Besame Mucho escrita por Renata Ferraz


Capítulo 4
Verdades reveladas


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a todos pelos comentários... adorei todos eles......



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Paulina abriu a carta bem devagar com os olhos cheios de lágrimas e começou a ler.

Querida Paulina

Minha linda menina, quando você ler esta carta provavelmente eu não estarei mais com você, a doença corrói minha alma impura a cada dia, mas seu lindo sorriso me basta, é um incentivo para lutar pela vida ao invés de entregar-me para a morte.

Aqui contarei coisas que jamais teria coragem de contar pessoalmente, mas sei que você tem o direito de saber. Minha filha você não está sozinha no mundo, mesmo quando estiver longe estarei olhando por você. E sobre seu pai, você sempre me perguntou, mas eu nunca tive coragem de falar, se eu nunca falei era porque ele me magoou muito.

Eu o conheci quando era empregada na casa dos pais dele, logo que nos conhecemos começamos a namorar, fizemos planos de nos casarmos e sermos felizes, os pais dele nunca aprovaram o nosso relacionamento, mas ele estava disposto a largar tudo para ficarmos juntos, porém depois que eu fiquei sabendo que estava grávida, eu descobri que ele estava noivo e quem me disse foi a própria noiva dele, senti como se parte de mim tivesse morrido nesse dia, eu não conseguia acreditar, mas foi comprovado a veracidade do que a mulher dizia, pois ela também estava esperando um filho dele. Peço se possível que não guarde rancor de seu pai, apesar de tudo ele é um homem bom, seu nome é Pedro Fernandez.

E também tem algo que eu nunca te contei, quando você nasceu, eu tive duas filhas, você e sua irmã Paola, mas infelizmente ela não resistiu e faleceu no hospital.

Espero que você possa me perdoar depois de muitas mentiras, mas não me arrependo de nada, sempre te amei, e sempre dei o melhor de mim por você.

Com muito amor Paula.

Paulina leu e releu a carta várias vezes, Filó não entendia o porque ela chorava tanto, então Paulina explicou que sua mãe escreveu contando a verdade, falando sobre seu pai, quem era e disse que também tinha uma irmã que havia morrido.

Filó apenas abraçou a menina e as duas ficaram a tarde todas juntas relembrando os velhos tempos, de noite assistiram filme de terror comendo pipocas e todas vez que o assassino aparecia as duas cobriam suas cabeças com o edredom.

Quando enfim Paulina foi se deitar já eram quase quatro horas da manhã, a carta de sua mãe não saia de sua cabeça e nessa reflexão se deu conta de que o nome de seu pai citado na carta era o mesmo nome de seu patrão, mas ela achou ser só coincidência, afinal quantos Pedro Fernandez devem existir pelo mundo, claro que não seria tão óbvio e nem tão fácil.

No domingo ela e Filó foram para a praia, estava um dia lindo e ensolarado, as duas aproveitaram bastante.

Carlos Daniel queria aproveitar o domingo para ir ao teatro, distrair um pouco sua cabeça e fugir do trabalho, foi assistir uma peça de Shakespeare.

Quando chegou a peça já havia começado, ele sentou ao lado de uma linda mulher que não tirava os olhos dele, toda vez que ele se virava a mulher o estava encarando, assim que a peça terminou ele foi até a mulher:

Carlos Daniel: Olá eu sou o Carlos Daniel, como se chama?

Mulher: Meu nome é Leda, gostou da peça?

Carlos Daniel: Vamos logo ao que interessa. Você quer sair comigo?

Leda: Nossa, nunca conheci alguém tão direto quanto você.

Carlos Daniel: Para que ficar enrolando, não acredito em amor, ou compromisso, acredito na troca de prazeres, pelo que vejo você também, então vamos logo ao que interessa.

Leda: Verdade, vamos ao que interessa.

Os dois saíram dali e foram a uma taberna saborear vinhos e se conhecerem.

Na manhã seguinte Paulina acordou cedo e foi para o trabalho, sempre com a carta martelando em sua cabeça. Assim que chegou encontrou seu patrão no escritório concentrado lendo um documento importante, ela o admirou por um instante deu um leve sorriso e foi para sua mesa para trabalhar.

O dia correu sem alterações, até a filha de Pedro Fernandez parecia estar mais bem humorada e simpática aos olhos de Paulina.

Era verdade Leda estava radiante e já espalhava para todos que tinha tido a melhor noite de sua vida.

Para Paulina o que importava era que Leda estando feliz não iria implicar com ela.

Carlos Daniel seguia seu dia normal, sua rotina inalterada, almoçou na casa de seu irmão, depois foi para seu escritório, estava prestes a terminar um caso, uma mulher que estava sendo acusada de matar o marido, Carlos Daniel estava defendendo-a e logo seria o julgamento, mas ele estava confiante, tinha muitas provas e testemunhas a favor de seu caso.

Quando deu umas 18:00 horas, mais ou menos, Carlos Daniel, estava saindo do escritório e deu de cara com Leda esperando na porta.

Carlos Daniel: O que está fazendo aqui?

Leda: Vamos ao que interessa lembra?

Carlos Daniel a olhou de cima a baixo e enfim os dois foram juntos até um motel próximo do centro.

Paulina estava saindo do escritório, foi se despedir de Pedro e notou que ele estava triste e pensativo.

Paulina: Senhor Pedro, posso ajuda-lo em alguma coisa?

Pedro: Não, é os lamentos de um velho bobo.

Paulina: Que isso, o senhor é a pessoa mais boa e inteligente que já conheci.

Pedro: Nem todos pensam assim de mim, nem todos.

Paulina: São pessoas que não o conhecem.

Pedro: Ai que você se engana, a pessoa que mais amei em minha vida pensa que sou um imbecil e eu nunca pude fazer nada para convencê-la do contrário.

Paulina: Não fique assim senhor Pedro, um dia ela vai perceber.

Pedro: Verdade, espero um dia poder encontra-la e poder me explicar.

Paulina e Pedro se abraçaram, era um abraço puro e sincero, era um abraço de pai e filha.


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