Besame Mucho escrita por Renata Ferraz
Notas iniciais do capítulo
Gostaria de agradecer a todos pelos comentários... adorei todos eles......
Paulina abriu a carta bem devagar com os olhos cheios de lágrimas e começou a ler.
Querida Paulina
Minha linda menina, quando você ler esta carta provavelmente eu não estarei mais com você, a doença corrói minha alma impura a cada dia, mas seu lindo sorriso me basta, é um incentivo para lutar pela vida ao invés de entregar-me para a morte.
Aqui contarei coisas que jamais teria coragem de contar pessoalmente, mas sei que você tem o direito de saber. Minha filha você não está sozinha no mundo, mesmo quando estiver longe estarei olhando por você. E sobre seu pai, você sempre me perguntou, mas eu nunca tive coragem de falar, se eu nunca falei era porque ele me magoou muito.
Eu o conheci quando era empregada na casa dos pais dele, logo que nos conhecemos começamos a namorar, fizemos planos de nos casarmos e sermos felizes, os pais dele nunca aprovaram o nosso relacionamento, mas ele estava disposto a largar tudo para ficarmos juntos, porém depois que eu fiquei sabendo que estava grávida, eu descobri que ele estava noivo e quem me disse foi a própria noiva dele, senti como se parte de mim tivesse morrido nesse dia, eu não conseguia acreditar, mas foi comprovado a veracidade do que a mulher dizia, pois ela também estava esperando um filho dele. Peço se possível que não guarde rancor de seu pai, apesar de tudo ele é um homem bom, seu nome é Pedro Fernandez.
E também tem algo que eu nunca te contei, quando você nasceu, eu tive duas filhas, você e sua irmã Paola, mas infelizmente ela não resistiu e faleceu no hospital.
Espero que você possa me perdoar depois de muitas mentiras, mas não me arrependo de nada, sempre te amei, e sempre dei o melhor de mim por você.
Com muito amor Paula.
Paulina leu e releu a carta várias vezes, Filó não entendia o porque ela chorava tanto, então Paulina explicou que sua mãe escreveu contando a verdade, falando sobre seu pai, quem era e disse que também tinha uma irmã que havia morrido.
Filó apenas abraçou a menina e as duas ficaram a tarde todas juntas relembrando os velhos tempos, de noite assistiram filme de terror comendo pipocas e todas vez que o assassino aparecia as duas cobriam suas cabeças com o edredom.
Quando enfim Paulina foi se deitar já eram quase quatro horas da manhã, a carta de sua mãe não saia de sua cabeça e nessa reflexão se deu conta de que o nome de seu pai citado na carta era o mesmo nome de seu patrão, mas ela achou ser só coincidência, afinal quantos Pedro Fernandez devem existir pelo mundo, claro que não seria tão óbvio e nem tão fácil.
No domingo ela e Filó foram para a praia, estava um dia lindo e ensolarado, as duas aproveitaram bastante.
–
Carlos Daniel queria aproveitar o domingo para ir ao teatro, distrair um pouco sua cabeça e fugir do trabalho, foi assistir uma peça de Shakespeare.
Quando chegou a peça já havia começado, ele sentou ao lado de uma linda mulher que não tirava os olhos dele, toda vez que ele se virava a mulher o estava encarando, assim que a peça terminou ele foi até a mulher:
Carlos Daniel: Olá eu sou o Carlos Daniel, como se chama?
Mulher: Meu nome é Leda, gostou da peça?
Carlos Daniel: Vamos logo ao que interessa. Você quer sair comigo?
Leda: Nossa, nunca conheci alguém tão direto quanto você.
Carlos Daniel: Para que ficar enrolando, não acredito em amor, ou compromisso, acredito na troca de prazeres, pelo que vejo você também, então vamos logo ao que interessa.
Leda: Verdade, vamos ao que interessa.
Os dois saíram dali e foram a uma taberna saborear vinhos e se conhecerem.
–
Na manhã seguinte Paulina acordou cedo e foi para o trabalho, sempre com a carta martelando em sua cabeça. Assim que chegou encontrou seu patrão no escritório concentrado lendo um documento importante, ela o admirou por um instante deu um leve sorriso e foi para sua mesa para trabalhar.
O dia correu sem alterações, até a filha de Pedro Fernandez parecia estar mais bem humorada e simpática aos olhos de Paulina.
Era verdade Leda estava radiante e já espalhava para todos que tinha tido a melhor noite de sua vida.
Para Paulina o que importava era que Leda estando feliz não iria implicar com ela.
–
Carlos Daniel seguia seu dia normal, sua rotina inalterada, almoçou na casa de seu irmão, depois foi para seu escritório, estava prestes a terminar um caso, uma mulher que estava sendo acusada de matar o marido, Carlos Daniel estava defendendo-a e logo seria o julgamento, mas ele estava confiante, tinha muitas provas e testemunhas a favor de seu caso.
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Quando deu umas 18:00 horas, mais ou menos, Carlos Daniel, estava saindo do escritório e deu de cara com Leda esperando na porta.
Carlos Daniel: O que está fazendo aqui?
Leda: Vamos ao que interessa lembra?
Carlos Daniel a olhou de cima a baixo e enfim os dois foram juntos até um motel próximo do centro.
–
Paulina estava saindo do escritório, foi se despedir de Pedro e notou que ele estava triste e pensativo.
Paulina: Senhor Pedro, posso ajuda-lo em alguma coisa?
Pedro: Não, é os lamentos de um velho bobo.
Paulina: Que isso, o senhor é a pessoa mais boa e inteligente que já conheci.
Pedro: Nem todos pensam assim de mim, nem todos.
Paulina: São pessoas que não o conhecem.
Pedro: Ai que você se engana, a pessoa que mais amei em minha vida pensa que sou um imbecil e eu nunca pude fazer nada para convencê-la do contrário.
Paulina: Não fique assim senhor Pedro, um dia ela vai perceber.
Pedro: Verdade, espero um dia poder encontra-la e poder me explicar.
Paulina e Pedro se abraçaram, era um abraço puro e sincero, era um abraço de pai e filha.
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