Fractais escrita por Prih


Capítulo 24
Vingança para dois


Notas iniciais do capítulo

Nossa como esse cap deu trabalho... não é atoa... ter que cuidar de tantos personagens e não esquecer de nenhum ponto das teorias e deixar o mais leve possível foi complicado mas finalmente está aqui.
Eu quero agradecer a todos que estão lendo, comentando, favoritando e recomendando essa fic. Mas quero deixar um agradecimento muito especial para:
Nightmare Queen: minha beta pessoal (chega de erros ortográficos e gramaticais hehehe)
HanaChibi-tan: Lolita linda... :>
Overland X: novamente.... sim sua iluminação beta me tirou da ignorância. Sim nada de letra maiúsculas naqueles verbos... ehehhe



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/512121/chapter/24

Polo Norte. Fábrica de Brinquedos.

A fábrica de brinquedos entrava em completo caos. Yetis e duendes em um frenesi infernal de brinquedos e embrulhos coloridos. Os visitantes caminhavam cautelosos evitando trombar com os peludos pés grandes, que se concentravam demais em suas tarefas, ignorando completamente os visitantes.

— Não posso acreditar que estou dentro da fábrica do Papai Noel . – Anna saltitou cheia de alegria.

— Sinto muito pela bagunça — O sotaque russo de North conseguiu ser mais alto que toda a algazarra da sala — Sem moleza, pessoal! – berrou para seus colegas Yetis.

Anna ria loucamente; Kristoff, rígido e cheio de espanto, mal conseguia andar; Elsa se acostumava ao grande furdunço daquela oficina; Jack e os outros guardiões, mais rápidos, já os aguardavam no grande salão das crenças. Adentrando o grande salão, North ficou de uma maneira que podia fitar todos os seus convidados mágicos e humanos. Sem enrolação, ele foi direto ao ponto.

— MIM* pediu para que lhes contasse sobre Lâmia.

— Lâmia? – Elsa sentiu conhecer esse nome, mas não se lembrava de onde. Só a sua menção fez seu sangue ferver.

North começou a contar a história de Lâmia e, enquanto o fazia, na lua imagens eram projetadas*¹, não só ilustrando a imagem contada, mas também mostrando a presença de Czar Lunar, o homem na Lua. Lâmia foi uma poderosa bruxa, era uma humana que nasceu na Grécia antiga. Na infância ela foi bondosa e cheia de esperança, mas com o tempo a ganância e soberba a corromperam. Seu desejo por mais poderes impulsionou-a para o lugar mais desenvolvido em conhecimento e inovações de sua época. Esse lugar só poderia ser o reino mágico e próspero conhecido como Atlântida.

Atlântida era governada por Três Sábios Anciões. Lâmia dirigiu-se até os sábios em busca de sabedoria, porém eles perceberam o coração negro da menina e negaram seu pedido. Revoltou-se e prometeu vingança. Não demorou muito para cumprir sua promessa; Lâmia, agora mulher, assassinou os três grandes Sábios Anciões de Atlântida. Sua ira não foi aplacada com a morte deles; com magia criou uma grande onda que devastou toda a cidade e depois a afundou no mar. Pelo grande mal que fez acabou amaldiçoada, transformando-se em meio humana e meio serpente.

Para conseguir mais poder, decaiu a um ponto em que não existia volta. Toda a ira do mundo foi atraída para seu coração negro, e o devorou. Continuando a viver em meio aos homens, criou inúmeros demônios que os atormentavam. Muitas guerras, doenças e atrocidades aconteceram somente pela presença dela. Lâmia se tornou a encarnação do ódio e da ira. A anos a Ásia e a Oceania ficaram sobre seus demônios. Nessa época o Homem na Lua formulou um plano para capturá-la e para isso deu a ela um sonho de dominação total do mundo, através do poder que existia na lua. A gananciosa ambicionava por mais poder, mais controle; então desejou ter a lua. Sem pensar duas vezes, aceitou o sonho de possuir a lua e atormentar os homens e mulheres do mundo; esse foi seu maior erro. A cobiça cegou-a. Czar Lunar era muito audaz; depois de conseguir trazê-la para sua casa, converteu a lua em uma eterna prisão.

— O que eu e Anna temos a ver com toda essa história? — Elsa interrompeu a história ao ver que ela chegava ao fim, sem a explicação dos poderes.

— Toda fechadura precisa de uma chave. A única maneira que MIM encontrou para prender Lâmia foi transferindo metade de sua energia vital para uma humana. Isso ocorreu incontáveis luas atrás. Quando a mulher morreu, seu poder de chave passou para um herdeiro do mesmo sangue. Isso acontece de geração para geração, até chegar a ela. – Ele apontou para Anna.

— Tá querendo dizer que eu tenho poderes? – disse Anna em uma animação espontânea.

— Sim. — North falou sem pensar e foi logo concertando suas palavras ao ver a menina explodir de felicidade em um grito — Bem, somente sua resistência e vitalidade podem ser consideradas uma acentuada curva de Gauss.

— Tipo assim, só minha resistência é maior que a dos outros? Eu não poderia ter algo, tipo assim, um poder mágico como o de Elsa? Quem sabe eu tenho poder de fogo? — Sacolejou as mãos tentando tirar qualquer faísca delas, sem sucesso. — Ou então posso ler mentes? — Ela olhou fixamente para seu noivo, apertando as sobrancelhas e inflando as bochechas.

— Acho que não, Anna. – Kristoff passou a mão sobre os cabelos cor de ferrugem.

— Já sei! Você está pensando em sanduíche! – falou depois de fazer um enorme esforço.

— Afirmativamente, você não tem outro poder. — Isso deixou a ruivinha completamente chateada, para ela somente a irmã ficou com o lucro em toda essa história.

— E Anna é a chave... — Elsa sussurrou assimilando toda a situação. Claro que isso explicaria o incrível poder de sobrevivência dela: Ficar três dias e três noites sem dormir e sem comer; ser congelada viva e ainda ter força para socar um bandido. A loira quis entender mais sobre a magia que envolvia sua irmã. — O que acontecerá com Anna se Lâmia se libertar? — falou cheia de preocupação. North inclinou a cabeça.

— É necessário o sangue dela para as correntes da prisão serem rompidas, e são muitas correntes. — O velho fez uma pausa no meio da frase, esperando que Elsa compreendesse o que ele queria dizer.

Elsa ficou tensa, com os pulsos cerrados e um olhar fixo em qualquer lugar no chão. Incutia em seu coração o dever de proteger sua irmã a todo custo, não importava o preço que isso lhe fosse deferido: suas duas pernas, seus dois braços, sua vida, Elsa faria de tudo para proteger sua irmã. Sua família. Aquela mesma porta interna que ela via quando estava em uma batalha apareceu em sua mente. Dessa vez ela hesitou em abrir, não era o momento para libertar seus poderes. Isso a fez lembrar de uma peça que não se encaixava.

— E os meus poderes?

North aparentou vacilar por um momento, passou suas mãos pela barba, parecendo pensar muito sobre algo. Até que finalmente disse:

— Não sei ao certo como surgiu, mas você, Elsa, é a guardiã da chave. Seus poderes são para proteger Anna. — Bunnymund pareceu querer protestar, todavia se deteve pelo que viu no coração de North.

Todo conto fazia muito sentido, claro que os poderes de Elsa eram mais violentos para proteção e o cheiro fétido dela, que só os monstros sentiam, era para aplacar o bom cheiro da irmã. Ela absorvia toda a história para dentro de si. Mas ao mesmo tempo em que os guardiões falavam sobre Lâmia, Lâmia falava sobre os guardiões com o rei das trevas. Pitch Black, ainda ferido e arfando, estancava sua ferida aberta. O som das correntes e o faiscar de ira nos olhos vermelhos da encarnação no ódio eram as únicas coisas concretas em meio à escuridão sufocante que pairava eternamente em um único lado da lua.

— Breu, seu estúpido desprezível. — A voz feminina conseguia rasgar a densa sombra, parecia um anúncio de guerra. — Você é mais incompetente do que aquele maldito dragão que eu despertei. Onde está a dificuldade em enfrentar uma leva de fedelhos?

— Estúpido? Desprezível? – O tom gasto de Breu era carregado de ironia. — Não estou aprisionado, como você. — Lançou um olhar desafiador para a dama da guerra, ele podia ver perfeitamente no escuro e ela também. Ela riu ruidosamente.

— Estou trancafiada aqui pelo mesmo motivo que você esteve soterrado na caverna mais profunda da terra, por milhares de anos. — Tentou se mover, mas seu corpo foi impedido pelas pesadas correntes que a aprisionavam. — Ou já se esqueceu dele?

— Nightlight. — falaram com repulsa. Somente a menção do nome era capaz de revirar os estômagos das criaturas da escuridão e do medo. A algo que ambos concordavam incondicionalmente era se vingar de guardião da coragem.

— Eu preciso da chave para sair daqui e você de todo o medo que uma guerra pode gerar. — As escamas de sua pele serpenteavam pelo chão branco da lua, tentando mover o pesado corpo, enquanto sua voz persuadia o ferido Rei dos Pesadelos. — Então... coloque esse brinco de pérola na orelha da ruivinha.

— Ainda não entendi por que você me fez buscar esse par de brincos no fundo daquele rio cheio de kappas. — Breu segurava duas peças de pérola brancas, dentro de uma caixa esverdeada.

— Esses brincos, são relíquias mágicas. — A víbora impacientava-se. — Minhas relíquias, eu os criei há muito tempo, antes de Czar Luna me prender aqui e tirá-las de mim. O brinco funciona como “acaba distância”. Quando duas pessoas os usam ao mesmo tempo, se tornam acessíveis uma à outra, não importa o quão distantes estejam. Mas isso só pode ocorrer uma vez e somente posso tocar e ser vista pela pessoa que usar esse brinco. – Esticou sua língua bifurcada para a caixinha aberta, sua língua pareceu ter dois metros de comprimento, enrolou uma das pedras e a engoliu.

— Compreendo, então quando a chave usar o outro brinco, serão visíveis e tocáveis uma para a outra, e depois é só ferir ela para arrancar seu sangue.

—Está se tornando um gênio! — alfinetou. — Agora ande e coloque isso nela.

— Claro! Ela aceitará o presente de bom grado. Afinal, ela não está por acaso com os cinco guardiões e aquela humana com poder de gelo. — satirizou.

— Hum... não é uma má ideia. — Pitch a encarava sem entender. — Monte um pequeno caos na fábrica e deixe esse presentinho endereçado à Chave.

— Como?

— Ela terá um presentinho de natal debaixo da árvore.

Breu conseguiu captar o plano da bruxa serpente sem que ela precisasse explicar mais. Passos de um homenzinho baixinho e gorducho foram ouvidos pela aguçada audição da víbora. Ela apressou seu convidado secreto para que ele saísse daquele lugar. Movendo o espelho de Lúcifer com a cauda, refletiu a oficina de brinquedo de North. Assim como a luz ricocheteia em um espelho indo na direção apontada por ele, as trevas também quicam no reflexo e encaminham-se para a direção mostrada. Foi assim que Breu se salvou no último momento por Lâmia, e assim que ele se esgueirou dentro da fábrica do Papai Noel.

— Mais do que a liberdade — A víbora babava veneno por entre suas presas pontiagudas. —, quero vingança. Eliminar a maldita semente de Katherine e Nightlight... — Seus olhos brilharam na escuridão por sede de assassinato.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*¹ MIM: Man in Moon (Homem na Lua)
*² Imagens lunares: referência do livro... enquanto os lunadários contavam histórias sobre Nightlight MIM fazia a mesma coisa na lua.

[curiosidade – Frozen – Espelho de lúcifer ]
Bem como todos ja sabem Frozen foi inspirado no conto A rainha do gelos de a Hans Christian Andersen. no conto tudo começa com um espelho criado por lucifer. Esse espelho tem como principal função mostrar o pior lado do ser humano que te a imagem refletida nele. Mas ouve outros efeitos colaterais ao cria-lo, qualquer criatura ao toca-lo convete-se me puro mal.
Por sorte o espelho quebrou e se esmigalhou em pedaços, mas na historia um pequeno pedaço do tamanho de um grão de poeira entrou nos olhos de um menino, e esse menino tornou-se mal e acabou sendo adotado pela Rainha do gelo, que era uma mulher cruel e sem amor.
para quem quiser terminar a história é so ler o conto.. que é lindo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fractais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.