Missing escrita por Alice Kirkland


Capítulo 3
How am I gonna be an optimist about this?


Notas iniciais do capítulo

Yo! Terceiro capítulo! O título é um trecho da música "Pompeii - Bastille", que é o tema dessa personagem. O título vai ser de acordo com a música tema que vocês escolheram para as suas personagens, o.k.?
Ah, e é aqui, nesse capítulo, que a história começa pra valer!



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CATHERINE

Sua cabeça estava uma confusão, e acordar com pessoas falando em francês não ajudou nem um pouco. Primeiro, achou que fosse um sonho, um daqueles bem estranhos que ela tinha sempre, depois tentou dormir novamente, mas as vozes não deixavam. E então abriu os olhos.

Mas que diabos era aquilo? Uma ilha? Não, não, da última vez que se lembrava, ela estava... Ela estava... Onde? Ela não se lembrava. Não conseguia se lembrar da última vez que fora dormir. Ela tinha saído de casa por alguns minutos e... E... Era só isso. Nada mais vinha à cabeça.

Enquanto se sentava, o vento fez com que seu cabelo voasse para o rosto e ela percebeu uma coisa: seu cabelo havia crescido. Antes, ele batia pouco abaixo dos ombros, e a franja não incomodava a visão desse jeito. E aquele lugar em que estava nem tinha um teto. Isso bastou para Catherine começar e se desesperar. Tinha areia para tudo quanto era canto e em volta de tudo tinha o mar, e ela detestava essas duas coisas.

Cat se levantou ainda meio tonta por ter acabado de acordar e segurou os cabelos com a mão. Haviam outras pessoas ali, o grupo que falava francês, por exemplo, e mais a sua esquerda haviam duas pessoas, uma garota e um garoto falando italiano.

“Talvez esse seja apenas mais um daqueles meus sonhos estranhos. Daqui a pouco aparece o Kuroko vestido de fada e pronto!”

Mas aquilo não era um sonho, e ela passou os próximos trinta minutos sentada na areia com as sobrancelhas franzidas.

Aquilo desesperaria qualquer um, não é? Acordar em uma ilha com pessoas falando uma língua diferente e sem se lembrar o que esteve fazendo nos últimos dias. Mas ficar sentada não adiantaria nada, e por isso Catherine resolveu se levantar. Ela olhou em volta, talvez conseguisse achar alguém e... Direita. Isso. Aquelas pessoas, ela as conhecia, eram da Inglaterra, assim como ela. Calliope, a filha do primeiro ministro, Laila, Elizabeth, Matthew, Corallyn, Megan, Mary, Amélia e George... Catherine nunca havia trocado mais do que três palavras com eles no mesmo dia, mas os conhecia de eventos em que seu pai a obrigava a ir. Mas o que eles estavam fazendo ali?

Aquilo era confuso demais. Ela não conseguia compreender direito, assim como todos os outros presentes ali. Catherine olhou para os próprios tênis – os mesmos que usava da última vez que se lembrava – e colocou as mãos nos bolsos do casaco – o mesmo de moletom azul que ela tinha há anos. O vento continuava jogando seu cabelo na frente dos olhos, mas ela não se importou.

Cat fechou os olhos e pediu mais uma vez para que aquilo fosse um sonho, daqueles bem estranhos, mas não adiantava. Ela sabia que estava acordada. “Isso bem que podia ser um VRMMORPG... Mas não estamos em 2022 ainda. Que droga!” pensou. Não adiantava, aquilo era... Realidade. A triste, infeliz e maldita realidade.

Começou a se mover para ir na direção das pessoas que reconhecera, mas antes que pudesse concluir a simples ação de andar, um barulho fino e agudo chegou aos seus ouvidos. Aquele sim era um barulho irritante.

– Cinco e quarenta e cinco, terça feira. – uma voz robótica falou. Era impossível saber de onde isso vinha, parecia vir... De todos os lados – Era quarenta no início. Mas três não conseguiram sobreviver aos efeitos do nosso soro. Vocês não se lembram do que aconteceu recentemente por causa dele. Vocês não sabem por que estão nessa ilha. Mas lhes daremos um objetivo. Antes, há poucos metros de onde estão, acharão mochilas com seus nomes e armas. – Armas? A voz fez silêncio por alguns segundos antes de voltar - Quatro semanas. Vocês têm quatro semanas para saírem dessa ilha. No final de cada semana, até a terceira, um de vocês vai morrer, e no final da quarta, todos morrem.

E a voz robótica sumiu. A respiração de Catherine começou a ficar ofegante e ela desistiu de andar, se sentando na areia novamente, mesmo que odiasse aquilo. Quatro semanas. Três mortes. No final da quarta, todos morriam. Teoricamente, todos ali tinham no máximo, um mês de vida.

Aquelas palavras ficaram gravadas em sua mente, elas ficavam ecoando cada vez mais. Quatro semanas, três mortes, no final da quarta, todos morriam... Isso sem contar com fome, animais que poderiam viver ali e doenças. Quatro semanas. Quatro semanas. Quatro semanas...


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Notas finais do capítulo

Quem ainda não apareceu, não se preocupe, todos vão narrar! Eu quero fazer uma coisa assim: dois capítulos Inglaterra, dois Irlanda, dois França, dois Itália...