ma semana se passou desde a ultima vez que falei com Kyle, ele me ignora o dia todo e eu também o ignoro, seu pai continua a me tratar como um animal.
Reparei que me acostumei ao estilo de vida deles, observo cada movimento de Kyle quando ele vai dormir, Melody quando esta com sono cai que nem um bêbado para os lados.
Evan e eu passamos mais tempo juntos do que poderíamos, e apresentei Jeff para a família de Melody, depois disso deixei os dois sozinhos por um tempo, os dois sao fofos juntos.
Kyle roe as unhas antes de dormir e ele abraça um urso gigante na forma de panda antes de pegar no sono, o que não é nada comun para mim, mas acho muito lindo. Igual a mim ele lê páginas e páginas de um livro, depois apaga o abajur e faz seu ritual urso fofo antes de dormir.
Me mexo na cama, alguém esta tentando me acordar da forma mais ridícula do mundo. Esta me sacudindo.
Tiro as cobertas do rosto e vejo Kyle apoiado na minha cama, ele esta quase cara a cara comigo, depois me faz um belo carinho na orelha, fazendo todo meu corpo se arrepiar.
Me sento e ele se levanta parando o suas mãos contra meus lábios, fico doida com isso.
Faço uma cara feia. Quado começo a abrir a boca para perguntar o que esta acontecendo ele fala.
– Não me pergunta - Ele diz sorridente - Levanta, temos que ir para o colégio.
– Nunca fui com você e não é hoje que vou.
Me levanto e pego o uniforme, hoje terá a reunião de classe e as garotas devem escolher um par. Teremos de entrar mais cedo, e ir uniformizados.
Pensei em quem escolhem Jeff concerteza vai querer ir com a Melody, e ela também, eu não vou poder fazer nada já que os dois se gostam.
– Anda Mary, não seja criança! Temos que chegar mais cedo, o ponto de ônibus mais perto fica a umas duas horas daqui.
– Eu corro rápido não tem problema.
Termino de me trocar e descemos juntos para tomar café.
Cameron esta fritando ovos, e seu marido me olha com ignorância depois se levanta, da um beijo nela e se despede de todos, menos de mim.
– Vai pela sombra - Bato na costas dele bem de leve.
– Mary se sente o café da manhã já esta pronto - Diz Cameron.
Me sento ao lado de Evan, ele esta brincando com a colher, Kyle se senta a minha frente e pega o celular.
– Droga! - Exclama ele - Come rápido Mary, temos que ir correndo.
– Eu não vou com você - Reviro meus olhos.
Ele faz uma cara feia de bravo e se levanta, caminha até minha direçao e pega brutalmente em meu braço me machucando.
– Nós já vamos mãe - Diz ele me arrastando até a porta e deixando todo mundo surpreso.
Eu tento me segurar mas ele tem mais força.
– Você esta me machucando porra! - Empurro ele e o chuto com força.
– Para de se mecher Mary, vamos nos atrasar. Menina implicante - Ele se vira e me pega no colo, me deixando com a bunda para cima e a cabeça para baixo segurando em minhas pernas.
– Me solta - Grito.
Ele abre a porta do carro e me joga lá dentro, depois entra também e fecha as portas.
– É o seguinte, nós vamos sivilizadamente como duas pessoas que moram na mesma casa para o colégio, ninguém vai achar estranho se é isso que você esta pensando.
Eu cruzo os braços.
– Entendeu? - Implica com o tom da voz grave.
– Entendi, mas não precisava me machucar - Massageio meu braço que esta dolorido.
– Desculpa é que você me deixa louco as vezes - Kyle me olha com sinceridade, o que eu estranho.
A convivência com ele foi até que legal, foi como quando eu morava com Bianca.
Foi até que rápido, chegamos no colégio em um piscar de olhos, mas a viagem foi silenciosa.
Entramos correndo, ele tinha razão, se eu pegasse um ônibus chegaria no final da reunião de classe.
O diretor José Maria da Penha ( nome estranho para um homem estranho), indicou varias formas chatas para o baile.
Depois de muito falatório, Kyle ( o que me surpreendeu muito), deu a opinião mais legal de todas, ele disse para fazermos um baile iguais os de filme, garotas usando vestidos enormes e garotos usando terno.
– Poderíamos também ter estilos musicais variados, excluindo é claro o funk que não combina com esse tipo de formalidade - Ele continuou falando na frente da sala - Perguntas?
– Esse ano as garotas que escolhem não é? - Perguntou um aluno nojento chamado Freddy.
– Sim, elas escolhem, mas depende se ele quer ou não. Os garotos podem mandar indiretas ou cartinhas de amor para elas perceberem que vocês querem ser convidados.
– Quer ir comigo? - Pergunta uma garota no fundo da sala, que deve ser uma piriguete.
Ele faz uma cara de indeciso e me olha.
– Não quero, estou esperando outra pessoa me convidar.
Todos riem da piriguete.
(...)
O sinal toca para o final da aula, estou na biblioteca terminando uma pesquisa sobre mitologia grega.
Apoio minha cabeça na mesa, e sinto que uma pessoaesta me cutucando.
– Oi - Diz Kyle - Vamos voltar juntos?
– Tá - Pego minha bolsa e vamos.
Estamos no campus, andando na mesma direção, me lembro do cantinho na arvore onde vi ele pela primeira vez.
– Precisamos conversar - diz parando e abrindo a porta do carro.
– Fazer o que né? - Levanto minha mão em rendimento e entro no carro.
O carro se move e saímos do campus, ficamos uns 20 minutos calados e esperei ele puxar algum assunto referente ao que ele queria falar.
A estrada fica vazia, o campus fica a 2 horas da casa de Kyle, por isso todos os filhos tem carro. Além disso tanto a casa como o campus ficam no meio do nada.
– Você quer ir ao baile comigo? - Ele diz ficando ereto no banco e aperta o volante.
Eu pisco e me inclino, tentando esconder a vermelhisse.
– O que? - Gaguejo.
– Não vai ser nada sério... Me deixa explicar e depois responde ok? Só não conte para ninguém...
– Explica.
– Bom, nesse final de semana minha familia vai viajar, e vamos ficar 1 semana fora, indo para festas com representantes da empresa do meu pai, ele vai querer me apresentar como sucessor dele... E eu não quero isso, já deixei claro mas ele me obriga, ele manda em mim e eu deixo. O baile seria uma desculpa muito boa para não ir e... Eu sei que você tem medo de ficar sozinha, eu serviria de companhia. Você sabe o quanto meu pai é controlador, e eu sei que a Melody gosta do Jeff, então não teria problema passar uma semana comigo não é?
– Eu aceito - Falo sem pensar.
Ele se espanta mas depois agradece, hoje no jantar vamos avisar sobre isso.
(...)
Estava deitada quando Cameron chamou para irmos comer.
Sentamos eu e Kyle um do lado do outro em silencio, seu pai esta me olhando com uma cara feia.
– Filho, você não deveria sentar ao lado disso - Christian fala rindo irônico e apontando para mim.
– Pai preciso contar algo.
– Mas primeiro sai do lado dela, é uma visão horrível para mim ver esse tipo de acontecimento milagroso.
– Pai..
Christian se levanta e tira Kyle do meu lado.
Cameron tenta argumentar sobre isso ser normal mas ele deixa quieto, e troca Kyle de lugar com Evan. Ele olha para mim e eu abaixo a cabeça.
– Vou comer no quarto - Me levanto com o rosto vermelho.
– Espera Mary - Kyle corre e esbarra a minha passagem.
– Filho deixa-a ir, saia do caminho agora - Christian me empurra para o lado - Você não deve se preocupar com esse tipo de gente, não seja igual sua mãe!
– Não vou fazer o que você quer! - Kyle encara seu pai com fúria - E não bate nela.
Christian da um tapa no rosto de Kyle, eu fico horrorizada.
– Parem! - Cameron grita chorando.
– Fassa algo mamãe - Evan se levanta e sacode sua mãe que esta parada.
– Kyle - Eu grito, enquanto Christian lhe da um soco no estômago.
Eu corro para cima dele e tento apartar a briga.
– Ele só ia dizer que íamos ao baile juntos - Grito furiosa - Nenhum pai bate no filho por um motivo tão idiota.
Todos param e me olham.
Eu ajudo Kyle a se levantar.
– E quer saber, ele não quer seguir seu caminho e nem ao menos ser igual a você! Um pai que agride o filho enquanto a própria mãe não faz nada, ora essa! Onde já se viu isso? - Me viro e levo Kyle comigo.
Subo a escada com dificuldade, ele já havia me dito antes sobre essa agressividade do pai, mas nunca poderia imaginar algo tão grande e grave.
Entro no quarto e coloco Kyle sob sua cama.
– Mary não - ele segura em minha mão - Não vou dormir sozinho, eu tenho...
– Pesadelos quando seu pai te bate - Completo a frase.
Como eu poderia esquecer das nossas conversas sobre seu pai? Ele sempre me contava quando seu pai batia nele ou mandava ele ir para lugares que não queria.
– Dorme comigo - Eu suspiro.
– Esta tudo bem para você? - Ele pergunta.
– Sim.. Você esta precisando mas não ache que vamos fazer algo na cama.
Rimos.
– Então pega minha blusa para dormir?
– Qual blusa? - Me aproximo do guarda-roupa enquanto ele se deita na minha cama.
– A encostada na cadeira.
Vejo a blusa que dei para ele encostada, mas não pode ser :0
– É essa? - Aponto para blusa.
– Claro, tem outra aí? - Kyle me da um sorriso caloroso e sexy.
Eu balanço minha cabeça em negação.
Ele veste e deitamos juntos.
(...)
– Ei - Eu o chamo para ver se já esta dormindo.
– O que foi?
– Já esta dormindo - Franzo minhas sobrancelhas.
– Não - Sinto que ele esta sorrindo - Não consigo dormir sem meu panda, mas acho que você já reparou isso.
Rio.
– Você..poderia... Ser... - Ele se vira e me abraça forte, ficando de conchinha comigo, depois beija minha orelha e cheira meu cabelo. " Aí meu deus, que isso? " penso em pânico.
Mas não me mexo, nem penso em tirar os braços dele da minha cintura.
– Brigada por me salvar - Digo sem pensar.
– Não foi nada - Ele ri cheirando meu cabelo - Você tem um cheiro bom.
Depois de um tempo pergunto curiosa
– Cheiro do que?
Mas ele não me responde, e ouço sua respiração pesada.
Kyle esta dormindo.