O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 34
A Gripe de um Mané e As Aventuras da Mulher Caneta


Notas iniciais do capítulo

O Título está perfeitamente de acordo com o capítulo, então se o título for tosco, o capítulo é tosco, mas eu dei que vcs adoram essas tosquices, né?
Enfim, até o próximo ^^



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– Então, vamos ver se ele está com febre ou algo assim... – Ellie diz. Ela é médica ou algo assim? Por favor, você já tem uma aparência perfeita, não vai dizer que também sabe ser enfermeira.

Quando chegamos no quarto, Dennis está ofegando.

– Não acha melhor tirarmos esse monte de cobertor pra ver se ele consegue respirar melhor? – falo e ela assente. Vamos tirando cobertor por cobertor e por fim...

– Foi isso que a sua irmã quis dizer com “o prendi na cama” – ela ri. Ellies conseguem rir sem sarcasmo?

Dennis está com os pés e as mãos amarradas com uma fita que reconheço ser de um roupão de Beatrice.

Assim que vamos tentar afrouxar os nós bem feitos, Dennis acorda como se tivesse tido o pior dos pesadelos, e acho que foi isso mesmo que aconteceu.

– O quê...? – ele diz assim que vê Ellie desatando o nó das suas pernas e eu desatando os das mãos. A voz pode estar sonolenta, mas só pelo tom dá pra saber que ele está bem consciente.

– Não fale nada, apenas relaxe esse cabeção no travesseiro e durma como se não houvesse amanhã... – murmuro, rancorosamente. Como esse retardado foi ficar doente justo hoje???

– Eu estou bem, verdade... – se ele falar mais alguma coisa eu amarro ele nessa corda e penduro no parapeito. Como se fosse um chaveirinho de Dennis em tamanho real.

– Cale essa boca e volte a dormir... – aperto o nó que estava desatando com força.

– Anna, queridinha... Deixe que eu faço isso... – Ellie rebola para o meu lugar depois de me fazer sentar num banquinho, e começa a desfazer os nós.

– Que bom que me tiraram daqui... – Dennis fala assim que pôde se sentar. – Me senti um daqueles caras de filme...

Agora eu pergunto. Em que diabos de filme o cara fica amarrado na cama... Dennis e seus pensamentos pervertidos e sem futuro.

Ficamos encarando ele por alguns minutos.

Ele estava descabelado, com a camisa rasgada e... espera um pouco! Por que isso está aqui?!

O cachecol...

– Ei, o que é isto? – Ellie pega o cachecol e bate em Dennis com ele.

– Ai! Não se bate numa pessoa doente! E não toque nisso! – ele pega, bruscamente.

– O que tem de tão importante nesse trapo?

Trapo? Trapo? Eu sofri muito pra fazer isso e ela chama de trapo!

Tudo bem que não fiz isso pra ela, mas seria legal se ela mostrasse respeito.

– Isso não é trapo, sua velha descarada... – murmuro.

– Tudo bem, então é melhor eu... – ela vai dizendo até escutarmos um barulho de panelas caindo e corrermos pra cozinha. Pelo menos eu e Ellie corremos. Dennis foi se arrastando.

E lá estava Hanna, pendurada no armário batendo em Gabriel com uma concha, e Gabriel com uma panela de pressão na cabeça, usando uma tampa como escudo.

– O que vocês estão fazendo? – Ellie toma controle da situação.

– Cozinhando... – Hanna diz.

– Estão destruindo a cozinha da Beatrice! – me intrometo, pois essa discussão tem tudo a ver comigo.

– Arrumem isso, vou pedir algo pra comermos – ela saca o iPhone do bolso da calça de grife e segue para a sala.

*

– Mandy? – abro a porta.

– Mei! – ela sorri. – Eu pedi pra vir entregar o pedido da Ellie, o movimento na loja está razoável, me deram o resto do expediente de folga.

– Agora a turminha está completa! – Gabriel pula.

– Me pergunto se vocês tem vida por trás de tudo isso... – murmuro.

– E aí, descobriram o paradeiro do Dennis? – ela diz, desembrulhando o pote com macarronada.

– Ele está doente. – murmuro.

– Ah, sim... Beatrice mencionou isso. – ela distribui a macarronada em cinco pratos.

– Não vai comer? – Hanna pergunta, pegando um prato.

– Não, já comi mais cedo.

– Sabe, eu ainda tô aqui... – Dennis grita do quarto. – E não comi o dia todo, será que podem ser solidários e...

– Cala a boca! – Ellie grita.

– Vamos deixa-lo trancado no quarto, por favor? – Hanna quase implora.

– Não podemos fazer isso com nossos amigos, Hanna... – Mandy diz. Amandha Martins e seu temperamento calmo e aconselhável.

Hanna fica emburrada e vai comer num canto qualquer.

Eu sinceramente estou perdendo o jeito... Acho que estou desanimada mesmo, acho que pode ser tpm, ou só cansaço mesmo, na verdade eu estou com vontade de me jogar numa piscina de strogonoff de frango.

Sábado/10 de Maio

Dennis foi pra casa ontem, quando Hanna surtou e disse que ele não precisava ficar na casa na minha irmã.

“Ele não precisa ficar nada casa da irmã da Anna, ninguém quer que ele fique aqui!”

Estou começando a ter certeza da minha teoria... Por exemplo, eu digo que odeio Dennis... Por que eu o odeio, mas acho que o que eu disse no festival não foi por causa da adrenalina (em parte, sim, mas...). Bom, voltando ao assunto principal, Hanna diz que odeia Dennis por estar gostando dele.

Isso nem é proibido, eles nem são primos de verdade... Mas essa ideia me parece ser um pouco... Errada.

Por que Dennis gosta de mim, não é?

Mas ele me deu um fora, praticamente, não foi?

Ah, minha cabecinha está doendo!

Domingo/11 de Maio

Um fim de semana solitário... É, parece que aqueles cinco tem vida própria quando não estamos andando juntos... Eu preciso me ocupar com alguma coisa, escrever direto sobre nada está chato... Desisti de tentar entender os sentimentos da Hanna sobre Dennis no mesmo momento que deixei de entender os meus sobre ele também.

Agora só quero um pouco de barulho, esse silêncio está me matando...

– Anna Mei! – ouço minha mãe gritar. Não era esse tipo de barulho que eu quero ouvir!

– O que é? – respondo, completamente sem vontade.

– Não se diz “o quê é”, mocinha!

– O que é, senhora? – digo, mais sem vontade ainda.

– Se não descer essas escadas agora eu jogo soda cáustica nos seus cabelos! – doce mãe, sempre doce.

Então, como sou sempre obediente, desço as escadas me arrastando como um zumbi com trombose. E lá está minha mãe, sentada numa banqueta, com o celular na mão direita e uma agenda na mão esquerda, ela está usando os óculos redondos que só usa pra ler.

– Bom, Mei, eu sinceramente não queria dizer isso, mas... – Minhas canetas sumiram!

Sério? Bom, tenho que dizer que se minha mãe fosse uma super heroína, seria “A Mulher Caneta”, salvando os frascos e comprimidos da discórdia.

– Vamos comprar mais? – pergunto, pegando a bolsa dela.

– Isso mesmo! – e lá vamos nós. A Mulher Caneta e sua fiel escudeira... Tenho que arrumar um codinome legal pra mim.

*

Ainda domingo, um pouco mais tarde, no shopping

Talvez a D. Mãe tenha exagerado um pouco, ela surtou com a nova mercadoria de canetas recém-chegada e comprou trinta.

O caso é... Minha mãe não usa essas canetas. Ela é professora sim, mas ela ensina pessoas a cantar, dirige um coral e escreve apenas com pincéis pretos numa folhinha com listras que se chama pentagrama...

Ela guarda todas as canetas numa maleta. Sinistro, não?

É igual ela faz com os jogos de chá e com as esculturas de cristais, mas são só canetas que ela compra numa papelaria qualquer.

– Anna Mei, pare de escrever e venha me ajudar a escolher o estojo! – ela já está ganhando estojo de graça. A PeN lucra tanto com minha mãe que daqui a pouco ganha um carro de brinde.

– Escolhe o de urso panda! – digo, é muito fofo, cute-cute, tudo!

– Vou ficar com o de chihuahua... – cachorro? É isso?

Isso me lembra os velhos tempos...

Segunda-Feira/12 de Maio

– Nós vamos sair amanhã! – o quê? Espera, oi? Olá, mundo? Acordei?

O que foi isso?

Mal chego na escola e já sou atropelada por Dennis, que já está bem melhor da gripe, digamos assim.

– Sério? No meio da semana? – droga! Eu não devia ter dito isso, devia ter dito pra ele deixar de ser chato, eu nunca vou sair com ele, ainda não esqueci o “não gosto de você do jeito que você gosta de mim”.

– Tem razão... – ele para e pensa. – Enfim, você decide, não tivemos a chance de comemorar!

Não consigo entender. Não posso entender.

Antigamente, tipo, no dia do festival, por exemplo, olhar pra Dennis não me dava náuseas. Eu gostava dele, ele era um bom amigo. Uma pessoa legal. Agora só quero sair de perto dele o mais rápido possível.

– Esqueça, não quero mais comemorar! – entro na classe e me sento no meu lugar habitual, perto da janela, agradecendo aos céus por ele não me perturbar mais o resto do dia.


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Notas finais do capítulo

Estou me segurando pra não mendigar recomendações, mas sinto que é isso que falta pra alegrar o coraçãozinho da Tia Hô, bom, mudando de assunto, os capítulos não estão saindo muito longos, mas o próximo vai ultrapassar as 2000 palavras, ok?
Mesmo que ultrapasse só um pouco... Até o próximo ^^



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