Primeiro ano escrita por Lyttaly


Capítulo 5
Príncipe


Notas iniciais do capítulo

Aí está o quinto capítulo. Estava meio sem inspiração então me perdoem se o capítulo estiver um pouco sem sal ^^
Bem vindo novos leitores!
Aproveitem a leitura ;)



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Passei o dia escrevendo. Sempre gostei de escrever e, quando eu tenho tempo, passo horas com o notebook no colo. Digitei os três enormes capítulos que escrevi na escola enquanto os professores não falavam nada de importante. Depois escrevi mais sete.

A história era um drama em que a personagem principal perde os pais na infância e vai morar com tios que a maltratam. Ela faz amizade com seu primo que é adotado e na adolescência eles se apaixonam. Tão clichê... mas tão bom de escrever que eu continuo como se fosse mesmo publicar um dia.

“Impossível!” – pensava rindo.

Quando deu 20h decidi ler um pouco. Minha estante tinha uma prateleira (a mais lotada) de livros que eu ainda não tinha lido; consequência de ser uma compradora compulsiva, rata de biblioteca. Minha mesada de R$50,00 quinzenais ia para os livros. Minha mãe sempre ameaçava cortar minha mesada quando chagava mais uma caixa de livros que tinha comprado online.

Peguei um livro do Nicholas Sparks, (meu autor favorito de romances), A escolha. Por algum motivo eu tinha parado de ler esse livro. Acho que foi por medo de chegar ao final. Por que o Nicholas sempre mata algum personagem pelo qual já estava apaixonada? Deitei na cama e comecei a leitura.

– Oi Kali! – ele apareceu do nada como sempre.

“Ele”, que eu chamava de Príncipe, digamos que era um amigo imaginário. Depois que meu pai morreu ele apareceu e está ao meu lado desde então. Pra falar a verdade, eu tenho quase certeza de que ele já foi real um dia. Eu tenho em minha memória lembranças de brincar com o garotinho de olhos verdes que me alegrava no momento mais difícil da minha. Mas ele sumiu em algum momento e eu não lembro o porquê. Não lembro seu nome e também não tenho certeza de que ele realmente existiu. Mas o Príncipe, que minha mente criou em algum momento, me lembrava ele: tinha os olhos verdes e o cabelo loiro, seu sorriso sempre era fácil nos lábios finos e rosados. E ele era real para mim como o livro que segurava nesse momento.

– Você me assustou Príncipe! – disse, fingindo irritação.

– Essa foi minha intenção – ele disse rindo – Eu estava parado aqui a um tempão te observando e você nem notou minha presença, pra variar. Mas notei um brilho diferente no seu olhar. O que aconteceu hoje?

– Foi meu primeiro dia de aula, esqueceu? – respondi dando de ombros.

– É. Eu lembro. Mais eu te conheço melhor que ninguém. Alguma coisa aconteceu de diferente e você vai me contar antes que eu comece a te fazer cócegas – falou vindo em minha direção balançando os dedos em frente ao corpo e com um sorriso de malícia no rosto.

– Não faz isso! Eu te conto – disse levantando da cama o mais rápido possível – Não foi nada de mais. Só aconteceu de eu fazer um amigo... eu acho.

– Hum... estou com ciúmes – ele fez uma cara boba de tristeza me fazendo rir. Era o que eu mais gostava nele. Esse jeito de me fazer rir sem fazer esforço nenhum – Só isso? Tem certeza? – perguntou levantando uma sobrancelha.

– É claro que tenho certeza! Desde quando eu minto pra você?

– Desde sempre! – ele disse sorrindo.

– Cala a boca, Príncipe – falei rindo – Agora pode me dar licença? Preciso tomar banho e dormir. Estou morrendo de sono e amanhã eu tenho que levantar cedo e...

– Tá bom – me interrompeu – Cheguei agora e já tenho que ir embora, né? Sinal de que as férias acabaram mesmo – disse fingindo tristeza, me fazendo sorrir de novo – Amanhã eu volto – assim que falou ele desapareceu.

“Estou parecendo uma criança com amiguinhos imaginários” – pensei olhando para o lugar onde Príncipe estava há alguns segundos atrás – “Consequência de não ter nenhum amigo de verdade”

Nome do melhor amigo: Diego’ – lembrei as palavras dele. Seria mesmo verdade?

–--

Acordei meia hora antes de o despertador tocar no dia seguinte e decidi que não valia a pena voltar a dormir. Sai de casa mais cedo e cheguei à escola com o portão ainda fechado. Olhei a hora e ainda faltavam 40 min para a aula começar e o portão só abriria 10 min antes. Pra passar o tempo peguei o livro dentro da mochila e voltei a ler.

O sinal tocou e eu estava tão envolvida na história que não tinha percebido o tempo passar. Guardei o livro e entrei na escola. Sentei no mesmo lugar de ontem pegando meu caderno de rascunho e voltando a escrever minha história.

­– Você está linda, sabia?

­– Vou fingir que acredito em você – ela disse dando de ombros.

­– Por que você sempre acha que eu estou mentindo?

­– Por que eu acabei de acordar? Por que cabelo está uma bagunça? Por que meu corpo está cheio de marcas roxas pelos socos que sua mãe me deu ontem? Pode escolher. Ou melhor, me diz o que você está fazendo no meu quarto?

­– Como assim? Ontem você me falou pra dormir com você depois daquela surra sem sentindo. E ela não é minha mãe! Por que tá nervosa comigo?

­– Desculpa, Rafa – ela disse começando a chorar – Desculpa. Eu estou nervosa. Eu...

­– Eu sei – ele disse a abraçando – Não precisa se desculpar...”

­­– O que você tanto escreve senhorita?

– Diego? Você me assustou!

– Bom dia – ele disse sorrindo – e desculpa por te assustar. Você estava mesmo concentrada. Te fiz a mesma pergunta duas vezes e você não escutou.

– Ah... Bom dia... Eu estava escrevendo – disse guardando o caderno.

– Escrevendo o que?

– Um livro.

– Então você é uma grande escritora e não me disse? É sobre o que?

– É...

– Em seus lugares pessoal – disse a professora entrando na sala. Agradeci ela chegar essa hora. Não gosto de falar sobre o que estou escrevendo, principalmente pra alguém que acabei de conhecer.

– Ainda não terminamos essa conversa – ele sussurrou no meu ouvido, piscou, sorriu e sentou atrás de mim.

“Droga! Corei de novo! Por que ele faz isso?”

– Karolina? – a professora me chamou – Você está bem? Seu rosto tá vermelho – escutei Diego rindo atrás de mim.

– N-não é nada. E-eu to bem.

– Ótimo. Então pra começar eu vou passar a matéria e...

“Droga! Esse dia ainda pode piorar?”


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor. Quero saber o que vocês estão achando.
Se você leu até aqui #obrigada^^



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