O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 42
Que Comece a Guerra... A Verdadeira Face de Taylor Montês




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– Mãe! Lo e Kat vão voltar! – vibro e pulo interrompendo uma das mil piadas sem graça do Dennis, e fazendo minha mãe sorrir.

– Sério? Gente, quando?

– Dia 30, já compraram as passagens e tudo, não tem chance de mudar a data!

Minha mãe ficou super feliz e Dennis continuou com a cara de pastel estragado... Ele nunca entenderá.

Me desespero e coloco uma resposta.

“Mentira! Kat, sua traidora! Quase caio de tanta felicidade! Lo está brava? Isso não é o fim do mundo, acontece sempre! Mas o que houve? Enfim, quero saber de tudo, suas mocréias! Como foi esse intercâmbio maravilhoso? Me responda logo!”

– São as suas amiguinhas barulhentas? – Dennis surge atrás de mim.

– São sim... – respondo, quase voando com a magia da felicidade.

– E porque elas foram pra Inglaterra?

– Por que os pais dela trabalham na filial de uma empresa e eles tiveram que... – suspiro, contando toda a história.

– Bom, e por acaso essa filial tem o nome de “Holdings Express”? – ele coça o queixo.

– Não sei... – por que quer saber? É sua agencia de espionagem?

Decido perguntar, então quando olho, vejo que Kat está online e está digitando uma resposta.

“O caso é que a Lo ia fazer um curso básico de direito, mas teve que cancelar porque não tínhamos como ficar aqui... O intercambio foi legal, sua catita! Não me chame de mocréia senão eu não levo uma surpresa pra você!”

Respondo imediatamente.

“Surpresa? Okay, sem estresse, me diga logo o que é! Também quero me diga outra coisa, qual o nome da filial que o seu pai trabalha?”

Ela demora um pouco, mas responde:

“Filial? Loiza está estranhando seu interesse... (em relação à surpresa, não posso contar, é surpresa)”

– Ai, não... Começou... – suspiro.

– Começou o quê?

– Loiza, quando desconfia de algo investiga melhor que o FBI e a CIA juntos.

“Ué, eu quero saber!”

Ela responde rápido.

“Alguma coisa relacionada a eletrônica.”

“Quero o nome”.

“Pra quê?”

– Ela é uma pessoa resistente... – Dennis murmura, como se estivéssemos cara a cara com Katlyn e Loiza.

– Pode ser... Mas eu sou mais!

“Diz logo, criatura!”

“Sakai Eletronic Holdings Express, alguma coisa... Ltda... satisfeita?”

Sakai? Não creio!

– Como eu pensei... – Dennis coça o queixo. – É uma das filiais da empresa do meu pai...

Trato de responder, mesmo estando super chocada.

“Muito u.u! Boa sorte com a viajem de volta!”

Segunda-Feira/16 de Junho

– Mei! – assim que abro a porta, Taylor pula em cima de mim e me abraça. – Ele me ligou! Me ligou ontem!

– Quem te ligou ontem, sua doida? – digo, ela começa a dançar quadrilha em minha volta e eu observo a macaquice.

– Dennis! – ele mostrou um número nas chamadas no celular dela e eu reconheço o número.

– Não é possível... – murmuro. Mas ontem mesmo ele não disse que sentia medo dela?

– Eu o convidei para ir na minha casa hoje... – ela pula, agora faz sentido porque ela ajeitou os cabelos. – Bom, ele não aceitou, mas disse que podíamos ir ao shopping e tudo.

– Nossa, que legal! – essa frase está sendo tão usada que já se tornou o lema do sarcasmo.

– Bom, você vai comigo... – ela sussurra.

– Mas nunca que eu vou! – desperto, rodo a baiana e faço umas paradas a mais só pra indicar que eu não estou a fim de ir pro shopping em plena segunda-feira, só tem três pessoas que me fariam ir ao shopping contra minha vontade... As Três Espiãs Demais, Ellie, Mandy e Hanna.

– Anna, vamos ao shopping! – escuto a voz da Hanna cantarolando. Elas não morrem mais, é isso.

Eu tive escolha? Não, não tive, fui puxada pelo braço pela Hanna e pela Taylor, que brigavam tentando me partir ao meio.

Passamos a tarde no shopping, e nem sinal do Dennis, é querida Taylor, parece que você levou um bolo daqueles.

*

“Então como seu número foi parar no registro de ‘chamadas recebidas’ no celular da Taylor?” Sim, estou discutindo com Dennis pelo telefone, preciso tirar essa história a limpo.

“Me ligou às duas da manhã pra me perguntar isso?” ele está cada vez mais sonolento.

“E daí, quanto mais rápido me responder, mais rápido vou te deixar em paz!”

“Tá, enfim, eu tinha recebido uma chamada de um número desconhecido, e então eu retornei a ligação, porque a Lynn disse que ia me ligar, mas então era a Taylor e eu mandei ela ir passear!”

“Não tinham um encontro no shopping?”

“Não, eu disse pra ela ir pro shopping com você, mas nunca disse que eu iria também...” ele parece mais desperto, maldito! “E depois contei pra Hanna que foi como um furacão até a sua casa, só pra não te deixar sozinha com a Tay-tay.”

“Você é horrível, Dennis Sakai!” desligo, esse idiota não tem senso nenhum!

Segunda-Feira/23 de Junho

Eu não aguento mais! Essa alternância de visitas está me deixando maluca! Ora Dennis aparece, ora Taylor, eu e o Dennis até estudamos o esquema que ela faz, em que horário ela costuma vir, mas acabamos desistindo, porque ela tem muito tempo livre, e vem a hora que der na telha, sem horário fixo! Então eu decidi que ao invés dele vir na minha casa, seria eu quem deveria ir na casa dele, me pergunto o porquê... Mas sei que se eu perguntar diretamente pra ele, o papinho de “Melhores Amigos” vai voltar e acabar com minha autoestima.

Campainha tocando... nem preciso atender, minha mãe sabe que é a Taylor e vai rodopiando atender a porta...

E então ela aparece na porta do meu quarto.

– Oi, Tay... – ela pula em cima de mim e me abraça. – ...lor.

– Oi, Mei! – ela me aperta ainda mais.

– Pra quê tudo isso? – falo, no abraço, e me sinto tonta.

– Ah, Mei... – vai começar...

– Não, espere, entre primeiro, se acomode... – e depois tagarele.

Ela entrou pulando no quarto, sentando na minha cama e abraçando um dos meus ursinhos de pelúcia... Ela escolheu apertar o Rillakuma que a Beatrice me deu, desde que eu quase joguei ela pela janela quando tocou meu gato verde.

Ela respira fundo e... prepare-se mentalmente porque já vai começar...

– Ah, Mei, eu nunca falei isso pra ninguém, nem minha mãe sabe, você sabe que eu quero que sejamos melhores amigas e, tudo bem se for demais pra você, e sei que vai ser de repente, mas eu preciso contar o que está acontecendo no meu peito e tudo o que eu falo pode ser estranho, tanto faz, quando eu converso com você me sinto que você me entende mais do que ninguém e eu sei que você...

Não escuto mais nada, minha vista fica embaçada e tudo. O que ela está dizendo mesmo? Será que é assim que eu faço quando tagarelo? Juro que não faço isso nunca mais!

– Mei? Aimeudeus! Eu falei demais! Desculpa! – ela levanta, segura meus ombros e me balança. Depois de uns segundos, minha vista melhora. Ótimo... Mas eu queria ficar surda só enquanto Taylor continua aqui.

– O que é que você ia dizer, mesmo...? – falo, e ela respira fundo, como se fosse repetir aquilo tudo. – Resuma! Pelo amor, resuma tudo! – completo, depressa.

– Tá, tudo bem... – ela agarra o urso mais ainda. – Acho que... estou apaixonada pelo Dennis!

Alguém escutou um barulhinho? Foi minha alma saindo pela boca.

– Mei! Mei! Ai, o que foi que eu fiz? – quando eu finalmente me recupero da crise de cegueira e surdez momentânea que tive, percebo que ela está me balançando de novo.

– Hãn? Acho que não tô legal hoje, não...

– Humf! – ela bufa, fazendo bico. – Eu venho aqui toda feliz te contar que estou amando e você nem aí...

– Não sou eu que não estou nem aí! E o Dennis? Ele não te tratou bem nenhuma vez, nem falou com você direito! Como pode gostar de alguém assim? – falo, desesperada?

– Eu não gosto dele... Eu amo!

– Ama porque quer! – cruzo os braços e me viro, olhando para o teto... – Você nem sabe se ele vai aceitar sair com você!

– Ele vai! Tem nove motivos pra isso! – e Taylor Montês volta a ser a garota estranha.

– Ele tem dez pra recusar... – murmuro. – Como pode ter tanta certeza de que ele vai aceitar?

– Bom, eu não sei... enfim... Ah! Já chega! Não quero discutir com você! Até parece que você gosta dele. – ela diz, depois tapa a boca, cheia de sarcasmo. – Como se, entre nós duas, ele fosse te escolher...

– Quê?

– Não sou um gravador pra repetir o que eu disse toda vez que você quiser ouvir! – ela cruza os braços.

Fico surpresa. Então este é o lado escondido da Taylor? Eu já desconfiava. Ela está me olhando com desprezo, não vou deixar isso barato.

– Sua pestinha... – murmuro.

– Você pode até ser mais alta do que eu, mas eu tenho seios! Eu diria que você é só uma tábua de passar roupas... Mas... até uma tábua tem mais curvas.

– Enfim, Tay-tay – falo com desprezo. – Eu queria ter um dia legal, mas você já o estragou... – empurro ela pra fora do quarto.

– Eu nem sei por que vim aqui! – ela vai caminhando até a porta, pisando duro, e quando chega lá, vira bruscamente. – Vou fazer dele o meu namorado!

– Não toque nele... – me aproximo. – Ele é minha propriedade! – empurro-a pra fora.

– Sério...? – ela fala, ironicamente. – E se eu tocar?

– Você vai sofrer pelo resto da sua vidinha! – bato a porta e dessa vez tranco tudo, vou pro meu quarto e olho pela janela. Ela ainda está atravessando o jardim, tremulando e se balançando como uma bêbada... Atravessa a rua e vai pro jardim da própria casa, onde me vê na janela... E me mostra a língua! O que ela pensa? Que temos cinco anos?

Na verdade, uma pessoa verdadeiramente matura não faria isso, e eu sou uma pessoa muito matura sim. Eu tenho responsabilidades e sou bem responsável por elas, claro, a maturidade em pessoa... Tenho maturidade de sobra pra lidar com esse tipo de coisa... Talvez algum dia eu me arrependa... Mas sei que estou fazendo a coisa certa desta vez...

O que me resta é respirar fundo.

E mostrar a língua pra ela também...


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