O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 17
Lá vem mais gente pra cuidar da minha vida...


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu não ia postar, mas como eu prometi pra Goiabinha que, se ela comentasse pelo menos três capítulos, eu postaria o próximo.
Então agradeçam à ela por isso.

Aproveitem ^^



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Depois de um tempo deitada, fingindo dormir levanto e digo que vou pra casa, Dennis não contesta, ele está tão calmo e normal que eu duvido que tenha dito que gosta de mim de verdade, foi só um sonho, acho que estou começando a temer a Friendzone já que vou precisar ir pra escola amanhã e Gabriel com certeza estará lá, ainda bem que não estamos na mesma classe.

*

Isso de descolorir o cabelo é muito doloroso, meu cabelo pode cair a qualquer momento.

Bom, eu achei uns descolorantes aqui – só podem ser da Beatrice – e algumas tintas de cabelo coloridas e decidi fazer uma mecha verde no cabelo.

– O que está fazendo? – Beatrice chega, ah não.

– Pensei que só ia voltar dez horas... – digo.

– Já são dez horas – ela aponta para o relógio, hãn? Demorou tanto assim só pra descolorir uma mechinha de nada?

– Pode me ajudar – falo, esperando ouvir um não do tamanho da Ásia.

– Claro! – Ela diz. Quê? Ela pega algumas tintas e o descolorante e descolore todo meu cabelo.

– Não! – grito.

– Calma! Vai dar certo – ela pega algumas tinhas separa um monte de mechas e pinta cada uma de uma cor.

Depois de três horas.

– Rainbow Dash, é você? – Beatrice brinca depois de secar e arrumar meu cabelo.

– Incrível!

– Já passa da meia noite, vai dormir que amanhã tem aula.

Sexta-Feira/21 De Fevereiro

Me levanto correndo, visto a saia a blusa e calço uma bota qualquer, pego a mochila e vou pra sala, como o combinado que fiz com Beatrice.

– Preparada?

– Sim! – ela penteia meus cabelos e prende eles com um elástico de silicone e então eu ponho o capuz do meu moletom.

– Assim ninguém vai notar – ela fica satisfeita com o trabalho e me leva para a escola.

Entro na escola, ninguém me nota, ok.

Entro na classe e vou pra minha mesa, agora eu percebo que todas as mesas estão em duplas. Mas...

Me sento perto da janela, e ainda bem que a professora não nota o meu capuz.

A pessoa que eu menos quero ver entra, com cara de chato, jeito de chato sendo chato com tudo e todos... E está vindo em minha direção, não, não senta! É ele sentou.

Olho de esguelha e solto um muxoxo baixinho, enterrando minha cara na mochila que deixei em cima da mesa.

Eu escuto um estalinho, bem minimamente baixo que só eu seria capaz de escutar, o elástico de silicone se partiu, se eu levantar minha cabeça ou fazer qualquer movimento brusco meu cabelo enorme vai sair debaixo do capuz e vai ser mostrado para todos na sala.

Amandha chega, olha pra mim achando estranho eu estar sentada com Dennis e senta atrás da gente, e Ellie chega, senta com a Mandy e fica tagarelando sobre ela ter ganhado o novo iPhone. Tomara que quebre, esse iPhone! Tento não me mexer, mas quando todo mundo entra na sala, sou obrigada a levantar a cabeça – segurando o capuz com a mão esquerda pra disfarçar, a professora fala e fala, eu estou ignorando Dennis e ele me ignorando, Ellie sussurrando besteiras sobre seu iPhone e um garotinho na nossa frente escarrando... A professora passa um trabalho de casa para a gente entregar na próxima aula dela, e então o sinal toca, aula vaga.

– Ei – ouço uma vozinha do meu lado, não quero falar com ele, não até ter certeza de que aquilo que ouvi foi só um sonho... Como vou confirmar? Não sei, mas eu vou! – Anna!

– Oi – reviro os olhos.

– Pode fazer o trabalho na minha casa?

Na casa dele? Bom, acho que tanto faz já que somos vizinhos, apenas levanto os ombros.

– Bom, mas não é nessa casa que você está pensando, é na minha casa mesmo...

Casa? Quer dizer, a casa dos Sakai?

– Ah, não obrigada – falo rapidamente.

– Qual é, deixa de ser chata! O que aconteceu, tá estranha desde ontem!

– Deixa de ser chato, você! E eu não tô estranha...

– Já estão brigando? – Ellie interrompe sua preciosa conversa sobre o iPhone para se intrometer na conversa dos outros – Tá cedo demais pra uma briguinha de casal.

– Cuide da sua vida – me viro para falar, ainda segurando o capuz. – E não somos um casal. – ela sai e arrasta Mandy junto... Como se fossem melhores amigas.

Por algum motivo estranho estamos só nós dois na sala e tenho um impulso maligno para perguntar se o que eu ouvi enquanto dormia era verdade... Se fosse verdade eu poderia pensa no que fazer depois, se fosse apenas coisa da minha cabeça eu me passaria por idiota e ele ainda zombaria da minha cara.

– Liga pra sua mãe e avisa ela, vamos direto pra minha casa depois das aulas – ele diz.

– Eu não vou!

– Oi gente! – fala alguém entrando na sala – Opa... – ele parece visivelmente envergonhado.

É Gabriel, aquele mesmo que me deu um fora super gentil noite passada...

– Estou atrapalhando algo?

Digo um não, seguido de um muxoxo, e ele sai, vejo ele piscando pra mim... Ah, por que isso?

Enfim, aula de inglês, até que eu gosto de inglês, é uma matéria boa por que eu me dou bem e posso me exibir, não é como em química, que eu quase sempre me dou mal.

O professor nos manda fazer um texto em inglês, estou empolgada fazendo o meu quando Ellie me cutuca.

– Que é?

– Quero um bom nome para a minha personagem principal, ela é uma cantora ultra magnífica, preciso de um nome que combine – ela fala.

– Não é da minha conta, – viro e continuo a fazer meu texto, que é sobre uma batata que vive tranquila na terra, a história conta do nascimento até a sua morte, quando ela é colhida e levada a um restaurante Fast Food – Droga – minha caneta cai, já não basta minhas costas doerem o suficiente ainda tenho que me abaixar pra pegar esse troço, ah, agora sim. – Ai! – levanto a cabeça com tanta vontade que bato a cabeça na janela e passo a mão na cabeça, quando sinto uma friagem.

Meu cabelo? MEU CABELO!

Ponho a mão na cabeça e percebo que, quando me abaixei para pegar a caneta o capuz saiu e agora todos me olham esquisito. Sim, sou uma doida com o cabelo colorido... Todos estão me olhando, Ellie, Mandy, o garoto que escarra... Todo mundo da classe me olha como se eu fosse uma E.T.! Até o Dennis deu uma risada e debochou de mim! Mas ele não vai, porque ele também é um E.T.

*

A aula acabou há cinco minutos e eu já até liguei pra minha mãe que surtou de felicidade quando contei que estava indo para casa de um amigo. Estamos no carro dos Sakai – em um deles, pelo que eu soube – indo pra mansão deles, não conheço o caminho, mas é meio longe, o motorista é super gente boa, o nome dele é Cedric, perguntei se podia chamá-lo de Ceddy e ele disse que eu podia, sorrindo sinceramente – coisa que ele não faz muito, pelo que Dennis contou – ele me chamou de senhorita! Adorei!

Tudo é muito limpo, posso ver meu reflexo no chão e, se eu achei o apartamento da Ai-chan grande e luxuoso essa mansão faz aquele apartamento parecer um banheiro e faz a minha casa parecer moradia de mendigo.

– Dennis! – é muito rápido, muito mesmo, assim que entramos na sala – que é enorme, essa sala dá a minha casa inteira – uma garota radiante correm em nossa direção e dá um abraço em Dennis.

– Hanna?

Hanna? Essa menina tem quase o mesmo nome que eu? Eu não vou deixar!

Vejamos, ela não é muito alta, ela não passa de um metro e setenta, disso eu sei. Ela se parece muito com alguém que já vim, os cabelos loiros claríssimos e olhos azuis não me são estranhos.

– Oi! – ela sorri e acena a mão, tem a personalidade bem parecida com a da Mandy, ela olha meu cabelo, lá vem as críticas – Gostei do cabelo.

– Hãn? Ah, obrigada! – aposto que estou vermelha, ela está bem perto do meu rosto, com certeza percebeu, se isso continuar me esconderei atrás de Dennis que, por acaso, está me olhando com cara de riso enquanto a garota me olha com os olhos brilhando.

– Essa é a Hanna, uma prima minha, e Hanna essa é Anna, uma – ele dá uma pausa – amiga.

Ele disse prima... Ela não parece sem nem um pouco oriental, como pode?

Bom, ele diz para deixarmos as mochilas no sofá e alguém me puxa para debaixo da escada – enorme também – Hanna? Ah, mal conheço essa garota e ela já vem me puxando!

– Olha, não sei se Dennis falou de mim...

– Ele não falou – respondo curta e grossa.

– Vou te fazer uma pergunta... – ela fala, mas eu a interrompo.

– Se é sobre o meu cabelo...

– Não, não é isso... Quero saber se estão namorando... – ela olha de esguelha para Dennis.

Namorando? Namorando?!

Não! E se tudo correr bem, nós NUNCA vamos namorar!

– Não. – falo, simplesmente.

– Ah, entendo! – ela diz.

– O que estão fazendo aqui?

– Nada! – Hanna diz e sai correndo. Menina estranha. Antes de sair ela piscou pra mim.

– Sobre o que Hanna conversou com você? – Dennis pergunta muito desconfiado.

– Nada, vamos fazer o trabalho, estamos perdendo tempo.

Então vamos para uma outra sala, tem uma TV enorme com Playstation, Xbox, Nitendo e mais um monte de troços... Tudo isso para me humilhar? Conseguiu, está de parabéns. Fizemos o trabalho rapidamente.

– Quer jogar, agora?

Nem precisou falar duas vezes, eu já estava ajudando a conectar os fios na TV e pouco depois estávamos jogando. Até que viro a cabeça para o lado da porta e a vejo fechando com uma crina de cabelos loiros e cacheados saindo.

Ela estava espionando... E agora está batendo na porta...

Dennis levanta, irritado, e logo depois ouço sussurros do outro lado da porta, como minha curiosidade é muita então grudo o ouvido na porta, para saber do que estão falando.

“Não posso ficar aqui nem por um minuto?” Hanna choraminga.

“Não, por favor, não faça essas coisas de novo, você mal a conhece!” Dennis suplica.

“Mas agora é sério! Não é como das outras vezes, dessa vez eu sinto que é real!” Hanna fala.

“Mas não vai dar certo...” Dennis pega na maçaneta, congelo, mas não me mexo.

“Eu desisto se você tomar uma atitude...” Hanna diz e Dennis trava.

“Não enche!” ele diz e quando entra na sala eu já estou no meu canto, jogando como se não estivesse ouvindo nada.

– Ah, está tarde, tenho que ir pra casa... – falo, mas no fundo só quero sair daquela casa.

– Quer que eu vá te deixar? É que é meio longe...

– Não, eu me viro – saio e caminho umas sete quadras até ficar cansada e decido pegar um ônibus, paro no lugar errado e tenho que andar mais cinco quadras por ter ficado sem dinheiro.

Sábado/22 De Fevereiro

Sábado é um dia bom, Ai-chan está fazendo uma faxina rigorosa aqui do lado e eu sei que Dennis não está, posso aproveitar para dormir, é o que Beatrice está fazendo então, vou dormir como se não houvesse amanhã.

Domingo/23 De Fevereiro

Dormir é bom, mas comer é preciso, Beatrice não está ela saiu com Alex e vai trazer comida pra mim, mas está demorando, já são três da tarde.

Segunda-Feira/24 De Fevereiro

Tudo bem que mal as aulas começaram, mas toda segunda-feira é um castigo pra mim...

Decido ir mais cedo á escola e quando saio do prédio sinto alguém me seguindo.

– Annalu! – quê? Hanna se joga por cima de mime eu quase caio.

– Meu nome é só Anna, de onde tirou o Annalu? – digo com pouca animação.

– Eu improvisei agora, não faça mais perguntas.

O que tem de errado com ela? Além de se jogar nas pessoas na rua, né, o que é mais estranho.

– O que faz aqui? – pergunto.

– Eu disse pra não fazer mais perguntas! – Hanna é absolutamente estranha, mas eu também sou então seremos estranhas juntas... Eu acho. – Tudo bem, eu vou estudar no Colégio Wittenberg!

– Colégio... Quê? – Agora que presto atenção, ela está usando a blusa e a saia do colégio, está usando a fita vermelha que normalmente usamos como “gravata” (é tão fininha que não merece ser chamada de gravata) e ainda usa uma meia sete oitavos junto de um par de sapatilhas de balé. Ela não notou que eu uso o mesmo uniforme por causa do moletom e do capuz que estou usando, mas... Ah, que seja.

– Você estuda lá também, né? – ela fala animada – Dennis me disse tudo! – e ela me abraça de repente e, também de repente, Dennis aparece do nada e vê Hanna me apertando e eu tentando me livrar do aperto... Que constrangedor.

– O que estão fazendo? – ele pergunta meio confuso.

– Sabia que a Anna estuda naquela escola também? – ela fala, me apertando mais.

– É lógico que eu sei, fui eu quem te disse – ele vem em nossa direção e me puxa pelo braço, sussurrando logo em seguida: – Se eu fosse você tomaria muito cuidado com ela. – aponta pra Hanna que olha em volta achando tudo muito incrível.

Meu rosto esquenta, e nem ao menos sei por quê! Será a proximidade? Talvez, mas isso é irritante!

Tento seguir meu caminho depois disso, mas alguém tira meu capuz, adivinha...

– Por que fez isso com seu cabelo? – ele pega uma mecha azul do meu cabelo e olha fixamente.

– Beatrice me ajudou – ele me olha. – Sim! Sua doce Bia é louca como a irmã! – e sigo em frente, mas ele acompanha o passo com essas pernas longas.

Quando chegamos a escola, Hanna se encantou com tudo, era mais ou menos assim: - Nossa! Que portão lindo! – pula de uma lado para outro – Uau! Que corredor enorme! – pula para outro lado – Uh! Que lata de lixo maneira! – Bom, primeiro, não tinha muita gente lá, já que fomos muito cedo, então foi super fácil ir pra sala e sentar normalmente, mas as mesas ainda estavam em dupla.

Eu quero sentar com a Mandy, mas ela não, penso até em guardar o lugar dela, mas Hanna se intromete e senta ao meu lado.

Ouço ruídos, Mandy e Ellie acabaram de chegar, Ellie está olhando pra Hanna como se ela fosse titica de pombo que caiu na roupa de marca dela, um olhar de nojo e raiva.

Que tenso, dava até pra ouvir aquelas musicas que tocam no ringue de MMA (acho que já falei alguma coisa parecida antes). Já que elas se odeiam tanto, será que elas topariam se apresentar da minha barraca “Torture um Japonês”? A gente podia fazer isso no festival da escola... Acontece sempre no mês de maio, mas a gente precisa se preparar logo, tipo, podem dar uma surra no Dennis hoje mesmo, que tal?

Por falar em Dennis, ainda estou pensando na conversa estranha que ouvi semana passada, não estou entendendo nada e desde sexta-feira estou confusa... Essa Hanna é muito estranha pra mim, e não é um estranho do tipo bom.

Esse clima pesado continua até uns momentos antes de Gabriel entrar pra dar um oi, ele é super gente boa, disse que meu cabelo está incrível, espero que não puxe assunto comigo, senão eu começo a chorar de novo... Espere! Se eu chorar na frente dele, quem sabe ele não muda de ideia em relação a mim...? Hein...? Não, não é uma boa ideia, tem muita gente aqui.

– Anna – Hanna fala, eu estou tão distraída que nem percebo que a aula de Geografia tinha acabado, já é aula vaga – Você está aérea... é assim sempre ou será que... – ela dá um sorrisinho de lado, exibindo os dentes brancos, perfeitos.

– Hãn? Aérea, não... não estou não – digo para mudar de assunto – Por que seus dentes são tão retos e perfeitinhos?

– Eu usei aparelho quando era mais nova e... – ela diz, como se falar dela fosse a melhor coisa do mundo, mas depois ela acorda desse transe como se tivesse parando com algum vício – Isso não vem ao caso... Bom, eu sei que ouviu minha conversa com o Dennis, na sexta-feira.

– Que conversa...? Não ouvi nada, estava jogando – finjo que escrevo algo no caderno pra ela parar de olhar pra mim.

– Eu sei que você ouviu – ela abre bem os olhos, credo, olhos azuis dão mais medo do que olhos castanhos convencionais, até porque dá pra ver meu reflexo azul nele e eu tô parecendo aquele povo do Avatar.

– Eu não ouvi nada, – falo da forma mais convincente possível – Sobre o que era a conversa?

Ela pareceu se convencer de que eu não ouvi, sou uma ótima atriz.

– Tá, vou fazer uma pergunta e quero que você me responda com sinceridade... – ela abre bem os olhos. – Você gosta do Dennis?

– Hãn? Por que está me perguntando isso? – quase pulo da cadeira, percebo que falei alto e as poucas pessoas que estão na sala acabam olhando para mim, principalmente as que já olhavam por causa do cabelo.

– Eu perguntei primeiro! – ela cruza os braços.

– Não, não gosto – suspiro.

– Hãn...? Tudo bem, eu irei confiar nisso, mas vai ter um dia em que eu vou te fazer essa pergunta, e tenho certeza que a resposta vai ser diferente! – ela fala como se fosse alguma profeta.

– Tudo bem, quando você perguntar eu irei responder “Claro que não gosto!” é uma resposta diferente, né? – respondo, olhando para o meu caderno, não quero dar de cara com os olhos azuis assustadores.

– Não, eu disse ao Dennis que iria desistir se vocês ficarem juntos... – ela fala e se cala de repente, parece que falou algo que não devia.

– Ficarem... O quê?! – grito e então me encolho, todos estão me olhando. – Bom, você promete ser confiável até a morte?

– Sim... Mas por que isso de repente?

– Não acredito que vou contar isso pra alguém que não conheço, mas... – respiro fundo – Foi assim...

Conto toda a história do que aconteceu quando eu fiquei doente, quando acordei Dennis estava encolhido num canto me perguntando se eu não tinha lembrado de nada, e depois quando fui dormir ouço ele sussurrando que gosta de mim.

– E foi isso que aconteceu, acho que sonhei, mas... – olho pra ela e ela está com a boca aberta e os olhos arregalados.

– Não creio!

– E eu acho que não gosto mais do Gabriel – sussurro.

O sinal toca e todos entram, passam duas aulas de História e finalmente o intervalo, a hora em que todos comem e se divertem por meia hora! Ah, que alívio.

– Preciso falar contigo! – Dennis aparece quando estou comendo meu sanduíche de queijo, ah, nem comer em paz eu posso!

Ele me puxa e eu vou andando atrás dele como se fosse um burro de carga. Bom, chegamos ao ginásio, e anda não paramos de andar, ele quem me levar pra onde?

Ah, ótimo! Estamos no lugar preferido dos casais da escola... A cada mês pelo menos um casal é encontrado matando aula nesse lugar – foi o que me disseram – e não é pra menos, fica escondido de tudo e todos, e tem grama por todo lado, até de algumas flores.

– Como assim acha que não gosta mais do Gabriel? – ele quase grita – Achei que não fosse desistir mesmo depois do fora!

– Hanna te contou? Ah, isso não importa... – sento na grama e aproveito meu sanduíche.

– Não importa? E o nosso acordo? Com saliva e tudo? – Ele senta perto de mim – Fizemos aquela coisa nojenta pra quê? Eu sei que é difícil depois de levar um fora...

– E daí se eu levei um fora? Gabriel é legal até mesmo dispensando alguém, ao contrário de você...

– Então, você não gosta mais dele? – ele fala – O que te fez mudar de ideia tão rápido?

Ele está sorrindo de lado. Não, você não pode sorris assim perto de mim, vai me dar gases!

– Nada... Eu tive um sonho – falo, ah, é uma boa maneira de saber se aquilo foi coisa da minha cabeça ou não. Está funcionando porque ele parece meio assustado.

– Sonho? Quando?

– Naquele dia que eu fiquei doente... – mordo o sanduíche.

– O dos unicórnios? – ele debocha.

– Não, foi outro – mordo mais uma vez.

– Outro...? Como ass... – ele fala, mas o sinal toca e volto para a sala de aula, não pretendo contar sobre o sonho até ter certeza de que não foi minha imaginação, não sei como fazer isso sem contar pra ele, mas tenho que arrumar um jeito.


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Notas finais do capítulo

O próximo é o cap triste da fic passada, mas tá muito melhor agora do que antes... não sei quando vou postar, então... Enfim, até mais.



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