As imagens com as pessoas caídas na areia haviam sumido. O zumbido irritante havia aparecido de novo, mas só por alguns segundos antes de pequenas bandeiras aparecerem. A primeira a surgir foi a da Inglaterra, que se expandiu, ocupando a tela inteira, e em seguida fotos com poucas palavras ao lado apareceram. Seria possível? Aquela maquinazinha estaria realmente mostrando as fotos de suas crianças desaparecidas?

A voz robótica voltou, e dessa vez ela estava... lendo as palavras ao lado das fotos? Como? A cada minuto que passava, os responsáveis por aquelas pessoas ficavam mais aflitos. Eles estavam aparentemente presos em ilha, e agora aquela maldita voz estava os apresentando como se fossem apenas personagens de uma ficção.

– Corallyn Katherine Black, dezessete anos. Sempre estudou em casa e tem fobia de aranhas e escorpiões. - a foto da garota ruiva ficou lá por alguns segundos e então desapareceu. A próxima a aparecer também era ruiva.

– Megan Adans, dezenove. Vivia nos Estados Unidos com os pais até o avião deles cair quando tinha nove anos. O serviço social a encaminhou para a Inglaterra, onde passou a ser criada como uma filha pelos tios. Seus medos são altura e lugares pequenos.

– Matthew Roberts, dezoito anos. Mesmo sendo criado por dois políticos, prefere ciências. É um prodígio e extremamente antissocial. Tem medo de morrer.

– Calliope Robins, dezoito. Filha do Primeiro-ministro do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, mas não aguenta a vida cheia de regras. O pai queria que ela aprendesse esgrima, mas Calliope implorou para ter aulas de tiro.

– Pollyanna Broone, vinte e um. A mãe morreu durante o parte, então cresceu apenas com o pai, que a espancava e abusava. Aos quinze anos fugiu de casa, viveu na rua até os dezessete, quando foi presa. Sua professora, Astrid Brooke, pagou a fiança e a adotou. Tem um medo profundo de público.

– Kevin Owen O'Hare, dezessete. Um gênio da informática e filho de jornalistas que são contra o governo. Mudou-se para a Irlanda com a família aos cinco anos. Seus medos são perder sua família e corvos.

– Elizabeth Mason, dezessete anos. Por mais que não pareça, Elizabeth já passou por muita coisa. A mãe dava toda a atenção para o irmão e ela se sentia gorda, o que a fez passar a vomitar tudo o que comia e passar a ter um comportamento rebelde. Ela passou a faltar as aulas e quando os pais a proibiram de ir em uma festa, ela fugiu de casa. Quando o pai descobriu, foi busca-la, mas como não estava prestando atenção na estrada, um caminhão na contra mão bateu no carro. O pai morreu, mas Elizabeth não, ela se culpa por isso, e após largar o comportamento rebelde, adotou um comportamento que a isola de todos. Seu maior medo é a morte; não de morrer, mas do que a espera após ela.

– Laila Lancaster, dezesseis. O pai era um general do exercito e a mãe uma médica renomada. Aos doze anos seu pai faleceu em um acidente de avião, o que fez Laila desenvolver um pânico por eles. Ela também tem medo de patos e crianças.

– Leight Grace, dezesseis anos. Nasceu na Inglaterra, mas foi criada na Irlanda. Sempre estou em escolas particulares e teve poucos amigos. Ela é claustrofóbica e tem medo de se afogar.

–Julie Peterson, dezoito anos. Era uma criança feliz, até a mãe morrer e o pai se casar com uma mulher que vivia xingando e batendo nela. Julie foi para um internato, onde fez amizade com Jack e ficou bem próxima de sua professora de Redação. Quando a professora foi demitida, Julie e Jack fugiram da escola para morar com os pais de Jack.

– Catherine Winick, dezesseis anos. Filha de um político e uma médica, nunca saiu da Inglaterra. Os pais não têm muito tempo para passar com ela e Catherine não tem muitos amigos. É motefobica e tem um estranho medo de incêndios.

– Amélia e George Foster, quinze anos. Amélia, ao contrário do irmão gêmeo, é a pessoa mais mimada, narcisista e antipática que pode se encontrar. George é o oposto da irmã, ele é altruísta, independente, inteligente e simpático. Os dois estudavam em um internato e tinham uma vida ótima, na média do normal.

– Mary Koraller, dezessete. A mãe era totalmente submissa ao pai, pelo menos era o que pensavam antes de fugir com o mordomo. O pai era muito carinhoso e fazia de tudo para que ela fosse feliz, inclusive pagar pela grande extravagância que Mary tem nas roupas. Mesmo a amando de todo o coração, depois que a esposa fugiu, o senhor Koraller não viu outra opção além de mandar a filha morar com sua irmã, Marise Koraller, que é uma parte do tempo modelo e parte do tempo outra parte uma assassina mestre em venenos.

A bandeira da Inglaterra apareceu de novo e encolheu. Em seguida, a da Irlanda fez a mesma coisa e, novamente, uma garota ruiva foi a primeira a aparecer.

– Samantha Hellthorne, dezoito anos. Nasceu e cresceu na Irlanda. Recebeu o nome em homenagem a sua mãe, que morreu durante o parto. A mãe era enfermeira e o pai interessado em política, porém os políticos da família eram o avô e a tia.

– Kiara O'Brien, vinte anos. Ela não é muito sociável, as únicas coisas que fez praticamente a vida toda foram andar de bicicleta, comer, dormir, ler e ir à escola. Mesmo depois de adulta, Kiara continuou se metendo em muitas encrencas, como por exemplo, assaltar uma livraria.

– Ariana Ravenwood, dezoito anos. Nasceu em Mullingar, mas cresceu na capital do país. Seus pais tinham grande influência no governo, mas a ensinaram a ser humilde. Na escola, is bem para alguém mais novo, mas era constantemente tirada de sala por causa de brincadeiras.

– Brenna O'Neill, dezesseis. Foi criada junto das irmãs, Kira e Kiara, e do irmão mais novo Hian, o qual ela não vê há seis anos, desde que seus pais se separaram. O irmão foi com a mãe para a França e ela ficou com as irmãs e o pai, que a detestam, mas o sentimento é mútuo. As irmãs são duas "patricinhas nojentas", nas palavras de Brenna, e o pai, mesmo sendo ausente, gosta muito dela.

– Marianne Harwell, dezoito. Nascida e criada na Irlanda, e tem muito orgulho disso. Seu pai é filho do presidente da Irlanda e a mãe é arquiteta. É conhecida por ter quase destruído uma nova obra da sua mãe aos dez anos.

– Leddie Cheannarie, quatorze. Os pais morreram em um "acidente", por isso foi morar com o avô, um político corrupto que a ensinou todas as maneiras de roubar sem ser pega, desde relógios e carteiras até milhões de dólares. A avó era uma ex-atriz e ensinou a Leddie que ela sempre tem que ser bonita e perfeita.

– Cole Duncan, dezoito anos. Nunca gostou de interagir com outras pessoas e ama se isolar do mundo com suas comic books. Odeia alturas e tem medo de morcegos.

– Carollyn Alexander, dezessete. Mora com seu pai desde que a mãe fugiu com um tatuador nas férias em Amsterdam. Tem um irmão mais velho e passa a maior parte do tempo jogando Pokémon e jogos de terror indie. Tem medo de multidões e espaços fechados.

– Ronan Clearwater, dezenove anos. Ronan é o típico deliquente bad boy. Os pais dão tudo para ele e Ronan nunca teve necessidade de nada. É bem mimado e egocêntrico, mas quando quer, pode deixar isso de lado e se tornar uma pessoa extremamente útil e simpática.

– Ryan O'Donoghue, vinte e três. Ele tem uma mãe super protetora, um pai desconhecido e uma vizinha maluca. Ryan apronta muito desde criança, mas nunca foi expulso de suas escolas. Tem uma longa lista de ex-namoradas, mas não que isso importe para ele. Seus medos são que algo aconteça com sua mãe, facas, sapos e lugares apertados.

A bandeira da Irlanda apareceu novamente, encolheu e desapareceu. Então a bandeira da França apareceu. O primeiro a aparecer foi um garoto.

– Nathan Lewis, dezoito anos. Nasceu na França, mas mora na Inglaterra desde que se entende por gente. É o tipo de garoto certinho, é ótimo em esportes e nos estudos. O tio, um ex-militar, é o mais próximo de um pai que já teve.

– Kyle Gray, dezessete anos. Ele sempre foi calmo e completamente normal, tirando o fato de que frequenta psicólogos, com ataques de raiva. Buscou conforto nos livros e é um prodígio, ótimo em vários tipos de luta como karatê e boxe, além de ser um ótimo esgrimista.

– Alícia Fourtarrié, dezesseis anos. Filha de um dos maiores, se não for o maior, político da França e de uma grande estilista. O pai vive ocupado, a mãe vive rodando o mundo para apresentar as novas coleções, e a avó, Antoniette, a criou para ser uma dama, uma princesa. O problema é que com o tempo ela cansou de ser um boneca e quis tomar as próprias decisões, mas Antoniette não deixava.

– Neville Retireúr, dezesseis. Muito quieto e solitário, mas em compensação, é um ótimo hacker. Não tem irmãos e raramente teve amigos durante a infância.

– Gabrielly Arryn, dezoito anos. Sempre teve uma vida de princesa, coisa que ela mais odiava. Gabrielly tinha tudo o que queria na hora que queria e sua mãe era uma famosa estilista, mas isso não a tornou mimada. É muito próxima de sua tia Mariann, com quem ela passa mais tempo. Ela também adora ler, principalmente os livros mais antigos. Gabrielly é uma pessoa muito forte, nunca demonstra o que está sentindo.

– Carlinhos White, dezoito. Como os pais são divorciados, mora com o pai, com quem ele se da muito bem. Desde pequeno ele faz esgrima. Tem fobia de altura.

– Jade Hayes, dezesseis. Sempre foi "aprisionada" pelos pais, fazia tudo o que mandavam, era obediente, estudiosa, a "filhinha de papai", mas sempre se sentiu mal com isso. Ela tinha uma necessidade de liberdade, estava disposta até a abrir mão da herança por isso. Por causa disso, nunca foi capaz de ter amigos ou namorados. Ter nascido naquela família era seu maior arrependimento, a realidade dos pais era completamente diferente da dela.

– Helena Leblanc, vinte e um. Sua vida sempre foi o contrário do que pensam, a mãe fugiu com um modelo Italiano e o pai, um político corrupto, passou a beber muito após isso. Ele batia em Helena após alguns copos e tentava a arrastar para eventos políticos para parecer um bom pai, mas ela se recusava, o que gerava mais hematomas.

A bandeira da França fez o mesmo que as outras, apareceu na tela toda, encolheu e sumiu, dando espaço para a próxima. Itália.

– Enzo Renzi, dezenove. Nasceu e cresceu em Florença, Toscana. Ele não é tímido, mas sempre foi muito isolado e cercado por livros, não sofreu bullying durante a infância, apenas sempre se dedicou aos estudos. É um prodígio e tem orgulho de admitir.

– Katherine Frost, dezoito. Nasceu e cresceu na Itália, saindo de lá apenas algumas vezes. Tem um irmão mais novo, Filipe. Não tem muitos amigos, por isso foi taxada de antissocial. A mãe era uma política e o pai advogado, por isso não tinham muito tempo para os filhos e eles tiveram que aprender a se virar. Katherine ama muito o irmão e faria qualquer coisa por ele.

– Nico Lorenzi, dezesseis. Sempre fez de tudo para agradar aos pais, que exigiam o possível e o impossível dele. A família não é lá muito unida e ele considera o tio, um policial, mais como um pai do que o próprio.

– Bianca Fiametta, quinze. Os pais não são as pessoas mais honestas que você pode encontrar, ambos são um pouco corruptos, principalmente o pai. Bianca não aprova essas ações, o que é o principal motivo para eles não terem uma boa relação. Tem uma irmã gêmea não idêntica Diana, mas elas não se dão nem um pouco bem.

– Leo Trocolli, quinze anos. Seus pais são divorciados, não faz ideia do paradeiro da mãe e vive com o pai, que nunca lhe deu atenção. Por esse motivo, tornou-se antissocial e chato. Conheceu Bianca na escola, os dois se tornaram amigos após comentarem sobre a péssima relação com os pais.

A bandeira da Itália apareceu novamente, e quando esta sumiu, nenhuma outra apareceu. A tela escureceu. O som parou de sair. Nenhuma foto ou voz robótica continuou.

Eram muitos. Todos haviam desaparecido há meses, ninguém acreditava que estavam vivos mais. Mas aquilo negava tudo, porque após as "apresentações", as imagens da ilha voltaram a passar, onde alguns começavam a acordar.