O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 40
Taylor, a Ruiva Desbotada


Notas iniciais do capítulo

Oinhê, lindos cogumelos! Bom, ainda não respondi os reviews pq estou muito sem tempo... também não deu tempo revisar o capítulo, qualquer erro, me avisem!



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Tipo, Taylor vai ser a modelo da Ellie, então a Ellie tem que escolher os biquínis pra Taylor usar no mini desfile. Já, você, Mei, vai ser a cobaia da Hanna, então a Hanna tem que escolher os seus biquínis pro mini desfile.

Essa foi a explicação da Mandy, não entendi nada, mas isso me deixou menos nervosa. Bom, claro que eu neguei severamente, mas não me importei em afirmar que Taylor iria com certeza, afinal... ela é meu bebezinho... Sempre quis dizer isso de alguém.

E agora parecemos mãe e filha num passeio no shopping, já que Ellie ficou furiosa por eu ter discordado do mini desfile, e foi embora batendo o pé, Hanna ficou meio a meio, não parecia furiosa, mas estava decepcionada, já Mandy, deu um tchauzinho, olhou com desdém para a “laranja desbotada” e seguiu as duas.

– O que é isso? A Meizinha de calças compridas?! – uma voz irresistivelmente familiar me faz dar meia volta e dar de cara com Gabriel. – Fica perfeito em você!

Não sei se ele está mentindo ou não, mas quem se importa, Gabriel é lindo, maravilhoso e ele sim é meu melhor amigo!

– O que está fazendo aqui? – pergunto.

– Vim com o Dennis pra fazer não-sei-o-quê... – ele fala. – Não é nada que eu gostaria de fazer, mas eu entendo o ponto de vista dele... – ele olha de esguelha pra Taylor, que não notou a sua presença por estar encantada com uma loja de sapatos.

– Ah não... Até você? Nem conhecem a menina direito e já vão julgando! – falo. – Espera... Você não fizeram o mesmo comigo, ou fizeram?

– Claro que não! Você esbarrou em mim e parecia ser legal... Ela não parece...

– Quem não parece? – Taylor chega de repente e Gabriel pula. Literalmente, ele dá um pulinho. – Puxa, você é bem bonito. É alguma celebridade?

– Ainda não, mas daqui á alguns anos, verá esse rostinho lindo em capas de revistas... – ele fecha os olhos e põe a mão no queixo.

Então ouvimos um barulho vindo do petshop... Logo depois Dennis sai de lá todo descabelado.

– Você é um péssimo guarda-costas! – ele fala pausadamente, mal notando a minha presença, e a de Taylor.

– Nunca disse que ia te ajudar. – Gabriel dá de ombros.

–Então por que veio?

– Queria te ver apanhando da sua irmã... – ele sorri. Como pode esses dois serem amigos?

Estou prestes a sair dali junto com a Taylor quando percebo que ela está com os olhos brilhando, a cabeça levantada, olhando direto para Dennis.

– Anna? Quando foi que apareceu? – agora ele olha pra mim e os olhos dele brilham. Ah, por favor, por que não deixa de ser estúpido e fala de novo que me ama... Tudo bem, talvez eu tenha que deixar de ser estúpida.

– Quem...? – Taylor murmura, puxando a manga da minha blusa. – Quem... é... esse?

– Dennis... – falo emburrada. Não quero apresentar outra baixinha pra um cara que tem fetiche por baixinhas.

– Nossa... – ele se abaixa e analisa Taylor, que cora e se esconde detrás de mim. – A Beatrice encolheu!

Cadê a Lynn pra bater nele de novo? Me dá vergonha saber que este ser ganhou de mim em redação.

– Esta é a Taylor, minha vizinha... – murmuro.

– Puxa, têm a mesma altura... – ele diz.

– Só que parecem ser mãe e filha pelas roupas e atitudes... – Gabriel de intromete.

– Ah é, eu nunca tinha visto você de calças compridas, Anna... Não combina nada com você.

– Bom... – Taylor se manifesta. – A Mei fica bem de calças compridas, e meu nome é Taylor, e sou mais baixa que ela, por mais que seja por três centímetros.

Ela se encolhe toda pra falar. Depois disso tudo fica silencioso. Taylor é uma pessoa bem esquisitinha.

Domingo/7 de Junho

Acordo com alguém cutucando meu pé.

De novo não.

– Taylor, por favor hoje é domingo, vá pra casa e durma... – me viro e tento dormir de novo.

Mas ela não para, continua me cutucando, o que me obriga a abrir os olhos e falar com ela.

– Taylor, por favor... – mas quando abro os olhos, não vejo a ruiva, vejo um par de olhos castanhos e puxados... Uma mudança radical de etnias, não acha? Espera... Dennis, no meu quarto, num domingo de manhã... Me cubro com o lençol e avanço com o meu pé pro primeiro lugar que encontro.

– Ai! Belo jeito de receber um amigo! – ele esfrega o rosto, enquanto dou uma espiadinha nas minhas roupas, uma camiseta preta e uma calça de bolinhas, não é tão perfeito, mas estou decente.

– O que está fazendo na minha casa? No meu quarto? – me sento, esperando ouvir a mesma chatice de sempre, “queria te ver” e outras besteiras.

– Pulei a janela... – ele sorri.

– O quê?! – quase caio da cama. – O que você é? Um ninja?

– Não... – ele cai na gargalhada. – Eu entrei pela porta da frente, sua mãe estava saindo, e seu pai atendeu a porta.

– Ah, sim, minha mãe disse que ia fazer as unhas e... Quê? – agora eu caio mesmo da cama. Meu pai deixou esse indivíduo entrar? Como assim? Não, já chega, preciso fazer uma lista de quem pode entrar no meu quarto. Claro que só pode ter um nome além do meu, Mãe. Por que, né, ela para as contas, pode entrar onde bem quiser.

Mudei um pouco no assunto, mas ainda sim continuo hiperventilando, meu pai deixou Dennis entrar em casa, tudo bem isso, afinal, é o filho do sócio dele, mas deixar um garoto entrar no meu quarto e me ver dormindo é meio... sinistro.

– Seu pai é um cara legal... Mas age meio estranho quando não está no trabalho. – ele começa a passear pelo meu quarto, mexendo nos livros, nos ursinhos e numa caixinha empoeirada em cima da última prateleira, algo que eu só alcançaria se subisse numa cadeira bem alta.

– Estranho como? – pergunto mesmo sem estar interessada, enquanto isso me levanto do chão, acho que bati a cabeça, estou ficando meio tonta.

– Sei lá, ele fica menos profissional, e mais legal... – ele me olha e segura o riso. – Bela calça.

Okay, essa calça de bolinhas foi um presente da minha avó, é branca e tem bolinhas amarelas. Isso me lembra roupas de palhaço. É melhor eu tirar isso logo.

– Sai, eu vou me trocar... – empurro ele, que continua segurando a caixinha de fotos, pelo menos isso vai manter ele ocupado.

Me visto rapidamente.

Ainda não consigo acreditar, meu pai normalmente expulsaria qualquer garoto daqui...

Relaxa, Anna Mei, são apenas negócios, já que é amiga do filho do sócio do seu pai e... Amiga... Essa palavra está me irritando já.

Depois de me vestir (olho muito bem a roupa que estou vestido, nada roxo, ok), desço as escadas e lá estão Dennis e... meu pai.

Hoje é domingo, pede cachimbo... Ok, não era isso, como hoje é domingo, dia de folga de quase todo mundo, meu pai está vestido casualmente, com um calção e blusa comuns... e não está com ternos nem nada... Está rindo. No sofá. Vendo minhas fotos. Com Dennis.

– Ah, Anna, venha cá – ele me chama, sim meu pai me chama de Anna, foi ele que escolheu, então nada mais justo do que ele mesmo me chamar de Anna. – Estamos vendo você no dia em que aquele seu amigo grudou chiclete no seu cabelo.

E eles riem.

Eu lembro bem desse dia. Foi na feira de ciências do fundamental, Bolota vivia de intrigas com um garotinho da classe, e quando eu fui tentar defende-lo recebi um chiclete rosa, direto no cabelo, tive que cortá-lo bem acima do ombro. Depois disso nunca mais cortei, por isso que está enorme. Mas eu fico bem de cabelo curto... Talvez eu...

– Olha essa, Tio Fabrício! – Dennis pega outra foto. Tio? Tio? Pra quê isso? Eu não chego na sua casa chamando seu pai de tio!

– Nesse dia ela tinha cortado o cabelo... – meu pai pega a foto, gargalhando mais.

Bom, quando eu falei que “tive que cortá-lo acima do ombro” quem fez isso foi eu mesma, só que ficou muito desigual, então minha mãe me levou no cabeleireiro e ele cortou mais curto ainda... Aí sim, ficou acima do ombro.

– Essas são suas amigas? – ele pega uma foto onde tem eu, Katlyn, Loiza e outro garoto.

Não lembro muito do garoto, mas acho que, pela nossa aparência, foi um pouco depois de eu ter cortado os cabelos, acho que... sexta série?

– Falando nelas... Já é junho! – grito, pulo, me debato, danço frevo ali mesmo. Junho! Já é junho! O intercâmbio acaba no mês que vem!

Quase saio correndo, mas não... apenas subo as escadas e antes mesmo de chegar no meu quarto escuto meu pai dando um “tchau” pro Dennis, e sinto alguém me seguindo.

Dennis... Ai, ai...

– Veio devolver minhas fotos? – falo, enquanto ele coloca a caixinha no lugar.

– Também, mas eu queria perguntar quem é aquela garota que estava no shopping com você ontem... – ele senta na minha cama.

– Já disse, Taylor, ela está na nossa classe... Estava... – falo, já que as férias já começaram.

– Ah, sei... – ele semicerra os olhos. – Ela é meio estranha...

– Seu fetiche por baixinhas está apitando? – sento na minha cadeira e fico girando, assim ele não percebe o quanto estou emburrada.

– Não gosto de ruivas... – ele murmura. – Prefiro as normais...

– Normais... – reviro os olhos. – Ela é mais baixa que eu, não sou a mais baixinha. – dou de ombros. Fico meio feliz com isso.

– E daí, continua sendo anã! – ele diz.

– Fale o que quiser, eu sou mais alta do que ela, estou andando com ela pra levantar meu ego! Ela é a única pessoa que me faz perceber que eu não sou tão escandalosa assim...

– Profundo...

– E também acho que ela é caidinha por você... – murmuro e tudo fica em silêncio. Claro, silencio entre aspas, porque a vizinha do lado está chamando o “Zé Raimundo”, o poddle toy que ela carrega no sutiã.

– Quem? – ele pergunta.

– Minha vó... – reviro os olhos. – Não viu o jeito que ela te olhou ontem? Os olhos brilhavam e ela estava hiperventilando.

– Tipo, como você está agora? – ele sorri de lado.

– Claro que... – paro. O que ele disse? Não estou com os olhos brilhando. Nem estou hiperventi... Tá, eu posso estar, mas é por mil e outros motivos. – Não, óbvio, eu não estou assim!

– Que seja... Enfim, acho que já...

– Eu vou perguntar isso antes que eu perca a coragem... – tenho que perguntar por que ele me beijou naquele dia. Mas não sai.

– Perguntar o quê? – ele vira.

– É que... Deixa eu pensar... – coço meu braço, e depois a cabeça, quando eu tô nervosa tudo fica coçando. – Sabe, o aniversário da Ellie, eu não sei que presente dar.

Sorrio, mesmo tremendo. Sorrio tanto que pareço mais um monstro.

– Não sei, dê coisas de menina... – ele senta na minha cama de novo.

– Talvez eu dê um sutiã... Qual será o tamanho dela? Grande? Super Hiper Grande? Super Hiper Ultra Extra Grande? – penso alto.

– Falando nisso... – Dennis interrompe meus pensamentos. – Eu também não sei o que dar à ela.

– Sério? Você praticamente cresceu com ela, não tem nenhuma ideia?

– Ela tem tudo que gostaria de ter... E faz tempo que ela não brinca com barbies... – ele cora. – Ela costumava fazer trancinhas no meu cabelo e no... – ele para como se tivesse se lembrado de algo ou alguém. – No meu... cabelo.

– Eu sei o que podemos fazer... Mas isso fica só entre a gente... – dou um sorrisinho.

– E o que é? – ele pergunta, interessado. Mas recua. – Quais são as consequências?

– Ela pode nos matar, ou pode ficar tão feliz que nos amará para todo o sempre... – falo.

– Isso é meio nojento... Continue...


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Notas finais do capítulo

Bom, sobre o episódio de natal... queria dicas de como fazer, tipo, quem vai narrar dessa vez? O que vai acontecer? (Talvez um amigo secreto...) enfim, me digam vocês! Vocês escolhem ^^



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