Filhos de Ta'hoe escrita por Magnosouza


Capítulo 2
Capítulo 2 - A casa dentro da árvore


Notas iniciais do capítulo

Um ser humano possui inteligência para saber quando deve recuar. Um animal possui instinto para saber quando deve recuar. Mas uma pessoa que põe a culpa da sua derrota nos outros e se recusa a recuar... não passa de um idiota , inferior até mesmo a um animal...



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Durante quase toda a manhã o garoto ficou ajudando as pessoas da cidade. Um ou outro morador da cidade vendo a energia do rapaz e sua força pediam a ele pequenos serviços e ele aparentemente não estava cobrando nada. O que mais os deixou intrigados era o fato dele ter carregado inúmeros barris para o senhor da cervejaria da cidade com tanta facilidade, que normalmente eles eram levados em dupla e com paradas para descanso.

Foi então que Roan se lembrou do pedido de Benor e foi até a casa da curandeira local.

A Casa era talhada em um enorme carvalho, o lugar tinha um cheiro bom, era doce, mas também era parecido com menta, ele não sabia dizer ao certo. Bateu na porta quatro vezes e nada, decidiu esperar mais um pouco, só então reparou que havia alguns símbolos nos cantos da porta, ele suspeitou que fossem palavras, talvez para proteção? Ele chegou de perto para olhar e a porta abriu. No susto ele se levantou depressa e se arrumou, tentando parecer mais apresentável, mas acabou perdeu a compostura. Na sua frente havia um ser único e incrível, com a pele morena quase da cor da madeira, seus olhos eram de um verde único e maravilhoso, seus cabelos eram negros, mas tinham mechas esverdeadas que ele quase as confundiu com folhas, ela era linda. Roan demorou um pouco para formular uma frase, até mesmo uma palavra, a curandeira deixou um leve sorriso aparecer no rosto, o fazendo se sentir um pouco envergonhado pela demora, tentou se recompor.

_É...Benor pediu para que eu viesse aqui essa manhã, que você teria algo para me entregar.

A mulher abriu mais ainda seu sorriso

_Boa tarde, eu sou Éolin, a dríade curandeira da cidade.

_Boa tarde, Eu sou Roan...- a vergonha estava agora estampada em seu rosto já corado.

_Venha. Benor encomendou mesmo coisas para você. –ela disse já dando passagem para o garoto.

Roan não demorou muito ao entrar, tirou as botas e deixou ao lado de dentro da porta.

Lá dento ele viu que o cheiro de ervas se misturava no ar, leves e tranquilizantes. Era um lugar bem arrumado, havia uma grande prateleira cheia de vidros e potes com etiquetas, um pequeno balcão com alguns instrumentos para moer e misturar. Ele olhou o local admirado, com a boca entre aberta, era maravilhoso. Então seus olhos caíram sobre a dríade que estava ainda sorrindo olhando pra ele, novamente a vergonha estampou seu rosto.

_É um costume de seu povo colocar a bota ao lado da entrada? –ela levou à mão a boca pra cobrir o sorriso intrigado.

Roan concordou com a cabeça, mas não sabia na verdade o porquê de ter feito aquilo.

_Essa é minha humilde casa e também o local onde atendo os doentes e feridos, como vê, é modesto e simples, mas é suficiente para manter essas pessoas saudáveis e bem...

Ela falava enquanto ia para trás do balcão e parecia abrir gavetas a procura de alguma coisa.

_Eu há alguns anos conheço o Benor. Ele sempre foi muito apegado a seu dinheiro, nunca o vi gastar uma moeda sequer com alguém, a não ser ele mesmo e ontem ele me vem encomendando coisas assim, para um garoto que acabou de encontrar... Achei!

Ela colocou sobre o balcão uma pequena caixa e fez sinal para que Roan se aproximasse.

De dentro da caixa ela tirou um papel enrolado com uma fita dourada, um pequeno saco de tecido escuro fechado e uma esfera de cristal transparente, ela os colocou sobre a mesa e voltou o olhar para o garoto

_ Essa esfera de cristal é mágica, se você estiver em um lugar escuro ela irá o ajudar a enxergar. Veja. – ela entregou na mão do jovem.

_Acenda!

Assim que a palavra foi dita a esfera de cristal começou a liberar uma luz clara, forte suficiente para iluminar toda a sala da casa dela. Roan ficou espantado, mas logo ficou com um largo sorriso no rosto, aquilo era incrível.

_Esse é o mapa dessa região, marquei nele a rota mais segura até Baloar, conforme Benor pediu.

Roan abriu o mapa, vendo que ele estava realmente tracejado com pequenas anotações feitas em locais específicos, a dríade mostrou para ele onde estava a cidade onde eles estavam no mapa e falou que aquele era o mapa de apenas uma pequena parte do grande norte.

_Esse saco contém um dos meus melhores medicamentos, apenas três porções, se ingerido, ele pode lhe ajudar a repelir venenos e peçonhas e até ajuda a acelerar a regeneração de ferimentos. São ervas bem difíceis de encontrar por essa região.

Ela os entregou para Roan e foi em direção a um armário próximo.

_Ele não me pediu isso, mas acho melhor que leve.

Roan recolocou as coisas na caixa, agradecendo a grande ajuda de Benor.

Ela se virou e entregou uma mochila com um tecido grosso, com pequenos bolsos laterais

_Ela vai ser perfeita para você guardar suas coisas durante a viagem.

Ela também lhe entregou algumas frutas e um cantil de couro, onde ele poderia levar água.

_Tome cuidado na estrada, não creio que você vá ter problemas, mas pode haver

lobos pelo bosque.

Roan por um tempo ficou admirando aquele olhar sincero

_Lobos não são problema, eu já tive que lidar com alguns e com coisas até

piores.

A dríade se surpreendeu

_Mesmo? Então vejo que já tem coragem para tudo. Faremos assim, me conte coisas sobre você que lhe direi um segredo.

Durante boa parte da tarde Roan contou sobre as coisas que passou quando era escravo e lutava pelos bandidos que o pegaram na estrada, e em troca Éolin contou sobre o que sabia dos feitos dos aventureiros que a salvaram tempos atrás. Roan voltou à taberna para comer e confirmar com o taberneiro sobre a estrada para a cidade que estava marcada no mapa, ele partiria pela manhã, não queria perder nenhum dia a mais.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que leram, comentaram e me incentivam a continuar essa aventura épica !



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