Primeiro ano escrita por Lyttaly
Notas iniciais do capítulo
Mais um capítulo o/
Ficou um pouco pequeno, mas prometo que compenso no próximo.
Mais um dia chato estava para começar na escola. A única coisa boa era ver Karolina.
Enquanto a professora explicava genética, de uma forma tão simples que estava me dando sono, peguei meu sketch book na mochila e comecei a rabiscar qualquer coisa. Nada de especial. Só estava passando o tempo.
Logo depois o professor de matemática entrou na sala. Depois de copiar a matéria voltei a desenhar e, alguns minutos depois, o ouvi me chamar a atenção.
– Senhor Diego? Esse é seu nome né? – já estava conhecido no segundo dia. Isso sempre acontece comigo – pode, por favor, prestar atenção?
– Eu estou prestando, professor – disse dando um suspiro e sem tirar os olhos do papel.
– Então pode me dizer o que foi que eu acabei de falar?
– É claro! – a matéria era equação de segundo grau e eu o ouvi falando algo sobre fórmulas antes de me chamar a atenção. Uma imagem clara da matéria que copiei veio em minha mente – Pra resolver a equação usamos duas fórmulas: a do delta e a de Bhaskara.
– E quais são essas formulas?
– A formula do delta é delta=b²-4xaxc e a de Bhaskara é –b +ou- a raiz do delta sobre 2xa – todo esse tempo eu não o olhei e o ouvi bufar antes de voltar à explicação. Eu ri da situação.
Eu tenho memória fotográfica então quando eu vi a matéria no quadro eu já tinha gravado na mente. É por isso que eu não via motivo pra continuar indo pra escola. Até ontem, quando conheci a Karolina. Agradeci ter essa habilidade nesse momento.
– Como fez isso? – Karolina me perguntou quando chegou o intervalo.
– Isso o que?
– Aquela resposta que você deu ao professor. Você estava o tempo todo olhando para o seu caderno, desenhando, e o caderno em que você anotou a matéria estava fechado. Então como você respondeu o professor?
– Hum... Você observou bem. É que eu tenho memoria fotográfica.
– Sério? Então deve ser por isso que você ganhou o campeonato de xadrez.
– Como assim?
– Bom, se você tem memória fotográfica, deve ter o tabuleiro na cabeça. Provavelmente você observou os competidores e definiu a melhor estratégia para jogar contra cada um, já que você pode lembrar os movimentos de deles e saber com antecedência a estratégia do oponente. Você deve ser o tipo de jogador que gosta de pressionar o adversário antes do xeque-mate e já sabe quando o jogo está ganho.
– Incrível! – disse impressionado. Ela conseguiu me ler perfeitamente com poucas informações – Você tem uma capacidade de dedução incrível! Espera um pouco. Você joga xadrez?
– E-eu jogo.
– Então tá explicado como sabe tanto. Mas ainda não explica como você deduziu tudo isso. Em que cor eu estou pensando? – disse em tom de piada.
– Azul – ela respondeu sem hesitar e me surpreendi de novo. Realmente era azul.
– C-como você sabia? É telepata?
– É... que você – ela desviou o olhar corada. Percebi que gostava disso – está conversando comigo olhando nos meus olhos e... meus olhos são azuis. Eu chutei.
– Quero ver se consegue de novo. Em que número eu estou pensando?
– Hum... – dessa vez ela pensou um pouco – 32?
– Ok! Agora você me deu medo! – ela tinha acertado. Como uma pessoa assim poderia existir?
– Estávamos falando de xadrez e esse é o numero de peças no jogo. Mas foi só um chute mesmo.
– O que me lembra: desde quando você joga xadrez?
– Desde os 5 anos.
– 5? Por acaso você é uma daquelas crianças prodígios?
– Não... eu só... gosto de jogar. É uma das formas que eu tenho pra escapar e que tomei gosto quando tinha 8 anos. Meu pai me ensinou – ela disse parecendo se lembrar de algo.
– Do que você queria escapar?
– Da realidade – ela disse com os olhos enchendo de agua e olhando para o nada, como se não estivesse mais ali.
O que tinha acontecido afinal que a deixava desse jeito? estava prestes a perguntar quando o maldito professor de português entrou na sala nos encarando com olhar de reprovação.
Quando a aula acabou saímos juntos da sala conversando. Ela sorria. Como esse sorriso me deixava bobo!
Quando chegamos à escada, por impulso, mais um desses malditos impulsos que só comecei a ter depois que a conheci, eu segurei sua mão. Ela se assustou. Soltou minha mão e se desequilibrou. Tentei segurá-la. Tentei mesmo. Mas não fui rápido o suficiente. Ela rolou pelas escadas. Não consegui me mexer por um instante. Desci correndo as escadas e, quando cheguei perto dela, sangue saia de sua cabeça.
– KAROLINA! – gritei.
Ela me olhou. Seus olhos profundos me encarando com as pálpebras entre abertas. Ela sorriu e os fechou.
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