas dele, prendendo o riso.

O segundo passo é... ir pra aula de geografia porque o sinal já tocou.

*

Ok, deixando de lado o drama adolescente entre Lo e Matheus e vamos prestar atenção no meu drama...

São cinco da tarde, e eu estou plantada na frente do portão da mansão Sakai, será que alguém pode me explicar o que eu estou fazendo?

Não importa, o que importa é que eu preciso vê-lo, por exemplo, ele pode ser um zé mané e algumas vezes pode ficar óbvio que é um zero á esquerda, mas, de toda a turma, ele foi o único que não deu palpite.

– Dá pra falar mais devagar? – ele diz, com a voz abafada, sentado no sofá como uma deusa grega milagrosa e lacradora enquanto eu tento explicar tudo o que aconteceu e o que pode acontecer.

Respiro fundo pra não avançar na cara inchada dele e piorar a situação. Explico o plano de novo, a parte dos ingressos, dos casais que vão se dividir e tudo mais.

– Enfim... – respiro fundo. – É basicamente isso.

– Não seria melhor vocês combinarem de ir num grupo grande e depois dar um perdido neles? – ele bebe o suco de caixinha, qual é, ele tá se achando o expert aqui. Mas pensando bem até que seria bem menos suspeito, e eles desconfiariam bem menos.

– Até que pode funcionar, mas... – sento no outro sofá. – A gente já combinou tudo.

– Isso é frescura de vocês – ele diz. Sério? Frescura nossa? Quem é que está deitado no sofá com uma máscara cirúrgica no rosto pra esconder a bochecha inchada, mas que fez um furinho no meio da máscara pro canudinho do suco passar? Além dos cobertores desnecessários que estão jogador por cima dele.

– Frescura? – levanto de uma vez, já nem acreditando que andei tanto só pra me estressar. – Estamos ajudando, seu idiota! – pego a caixinha de suco dele e jogo longe, me arrependendo logo depois ao ver que uma poça rosa se formou no chão super brilhoso. – Opa...

– Você sujou meu chão – ele levanta do sofá e me olha perplexo. – com o meu... suco.

– Des... culpa? – digo, mas sei que isso não vai bastar.

– Primeiro você quase destróis minha bela face de modelo – ele faz um carinho na bochecha por cima da máscara. – depois você tenta me assediar na enfermaria – ele levanta uma sobrancelha, sério – agora você me impede de beber suco. Anna, você é realmente uma monstra!

Ele me olha com uma carinha de cachorro perdido, e mesmo sem poder ver, sei que está fazendo um biquinho estranho.

– Só estou pedindo pra deixar de ser egoísta e ajudar! – sento no sofá.

– Eu queria poder fazer isso – ele pega a caixinha do chão e bebe o que sobrou. – Mas estou ocupado resolvendo coisas minhas.

– Coisas... coisas suas? – olho, levantando a sobrancelha.

– Sim – ele me olha como se fosse o rei das bexigas esticadas. – É um assunto sigiloso.

– Pois fique aí com seus assuntos sigilosos, senhor cabeça de limão azedo! – pego o suco da mão dele e saio.

Francamente, o que esse menino tem?

Mas a ideia rala dele pode funcionar, eles podem desconfiar bem menos se eu avisar que vamos todos juntos.

– Annie...? – Loiza me vê no portão da casa dela. – O que faz aqui?

– Que horas a gente pode ir? – digo, passando no portão antes dela me pedir pra entrar.

– Ir... aonde?

– Pro parque de diversões, ué – sento numa cadeira na varanda e sorrio, tentando ser fofa, a Lo nunca resiste a mim, não, espere, ninguém NUNCA resiste a mim... está óbvio que sou bem... sensual quando quero... ou não. – O Gabriel tinha outros ingressos, e quando o Dennis disse que não ia poder sair hoje ele disse que a turma toda podia ir, que tal?

Percebo a cara dela de espanto, talvez seja um misto de “Caia fora dos meus planos de sair com o Matheus, mocinha” com “Que bom que vocês vão, eu não aguentaria ficar sozinha com aquele cara de demônio amassado” com uma pitadinha de “Por que não simplesmente me ligou ao invés de vir aqui, sua pequena caixinha de Knorr Meu Arroz?”.

– Ah, pode ser! Eu me sentiria meio desconfortável se eu fosse sozinha com o Matheus – ela cora. Eu sabia que ela gostava dele! – Porque... sabe, eu não gosto muito de ir na roda gigante, e ele ficou o tempo todo falando que ir na roda gigante é a melhor coisa da história.

– Quê? – deixo escapar de tanta frustração. – Quer dizer que você é a rainha da montanha russa, mas não aguenta uma simples roda gigante?

– A montanha russa é bem diferente – ela cruza os braços. – Tem um troço estranho que faz você gritar, suar e vomitar.

– Esse troço se chama pânico – cruzo os braços também.

– Bom, senhorita Annie, vamos sair às seis e meia, passo na sua casa? – ela muda de assunto bruscamente, poxa, parece que ela está falando comigo como se fosse obrigada a trabalhar de minha babá.

– Pode... pode ser – murmuro.

– Então vá pra casa, agora – ela me olha dos pés a cabeça. – Já são seis horas.

– Então eu vou me atrasar uns minutinhos – faço uma careta e saio.

Seis e meia... eu tenho que ligar pro pessoal... Gabriel é o primeiro.

*

Liguei pro Gabriel e expliquei tudo, depois mandei uma mensagem idêntica pra Ellie e pra Katlyn, todos virão aqui as sete horas e sairemos daqui juntos, o motorista da Ellie (pelo que eu soube, o nome dele é Vilor, por causa de um erro no cartório, o cara que pôs o nome dele esqueceu de cortar o “t” e ficou assim... eu tive muito tempo pra saber dessa história já que a Ellie fez questão de contar pra todo mundo enquanto a Loiza não chegava) iria nos levar.

– Mas e aí? – Katlyn disse finalmente quando a história super interessante (ou não) do nome do motorista da Ellie. – Com quem eu vou?

– Ele está quase chegando, na verdade – Ellie olha o relógio super incrível dela e, só pra constar, está agarrada no braço do meu irmão.

– Oi... pessoal? – Loiza chega no meu quarto e vê aquela multidão.

– Puxa, até que enfim – me levanto procurando o Matheus atrás dela – Cadê o Matheus?

– Ué, ele não está aqui? – ele pergunta, fazendo uma revisão ocular sem grau no quarto. (Não sei o que isso significa, diário, mas eu achei interessante escrever).

– Não... – faço um facepalm quando percebo que ninguém avisou o coitado. – ele deve ter ido, vamos logo!

E todo mundo foi feliz da vida até o carro. Todo mundo, no caso, se resume em duas pessoas: Ellie e Lukas. Eu estava nervosa e com raiva da minha burrice, da burrice da Lo e do universo, por não ter avisado o Matheus. A Lo estava com raiva dela, no universo e, muito provavelmente, do Matheus. A Kat estava desesperada por não saber quem é o seu “parceiro da night” devo dizer que, se for quem eu estou pensando ela vai ter um treco, não que a Kat seja preconceituosa em relação a morenos e ruivos, mas ela tem uma fixação por loiros... na verdade eu sei também que ela está nervosa por ter que ver meu irmão com a Ellie sendo felizes juntos feito um casal de hipopótamos.

E o Gabriel? Bom... Gabriel é Gabriel. Apesar de irradiar uma aura limpa e feliz ele está tremendo, simplesmente por metade do plano ser dele e estar dando as caras de que vai ser um fiasco total.

Ao chegar na frente do parque vimos o coitado do Matheus sentado num banquinho com um cara de cabelos bagunçados, com as pontas platinadas na frente dele. Parecia o cabelo de alguns ídolos do pop oriental, por ser visivelmente preto e descolorido nas pontas... Eu juro que conheço esse garoto, mas ele está de costas, não dá pra saber...

– Olhe, dois em um! – Ellie desgruda do meu irmão pra mostrar. – Katlyn, seu par está bem ali – ela discretamente. Sim, discretamente mesmo, sem piadinhas, até porque é a Ellie.

– Aquele loiro falsificado? – já Katlyn aponta como se quisesse dar uma dedada no traseiro do guri.

Nem precisou falar mais nada, assim que o Matheus viu a gente e acenou o garoto se virou e eu quase fui ao chão. Sinceramente meu queixo caiu tanto que eu acho que quebrei minha mandíbula. Que transformação máster foi essa? Pokemons realmente existem? Matheus foi o primeiro, esse cara o segundo? Por que esse tipo de transformação nunca acontece comigo?

Sexta-feira no globo repórter... Já usei essa piadinha demais, está mais velha que o Silvio Santos.

– Elliot? – murmuro. Olho os olhos de desprezo dele, se não fosse esse olhar eu não reconheceria, há quanto tempo eu não o vejo? Um mês? Realmente, o garoto cresceu uns dez centímetros, o pescoço fino ganhou um pomo de adão mais visível e ele está usando roupas muito mais masculinas do que aqueles macacões que ele usava, além do cabelo que não esta mais completamente preto, afinal... sinto como se eu fosse uma mãe que viu o filho crescer.

– Mas... – Katlyn ficou emburrada, mas também ficou sem fala. Vamos combinar, o Elliot ficou bonito. Isso, apenas bonito, não fofo. Afinal, ele é um garoto. No fim, Kat apenas bufa.

– Quanto tempo – ele dá aquele sorriso estranho, que só os... os... ai o sobrenome deles é difícil de lembrar, enfim, só o povo da família dele sabe fazer. Aquele sorriso sarcástico que dá medo e que, mesmo assim é sedutor (como naqueles comerciais de pasta de dente).

– Poxa, sua voz mudou – na verdade nem tinha mudado tanto, mas deixou de ser fininha, ficou um pouquinho mais rouca, tipo quando eu me engasgo com comida e quase ponho meus olhos pra fora.

– Eu fiquei sabendo do plano tosco de vocês – ele revira os olhos.

– Cala a boca, por favor – Kat diz, fofamente. – Viemos nos divertir, venha – ela entra no papel de mocinha boa e arrasta o menino que acabou de ver pra longe.

– Kat está saindo com ele? – Lo diz, pasma.

– Na verdade... – digo. – Não sei como te explicar.

Ela fica me olhando, esperando alguma explicação, quando o Gabriel aponta pra longe e me puxa.

– Vamos naquilo ali, Meizinha! – e perdemos eles de vista no meio do povo todo.

– Bom, então temos que espioná-los, certo? – digo pra mim mesma, resistindo à tentação de ir na casa mal-assombrada.

– Vamos dar uma espiada pra ajudar, depois eles se resolvem... – ele me puxa, voltando e nos escondemos atrás de uma banquinha.

Loiza está olhando para os lados, Matheus continua sentado, ela se aproxima com a cara mais feia que eu já vi.

“– Eles fizeram isso de propósito? Pra gente ficar sozinhos?”

– Essa não, ela desconfiou – digo.

“– É coisa da sua cabeça, é que cada um resolveu andar com quem é mais conveniente” – Matheus fala friamente.

– Ele está sendo o maior mané! – faço menção de me levantar, mas o Gabriel me puxa.

– Ele está se fazendo de difícil para que a doce Loiza perceba que pode perde-lo a qualquer momento – ele diz como se tivesse contando uma história emocionante de um livro romântico.

– Puxa... – olho pra frente e eles estão indo na direção dos brinquedos. – Acho que já fizemos nossa parte.

– Então é a nossa vez! – ele me puxa e vamos na direção da casa mal-assombrada. É mal mesmo, cada fantasminha mixuruca que dava vontade de chorar de decepção, mas acho que o Gabriel não estava decepcionado pelo fato dos fantasmas serem ruins, estava decepcionado por ter entrado lá dentro comigo, ele saiu de lá tremendo tanto que tivemos que ficar sentados num dos banquinhos por meia hora.

– Eu vou comprar refri pra gente – digo, depois de meia hora acalmando o loiro. – Volto já – não resisto e solto uma risada depois que saio de lá, como pode o Gabriel ter se assustado com tão pouco?

Vou numa banca de comida e pego dois refrigerantes de laranja, e alguns cupcackes decorados, vou saindo de lá quando vejo inconfundíveis cabelos vermelhos passeando na multidão.

– Mandy! – grito, mas ela não vira, mas um garoto que está muito próximo a ela vira, um garoto... familiar... Depois disso ele volta o olhar pra frente e os dois saem como se fugissem da polícia.

Aquele garoto...? Eu conheço ele!

Corro de volta ao banco onde deixei um Gabriel abatido e quase pulo em cima dele.

– Eu vi a Mandy! – gritei. – Ela tava com um garoto!

– Quê? – ele ainda estava nervoso, mas parece que esqueceu imediatamente do gritinho que ele deu quando um garoto segurando uma espiga de milho apareceu. Sinceramente, e nós ainda nem tínhamos entrado na tal casa dos horrores.

– Eles pareciam estar... ah, que seja! – preciso encontrar a Kat ou a Lo, elas precisam saber... Talvez eu esteja ficando maluca com tudo isso e, apesar de parecer que não tem nada a ver com ele, a culpa é toda do Dennis... Na verdade eu só gosto de culpar ele, simples assim.


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Notas finais do capítulo

E ainhê? Tudo bom? não tenho nada pra falar nesse espacinho referente à fic, então vou falar da minha vida pessoal... Minha mãe comprou quatro pintinhos coloridos ahsuahs estão piando agora... O meu é um laranja (ruivo) divoso.
Tem um azul, que é do meu irmão, que por um acaso colocou o nome de Chihuahua (não me perguntem nada sobre isso ashuahsuahs), o da minha irmã é um amarelo que ganhou o nome Flango, o meu é um laranja que, por conta da minha recente obsessão pelo BaekHyun, ficou sendo Bacon, e um lilás magrinho que ficou sendo Chicken... isso é tudo.



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