Primeiro ano escrita por Lyttaly


Capítulo 7
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas^^
Estou muito feliz! Passou de 100 visualizações a fanfic (lágrimas)
Mais pessoas estão acompanhando essa história e comentando. Eu realmente não esperava.
Queria agradecer aos meus pais... (mentira)
Queria agradecer a AllanaWendy que favoritou a minha história.
Um obrigado especial (mais um) a Katharynny Gabriella que fez essa linda capa para a história. A antiga era muito simples. Eu tinha feito com 3 minutos no Paint ^^
Fiquei super feliz com a capa e com os comentários dessa linda (lágrimas)
Chega de blá, blá, blá...
Boa leitura!^^



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(Sirenes?)

Acordo assustada. Um barulho vem do andar de baixo. O relógio marca 3 horas da madrugada. Todos deveriam estar dormindo.

Desço as escadas devagar. Por algum motivo sinto medo do que posso encontrar.

O barulho aumenta e eu prendo a respiração. Meu coração acelera.

Ando pelo corredor que parece maior do que realmente é. O barulho vem da sala, no fim do corredor.

Minha mãe aparece atrás de mim, mas não me vê. Ela deve ter acordado pelo mesmo motivo que eu. Ela para na porta da sala e grita. Corro para ver por que.

Tento falar mais não consigo. A cena à minha frente é perturbadora demais. Meu pai está com as mãos para cima e um homem vestido de preto e encapuzado aponta uma arma para sua cabeça. Do outro lado da sala outro homem vestido com as mesmas roupas aponta uma arma para minha mãe. Ela está em pânico. Seus olhos espantados procuram os do meu pai.

– Vai ficar tudo bem, querida – ele diz e minha mãe balança a cabeça.

– Onde está a grana? – grita o homem que aponta a arma para o meu pai.

– Não temos nada senhor – meu pai responde olhando para minha mãe que está cada vez mais nervosa.

Uma menina, de uns 6 anos, entra na sala. Ela segura na mão direita um coelho branco de pelúcia por uma das pernas, fazendo com que suas orelhas arrastem pelo chão. Com a outra ela coça o olho esquerdo.

– Mamãe... – ela diz com voz de sono.

Minha mãe a abraça a impedindo de ver o que acontece.

– Nós... n-não temos nada – meu pai diz, sua voz falhando. Vejo medo em seus olhos depois de ver a menina – Por favor... não temos nada – ele repete olhando para o homem.

A menina consegue se virar.

– Papai, quem são esses homens? – ela olha para minha mãe – Por que tá chorando, mamãe? – ela começa a chorar também.

– É melhor nos falar onde está o dinheiro ou sua filhinha ali não vai chegar a sua idade – diz o homem que aponta a arma para minha mãe.

– Não temos nada... Por favor... Não temos nada.

– Já vi que essa vai ser uma longa noite – diz o homem que aponta a arma para a cabeça do meu pai.

Meu está olhando para a menina e sorrindo com lágrimas nos olhos. Seus lábios formam a frase: “Vai ficar tudo bem”.

– Vocês vão ser reféns até que contem onde está a grana – o homem continua – E não se enganem. Ninguém nos viu entrar aqui. Ninguém vai chamar a polícia – ele se vira para o outro homem e seu dedo aperta o gatilho com o movimento.

Minha mãe grita. Um grito ensurdecedor. A menina chora de medo. Meu pai ajoelha. Vejo seu sorriso desaparecer e seus olhos perderem a vida. Tento gritar, mas não consigo.

Seu corpo, sem vida, cai no chão.

Vejo sangue escorrendo de sua cabeça.

Os homens saem correndo.

Minha mãe anda na direção do meu pai com passos curtos e lentos. Ela parece não acreditar no que vê.

– Marcos? – ela o chama se aproximando. Sua voz embargada – Marcos, meu amor, m-me responde – ela ajoelha ao lado de seu corpo – Marcos acorda, por favor. Amanhã você vai me levar pra jantar. Nove anos de namoro, sete de casado, lembra? – um sorriso triste aparece em seu rosto – V-você disse que tinha uma surpresa pra mim... e q-que eu ia amar... Marcos! – ela grita e deita sobre ele – Acorda Marcos... Acorda – sua voz sai como um sussurro.

A menina que ainda está no mesmo lugar solta o coelho. Seu rosto adquire uma expressão diferente, adulto. Ela seca as lágrimas e caminha lentamente até minha mãe.

– Mamãe? – ela toca em seu ombro – Vai ficar tudo bem mamãe. O papai me disse que vai ficar tudo bem.

Minha mãe a abraça e seu choro angustiado preenche a noite.

–--

(Onde estou? Está muito claro...).

–--

Escuridão. Não vejo nada. O chão parece não existir. Aperto os olhos na tentativa de enxergar, mas não consigo.

Começo a caminhar lentamente. Tenho medo de cair, pois não sinto o chão. Minutos passam, mas não sei se sai do lugar.

Não vejo nada.

Começo a correr. Corro o mais rápido que posso.

Finalmente vejo uma luz e continuo correndo, tentando alcança-la. Ela parece está cada vez mais longe e corro mais rápido.

Mais rápido.

Mais rápido.

Corro até que meu corpo reclama. A luz parece se aproximar e começo a andar, ofegante. O ar pesado.

Me aproximo devagar da luz e uma silhueta masculina aparece.

– Venha. Não tenha medo – diz uma voz suave.

Quando finalmente chego à luz meus olhos reclamam. Está claro demais. Pisco várias vezes na tentativa de ver alguma coisa. Alguém estende a mão para mim. Eu seguro, sem saber por que estou confiando em alguém que não conheço.

Ele me guia até uma praça onde há duas crianças. Uma menina, no banco, parece chorar. Um menino a observa atrás de uma árvore. Alguns minutos depois ele caminha até ela e senta ao seu lado.

– Uma vez meu pai me disse que as nuvens são mágicas – o menino diz – Aquela parece um cavalo – ele aponta para uma nuvem e a menina olha – Aquela outra parece uma casa. E aquela – ele diz rindo – parece um cachorro fazendo xixi.

A menina sorri.

– Aquela parece um sorvete – ela diz secando as lágrimas e apontando uma nuvem. Ela olha para o menino – Quem é você?

– Seu melhor amigo – o menino responde sorrindo. Seus olhos verdes encarando os olhos azuis da menina – Aquele que não quer te ver chorar nunca mais.

–--

Abro os olhos, mas a claridade me obriga a fechá-los. Pisco várias vezes até que acostumo com a luz.

Estou em uma cama. Tento levantar, mas minha cabeça dói. Olho ao redor e vejo um quarto branco.

– Como ela está doutora? – é a voz de Diego.

– Ela está bem. Deve acordar logo – diz uma voz feminina.

– Diego – digo num suspiro, baixo demais para que alguém possa ouvir – Diego – falo mais alto.

– Karolina? Ela acordou doutora, ela acordou! – ele corre em minha direção. Quando está perto da cama ele levanta a mão, como que para segurar a minha, mas para no meio do caminho e coloca as mãos nos bolsos da jaqueta.

Uma mulher vestida de branco caminha em minha direção. Ela é baixa, talvez 1m50cm. Perece ter uns 30 anos. Seus cabelos negros estão presos com uma caneta em um coque. Ela tira a caneta do cabelo e me pergunta:

– Está sentindo alguma coisa, querida?

– Minha... cabeça dói – digo sonolenta.

– Você se lembra do que aconteceu? – ela diz anotando alguma coisa em uma prancheta.

– Eu... caí. Escorreguei na escada e caí.

– Isso mesmo. Você está no hospital e está sendo medicada. Logo vai poder voltar para casa – ela fala suavemente, sorrindo – E agradeça a seu amigo que ficou o tempo todo do seu lado. Qualquer coisa me chame.

Ela sai do quarto e eu olho para o Diego. Não tinha percebido que ele se afastou da cama. Está olhando para o chão.

– M-me desculpe – ele diz – É minha culpa você estar aqui. Me desculpa.

– Como assim sua culpa?

– Eu... tentei segurar sua mão... Eu não devia ter feito aquilo – sua voz sai embargada – Eu... me desculpa... É minha culpa... Você se assustou... escorregou e caiu – uma lágrima escorre de seu olho direito.

– Ei, você não tem culpa de nada. Olha para mim, eu estou bem. Só minha cabeça dói um pouco. Eu estou bem – tento sorrir.

Ele me olha. Seus olhos me encaram cheios de culpa. Uma culpa que ele não tem.

– Karolina – sua voz quase não sai em meio às lágrimas – Você dormiu por 5 dias.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor. Seus comentários me inspiram a continuar.
Se você leu até aqui #obrigada^^



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