Besame Mucho escrita por Renata Ferraz


Capítulo 3
Rumos diferentes


Notas iniciais do capítulo

gostaria de agradecer a todos os comentários...beijinhos para todos e espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511989/chapter/3

Enfermeira: Algum problema senhor?

Carlos Daniel: Eu acho que bati com a cabeça forte demais.

Enfermeira: Eu vou chamar o médico para examiná-lo.

Carlos Daniel: Não precisa, eu estou bem, eu só preciso que você volte para mim Paola.

Enfermeira: O senhor deve estar me confundindo, não me chamo Paola, deixa eu verificar sua temperatura.

A enfermeira pegou um termômetro e constatou que o paciente está queimando em febre.

Enfermeira: Eu vou chamar o médico.

A enfermeira chama o médico, olha para o relógio de pulso, solta um suspiro de alivio e diz:

Enfermeira: Enfim acabou meu plantão, espero não voltar tão cedo.

Ela vai até a copa se despede de seus colegas de trabalho, pega sua bolsa e vai para o ponto pegar o ônibus com um sorriso de contentamento e alivio na face.

O doutor Jorge medica Carlos Daniel, a essa altura seus familiares já estavam na recepção aflitos por noticias dele.

No dia seguinte Carlos Daniel acorda com muita dor de cabeça devido a pancada e devido a ressaca também, duas horas depois o médico passa e lhe da alta, confuso Carlos Daniel pergunta sobre a enfermeira que havia feito seu curativo na noite anterior.

Doutor Jorge: Senhor Bracho, a troca de plantão já foi feita, provavelmente ela não está mais aqui.

Carlos Daniel: E quando será o próximo plantão?

Doutor Jorge: É melhor o senhor se informar na recepção, mas por quê? Por acaso a enfermeira fez algo errado?

Carlos Daniel: Não é isso é que... Deixa o senhor não entenderia.

Carlos Daniel foi até a recepção para se informar quando seria o próximo plantão da equipe que o tinha atendido e ficou sabendo que seria em 48 horas. Ainda com um pouco de dor de cabeça ele vai para casa com Rodrigo e Patricia, que passaram a noite na poltrona da sala de espera.

Rodrigo: Como você está mano?

Carlos Daniel: Tirando o corte na testa e essa dor de cabeça horrível, está tudo bem.

Os três foram para casa calados, Rodrigo e Patricia preocupados com Carlos Daniel e este pensando na noite anterior se tinha sido um sonho, ou um delírio ou se realmente tinha visto Paola no hospital vestida como uma enfermeira.

Em uma pequena vila no litoral, uma mulher muito boa e gentil estava sentada na beirada de sua porta pensativa, quando alguém se aproximou.

Pessoa Misteriosa: Consegui Filó, enfim vou poder descansar e colocar minha vida em ordem.

Filó: Que bom Paulina, estava aqui te esperando ansiosa.

Paulina: O plantão foi meio cansativo, meu ultimo paciente foi um jovem que sofreu um acidente de carro, ele não devia estar muito bem, pois me chamou de Paola.

Filó: Deixa isso para lá, tenho uma boa noticia para você.

Paulina: O que foi?

Filó: A Célia ligou hoje, ela te indicou em um emprego de administrativa em uma empresa de grande porte na capital e eles querem fazer uma entrevista com você na semana que vem.

Paulina: Não acredito, que enfim vou sair do hospital, não agüento mais ver o sofrimento das pessoas, diga a Célia que agradeço muito quando ela ligar.

Filó: Tudo bem minha filha, vai descansar agora?

Paulina: Sim, vou dormir um pouco.

Filó: Na hora do almoço eu te chamo.

Paulina: A senhora como sempre cuidando de mim.

Filó: Prometi isso para sua mãe.

Carlos Daniel chegou em casa e foi direto para seu quarto, estava triste, confuso, debilitado e o pior de tudo com os seus sonhos despedaçados, depois que entrou em casa as lembranças vieram o atormentar com mais intensidade ainda, ele entrou no quarto de Paola, pegou a tiara de rubis e chorou amargamente.

Dois dias depois como havia decidido, voltou até o hospital para ver se tinha alguma pista da tal enfermeira e chegando lá nada, estava achando que tivera uma alucinação depois de muito procurar, desistiu e foi embora.

UM ANO DEPOIS

Carlos Daniel havia retomado sua vida, estava com escritório montado e se dedicava o máximo de tempo possível ao trabalho, aos fins de semana ia para boates, ficava com belas garotas, mas nunca ligava de volta, não queria se envolver com mais ninguém, ele passou a ver as mulheres como um simples objeto de satisfação e que depois eram facilmente descartadas. Rodrigo e Willy sempre o aconselhavam a arrumar uma namorada ou então fazer uma viagem e conhecer pessoas novas e se relacionar novamente, ele sempre negava dizendo que o trabalho era mais importante e que não tinha tempo para coisas fúteis e que todas as mulheres eram iguais.

Enquanto sua vida amorosa era um desastre, sua carreira ao contrario cada dia crescia mais, era um advogado brilhante, empenhado e competente e seu nome estava cada vez mais conhecido, era conhecido como o advogado que nunca havia perdido um caso.

Paulina estava trabalhando como administrativa em uma grande empresa, seu patrão Pedro Fernandez era muito rico e importante, porém era muito gentil e atencioso com os seus funcionários, via em Paulina uma moça inteligente e com grande potencial para os negócios e mesmo sem saber explicar ele achava que a garota era familiar como se já a conhecesse. Paulina por sua vez estava feliz, nunca mais havia voltado ao hospital exceto para pedir demissão, a casa de sua mãe estava à venda e Filó estava cuidando disso, mostrava a casa para as pessoas que apareciam lá interessadas na mesma, até que numa dessas visitas Filó encontrou um pequeno baú dentro de uma caixa encima do guarda-roupa de mãe de Paulina.

Paulina estava trabalhando distraída quando vê a sua frente uma moça muito bonita, de olhos azuis e cabelos castanhos, mas o que a moça tinha de beleza também tinha de antipatia e desprezo.

Moça Misteriosa: Bom dia secretária liga agora para seu patrão, diz que a filha dele está aqui, e me traga um café também.

Paulina: Sim senhorita?

Moça misteriosa: Leda Duran Fernandez e anda logo que meu tempo é precioso.

Paulina: Pois não.

Paulina ligou para a sala de Pedro e deu o recado e foi pegar o café que Leda havia pedido.

Paulina: Aqui está o café senhorita.

Leda: por que demorou tanto? Achei que tinha ido moer os grãos de café pela sua demora.

Paulina abaixou a cabeça e nada disse, estava sem graça e perplexa, como um homem tão bom, simples e justo podia ter uma filha tão prepotente como Leda. Estava em seus devaneios quando seu celular tocou.

Paulina: Alô, Filó, aconteceu alguma coisa?

Filó: Está tudo bem Paulina, só estou ligando para avisar que achei um pequeno baú nas coisas de sua mãe com alguns papéis e fotos dentro e gostaria que você desse uma olhada se vai querer algo.

Paulina: Hoje eu não vou conseguir ir pra o litoral, mas no sábado eu vejo.

Filó: Estarei esperando, estou morrendo de saudade.

Assim que Paulina desligou o celular Leda estava olhando para ela, com os braços cruzados e batendo o pé em sinal de impaciência.

Leda: Meu pai precisa rever isso, pagar funcionários para ficarem no celular, ele é um velho tolo mesmo, mas o dia em que eu assumir isso vai mudar e você já está na minha lista.

Paulina pensava consigo mesma que não ia se deixar abater.

A semana passou voando e Paulina foi até a casa de Filó no sábado como havia prometido.

Filó: Que bom que você veio.

Paulina: Estava morrendo de saudades, mas vamos ao que interessa, onde está o baú com as coisas da minha mãe.

Filó trouxe um pequeno baú marrom desgastado pelo tempo, dentro dele havia várias fotos antigas de paulina quando era criança, os cartões que Paulina tinha dado para sua mãe em datas comemorativas, algumas anotações de Paula e um envelope fechado e destinado para Paulina.

Paulina: O que será que é?

Filó: Eu também não sei, leia minha filha.

Paulina abriu o envelope e dentro dele havia uma carta de sua mãe.

Paulina abriu a carta bem devagar com os olhos cheios de lágrimas e começou a ler.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!