Cap. 7 – Brigas, desmaios, frases esquisitas.

— Vamos Hermione, pelo amor de Deus. - Gina falava desesperada. Se chegassem atrasadas na sala, o professor não deixaria que elas entrassem.

As garotas corriam pelos corredores feito loucas, se esbarravam em algumas pessoas. Quando finalmente chegaram à sala, Gina estava ofegante:

— Droga, o seboso já entrou. Acabou, acabou. Vamos ficar sem duas aulas, isso mesmo, duas aulas de química.

— O que? - Hermione falava ainda tentando recuperar o fôlego - bate na porta e pede pra entrar.

— Você está maluca? Esse aí é o Snape, nunca se deve interromper as aulas deles.

Quando Gina calou a boca a porta da sala se abriu:

— Posso saber que gritaria é essa aqui? - um homem alto, de cabelos escuros falou.

— Ninguém está gritando aqui professor. - Gina respondeu, indignada.

— Como ousa? - ele lhe dirigiu um olhar furtivo - Podem saindo. Não chegaram a tempo, não vão assistir à aula.

— Mas... - Hermione tentou.

— Mas nada Hermione - Gina disse puxando a amiga pela mão - venha, vamos procurar alguma coisa pra fazer.

As meninas aproveitaram o tempo vago para andarem pela escola. Gina mostrou tudo a Hermione, os ginásios, os laboratórios, tudo. Então as aulas do período da manhã terminaram, elas foram para o refeitório e almoçaram.

Uma hora depois já estava no momento de voltarem para as aulas. Hermione não queria ir pra sala, só em pensar no fato de encontrar Draco já lhe dava calafrios.

A aula agora era de física, com o professor Horácio. As meninas entraram na sala um pouco antes do professor chegar.

— Olá turma. Hoje vamos fazer uma atividade em quarteto. - ele disse sorrindo - vocês podem escolher os componentes.

A turma inteira se encheu de barulhos de cadeiras sendo arrastadas.

— Levantem a cadeira, pelo amor de Deus. - o professor tentava dizer, mas ninguém o ouvia.

Gina e Hermione iam fazer com uma garota asiática, a Cho. Faltava mais uma pessoa quando Gina gritou:

— Ei, Malfoy! Malfoy! - o garoto, sentado sozinho a olhou - venha, faça grupo com a gente.

Hermione olhava para Gina com os olhos arregalados, qual era o problema daquela ruiva?

Draco pegou sua cadeira e suas coisas e veio sentar-se com elas:

— Obrigada. Seria muito triste fazer sozinho.

— Não pra mim. - Hermione sussurrou pra si mesma.

— Desculpa, você disse alguma coisa Hermis?

— Já disse pra você não me chamar de Hermis, Malfoy.

— Ok, ok, vamos fazer a atividade. - Cho disse se metendo na conversa, que logo se tornaria um briga.

As primeiras questões da atividade Gina respondeu com ajuda de Hermione, depois Cho pegou para fazer e Draco a ajudou. Estava indo tudo muito bem, quando Draco resolveu abrir a maldita boca:

— Então Hermione, quem é o cara que você estava ontem em frente à porta de sua casa?

— Quem o que?

— Você sabe do que eu estou falando.

— Não, eu não sei. Qual o seu problema?

— Fala logo.

Hermione pensou um pouco, não estava entendendo que conversa estranha era aquela de Draco, quando se lembrou que ontem havia conversado com Tom na porta da frente da sua nova casa. Draco havia entendido tudo errado. Ela já ia explicando quando caiu na real, como ele poderia saber disso?

— Você está me espionando, Malfoy?

— Não seja ridícula.

— Você estava me espionando sim, me seguiu.

— Eu não segui você. - Draco encostou os lábios na orelha de Hermione - eu vi isso nas visões.

— Você acha mesmo que eu vou acreditar numa mentira como essa?

— Eu não estou mentindo. - ele falou ofendido - Quem está mentindo é você sobre o negócio dos desenhos.

Gina e Cho olhavam uma para a outra com cara de "o que?".

— Eu não estou mentindo.

— Claro que está.

Hermione se levantou da cadeira fazendo com que todos olhassem para ela:

— RETIRE O QUE DISSE! - ela gritou.

— NÃO MESMO! - Draco disse também de pé.

— COMO OUSA?

— Ei, ei - Horácio apontava para Draco e Hermione - fora da minha sala. Vão esfriar a cabeça, depois vocês voltam.

Draco saiu da sala e bateu a porta com força, como ela poderia ser tão idiota? Era o que o loiro pensava.

Hermione saiu da sala também, sua cabeça doía muito.

Era como se houvesse uma bomba dentro de seu crânio. Lágrimas caíram de seus olhos. Ela ainda andou por alguns corredores até cair desmaiada no chão.

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Draco saiu da sala, muito transtornado. Aquela garota despertava nele desejos inimagináveis. Mas agora ele estava com ódio dela, muito ódio, muito ódio. Como pôde chamá-lo de mentiroso?

Ele saiu chutando algumas latas de lixo, seu ódio crescia cada vez mais.

Então uma visão invadiu sua mente. Ele caiu de joelhos, a visão trazia para ele um vislumbre de Hermione caída desmaiada em um corredor da escola. A visão acabou e por alguns instantes Draco ficou cego. Ele se levantou e saiu à procura da morena. Correu por alguns corredores até finalmente encontrá-la.

Ela estava desmaiada, no chão frio. Seu rosto estava molhado por lágrimas. Draco a pegou no colo e saiu correndo com ela até a enfermaria.

A enfermeira abriu a porta assim que o viu chegando:

— O que aconteceu com ela?

— Não sei, não sei. - Draco respondeu enquanto a colocava deitada na maca - faça alguma coisa.

— O que eu posso fazer? Eu não sei o que aconteceu com ela.

Draco foi tomado por uma raiva que o fez ficar vermelho, ele se virou pra enfermeira aos gritos:

— ESCUTA AQUI - ele disse olhando para o crachá da mulher - HALLEN, FAÇA SEU TRABALHO! FAÇA-A ACORDAR!

— Ok, ok.

Draco estava desesperado, ele nunca havia se sentido assim, tão... Desolado.

A mulher estava completamente confusa. Era seu primeiro emprego, ela não tinha nenhuma noção do que iria fazer. Já estava ficando desesperada quando Hermione abriu os olhos e murmurou coisas:

— Draco...

— Oi Hermis, oi! O que aconteceu com você?

— Seu ódio me faz mal, tem que se controlar.

— O que? Hermis, o que você está falando? - ele olhava pra ela agoniado e Hermione desmaiou novamente.

Logo, a enfermeira chefe da enfermaria, Papoula Pomfrey, chegou, pediu que Draco esperasse do lado de fora enquanto atendia Hermione.

O loiro foi para o lado de fora contrariado, mas mesmo assim foi. Ele não estava entendendo nada, afinal, o que Hermione quis dizer com aquilo?

Alguns minutos se passaram até que ele foi permitido de entrar:

— O que aconteceu com ela?

— A pressão dela baixou demais. - a enfermeira Pomfrey disse - mas já está tudo bem.

— Hermis, o que significa aquilo que você me disse?

— Aquilo o que?

— Você disse: "Seu ódio me faz mal, tem que se controlar." O que isso quer dizer?

— Não sei, não me lembro de ter lhe dito isso. Quando foi que eu falei isso?

— Não foi nada, esquece. – Draco puxou ela pela mão – venha, vou legar você até a secretaria.

— Pra quê?

— Venha Hermione.

Ele saiu puxando a menina, Pomfrey não teve nem tempo de protestar.

Eles andavam pelos corredores de mãos dadas, o calor de seus corpos era tão grande que chegava a ser palpável.

— Por que vamos para a secretaria, Draco?

— Vou pedir que liguem para os seus pais, você precisa ir pra casa. Precisa descansar.

— Meus pais estão mortos, Draco. – Hermione puxou sua mão que estava entrelaçada com a de Draco – eu não preciso da sua ajuda.

— Me desculpa, eu não sabia. Agora pelo amor de Deus para de ser assim.

Hermione tentou protestar, mas calou a boca, Draco estava mais do que decidido.

Eles foram juntos até a secretaria. Uma moça muito agradável os atendeu, ela ligou para os tios de Hermione e eles mandaram avisar que o filho mais velho deles iria buscar a garota.

Draco e Hermione ficaram em frente a escola, sentados em um banco a espera de Tomas.

— Então – Draco começou – seus pais morreram?

— Não vou falar sobre eles com você.

— Hermis, você precisa parar com isso. Você é grossa assim com todo mundo ou é exclusividade pra mim?

— Não me chame de Hermis, e sim, é exclusividade pra você.

Draco riu, ela era sempre tão astuta.

A garota abriu a boca para reclamar, quando um carro parou em frente a eles.

— Vamos Mione. – Tom disse após ter baixado o vidro do carro.

— Tchau Draco... Obrigada. – a morena disse e saiu correndo para dentro do carro.

— Tchau Hermis.