How to live? escrita por America Mellark


Capítulo 3
Capítulo 3: A grande virada




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Já estava farta de dormir e perceber que tudo que eu sempre quis já não se realizava. Agora, tenho Peeta, tenho meus amigos, tenho minha mãe. Algumas pessoas se foram, mas valeram sua lealdade por uma revolução. Vou dar tudo que eu puder à Peeta, para ele ser feliz, para ele poder apagar a dor que nós sentimos do coração. Posso fazer tudo para conseguir isso. Se ele precisar eu roubo a luz das estrelas. Eu sempre fui dele e ele sempre foi meu, não importa quantas vezes negamos ou desistimos um do outro, ou partimos o coração de outro.
Peeta coloca o anel em meu dedo. É um aro dourado formado de ramos dourados e acima suportam duas pedras. Uma verde e a outra laranja. Como ele disse, na luz elas brilham muito bem juntas.
Durante toda festa Posy e Johanna conversaram e estouraram balões fazendo muito barulho. Taylor se juntou ao grupo soltando todos eles e jogando para cima. Aqueles três rostos me lembraram de tantas coisas, como se fossem o topo do mundo. A filha de Finnick tem seu senso de humor, Johanna continua animada e um pouco impulsiva. Pela primeira vez a vejo sorrir de verdade. Posy cresceu muito, e vai ser uma menina muito bonita quando maior. Como eu pude tê-la visto chorar tantas vezes e não fazer nada?
O que me faz lembrar de Rachel. Peeta se esqueceu dela. Rachel é uma das garotas a qual eu deveria me importar mais. Só depois de uma hora, ela aparece, olhando por todos os lados a minha procura.
— Katniss! – grita do outro lado da sala.
— Rachel! – digo.
Corro a seu encontro. Ela me abraça depois de um bom tempo que não nos vemos.
— Por onde você esteve? — pergunto.
— Eu estava na Capital, trabalhando. — diz ela. — mesmo assim não esqueci de você. Esse é seu presente.
Sorrio curiosa para saber o que ela me trouxe. Há uma caixinha com uma fita roxa lacrando-a. Dentro da caixa, vejo uma pulseira, de pedrinhas azuis e vermelhas. E junto dele há uma luva de caça. O segundo vou usar mais. Volto a abraçá-la, agradando o presente.
— Desculpa não poder ficar muito. — explica ela. — Mas eu ainda tenho muito o que fazer. Fui contratada como modelo e tenho sessões de fotos para fazer. Não é uma das melhores profissões, não faço nada além de tirar fotos. Isso não é importante.
— Ah, Rachel. Você precisa vir mais vezes. Senti muito sua falta! - digo.
— Eu também Katniss. Mas o trabalho me chama. — diz ela.
Ela se despede de mim e de Peeta, nos dá os parabéns pelo noivado que nem eu mesma posso acreditar. E se vai.
— Ela é muito legal. – diz Peeta.
— Ei. — reclamo. Chamo sua atenção com uma beliscada na barriga.
— Mas você é mais. — diz ele.
Olho para ele desconfiada, Peeta só me responde com um sorriso malicioso. Mamãe me puxa para cantarmos a música de aniversário que sempre cantávamos para Prim.

Depois da canção, todos separamos um pouco de bolo e doces em nossos pratos. Muita agitação e as risadas de todos me fazem ficar um pouco atordoada. Peeta brincando com Taylor, Annie e Beetee conversando sobre os fios dos postes de eletricidade. Johanna e Haymitch bebendo aguardente. Mamãe e Enobaria arrumando algumas briosas bagunçadas na cozinha do salão e eu observando as vidraças. Posy vem se despedir.
— Katniss, parabéns por seu aniversários e pelo noivado. Espero que vocês dois sejam muito felizes. Vejo você logo.
— Obrigada por vir Posy. Obrigada por tudo. Nós vemos, certo?
Ela me dá um beijo na bochecha e sai aos pulinhos. Vejo de longe, na porta, a espera de Posy, Gale. Abrindo um sorriso e a abraçando. Pergunta algo que a faz rir e concordar com a cabeça.

Depois da festa, mamãe e Enobaria se ofereceram para arrumar algumas coisas, mas Peeta proibiu terminantemente o trabalho. Alguns trabalhadores da padaria arrumaram as coisas sem reclamar. Mamãe e Johanna foram para minha casa. Effie, Enobaria, Beetee, Annie e Taylor foram para casa de Peeta, já Paylor resolveu ficar numa casa vazia do distrito. Ela disse que tem muitas coisas para resolver. Não a atrapalhamos. A noite já caiu e Peeta está na casa da árvore perto da janela do meu quarto. Johanna e mamãe já estão em seus quartos de hóspedes muito bem instaladas. Peeta entra pela janela, só que eu insisto para ele e eu irmos para a sala enquanto não tenho sono. Peeta só concorda revirando os olhos.
— Vamos. Me promete que vai descansar? — diz ele.
— Prometo. vou descansar quando estiver cansada. Só que não estou agora. — retruco. Ele segura minha mão e corremos pelas escada até a sala.
Sento no sofá com o controle em mãos, ele me acompanha. Coloco minhas pernas sobre seu joelho e encosto minha cabeça em seu ombro. Peeta passa seu braço sobre meus ombros e segura minha cintura. Sinto como se nunca estivesse tão perto de Peeta. Durante os comerciais programa ele volta a insistir que eu dormisse já que teríamos dias longos. As câmeras da Capital vão focar nosso casamento e noivado no 12. Vão fazer nossa festa e nos entrevistar. Depois teremos que ir à Capital para rever o novo regime político do país e sua posição no mundo. Só que não estou cansada.
Sei que Peeta se importa comigo e que quer o meu bem, assim como eu quero o dele. É isso que fazemos, cuidamos um do outro. Quando respondo que não vou dormir, ele fica emburrado. Eu tento consertar dando um beijo na sua bochecha, só que nada resolve. Ele se aproxima devagar, acariciando meus cabelos, olha bem no fundo dos meus olhos concentrado em mim. Seus lábios finalmente tocam os meus. Ele está quente, não de febre, nem de nada, só eu que devo estar gelada. Aquela sensação volta a bater em mim, um calor imenso que fome do meu peito e se espalha por cada canto do meu corpo. Sinto um ciclo, dele para mim, e cada beijo fica mais intenso. Nossos braços entrelaçam um o corpo do outro. Levanto do sofá, observando ele por alguns segundos. Seu olhar parece confuso, mas brilha como a luz do dia. Seus dedos entrelaçam os meus e eu coloco meu corpo sobre o de Peeta.
— Eu não quero te obrigar a nada impulsivo, Katniss. — diz ele.
— Você não estame obrigando. Só não quero mais esperar. — respondo.
Sua respiração acelera e posso ouvir seu coração daqui. Meus braços envolvem seu pescoço e suas mãos pressionam da minha cintura ao quadril. Deixo que ele beije meu pescoço e ombros. Suas mãos vão à minhas coxas, sinto um impulso quando seu corpo levanta o meu daquele jeito. Devagar ele sobe as escadas enquanto nos beijamos. Abre a porta do meu quarto e me deita à beira da cama. Nunca aconteceu isso entre eu e Peeta, na verdade eu fui um pouco insegura, mas agora eu sei o quanto ele pode me amar.
Peeta levanta minha blusa e beija cada centímetro da minha barriga. Algumas vezes faz cócegas, mas outras eu nem solto um ruído sequer. Ele tira minha blusa e me ajuda como pode, sem me soltar, a tirar a dele. Sua boca percorre todo meu rosto, orelhas, pescoço. Até chegar em meu peito. Lê tira meu sutiã e logo chega ao cinto da minha calça. Puxa para frente e para trás até soltá-lo. Eu o imito a cada movimento. Tiro sua calça e ele a minha. Ele me empurra para o meio da cama, logo acima de mim. Há duas camadas de lençóis nos cobrindo.
Foi um pouco difícil com todo o tecido e a bagunça que fizemos. Nós atrapalhamos algumas vezes e acabei rindo um pouco da situação. Os dois lençóis abafaram muito o calor e isso fez com que ambos suassem. Não foi agitado, nem difícil, nem rápido. Na verdade eu achei que demorou um pouco até tudo acabar. Foi lento e legal. Essas são as palavras certas. Nunca havia sentido Peeta tão próximo, colado a mim. Não teve muito barulho, não ao ponto de acordar quem quer que estivesse ao lado. Mesmo as paredes sendo finas. No final ele me abraçou por trás a dormimos assim. Mas antes de tudo ele beijou minha bochecha e sussurrou:
— Você me ama. Verdadeiro ou falso?
Eu disse a ele:
— Verdadeiro.
Sua respiração começa a diminuir e a ficar mais lenta. Peeta dormiu.

E de manhã a cena toda se desmoronou. Minha mãe entrando no meu quarto. Eu pulando para trás cobrindo meu corpo com um lençol e Peeta de pé coberto com outro. O susto de mamãe foi enorme. Ela respirou fundo, fechou a porta e correu pelas escadas. Me encolho e começo a chorar de desespero.
— Katniss acalme-se, ela deve entender. — Peeta acaricia minha bochecha.
— Não sei! – soluço. — E se ela não entender? É tão vergonhoso.
— Eu sei. Mas isso pode acontecer algumas vezes. — explica ele. — Entenda. Ela não vai te matar por isso.
— Eu não sei se vou descer.
— Katniss. Vamos, ponha uma roupa e vamos. — insiste ele.
Como não o obedeço, Peeta coloca um vestido em mim e arruma meu cabelo com alguns cachos soltos. Passa um creme nos meus braços e pernas. Coloca um perfume no meu pescoço e depois ele mesmo se arruma. Me puxa para a cozinha, onde Johanna e mamãe tomam café, olhando para nós dois descendo cada degrau.
— Bom dia. — diz Peeta, com uma voz mais séria.
— Bom dia. — respondem em uníssono.
— Katniss, querida, sente-se. Deve estar com fome. — diz mamãe.
— Acho que sim.
— Não se preocupe, Katniss, nada aconteceu. — diz ela.
Mamãe não parece o tipo que veria algo assim e ficaria quieta. So que desta vez ela parece bem calma. Só depois de quase explodir percebo que, lá atrás, no fundo da casa, através de uma janela, uma câmera nos observa. Peeta faz um chocolate quente para mim e para ele, Johanna e mamãe recusam. Tomo o chocolate mergulhando alguns mashmellows na calda. A Capital já está nos observando. Será que nunca vamos ter privacidade suficiente? Johanna range os dentes, se segurando para não ir lá e quebrar as câmeras. Provavelmente dever estar sendo vigiada também. Estou cansada de sermos os heróis, já disse que não sou nenhuma heroína, eu sobrevivi. Não fiz nada mais que meu dever, se não fosse eu, seria qualquer outro.


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