Primeiro ano escrita por Lyttaly


Capítulo 9
Sequelas


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas^^
Surpresa! Mais um capítulo para vocês.
Demorei muito, Katharynny? rsrsrs
Boa leitura^^



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Diego saiu do quarto apressado. Não entendi sua reação. Alguns minutos depois ele voltou com uma mulher baixinha vestida de branco. Ela tinha uma prancheta na mão e tirou do cabelo uma caneta.

– Karolina, eu gostaria de fazer um exame rápido em você, ok?

– Tudo bem.

– Levanta a perna direita – levantei – Isso. Agora a esquerda. Levanta o braço direito. Agora o esquerdo. Meche o dedão do pé esquerdo – fiz tudo o que ela mandou enquanto anotava alguma coisa na prancheta – Qual a ultima coisa que se lembra?

– Eu estava conversando com o Diego na escola. Quando chegamos perto da escada eu escorreguei e caí – vi Diego abaixar a cabeça e lágrimas se formarem em seus olhos.

– Não se lembra de mais nada depois disso?

– Só do Diego gritando meu nome depois de eu cair. Mas por que tudo isso?

– Karolina, você bateu forte a cabeça. Teve um traumatismo craniano grave e dormiu por cinco dias.

– C-cinco dias? – “Inacreditável” – Mas eu caí hoje de manhã... N-não foi?

– O traumatismo craniano pode ter várias sequelas – ela disse calmamente – como falta de coordenação motora e amnésia. Você apresenta sintomas de amnésia.

– A-amnésia – disse sem acreditar – Mas eu me lembro de tudo o que aconteceu antes de eu cair. Se eu estivesse com amnésia deveria esquecer isso, não?

– Na verdade o tipo mais comum de amnesia não é o que vemos nos filmes e sim o que chamamos de amnésia anterógrada, que é a perca de memória de acontecimentos após o acidente, ou seja, você não consegue mais formar novas memórias. Isso pode durar algumas semanas, meses ou até anos. Mas tenho certeza que não vai durar muito tempo assim.

“Impossível” – pensei. Tentei me lembrar de mais alguma coisa, mas não consegui – Você quer dizer que eu já acordei antes, mas não lembro?

– Isso mesmo.

– Você acordou – Diego disse, mais para ele que para mim – Hoje de manhã você acordou e conversou comigo. Depois sua mãe chegou e você falou com ela. Tudo isso é minha culpa.

– Você não tem culpa Diego.

– Eu vou deixar vocês conversando – a médica disse e saiu do quarto.

– Claro que foi minha culpa – ele disse chorando, sua voz embargada – Se eu não tivesse...

– Não sei de onde tirou isso – eu me lembrava de me assustar porque ele segurou minha mão, mas ele se culpar pela minha queda não tinha motivo. Eu caí porque senti uma dor forte no pé. Estava sentindo essa dor desde o primeiro dia de aula depois que tropecei – Eu caí por outro motivo.

– Outro motivo?

– Meu pé estava doendo – disse sorrindo.

– Doendo? – ele me analisava como se eu tivesse inventado isso.

– Já esqueceu como nos conhecemos – ele fez que não – Eu... dormi mesmo cinco dias? – ainda não acreditava.

– Sim.

– Caramba! – olhe para ele que ainda parecia se culpar – Ei, Diego. Você ouviu o que eu disse? Não caí por sua culpa, entendeu? – ele fez que sim e se aproximou da cama pegando minha mão.

– Não vou deixar nada de ruim te acontecer de novo. Prometo.

– Eu acredito em você, cavalheiro – sorri – Pode me fazer um favor?

– Claro.

– Preciso de um caderno.

– Um caderno?

– Sim. Quero anotar tudo. Como um diário.

– Entendi.

– Também quero que peça minha mãe que me traga meu caderno de rascunhos. Ela sabe qual é.

– Eu falo com ela.

– Mais uma coisa. Se até você consegui o caderno minha memória tiver... reiniciado, se é que posso falar assim, quero que me conte tudo o que a médica falou, a nossa conversa dessa manhã e a de agora. Você consegue se lembrar de tudo, não é?

– Sim. Eu ligo pra sua mãe quando amanhecer e aproveito pra comprar um caderno.

– Ok. Preciso dormir um pouco. Acho que cinco dias não foram suficientes – disse rindo e ele riu também.

– Boa noite senhorita – ele me deu um beijo na testa e eu adormeci.

–--

Estava sentada no alto de uma montanha. Uma paisagem maravilhosa se estendia à minha frente. Um rio cortava uma planície ao longe, a grama tinha um verde que nunca antes eu vi, as árvores eram frutíferas e estavam à margem do rio. Tudo dava um ar de paisagens de quadros. Príncipe sentou ao meu lado olhando a paisagem.

Esse lugar é lindo! – ele disse impressionado.

É mesmo.

Desde que eu ti conheci, sempre que entrava em seus sonhos você estava em um lugar sombrio, escuro, tenso. O que mudou?

Não sei – disse dando de ombros.

Deve ser seu novo amiguinho.

O que é isso, Príncipe, ciúmes?

Eu fiquei muito assustado quando ti vi cair – ele mudou de assunto.

Eu estou bem.

Isso não muda o fato de que eu fiquei assustado.

É eu sei.

Também não muda o fato de que você não está tão bem quanto diz.

O que quer dizer com isso?

–--

Acordei. A claridade me fazia piscar. Tentei levantar, mas minha cabeça doeu. Me lembrei de cair.

Diego entrou no quarto com dois cadernos debaixo do braço e um copo de café na mão.

– Sua mãe deixou seu caderno hoje de manhã antes de ir trabalhar. Eu trouxe esse outro, como você pediu.

– Hoje de manhã? Eu estava na escola hoje de manhã. Quando eu pedi um caderno? E pra que?

Ele sentou na cadeira ao lado da minha cama tomando num gole o restante do café e começando a me contar uma história.


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Notas finais do capítulo

E então, será que isso vai durar muito tempo?
Se você leu até aqui #obrigada^^



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