How to live? escrita por America Mellark


Capítulo 10
Maybe isn't to late


Notas iniciais do capítulo

oiee lindos estou aqui mais uma vez!! obrigada por lerem e obrigada por tudo, mas estou meio desanimada, tipo eu preciso de opiniões, sendo boas ou ruins apenas comentem por favor, e espero que gostem do capitulo!!



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Não a via da mesma maneira, apenas a esperava ansiosamente por mais um dia bom, mas não ocorreu nada disso, ela veio como um furacão na minha vida e se foi como um tsunami. Os médicos dizem que ela pode melhorar ou não, acontece que quero respostas e não mais perguntas. As incertezas eram grandes, eu a via por um vidro espelhado transparente e ela se via, tentava entender quem ela era, com os cabelos longos lisos e soltos, as unhas curtas e curvas ainda sujas de sangue cuja ela mesma arrancou. Aquela pequena estrela irreversível do universo. Para o mundo ela é uma pessoa, mas para mim eles são pessoas e ela o meu mundo. Minha Katniss. Eram o que os papeis e meu coração dizia, mas não era o que a realidade dizia. Os cabelos lisos armados e bagunçados caídos pelos ombros e sua cara de desespero. Louca. Será que é verdade? Louca. Não sei. Sempre que ela volta ao mesmo ponto eu sinto minhas lágrimas caírem. Haymitch bate a mão nas minhas costas, me dando esperanças, mas eu não quero esperança, quero um fato! Quero que Katniss esteja sã e pulsando naturalmente, e não como um bestante selvagem louco por sangue. Posso vê-la pular por entre as árvores como ela sempre faz com seu arco apontado para uma coruja, sua trança pulando sobre os ombros.

– Peeta! – a ouço dizer. – Peeta, peguei a coruja! Venha ver!

– Já vou Kat. – digo tirando o avental e correndo para ela.

Louca, Peeta, ela está louca, completamente pirada, você está numa câmara longe de todos, você é um louco, ela é uma louca, você a vê como uma rainha, ela te trata como um cão. Não entende que você a odeia? Acontece que isso não é verdade. Tratamento mental não é fácil. Sentar numa roda com seus médicos e dizer tudo o que sente.

– Peeta o que você está sentindo?

– Dor.

– Só dor? O que mais?

– Dor. Angustia. Tristeza. Preocupação. Tédio. Ansiedade. Quer mais além de toda minha historia de depressão?

– Você está pensando em Katniss há anos. Quase seis e meio! Katniss está em tratamento direto e quase completo. Vocês estão vivendo separados por que das ultimas vezes que vocês se juntaram durante o tratamento ela piorou e você a atacou. Lembra-se disso senhor Mellark? – diz ele se aproximando da cadeira com um tom de apreensão.

– Não. – digo curto e grosso.

Katniss Everdeen, minha esposa no papel, minha amante nas lendas e meu céu no coração. Como eu pude ter cedido tanto ao meu pior lado? Distúrbios e loucura num copo cheio.

KATNISS

Peeta. Peeta. Peeta. Só isso que vivo pensando, meu filho que se foi e em quanta falta o amor de Peeta me faz, mas da última vez ele cravou as unhas no meu rosto e da penúltima no meu peito tentando enfiar uma faca no meu coração. Como eu posso chegar para ele e dizer eu amo você.

O jogo do verdadeiro ou falso tem sido incrivelmente terapêutico, me faz bem se lembrar de como eu e Peeta nos aguentamos e no amamos quando mais jovens, durante seis anos. Só quero correr. Correr para onde a voz de Peeta me guiar. Até ele. Ou libertar isso e chegar ao céu.

– Você não vai me ver chorar. – digo bruscamente ao meu terapeuta.

Meus braços estão cruzados abaixo do peito, minhas pernas cruzadas e o rosto carrancudo.

– Sabe que tudo que aconteceu no passado...

– O passado está no passado. A perfeitinha se foi, doutor eu nunca me incomodei com isso.

– Mas senhorita...

– Sou casada e estou cansada! Quero ver Peeta de novo! Mesmo que ele me mate. – digo me levantando.

– Logo você o verá.

Deus meu, eu estive tão mal e doente por causa de um bebê que vivi parte da vida numa clinica cercada por médicos de cabeça. Todos sempre dizem Peeta está bem, quer-te ver acontece que Peeta não está bem.

Quero vê-lo mesmo que ele me ataque como das outras vezes, será que ele também piorou com meu estado de saúde?

– Katniss Everdeen, você tem visita. – diz Dr. Aurelius.

– Quem é? Como é? – pergunto na esperança de que Peeta tenha fugido dos médicos e vindo me buscar.

– Bem, tem olhos claros e uma barba e é alto... – diz ele.

– Deixe-o entrar. – digo seca, pelo menos ele acredita que eu esteja desanimada.

Sento-me de frente para a porta, esperando que ele entre, talvez abominando seu ódio e esperançosa por sua loucura de paixão. Mas não é Peeta, na verdade não me lembro de seu rosto magricela, é alto sim, de olhos claros como os meus e apagados como os da Costura. Cabelos grisalhos, mas ainda com fios negros, e um bafo de aguardente branca.

– Haymitch? – pergunto.

– Exatamente queridinha. – diz ele. – Pensou que eu já estivesse debaixo da terra, não?

– Não, mas nunca que viesse me visitar. – digo tossindo o cheiro de álcool.

– Peeta quer te ver. – diz ele. – Já está recebendo alta do hospital psiquiatra.

– E como você quer que eu saia daqui. – balbucio.

– Se não quiser vê-lo é só dizer que digo isso a ele.

– Quero vê-lo. Sim. Depois de tanto tempo é claro que eu quero vê-lo. Como ele está? – pergunto quase agarrando a jaqueta de couro sintético de Haymtich.

– Bem, ele está ótimo, eu diria que muitas mulheres vão dar encima dele como urubus, porque o garoto cresceu.

Ele incha o peito e faz músculos de ar com os braços para me mostrar como ficou.

– Isso não interessa! Eu quero saber o que ele pensa de mim e como está se sentindo.

– Ele pensa que você é a rainha dele e que é um idiota por ter te machucado. E digamos que ele se sinta meio solitário. – diz Haymitch.

– Quero sair daqui, para vê-lo! Me tira daqui Haymitch? Por favor.

– Vou tirar, só preciso de um jeito de lhe dar alta hoje. – diz ele. – Por que não vai lá fora e ajuda as outras mulheres doidas?

– Como? – pergunto cruzando os braços.

– Sei lá, vai e faça coisas que pessoas normais fariam. – diz ele.

Enquanto eu passo pelos corredores Haymitch fala com o diretor do hospital/manicômio. Saio para o pátio, subo uma árvore e balanço os pés como se estivesse na floresta, de volta aos meus dezesseis anos, correndo e caçando, subindo em árvores.

– Ei, psiu, garota. Aquela mulher estranha está tentando roubar minha netinha, você pode cuidar dela um minuto?

– Mas isso é só uma bonequinha, sua netinha deve estar com a mãe dela. Está bem, não se preocupe, a mulher só quer brincar com a boneca um pouco.

– Ela é minha neta, você não bate bem não é? – diz ela descendo.

Desço logo em seguida, me sentindo completamente estranha, mas ainda me sinto normal quanto à Haymitch e o resto dos meus colegas. Se eu estivesse louca, o que teria feito?

– Muito bem Everdeen. – diz Haymtich me puxando para o escritório do diretor.

– O que eu fiz?

– Tudo certo, você vai sair. Agora. – diz ele.

Meu consciente dá um grito mental de alegria, nem consigo descrever em palavras como me sinto só em pensar que vou reencontrar Peeta. Reencontrar minha mãe, meus amigos, meu Deus, Posy deve estar enorme e Taylor já deve ser uma moça. E eu não as vi crescer. Como Prim estaria agora? Às vezes eu imaginava um casamento de Prim e Vick, o irmão de doze anos do Gale, na época que ela tinha a mesma idade.

– Parabéns senhorita. Você passou por tudo isso e agora pelo último teste de consciência e sanidade mental. Sua ficha está preenchida, apenas assine aqui e pode sair. – diz o Dr. Aurelius.

– Ah! Obrigada, eu só pensei que estivesse encrencada. –digo, mentindo.

– Não seu colega veio te buscar. Espero que me ligue e não faça como da última vez. Qualquer coisa Katniss.

– Obrigada. Qualquer coisa. – repito.

– Vá em paz e que a sorte esteja sempre ao seu favor. – diz ele, fazendo como Effie. Senti um calafrio de lembrar, mas nada tão relevante.

– Obrigada novamente. – digo.

E assim estou, olhando para o distrito, uma cidade, cheia de casas e prédios, com ruas asfaltadas e telões coloridos como na Capital, e então a Aldeia dos Vitoriosos, uma ruazinha abarrotada de casarões brancos e retrós. Mas calmo e limpo, vejo a casa de Peeta. Tenho vontade de gritar por seu nome, de correr e pular em seus braços como uma menina apaixonada e boba. Mas parece que vou ter que esperar um pouco.


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Notas finais do capítulo

então??? gostaram?? não sei se vou continuar, mas logo eu volto, me deem uma ajuda com opiniões e sei lá, ideias de qualquer coisa, quero vocês felizes com a historia, brigada pela sua consideração!!!



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